Papers by Alessandra A F F O R T U N A T I Martins
Moisés e o monoteísmo, 2023
Prefácio de "Moisés e o monoteísmo".
Revista Exilium, 2024
O artigo trata de três diferentes mapas globais, cujos
desenhos se estabelecem do início da moder... more O artigo trata de três diferentes mapas globais, cujos
desenhos se estabelecem do início da modernidade até os dias
atuais e, além disso, as razões sociopolíticas e econômicas que
provocaram essas alterações das linhas globais. O objetivo é
mostrar como entre os desenhos do desenvolvimentismo
westfaliano e do neoliberalismo, o desenho fascista não figura
como simples desvio na rota esclarecida que ideologicamente
forma a modernidade. Após rascunhar esse grande mapa,
mostra-se como atualmente o neofascismo reconfigurou as
linhas que se estabeleceram após a Segunda Guerra Mundial com
modelos de negócios bélicos nacionalistas. Outro aspecto se
refere ao modo como esses desenhos modernos aqui mapeados
e seus sistemas político-econômicos capitalistas
correspondentes frequentemente cooptam parte de militâncias e
de suas lutas político-sociais para reverter o aspecto moral de tais
movimentos em sustentação de base para explorações de
negócios em diferentes modalidades de interesses capitalistas. A
contribuição desse artigo para o debate político contemporâneo
é a de destituir da discussão uma faceta moralista para a análise
das questões, devolvendo a estas a complexidade de suas
formações sintomáticas. Com o quadro de problemas exposto
nesse recorte mais denso fica claro que as soluções para
enfrentar o neofascismo devem ser pensadas a partir de novos
desenhos que escapem às formas (desenvolvimentismo
westfaliano ou neoliberalismo) já desenhadas na modernidade.
Filosofia e Psicanálise: olhares sobre arte e literatura , 2020
Virtuajus, May 12, 2023
Partindo de duas breves alusões feitas por Walter Benjamin ao personagem bíblico Moisés, o artigo... more Partindo de duas breves alusões feitas por Walter Benjamin ao personagem bíblico Moisés, o artigo busca desvendar algumas das causas do fracasso mosaico em termos emancipatórios. Seu gesto, de fato, não foi capaz de dissolver a contínua história de opressão escrita pelas mãos dos vencedores. Para realizar esta análise, observa-se uma pequena alteração feita por Benjamin de dois termos decisivos em um trecho de Panorama Imperial: o ódio e a prece da versão de 1923 são correspondentemente substituídos por amargura e revolta em 1928 (LÖWY, 2012). Com esse debate e resgatando o Moisés egípcio de Freud, observa-se que o ímpeto mosaico inicial, que tinha no horizonte a libertação dos oprimidos, deveria ser preservado. Por outro lado, sua adesão às leis abstratas mostra a pertinência das críticas que parecem existir nos trechos alusivos à figura bíblica, escritos por Benjamin.
O objetivo deste trabalho e comparar o conceito de transferencia em Freud e Winnicott. Para reali... more O objetivo deste trabalho e comparar o conceito de transferencia em Freud e Winnicott. Para realizar essa tarefa, foi necessario definir o conceito de transferencia, bem como as implicacoes teoricas deste para a psicanalise desses dois autores. Alem disso, foi adotada a linha de pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em Filosofia e Praticas Psicoterapicas, que discute e estuda as raizes filosofico-cientificas das teorias psicanaliticas, mostrando diferencas fundamentais entre a psicanalise freudiana e winnicottiana. Este estudo verificou que Winnicott ampliou o conceito de transferencia de modo que o tratamento de psicoticos pode ser pensado a luz da psicanalise. Freud nao admitia o tratamento desses casos, por considera-los fora do alcance desta. Por outro lado, constatou-se que as ideias freudianas para o estudo da transferencia nas neuroses permanecem ferteis e pertinentes
Memorial, 2023
Trata-se do memorial preparado para o concurso de Professor Doutor de Teoria das Ciências Humanas... more Trata-se do memorial preparado para o concurso de Professor Doutor de Teoria das Ciências Humanas da FFLCH-USP
Revista Dissonância, 2021
The paper intends to analyze the discussions between Bertolt Brecht and Walter Benjamin around Ka... more The paper intends to analyze the discussions between Bertolt Brecht and Walter Benjamin around Kafka in Svendborg-Denmark, showing the importance of tension as a method of building and improving antifascist artistic strategies and art criticism. It is evident that the differences between the authors are almost confused, since what Brecht insinuates to be unforgivable in Kafka-the unfathomable character of his works-also ends up emerging in the most important element of his epic theater: the epic gesture. From the formal point of view of the works, Brecht and Benjamin use the montage strategy that breaks with the hierarchical and linear ordering of artistic production. Kafka disagrees with both in this respect, leaving the reader in charge of constructions beyond his work. His tireless gesture of writing, however, places him as an assembler of processes that hardly adheres 2 | Dissonância, Publicação Online Avançada, Campinas, 2021 Alessandra Affortunati Martins to the final form of the work-he wanted his manuscripts to be even destroyed after his death. The dissonances, although tiny, are essential for elaborating the thoughts of these characters who lived under European Nazifascism and tried to respond artistically and intellectually to the horror that prevailed at the time.
Revista Cult, 2021
Os dispositivos midiáticos têm como objetivo, precisamente, neutralizar esse poder profanatório d... more Os dispositivos midiáticos têm como objetivo, precisamente, neutralizar esse poder profanatório da linguagem como meio puro, impedir que o mesmo abra a possibilidade de um novo uso, de uma nova experiência da palavra.
Revista Cult, 2020
É bem sabido que o gênio é incompreensível e irresponsável; portanto, não devemos trazê-lo à bail... more É bem sabido que o gênio é incompreensível e irresponsável; portanto, não devemos trazê-lo à baila como explicação até que toda outra solução nos tenha falhado. Freud (Moisés) Recentemente publiquei um artigo no site da Revista Cult (https://revistacult.uol.com.br/home/intelectuais-e-artistas-coronavirus/) que tratava do valor do trabalho intelectual e artístico na era do coronavírus. Em busca de traçar um breve panorama dessas atividades na era burguesa e escavar as origens dos atuais problemas que a elas competem, fiz uma passageira menção à ideia kantiana de gênio, ampliada pelo movimento romântico, até mostrá-la transfigurada em sua versão fetichizada no nome-slogan dos dias de hoje. A rebordosa não tardou. De todas, foram duas críticas a sacudirem a poeira. Uma delas enseja detalhar reflexões acerca do conceito de gênio e dos meios a partir dos quais o artista ou o intelectual dá forma às suas obras. Outra deixo de canto, à espera. Vamos,
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Papers by Alessandra A F F O R T U N A T I Martins
desenhos se estabelecem do início da modernidade até os dias
atuais e, além disso, as razões sociopolíticas e econômicas que
provocaram essas alterações das linhas globais. O objetivo é
mostrar como entre os desenhos do desenvolvimentismo
westfaliano e do neoliberalismo, o desenho fascista não figura
como simples desvio na rota esclarecida que ideologicamente
forma a modernidade. Após rascunhar esse grande mapa,
mostra-se como atualmente o neofascismo reconfigurou as
linhas que se estabeleceram após a Segunda Guerra Mundial com
modelos de negócios bélicos nacionalistas. Outro aspecto se
refere ao modo como esses desenhos modernos aqui mapeados
e seus sistemas político-econômicos capitalistas
correspondentes frequentemente cooptam parte de militâncias e
de suas lutas político-sociais para reverter o aspecto moral de tais
movimentos em sustentação de base para explorações de
negócios em diferentes modalidades de interesses capitalistas. A
contribuição desse artigo para o debate político contemporâneo
é a de destituir da discussão uma faceta moralista para a análise
das questões, devolvendo a estas a complexidade de suas
formações sintomáticas. Com o quadro de problemas exposto
nesse recorte mais denso fica claro que as soluções para
enfrentar o neofascismo devem ser pensadas a partir de novos
desenhos que escapem às formas (desenvolvimentismo
westfaliano ou neoliberalismo) já desenhadas na modernidade.
desenhos se estabelecem do início da modernidade até os dias
atuais e, além disso, as razões sociopolíticas e econômicas que
provocaram essas alterações das linhas globais. O objetivo é
mostrar como entre os desenhos do desenvolvimentismo
westfaliano e do neoliberalismo, o desenho fascista não figura
como simples desvio na rota esclarecida que ideologicamente
forma a modernidade. Após rascunhar esse grande mapa,
mostra-se como atualmente o neofascismo reconfigurou as
linhas que se estabeleceram após a Segunda Guerra Mundial com
modelos de negócios bélicos nacionalistas. Outro aspecto se
refere ao modo como esses desenhos modernos aqui mapeados
e seus sistemas político-econômicos capitalistas
correspondentes frequentemente cooptam parte de militâncias e
de suas lutas político-sociais para reverter o aspecto moral de tais
movimentos em sustentação de base para explorações de
negócios em diferentes modalidades de interesses capitalistas. A
contribuição desse artigo para o debate político contemporâneo
é a de destituir da discussão uma faceta moralista para a análise
das questões, devolvendo a estas a complexidade de suas
formações sintomáticas. Com o quadro de problemas exposto
nesse recorte mais denso fica claro que as soluções para
enfrentar o neofascismo devem ser pensadas a partir de novos
desenhos que escapem às formas (desenvolvimentismo
westfaliano ou neoliberalismo) já desenhadas na modernidade.