Voluntas: revista internacional de filosofia, 2024
O que é sonho, que relação tem com a efetividade, como pode ser diferenciado dela e, finalmente, ... more O que é sonho, que relação tem com a efetividade, como pode ser diferenciado dela e, finalmente, o que antes de tudo o torna possível? Eis o tipo de questões que uma doutrina dos sonhos deveria responder. De fato, algumas linhas a respeito disso eram encontradas na obra sobre o princípio de fundamento suficiente, de 1813, mas Schopenhauer abandonou sua tese original no decorrer das décadas seguintes. O presente artigo pretende destacar as mudanças de pensamento de Schopenhauer ao longo do tempo e apontar um conjunto de problemas deixados para trás sem solução. Inclui uma tradução do § 22 da Dissertação para o português.
Voluntas: revista internacional de filosofia, 2024
Pretende-se com este artigo demonstrar que a Darstellung, em seu uso técnico, concerne, sobretudo... more Pretende-se com este artigo demonstrar que a Darstellung, em seu uso técnico, concerne, sobretudo, às objetidades da Vontade, mas também à sua autonegação. No contexto da “metafísica da vontade”, torna-se fundamental ao vocabulário schopenhaueriano estabelecer um correlato necessário da Vorstellung, especialmente quando se consolida a demonstração da complementaridade de Real e Ideal. Em síntese, a Darstellung consiste no termo pelo qual se aponta para a livre apresentação da coisa em si, conteúdo real daquilo que nos aparece determinado pelo intelecto.
Os aforismos que se seguem consistem em uma exposição não aleatória, embora tampouco sistemática,... more Os aforismos que se seguem consistem em uma exposição não aleatória, embora tampouco sistemática, de uma filosofia do amor em seus elementos fundamentais para um modo de pensar acerca dos relacionamentos humanos concretos em geral. Cada um deles parte de uma perspectiva do amor como tendo por essência a liberdade e em suas relações com a experiência existencial do tempo. As referências poderão ser descobertas, ora citadas, ora como simples inspirações.
Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer... more Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer segundo a qual somente a Vontade é o unicamente Real, uma tese publicada pela primeira vez em A vontade na natureza que exigiria várias mudanças em sua obra capital, uma vez que se torna a definitiva demarcação do pensamento de Schopenhauer com relação a seus antecessores. Esse problema nos levou a considerar a relação entre Schopenhauer e Kant em vista de descobrir o sentido próprio dessa tese, bem como o de alguns aspectos da crítica levantada pelo primeiro contra o segundo. Nesse sentido, aproveita-se para destacar muitas passagens novas ausentes na edição de 1819 de O mundo como vontade e representação, além de uma cuidadosa consideração de suas anotações ao exemplar pessoal.
Trata-se de um breve verbete capaz de abrir novos horizontes para a compreensao do pensamento de ... more Trata-se de um breve verbete capaz de abrir novos horizontes para a compreensao do pensamento de Heidegger e suas possibilidades ainda em aberto.
Resumo Segundo a leitura de Heidegger sobre a contemplação estética descrita por Schopenhauer, es... more Resumo Segundo a leitura de Heidegger sobre a contemplação estética descrita por Schopenhauer, este teria corrompido a noção kantiana de “desinteresse” de modo a comprometer toda compreensão posterior acerca da estética de Kant. Desenvolvendo-se ...
Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a unica verda... more Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a unica verdade metafisica do Antigo Testamento, qual seja, que a existencia humana testemunha uma “culpa”; sua vida, uma expiacao. Por sua vez, a culpa que no mundo se expia nao consiste na transgressao de uma lei, tampouco uma decorrencia de um dar-as-costas-ao-criador. Nao se vive, nao se e e nao se age por dever, e nisto consiste o fato de sermos o que nao deveriamos ser. A divida que ai se contrai e paga com a morte tem como credor a propria vontade de viver. O homem deve a si mesmo sua presenca no mundo, ou, melhor dito, o proprio fato de viver no mundo como representacao sua . Esse querer originario, pelo qual unicamente se “cai” no mundo da vida, apresenta-se em ultima instância como um querer-ser de uma vontade que e, em si mesma, como um nada sem fim, sem comeco e sem razao. Apenas pela existencia, e no proprio fato de existir, se estabelece algo como uma responsabilidade por ser, irremissi...
Abrangendo o longo periodo que remonta a arcaica poesia grega e se estende ate o pensamento atual... more Abrangendo o longo periodo que remonta a arcaica poesia grega e se estende ate o pensamento atual, a proposta principal do livro e superar, a partir da discussao de algumas teorias, os lugares-comuns de quando se pensa ou fala ou mesmo se sente amor. Sua hipotese principal e a de que o amor, em vez de libertador, e essencialmente liberdade. Ao longo da obra se empreende uma desmistificacao radical do que o imaginario (nao apenas o leigo, mas em especial o filosofico) construiu desde quase tres milenios. Neste contexto, o objetivo geral e questionar e compreender as possibilidades efetivas de vivencia do amor quando a pluralidade e a velocidade das solicitacoes do mundo a nossa volta parecem colocar o homem em direcao contraria a tudo aquilo que o amor parece representar.
O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referencia nao apenas... more O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referencia nao apenas para estudos sobre Filon de Alexandria, filosofo judeu do seculo I, mas sobre a recepcao helenistica das filosofias classica e pre-socratica por judeus e correntes misticas do periodo. Nesta obra, destaca-se particularmente a originalidade de Filon em relacao a correntes sincreticas a ele contemporâneas e seu carater antecipatorio do Neoplatonismo, resultado atingido pela atencao dada as raizes hebraicas de seu pensamento ao lado de toda a tradicao da filosofia grega ate entao, aprofundando as investigacoes acerca da primeira formulacao filosofica de uma teologia biblica.
A questao da angustia do amor emerge da incompatibilidade entre a exigencia existencial do cuidad... more A questao da angustia do amor emerge da incompatibilidade entre a exigencia existencial do cuidado com o outro e a necessidade cotidiana das demonstracoes de afeto. O que esta em jogo na relacao de amor e a acao condicionada pela conservacao de um sentimento que deveria ser, por natureza, incondicionado. Desse modo, nao faz sentido que o comeco, a conservacao e o fim do amor sejam determinados pelo comportamento dos amantes como mostra a experiencia cotidiana. Como nao reside sua conservacao no empenho na relacao, o fim do amor resta sempre incompreendido na experiencia. A superacao do fim do amor, por sua vez, parece colocar ao amante o reconhecimento da finitude do amor, e o fim do sofrimento por esta perda traz consigo o dilema de que a propria razao de ser do sofrimento e vazia, e mesmo que pode ter sido um absurdo haver sofrido. Atraves de uma compreensao tragica do amor, bem como da angustia em que se funda, propoe-se que o amor, em sua singularidade propria, e sempre tudo aqu...
O presente texto consiste em uma versao previa de secao que compoe o livro O acontecimento do amo... more O presente texto consiste em uma versao previa de secao que compoe o livro O acontecimento do amor, que aguarda impressao. (UFCSPA, 2020) Partindo da tese segundo a qual amor e liberdade (em sentido ontologico/transcendental), pretendemos apresentar sua triplice essencia como incondicionalidade, inegociabilidade e insubstituibilidade.
A traducao propriamente dita, com grego ao lado reproduzido principalmente a partir da edicao da ... more A traducao propriamente dita, com grego ao lado reproduzido principalmente a partir da edicao da Oxford (Burnet, 1901), alem de bastante anotada, e precedida por uma Introducao que, com suas 115 paginas, escritas em 2010, e um verdadeiro livro dentro do livro. Complementando a obra, encontramos um valioso apendice de 70 paginas sobre a “Influencia e recepcao do Banquete no Ociden-te”, a que se segue, apos breve introducao, um dialogo (talvez) platonico intitulado “Amantes”.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2021
Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer... more Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer segundo a qual somente a Vontade é o unicamente Real, uma tese publicada pela primeira vez em "A vontade na natureza" que exigiria várias mudanças em sua obra capital, uma vez que se torna a definitiva demarcação do pensamento de Schopenhauer com relação a seus antecessores. Esse problema nos levou a considerar a relação entre Schopenhauer e Kant em vista de descobrir o sentido próprio dessa tese, bem como o de alguns aspectos da crítica levantada pelo primeiro contra o segundo. Nesse sentido, aproveita-se para destacar muitas passagens novas ausentes na edição de 1819 de "O mundo como vontade e representação", além de uma cuidadosa consideração de suas anotações ao exemplar pessoal.
A relação entre ética e metafísica e a própria determinação do que se entende por ética e por met... more A relação entre ética e metafísica e a própria determinação do que se entende por ética e por metafísica, como bem se sabe, são flexionadas de múltiplas maneiras, frequentemente conflitantes, na tradição que denominamos filosófica. Penso que seja produtivo empregar a perspectiva de uma filosofia transcendental que tem Kant e Fichte como os seus interlocutores fundamentais.
Schopenhauer's Aesthetics, or better saying, Metaphysics of the Beautiful, is well known for the ... more Schopenhauer's Aesthetics, or better saying, Metaphysics of the Beautiful, is well known for the strange assertion according to which aesthetical joy is to be understood and even possible solely under the condition of a state of contemplation exempt from will. Besides the fact that it means a kind of feeling absolutely intellectual, surprisingly, it is still an event by which a mere instrument of knowledge is supposed to overcome its master-the will-in a way that it is able to be free for knowing objects supposedly with no interest at all to the will. This paper may challenge this theory for the sake of making sense to what Schopenhauer would mean by that.
Este artigo tem por objetivo apresentar as concepções de alegria, graça e felicidade nas obras de... more Este artigo tem por objetivo apresentar as concepções de alegria, graça e felicidade nas obras de Clément Rosset.
Saberes Revista Interdisciplinar De Filosofia E Educacao, Jan 12, 2011
Resumo Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a únic... more Resumo Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a única verdade metafísica do Antigo Testamento, qual seja, que a existência humana testemunha uma “culpa”; sua vida, uma expiação. Por sua vez, a culpa que no ...
Voluntas: revista internacional de filosofia, 2024
O que é sonho, que relação tem com a efetividade, como pode ser diferenciado dela e, finalmente, ... more O que é sonho, que relação tem com a efetividade, como pode ser diferenciado dela e, finalmente, o que antes de tudo o torna possível? Eis o tipo de questões que uma doutrina dos sonhos deveria responder. De fato, algumas linhas a respeito disso eram encontradas na obra sobre o princípio de fundamento suficiente, de 1813, mas Schopenhauer abandonou sua tese original no decorrer das décadas seguintes. O presente artigo pretende destacar as mudanças de pensamento de Schopenhauer ao longo do tempo e apontar um conjunto de problemas deixados para trás sem solução. Inclui uma tradução do § 22 da Dissertação para o português.
Voluntas: revista internacional de filosofia, 2024
Pretende-se com este artigo demonstrar que a Darstellung, em seu uso técnico, concerne, sobretudo... more Pretende-se com este artigo demonstrar que a Darstellung, em seu uso técnico, concerne, sobretudo, às objetidades da Vontade, mas também à sua autonegação. No contexto da “metafísica da vontade”, torna-se fundamental ao vocabulário schopenhaueriano estabelecer um correlato necessário da Vorstellung, especialmente quando se consolida a demonstração da complementaridade de Real e Ideal. Em síntese, a Darstellung consiste no termo pelo qual se aponta para a livre apresentação da coisa em si, conteúdo real daquilo que nos aparece determinado pelo intelecto.
Os aforismos que se seguem consistem em uma exposição não aleatória, embora tampouco sistemática,... more Os aforismos que se seguem consistem em uma exposição não aleatória, embora tampouco sistemática, de uma filosofia do amor em seus elementos fundamentais para um modo de pensar acerca dos relacionamentos humanos concretos em geral. Cada um deles parte de uma perspectiva do amor como tendo por essência a liberdade e em suas relações com a experiência existencial do tempo. As referências poderão ser descobertas, ora citadas, ora como simples inspirações.
Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer... more Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer segundo a qual somente a Vontade é o unicamente Real, uma tese publicada pela primeira vez em A vontade na natureza que exigiria várias mudanças em sua obra capital, uma vez que se torna a definitiva demarcação do pensamento de Schopenhauer com relação a seus antecessores. Esse problema nos levou a considerar a relação entre Schopenhauer e Kant em vista de descobrir o sentido próprio dessa tese, bem como o de alguns aspectos da crítica levantada pelo primeiro contra o segundo. Nesse sentido, aproveita-se para destacar muitas passagens novas ausentes na edição de 1819 de O mundo como vontade e representação, além de uma cuidadosa consideração de suas anotações ao exemplar pessoal.
Trata-se de um breve verbete capaz de abrir novos horizontes para a compreensao do pensamento de ... more Trata-se de um breve verbete capaz de abrir novos horizontes para a compreensao do pensamento de Heidegger e suas possibilidades ainda em aberto.
Resumo Segundo a leitura de Heidegger sobre a contemplação estética descrita por Schopenhauer, es... more Resumo Segundo a leitura de Heidegger sobre a contemplação estética descrita por Schopenhauer, este teria corrompido a noção kantiana de “desinteresse” de modo a comprometer toda compreensão posterior acerca da estética de Kant. Desenvolvendo-se ...
Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a unica verda... more Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a unica verdade metafisica do Antigo Testamento, qual seja, que a existencia humana testemunha uma “culpa”; sua vida, uma expiacao. Por sua vez, a culpa que no mundo se expia nao consiste na transgressao de uma lei, tampouco uma decorrencia de um dar-as-costas-ao-criador. Nao se vive, nao se e e nao se age por dever, e nisto consiste o fato de sermos o que nao deveriamos ser. A divida que ai se contrai e paga com a morte tem como credor a propria vontade de viver. O homem deve a si mesmo sua presenca no mundo, ou, melhor dito, o proprio fato de viver no mundo como representacao sua . Esse querer originario, pelo qual unicamente se “cai” no mundo da vida, apresenta-se em ultima instância como um querer-ser de uma vontade que e, em si mesma, como um nada sem fim, sem comeco e sem razao. Apenas pela existencia, e no proprio fato de existir, se estabelece algo como uma responsabilidade por ser, irremissi...
Abrangendo o longo periodo que remonta a arcaica poesia grega e se estende ate o pensamento atual... more Abrangendo o longo periodo que remonta a arcaica poesia grega e se estende ate o pensamento atual, a proposta principal do livro e superar, a partir da discussao de algumas teorias, os lugares-comuns de quando se pensa ou fala ou mesmo se sente amor. Sua hipotese principal e a de que o amor, em vez de libertador, e essencialmente liberdade. Ao longo da obra se empreende uma desmistificacao radical do que o imaginario (nao apenas o leigo, mas em especial o filosofico) construiu desde quase tres milenios. Neste contexto, o objetivo geral e questionar e compreender as possibilidades efetivas de vivencia do amor quando a pluralidade e a velocidade das solicitacoes do mundo a nossa volta parecem colocar o homem em direcao contraria a tudo aquilo que o amor parece representar.
O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referencia nao apenas... more O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referencia nao apenas para estudos sobre Filon de Alexandria, filosofo judeu do seculo I, mas sobre a recepcao helenistica das filosofias classica e pre-socratica por judeus e correntes misticas do periodo. Nesta obra, destaca-se particularmente a originalidade de Filon em relacao a correntes sincreticas a ele contemporâneas e seu carater antecipatorio do Neoplatonismo, resultado atingido pela atencao dada as raizes hebraicas de seu pensamento ao lado de toda a tradicao da filosofia grega ate entao, aprofundando as investigacoes acerca da primeira formulacao filosofica de uma teologia biblica.
A questao da angustia do amor emerge da incompatibilidade entre a exigencia existencial do cuidad... more A questao da angustia do amor emerge da incompatibilidade entre a exigencia existencial do cuidado com o outro e a necessidade cotidiana das demonstracoes de afeto. O que esta em jogo na relacao de amor e a acao condicionada pela conservacao de um sentimento que deveria ser, por natureza, incondicionado. Desse modo, nao faz sentido que o comeco, a conservacao e o fim do amor sejam determinados pelo comportamento dos amantes como mostra a experiencia cotidiana. Como nao reside sua conservacao no empenho na relacao, o fim do amor resta sempre incompreendido na experiencia. A superacao do fim do amor, por sua vez, parece colocar ao amante o reconhecimento da finitude do amor, e o fim do sofrimento por esta perda traz consigo o dilema de que a propria razao de ser do sofrimento e vazia, e mesmo que pode ter sido um absurdo haver sofrido. Atraves de uma compreensao tragica do amor, bem como da angustia em que se funda, propoe-se que o amor, em sua singularidade propria, e sempre tudo aqu...
O presente texto consiste em uma versao previa de secao que compoe o livro O acontecimento do amo... more O presente texto consiste em uma versao previa de secao que compoe o livro O acontecimento do amor, que aguarda impressao. (UFCSPA, 2020) Partindo da tese segundo a qual amor e liberdade (em sentido ontologico/transcendental), pretendemos apresentar sua triplice essencia como incondicionalidade, inegociabilidade e insubstituibilidade.
A traducao propriamente dita, com grego ao lado reproduzido principalmente a partir da edicao da ... more A traducao propriamente dita, com grego ao lado reproduzido principalmente a partir da edicao da Oxford (Burnet, 1901), alem de bastante anotada, e precedida por uma Introducao que, com suas 115 paginas, escritas em 2010, e um verdadeiro livro dentro do livro. Complementando a obra, encontramos um valioso apendice de 70 paginas sobre a “Influencia e recepcao do Banquete no Ociden-te”, a que se segue, apos breve introducao, um dialogo (talvez) platonico intitulado “Amantes”.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2021
Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer... more Pretende-se com este artigo encontrar um possível esclarecimento para a afirmação de Schopenhauer segundo a qual somente a Vontade é o unicamente Real, uma tese publicada pela primeira vez em "A vontade na natureza" que exigiria várias mudanças em sua obra capital, uma vez que se torna a definitiva demarcação do pensamento de Schopenhauer com relação a seus antecessores. Esse problema nos levou a considerar a relação entre Schopenhauer e Kant em vista de descobrir o sentido próprio dessa tese, bem como o de alguns aspectos da crítica levantada pelo primeiro contra o segundo. Nesse sentido, aproveita-se para destacar muitas passagens novas ausentes na edição de 1819 de "O mundo como vontade e representação", além de uma cuidadosa consideração de suas anotações ao exemplar pessoal.
A relação entre ética e metafísica e a própria determinação do que se entende por ética e por met... more A relação entre ética e metafísica e a própria determinação do que se entende por ética e por metafísica, como bem se sabe, são flexionadas de múltiplas maneiras, frequentemente conflitantes, na tradição que denominamos filosófica. Penso que seja produtivo empregar a perspectiva de uma filosofia transcendental que tem Kant e Fichte como os seus interlocutores fundamentais.
Schopenhauer's Aesthetics, or better saying, Metaphysics of the Beautiful, is well known for the ... more Schopenhauer's Aesthetics, or better saying, Metaphysics of the Beautiful, is well known for the strange assertion according to which aesthetical joy is to be understood and even possible solely under the condition of a state of contemplation exempt from will. Besides the fact that it means a kind of feeling absolutely intellectual, surprisingly, it is still an event by which a mere instrument of knowledge is supposed to overcome its master-the will-in a way that it is able to be free for knowing objects supposedly with no interest at all to the will. This paper may challenge this theory for the sake of making sense to what Schopenhauer would mean by that.
Este artigo tem por objetivo apresentar as concepções de alegria, graça e felicidade nas obras de... more Este artigo tem por objetivo apresentar as concepções de alegria, graça e felicidade nas obras de Clément Rosset.
Saberes Revista Interdisciplinar De Filosofia E Educacao, Jan 12, 2011
Resumo Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a únic... more Resumo Para Schopenhauer, o mito do Pecado Original, em seu sentido mais profundo, carrega a única verdade metafísica do Antigo Testamento, qual seja, que a existência humana testemunha uma “culpa”; sua vida, uma expiação. Por sua vez, a culpa que no ...
O universo de sentimentos e experiências afetivas ou mesmo intelectuais é discutido a partir de u... more O universo de sentimentos e experiências afetivas ou mesmo intelectuais é discutido a partir de uma concepção do amor que não o toma como algo meramente subjetivo, mas, sim, como uma (pré)disposição que modula a relação do ser humano com cada coisa e cada pessoa que o rodeia. Amor e desamor são como lentes por meio das quais se vê o mundo, acolhendo-o ou reagindo a ele. Memória e esquecimento, tédio e angústia, cuidado e atenção, são algumas das experiências cruciais envolvidas e largamente resignificadas. O próprio curso do tempo subjetivo supõe essa relação. Temas polêmicos como suicídio e relações com animais também entram em consideração com argumentos pelos quais, por exemplo, não se morre por amor nem se pode obter ou dar ao que não é humano, seja um deus, seja um ser irracional, aquilo que apenas no mundo humano tem sentido. Amor e desamor também nos abrem ou nos fecham ao que é humano e não humano. Para tanto, a vivência é a fonte em virtude da qual toda reflexão e toda arte recebem seu lugar de destaque. A outra frente de discussão consiste na veemente desconstrução das velhas (e algumas novas) narrativas sobre família, gênero, natureza, casamento, maternidade/paternidade, além de decifrar dilemas como o dos amores simultâneos, pretensos substitutos e assim por diante. Amor sem lei e sem deus, sem promessa e sem história, apresentado neste livro como o que pode ser: possibilidades de amar sempre em aberto, apostas sem nada a perder quando vividas de modo profundo e verdadeiro, não para outrem, mas para si mesmo, amor que se ama só, e nada cobra de ninguém.
O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referência não apenas... more O livro constitui um raro estudo em nosso idioma, aprofundado e abrangente, referência não apenas para estudos sobre Fílon de Alexandria, filósofo judeu do século I, mas sobre a recepção helenística das filosofias clássica e pré-socrática por judeus e correntes místicas do período. Nesta obra, destaca-se particularmente a originalidade de Fílon em relação a correntes sincréticas a ele contemporâneas e seu caráter antecipatório do Neoplatonismo, resultado atingido pela atenção dada às raízes hebraicas de seu pensamento ao lado de toda a tradição da filosofia grega até então, aprofundando as investigações acerca da primeira formulação filosófica de uma teologia bíblica.
Abrangendo o longo período que remonta a arcaica poesia grega e se estende até o pensamento atual... more Abrangendo o longo período que remonta a arcaica poesia grega e se estende até o pensamento atual, a proposta principal do livro é superar, a partir da discussão de algumas teorias, os lugares-comuns de quando se pensa ou fala ou mesmo se sente amor. Sua hipótese principal é a de que o amor, em vez de libertador, é essencialmente liberdade. Ao longo da obra se empreende uma desmistificação radical do que o imaginário (não apenas o leigo, mas em especial o filosófico) construiu desde quase três milênios. Neste contexto, o objetivo geral é questionar e compreender as possibilidades efetivas de vivência do amor quando a pluralidade e a velocidade das solicitações do mundo a nossa volta parecem colocar o homem em direção contrária a tudo aquilo que o amor parece representar.
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