Presépio que fica junto à Igreja e ao Largo Padre Felicidade Alves...
Nas cidades a vida é mais pequena que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. (Alberto Caeiro)
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quinta-feira, dezembro 24, 2020
terça-feira, dezembro 24, 2019
quinta-feira, dezembro 20, 2018
Boas Festas e Feliz Ano Novo
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terça-feira, janeiro 02, 2018
O Parque de Inverno...
No dia de Natal acabei por passar pelo Parque das Caldas (desta vez a pedido da minha filhota...) e fomos surpreendidos por uma decoração diferente, com muitos "bonecos de neve" (bonitos e alegres) espalhados pelas ruas mais movimentadas desde "oásis" caldense.
Espero em 2018 passar mais vezes por aqui e também me perder mais pelo Oeste, fisicamente...
(Fotografia de Luís Eme)
sexta-feira, dezembro 22, 2017
Salir de Matos em Parágrafos (8)
«Não me lembro de passar o Natal em Salir de Matos na infância, nem que os meus avós dessem um valor especial a esta quadra festiva, se excluir o significado religioso. Aliás, na minha infância não havia "Pai Natal", mas sim o "Sapatinho do Menino Jesus".
E realmente era muito mais fácil "acreditar" na lenda com uma criança descer pelas chaminés para deixar os presentes no "sapatinho" que na figura bonacheirona do Pai Natal, a enfiar-se na chaminé para deixar os presentes na "árvore de natal"...
Lembro-me sim de fazermos o presépio na nossa casa, irmos aos pinhais procurar o "melhor" musgo para colocar em cima da máquina de costura fechada, onde depois colocávamos as pequenas figuras de barro (além da família tradicional com a vaca e o burro, dos três reis magos, havia os pastores, as ovelhas, um moinho, o moleiro, e mais uma ou outra figura que não recordo...). Normalmente era o pai que trazia a árvore de natal, um pequeno pinheiro natural apanhado nos pinhais que cercavam o bairro da nossa infância, entretanto engolidos pela urbanidade...
Já adulto, lembro-me de irmos passar a noite de 24 à casa dos tios de Salir de Matos e de fazermos de pais natais (levávamos presentes para a avó (o avô já partira...), para os tios, mas sobretudo para os primos, que ainda estavam na idade de esperarem ansiosamente pela meia-noite e de se deliciarem com as prendas.
Depois eles cresceram, a avó também partiu e perdeu-se este hábito familiar...»
(Fotografia de Luís Eme - Presépio junto à Igreja de Salir de Matos em 2009)
quinta-feira, dezembro 22, 2016
O Natal e as Viagens, Quase Paradas...
Escolhi esta fotografia da Norma Shearer (provavelmente de George Hurrell), por de alguma forma, representar (pelo menos para mim...) indefinição, espera...
O mesmo se tem passado com as "Viagens pelo Oeste". Sem encontrar uma explicação palpável, é um facto que estou mais distante da cidade onde cresci.
Noto isso também quando recebo a "Gazeta" em casa. Dantes abria-a logo à sexta e dava-lhe uma primeira passagem. Agora, muitas vezes nem na segunda-feira é retirada do saco de plástico...
Espero que seja apenas uma fase.
E Boas Festas para todos os que passam por aqui, com ou sem raízes no Oeste.
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terça-feira, dezembro 24, 2013
Falavam-me de Amor
Quando
um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino
eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O óleo é de Patricia Rorie.
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segunda-feira, dezembro 24, 2012
Natal Feliz, Feliz Natal
Natal
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo
acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.
Era um sopro. Era um salmo.
(Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.
Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
Manuel Alegre
sexta-feira, dezembro 23, 2011
Boas Festas
Desejo Boas Festas a todos aqueles que fazem "viagens pelo oeste".
Que em 2012 vejamos alguma luz, como a que se vê ao fundo deste quase túnel, do nosso parque, das Caldas...
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quinta-feira, dezembro 23, 2010
O Natal da Minha Mãe
A abstracção não precisa de mãe nem pai
nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo
com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava
sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada
até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé
e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito.
depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia
de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que
tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes
acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de
minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
João Miguel Fernandes Jorge
nem tão pouco de tão tolo infante
mas o natal de minha mãe é ainda o meu natal
com restos de Beira Alta
ano após ano via surgir figura nova nesse
presépio de vaca burro banda de música
ribeiro com patos farrapos de algodão muito
musgo percorrido por ovelhas e pastores
multidão de gente judaizante estremenha pela
mão de meu pai descendo de montes contando
moedas azenhas movendo água levada pela estrela
de Belém
um galo bate as asas um frade está de acordo
com a nossa circuncisão galinhas debicam milho
de mistura com um porco a que minha avó juntava
sempre um gato para dar sorte era preto
assim íamos todos naquela figuração animada
até ao dia de Reis aí estão
um de joelhos outro em pé
e o rei preto vinha sentado no
camelo. Era o mais bonito.
depois eram filhoses o acordar de prenda no
sapato tudo tão real como o abrir das lojas no dia
de feira
e eu ia ao Sanguinhal visitar a minha prima que
tinha um cavalo debaixo do quarto
subindo de vales descendo de montes
acompanhando a banda do carvalhal com ferrinhos
e roucas trompas o meu Natal é ainda o Natal de
minha mãe com uns restos de canela e Beira Alta.
João Miguel Fernandes Jorge
O presépio é de Salir de Matos (a foto é de 2008...)
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terça-feira, dezembro 29, 2009
Mau Tempo no Oeste
O Oeste - especialmente os concelhos de Torres Vedras e Lourinhã - foi fustigado pelo mau tempo na época natalícia, com um turbilhão de vendavais, que destruíram plantações, arrancaram telhados, provocaram inundações, deitaram abaixo árvores e postes de electricidade, de baixa, média e alta tensão, etc.
Estes últimos acabaram por ser os que mais falta fizeram às populações locais, que foram forçadas a recuar quarenta e cinquenta anos e a passarem o Natal à luz da vela e com os velhos candeeiros a petróleo.
À distância, pode parecer poético e nostálgico, passar o Natal desta forma, de volta às lareiras e às conversas em família, sem a habitual interrupção da televisão. Mas deve ter sido tão estranho, passar vários dias sem a companhia dos novos meios de comunicação (sim, a "net" também) e sem poder desfrutar das iluminações de Natal e do conforto da modernidade...
O que é certo, é que às vezes fazem bem alguns "apagões", para desenferrujar a língua e abrir uns sorrisos esquecidos, aqui e ali...
quarta-feira, dezembro 23, 2009
Um Poema do Poeta-Mor do Oeste
Nada melhor para comemorar esta quadra festiva, que um poema de Manuel Alegre, poeta-mor do Oeste.
Boas Festas para Todos.
NATAL
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.
Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.
Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
Boas Festas para Todos.
NATAL
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.
Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.
Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
sábado, dezembro 20, 2008
O Natal do Nosso Contentamento
Ainda no serão de quinta-feira ouvi várias pessoas a culparem o Natal por não terem tido presentes, uma árvore ou um presépio, na infância...
Falavam com tristeza e mágoa.
Felizmente para mim o Natal sempre foi uma época de paz e alegria, desde que me lembro, mesmo sem a existência de farturas.
Na minha meninice não havia o pai natal, mas sim, o Menino Jesus. Era ele que descia pela chaminé e colocava os presentes no sapatinho...
Claro que nem eu nem o meu irmão, pequenotes, ficámos muito convencidos com esta história, até porque a chaminé era muito estreita...
Nessa altura também não fazíamos árvore de natal. Fazíamos sim o presépio, com muitas figuras e musgo, retirado dos pinhais que rodeavam o Bairro dos Arneiros...
Provavelmente sou capaz de me estar a repetir, porque as "Viagens" já vão no terceiro natal, e as histórias dos meus natais no Oeste, foram assim...
O que sinto na actualidade, é que se não tivesse os meus dois filhotes, passava um pouco ao lado de toda esta atmosfera consumista, que mesmo de bolsos vazios não consegue dar tréguas à "crise".
E para terminar, desejo-vos a todos Festas Felizes.
A pintura escolhida é de Rafael, "La Belle Jardiniére", do século XVI, pelo simbolismo, uma mãe atenciosa e protectora com as suas duas crianças, como foi e é a minha mãe (e todas as mães, claro).
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sexta-feira, dezembro 21, 2007
A Vila Natal de Óbidos
Já devia ter escrito há mais tempo sobre a Vila Natal de Óbidos, mas o tempo foi passando e...
Estive por lá no passado sábado e embora reconheça que a Vila Natal está bonita e é uma grande ideia para Óbidos e que deve deixar toda a gente feliz, especialmente os comerciantes locais... há por ali ambição a mais para um espaço tão pequeno (interior da Cerca do Castelo e da própria vila), sem capacidade para acolher tanta gente.
Como eu não pertenço ao número (pelos vistos grande...) de pessoas que gostam de estar rodeados de milhares de pessoas, quase sem se conseguirem mexer, não me senti muito confortável naquele lugar, apesar da sua inegável beleza...
Já tinha sentido aqueles "apertos" no Festival do Chocolate, pelo que sabia ao que ia...
Talvez Telmo Faria e a sua engenhosa equipa de trabalho merecessem uma cidade maior e mais espaçosa.
Pior deve ter sido no domingo, pois quando regressava à Capital, a fila de carros na A 8, era bem visível, ainda antes da saída da auto-estrada, o que não acontecera no sábado...
Claro que com tanta confusão, é impossível fruir de todas as ofertas que fazem parte do bilhete, ou seja, em bom português, pagamos e ficamos mal servidos...
quinta-feira, dezembro 13, 2007
O Natal Neste Nosso País...
Pode soar estranho, mas cada vez gosto menos deste Natal, que nos impingem de todas as maneiras e feitios.
Irrita-me que sejamos reféns desta obrigação de comprar presentes, esquecendo a canção (que infelizmente não passa mesmo de uma canção, de que o Natal é todos os dias ou que o Natal é quando um homem quiser.
Irrita-me que de repente apareça muito mais gente a sorrir e se prepare para ajudar os pobrezinhos, nas vésperas da data festiva, apenas porque é Natal e fica bem (nem que seja só para a televisão...), embora não esqueçam os desinfectantes e os cremes, porque o "povo" sem abrigo fede.
A única coisa que sobra nesta quadra são as crianças, que ainda mantêm uma capacidade, quase ilimitada de sonhar, e é para elas que o Natal continua a fazer sentido...
Imagino o quanto importante é para um menino pobre, cujos pais (e deve haver tantos por este país fora, inundado pelo desemprego...) não têm possibilidade de lhe oferecer um presente, que seja um brinquedo, e não a peça de roupa tão necessária, receber algo que lhe ofereça grandes momentos de diversão, ao contrário dos nossos filhos, cuja magia de Natal dura pouco mais que os minutos que demora o abrir as prendas e o olhar para elas (algumas das quais, nem sequer chegam a brincar uma única vez...).
É por isso que neste Natal, a maior prenda que gostava de receber, embora saiba que é um daqueles presentes impossíveis, iguais aos que enchem a imaginação dos meninos pobres, era descobrir que o nosso país estava a fazer uma inversão política e a tornar-se, de novo mais justo e mais igualitário.
Digo isto sem qualquer hipocrisia e sem fazer parte deste ou doutro espírito natalício. Este presente faz parte sim do espírito humano, em que todas as pessoas deveriam ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades.
O mais grave disto tudo é saber que nunca surgiu nada de bom nos países onde o fosso entre ricos e pobres, vai aumentando, dia para dia, como é o caso deste nosso Portugal, cada vez mais capitalista... e onde se ignora o reflexo das sociedades excessivamente liberais e materialistas: o aumento da revolta, da violência, do desamor, da miséria, do vício, da corrupção, etc.
É uma pena descobrir que neste país, é cada vez menos Natal, apesar das ruas estarem mais iluminadas, fazerem-se mais festas e distribuírem-se mais presentes...
sexta-feira, dezembro 22, 2006
O Natal da Minha Infância
Quando recordo o Natal da minha infância, descubro várias coisas. A mais evidente, é que a figura do Pai Natal, quase que se resumia a uma personagem do cinema americano.
Poucos acreditariam que iria obter o peso "institucional" dos nossos dias...
A magia dessa época (que nunca foi convincente, mesmo para uma criança de quatro, cinco anos...) residia no sapatinho que se deixava na chaminé, à espera de um presente do Menino Jesus.
Claro que haviam outros atractivos, que hoje quase não existem...
Estou a falar de irmos escolher um pinheiro jeitosinho ao pinhal do bairro onde vivia, com o pai, para fazermos a Árvore de Natal, numa altura em que ainda não havia lojas de chineses nem árvores artificiais...
Melhor que decorar a árvore, era fazer o presépio! Tentávamos arranjar o maior número de figuras possível (chegávamos a ter pastores, músicos de qualquer filarmónica e até mulheres com cântaros à cabeça...), para dar vida ao musgo farfalhudo que apanhávamos no pinhal, num lugar escondido, com o qual cobríamos a máquina de costura da mãe, fechada. Com o nosso espírito inventivo faziamos colinas com pedras, caminhos com areia clara da praia e lagos com pedaços de prata de maços de cigarro...
Era, sem qualquer dúvida, um Natal mais inventivo e menos consumista...
A imagem que ilustra este texto é o bonito presépio de Salir de Matos, onde ainda não chegou a triste brincadeira de fazer desaparecer as suas figuras carismáticas...
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