Eu sou mulher. E pra mim isso sempre foi uma grande vantagem. Um olhar mais fragilizado, um sorriso mais aberto ou um pedido mais manhoso, certamente me resolveram muitos problemas. Ainda hoje.
Embora o mundo esteja brutalizado, confesso que comigo ele sempre foi suave. Não tenho grandes traumas, não sofri violência física, nem sucumbi a relacionamentos ou chefes abusivos. Quando a coisa começava a se deteriorar, sempre consegui me afastar e recomeçar.
Então, não sou a pessoa mais indicada a entender esse grito das mulheres violadas.
Entrei na faculdade com facilidade, mesmo a base de muito sacrifício financeiro dos meus pais. Estudei em escola privada e também em escola pública, mas sempre tive apoio para meus estudos. E eles me trouxeram até aqui.
Por isso não seria a pessoa indicada a compreender aqueles que lutam por uma cota nas universidades.
Apesar de sofrer algum tipo de perseguição na escola (todos vivem algum episódio) nunca fui gorda, nem usei óculos fundo de garrafão.
Não sou a pessoa mais indicada a falar sobre buylling.
Nunca fui militante política, não conquistei a democracia, tampouco fui pro pau de arara na ditadura.
Certamente não tenho muito conhecimento prático para empunhar uma bandeira do lado direito ou esquerdo.
Nunca fui perseguida por causa da minha religião. Não sou homossexual. Minha pele não é negra.
Não estou apta a falar com propriedade sobre preconceito ou racismo.
Ou seja: não faço parte de nenhum grupo atual de “mimimi”.
Mas o que é mimimi?
É uma expressão que surgiu para definir gente chata, reclamona e que se queixa sem motivo. Mas está servindo para rotular quem tem muitos motivos para se queixar.
A verdade é que cada um só sente, a dor que dói em si mesmo.
E a falta de respeito com a dor do outro, nos trouxe até aqui.
Criou uma sociedade dividida em dois grupos extremistas, que se atacam mutuamente e disputam a razão a todo custo.
Estão tão certos de serem donos da verdade, que esquecem que não há uma única verdade.
Existe sim, a verdade de cada um. A luta de cada um. A dor de cada um. A injustiça e as feridas que a vida abre em cada um.
Rico, pobre, negro, branco, mulher, homem, esquerda, direita, religioso, pagão. Seres humanos.
Todos passamos por perdas e todos temos parâmetros de acordo com o meio em que nascemos e que vivemos.
Por isso mesmo, ninguém tem o direito de diminuir a dor do outro.
Então se você é daqueles que acha que todo grito é “mimimi”, pare um pouco e coloque-se no lugar de quem grita.
E faça como eu: se não conseguir sentir a dor alheia, pelo menos, respeite-a.
Você não precisa empunhar uma bandeira e lutar, mas por favor, não desmereça a luta dos outros!
Embora o mundo esteja brutalizado, confesso que comigo ele sempre foi suave. Não tenho grandes traumas, não sofri violência física, nem sucumbi a relacionamentos ou chefes abusivos. Quando a coisa começava a se deteriorar, sempre consegui me afastar e recomeçar.
Então, não sou a pessoa mais indicada a entender esse grito das mulheres violadas.
Entrei na faculdade com facilidade, mesmo a base de muito sacrifício financeiro dos meus pais. Estudei em escola privada e também em escola pública, mas sempre tive apoio para meus estudos. E eles me trouxeram até aqui.
Por isso não seria a pessoa indicada a compreender aqueles que lutam por uma cota nas universidades.
Apesar de sofrer algum tipo de perseguição na escola (todos vivem algum episódio) nunca fui gorda, nem usei óculos fundo de garrafão.
Não sou a pessoa mais indicada a falar sobre buylling.
Nunca fui militante política, não conquistei a democracia, tampouco fui pro pau de arara na ditadura.
Certamente não tenho muito conhecimento prático para empunhar uma bandeira do lado direito ou esquerdo.
Nunca fui perseguida por causa da minha religião. Não sou homossexual. Minha pele não é negra.
Não estou apta a falar com propriedade sobre preconceito ou racismo.
Ou seja: não faço parte de nenhum grupo atual de “mimimi”.
Mas o que é mimimi?
É uma expressão que surgiu para definir gente chata, reclamona e que se queixa sem motivo. Mas está servindo para rotular quem tem muitos motivos para se queixar.
A verdade é que cada um só sente, a dor que dói em si mesmo.
E a falta de respeito com a dor do outro, nos trouxe até aqui.
Criou uma sociedade dividida em dois grupos extremistas, que se atacam mutuamente e disputam a razão a todo custo.
Estão tão certos de serem donos da verdade, que esquecem que não há uma única verdade.
Existe sim, a verdade de cada um. A luta de cada um. A dor de cada um. A injustiça e as feridas que a vida abre em cada um.
Rico, pobre, negro, branco, mulher, homem, esquerda, direita, religioso, pagão. Seres humanos.
Todos passamos por perdas e todos temos parâmetros de acordo com o meio em que nascemos e que vivemos.
Por isso mesmo, ninguém tem o direito de diminuir a dor do outro.
Então se você é daqueles que acha que todo grito é “mimimi”, pare um pouco e coloque-se no lugar de quem grita.
E faça como eu: se não conseguir sentir a dor alheia, pelo menos, respeite-a.
Você não precisa empunhar uma bandeira e lutar, mas por favor, não desmereça a luta dos outros!
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