Devaneios tolos... a me torturar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

É impossível ser feliz sozinho...

Oi geeente!



Final de ano é uma época em que todos nós de alguma forma, entramos em um período reflexivo e buscamos a companhia de quem amamos. Buscamos?

Duas pessoas conversaram comigo esta semana, e de alguma forma, me puseram a pensar.

O eterno velório: Uma delas falava sobre perda. Sobre morte. Mas não a morte real de alguém muito querido. E sim a morte em vida. Ela me disse: não consigo esquecer. Tirei a pessoa definitivamente da minha vida. Mas compareço ao velório dela todos os dias. Toda vez que a vejo, é como se tivesse que enterrá-la de novo. E isso dói. Há dois anos, diariamente, essa dor lateja como uma ferida aberta.

A solidão opcional: Outra pessoa me contava que se acostumou tanto a morar sozinha e a estar sozinha em casa, que sente muita dificuldade em ter que se relacionar, em dividir, em conviver. Que a solidão faz tão bem, que ela se basta.

Duas situações extremas, e na minha humilde e nada profissional opinião, duas situações que não podem trazer felicidade, não a longo prazo.

A primeira, ilustra direitinho uma desilusão amorosa. Quando tentamos nos libertar do sentimento, afastando a pessoa amada, sem na verdade conseguirmos curar nosso coração deste sentimento. Sofremos, perdemos o gosto pelas coisas. Nos anulamos e acabamos presos a algo que na verdade, não acabou. Ou atravessamos a longa fase negra, ou aprendemos a perdoar. E eu, sou sempre adepta à segunda alternativa. Se há possibilidade de recuperar a felicidade ao lado de alguém, se há arrependimento verdadeiro, se há intenção sincera de recomeçar, eu recomeço. Recomeço uma, mil, um milhão de vezes. E isso não vale apenas para as relações de envolvimento amoroso. Valem para todas as relações: amizades e família.

Conheço gente que enterra mãe viva, irmão vivo, melhor amigo vivo, pai vivo. Ficam décadas sem se falar, sofrendo e fazendo sofrer. Estão montados no cavalo negro do orgulho. Não sabem dar o braço a torcer. Fingem que não se importam. E muitos só conseguem dar o benefício do perdão diante de uma doença, na real iminência da morte. Eu me pergunto: pra quê?

Já a segunda situação nos remete aos tempos modernos. Estamos mais individualistas e aprendemos a reservar um espaço para desfrutarmos de um tempo conosco. Curtindo nossa companhia. Lendo um bom livro. Viajando sozinhos. Morando sozinhos. Isso é uma escolha saudável, desde que não vivamos sozinhos o tempo todo. John Cacioppo, psicólogo e um dos maiores especialistas em solidão, afirma que é possível ser feliz sozinho. Mas por um espaço de tempo. Durante seis meses, por exemplo, nos permitimos fazer tudo o que sempre sonhamos, sem a interferência de ninguém. Viajar, comprar, dormir até mais tarde, não ter hora pra voltar, nenhuma explicação a dar. Mas depois, inevitávelmente, precisaremos compartilhar e dividir. Ter alguém. Pode ser um amigo, pode ser a família. Pode ser um amor.

O casamento, segundo ele, não reflete a felicidade, nem a sensação de não estarmos sós.  “Podemos estar casados, ter uma família grande, estar em meio a uma multidão, e nos sentirmos sós. A solidão é uma condição psicológica caracterizada por uma profunda sensação de vazio”, diz ele.

Aí está o ponto. O buraco negro que por vezes se agiganta e engole solteiros, casados, viúvas, freiras, enfim, a todos nós.

Como preenche-lo? Acredito que abrindo nosso coração, perdoando, amando de verdade.

Precisamos do contato com as pessoas. E também precisamos de um tempo pra nós, somente em nossa agradável companhia. É uma balança. Pender demais para um dos lados é perigoso.

Fecho a coluna de hoje com um pensamento de Cacioppo:Para manter um bom contato com as outras pessoas, você precisa se distanciar delas de vez em quando. As pessoas não trazem apenas coisas boas. Trazem demandas. Às vezes você precisa dar um passo para trás, a fim de reequilibrar-se. Ficar sozinho não é o mesmo que ser solitário.”

Neste final de ano, não seja mais uma pessoa solitária a cultivar rancores. Perdoe. Procure companhia de gente que combine com você. Amigos e amores, mesmo que não estejam 24 horas ao nosso lado, precisam estar ao alcance das nossas mãos!

“A felicidade só é real quando é compartilhada”

A frase, que marca o fim do filme Na Natureza Selvagem (que me deixou dois dias sem dormir direito), mostra com exatidão o tamanho da importância de pessoas especiais na nossa vida. Não é necessário quantidade, e sim qualidade nas relações. E acima de tudo, é necessário compreensão, perdão, e amor.


Um beijo!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O avesso do bordado




Oi geeeente!

Estava contabilizando os amigos e contatos que tenho no Facebook, e lá vamos para quase três mil. Todos os dias novas pessoas nos adicionam.

Na vida real, dependendo das atividades que desenvolvemos, também somos apresentados a dezenas de novas pessoas de tempos em tempos.

A primeira vista, se o contato for amistoso, vemos o outro com bons olhos, analisamos-lhes a beleza, o sorriso, o jeito de falar, a maneira de pensar, de se vestir, de se portar.

É como quando somos presenteados com um lindo bordado. Os pontos, um ao lado do outro, formando belíssimas figuras perfeitas e coloridas. Analisamos somente o que está em nossa frente.

É a convivência que mostra realmente quem é quem. É o tempo que nos mostra o avesso do bordado.

O avesso jamais será tão belo. Se o bordado for de um profissional, terá pontos harmônicos e organizados. Porém, se for de um principiante, unirá um ponto aqui, outro acolá, com nós, emaranhados, fios soltos. O lado "de dentro", compromete o bordado inteiro.

Por isso acredito em amor a primeira vista, mas em relação após o primeiro ano.

Contatos na primeira semana, amizade após a primeira dificuldade.

Beleza ao primeiro olhar. Que pode se transformar em feiúra na primeira troca de palavras.

O avesso de muitas pessoas, apesar da beleza exterior, está desfigurado e mal cuidado.

Enquanto a sociedade valoriza a aparência, você realmente só conseguirá se relacionar de verdade com alguém, se reconhecer, que todos nós temos nosso lado avesso.
O amante apaixonado sofre por só conseguir ver perfeição no objeto de paixão. Perdoa todas as falhas, desvios de caráter e o sofrimento que o outro lhe impõe. Só consegue ver o seu avesso, não o do outro.

O cético e desiludido, por sua vez, só consegue ver o lado avesso de tudo. Ninguém presta, não é possível haver amor verdadeiro, amizade sem interesse.

O coerente sabe que é preciso haver uma balança entre o lado belo e o lado monstro. Que todos em algum momento, por algum motivo, irão nos decepcionar. Mas entre pesos e medidas, algumas falhas são dignas de perdão, porque afinal, também temos nosso avesso. E invariavelmente vamos errar.

Há casos ainda em que o avesso é tão mal feito, que o fio solto, com o passar do tempo, desfaz completamente a bela figura que outrora nos havia impressionado.

Desfaz-se o encanto. A magia. Desfaz-se a credibilidade. Desfaz-se a confiança. O amor se desfaz. A admiração também. A vontade de estar junto, de conviver.

Por isso muitas belas figuras andam sós pela vida. Sem ninguém que lhes suporte, a não ser por obrigação, ou por interesse.

Enquanto outros, nem tão belos, nem tão exuberantes, e nada perfeitos, são verdadeiramente amados, arrastam atrás de si muitas pessoas que os admiram, servem de exemplo a serem seguidos.

Bordados são nossas atitudes. O modo como agimos com os outros. A intenção por trás de nossas ações, e a verdade de quem somos são os fatores que vão determinando como será o nosso avesso.

Uma pessoa verdadeiramente bela torna praticamente insignificante seu avesso. E uma pessoa de alma pesada, torna imperceptível sua beleza.

Trabalhe seu bordado. A gente borda um pouco por dia. Durante toda a nossa vida. Capriche nos pontos que bordará hoje!
O amor construído sobre a beleza morre com a beleza.

Beijos meus amores!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Qual é o alter ego do seu Super-Herói?

O alter ego


Se perguntarem qual meu super-herói favorito, vou imediatamente dizer que é o Super Homem.
Pense nos super-heróis. Todos eles têm seu alter ego. O de Peter Parker é o Homem Aranha. Batman é o de Bruce Wayne.
Agora, o alter ego do Super Homem é Clark Kent. A roupa do Super Homem é vermelha e azul, com aquele “S”. Assim ele foi encontrado pela família Kent, que o criou.
A roupa de Batman foi inventada por ele, assim como a do Homem Aranha. Eles se fantasiam e incorporam seus super-heróis. Super Homem não, com ele, acontece o contrário. Ele é um herói de verdade, que se disfarça de humano, e ainda de um humano fraco e tímido. Ele não acorda Clark Kent. Acorda Super Homem.
Assistindo Kill Bill, de Quentin Tarantino, acompanhei esse diálogo e me dei conta de uma triste realidade: quem é herói de verdade, e quem se fantasia?
Quem é bom de verdade, e quem finge ser?
Repare nossos políticos. Existe algum Super Homem entre eles? Repare em suas decisões com base nos discursos “pelo bem do povo”, mas que no fundo beneficiam seus interesses, seus partidos e sua sede de chegar ou permanecer no poder. São eles realmente quem “aparentam” ser? Ouço, de todos os lados discursos inteligentes, bem elaborados. Quem não tem um pouco mais de sensibilidade, não percebe quem é o herói disfarçado de covarde, e quem é o covarde disfarçado de herói.
É bom começarmos a analisar melhor quem é quem.
E nas amizades? Quem é a amiga verdadeira, fiel, para todas as horas... e quem é a interesseira, amiga de ocasião, amiga de todos, sem ser verdadeiramente amiga de ninguém?
No trabalho? Quem é o verdadeiro colega, e quem é o sanguessuga? Quem é o que se dedica de verdade, e quem é o que se aproveita da dedicação do outro? Quem tem o talento e quem tem o dom de se aproveitar do talento do outro?
Quem é o personagem?
Na vida da gente, representamos muitos papéis. Não tenho medo de quem demonstra suas fraquezas e sua humanidade, através de suas imperfeiçoes e defeitos.
Tenho medo de quem se faz de herói, mas não tem bondade. Quem disfarça solidariedade, mas só trabalha em benefício próprio.
Tenho para mim, que há muitos heróis pelas ruas, escondidos nos locais onde moram e trabalham, longe dos holofotes. Pessoas de espírito leve e alma pura. Cuidam de idosos, ajudam crianças, recolhem bichos das ruas. Não pensam em recompensas. Porque o bem que fazem, faz bem para a alma.
Agora, há também muitos vilões fantasiados de super-heróis. Enquanto não adquirem super-poderes, até que são inofensivos. Porém, são potencialmente perigosos quando assumem cargos políticos, no Judiciário, na segurança pública, no Executivo, no Legislativo, cargos de chefia em empresas, associações, entidades.
Mandam e desmandam, fingindo ser os defensores da Lei e da Ordem. E seus desmandos acabam gerando grandes injustiças, dor, e infelicidade.
Você poderá me dizer: Michele, mas todos têm seus pontos fracos. Até mesmo o teu Super Homem.
E eu vou responder:
Melhor ter como ponto fraco a criptonita, do que a falta de caráter.

Beijos, até a semana que vem!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Errar é aprender...

Oi geeente!


Não é por nada que existe aquele ditado: o peixe morre pela boca. Quem fala o que quer, ouve o que merece. Concordo plenamente com isso. Outro dia, recebi um e-mail de um leitor que escreveu: Michele, nessa tu perdeu a oportunidade de ficar calada.

Às vezes perdemos mesmo a oportunidade de ficarmos calados. Às vezes não. Porque é exatamente quando nos equivocamos em nossas colocações, que aprendemos. Ninguém evolui só acertando. E ninguém acerta sempre.

Estava eu, montada no cavalo branco de minha infinita sapiência, discutindo sobre a presença de prostitutas em um evento da cidade, dizendo que lá não era o lugar delas. Imediatamente uma leitora (que tem contato direto com essas mulheres) escreveu-me, colocando-me em meu devido lugar. Quem sou eu para dizer onde alguém deve estar? Porque uma freira poderia estar lá, e uma prostituta não?

Neste momento percebi que o preconceito existe em nós, e está enraizado de forma que nem mesmo percebemos. O que eu queria dizer, na ocasião, era que aquele não era o local para determinados comportamentos femininos. Não era local de joguinhos sexuais e provocações. Porém, ao usar o termo “prostitutas”, acabei dando a entender que todas essas profissionais se comportam assim. Ledo engano. Qualquer mulher, e muitas aliás, têm esse tipo de comportamento inadequado. Enquanto prostitutas de profissão, não raro, dão exemplo de comportamento público e de caráter. Eu, que jurava não ter esse tipo de preconceito, fui traída pela minha boca, porque usei termos errados para definir um pensamento.

Em outra ocasião, baixei o sarrafo naquela musiquinha “Ai se eu te pego”, afirmando que homens que agem só pegando as mulheres, são homens “Michel Teló”. Gente, a P-R-I-M-A do Michel Telo é minha leitora (pausa, caiu meu queixo)!! Ela prontamente e muito educadamente escreveu, falando sobre as raízes simples de Teló, em Anta Gorda, sobre o cantor e suas origens. Aí me dei conta novamente, de que o que o cantor canta, não tem relação nenhuma com o que ele é. E outra, suas letras divertidas não têm termos baixos e chulos como alguns funks e músicas sertanejas que deveriam ser abolidas do universo musical. O problema é quem leva ao pé da letra e executa o que o Teló canta. Tóin pra mim!

Entenderam o que eu quis dizer? A forma como colocamos alguns pensamentos dá margem para diversas interpretações. E se a gente não dá o balão, não leva o puxão de orelha, não aprende, e não se torna mais cuidadoso no futuro.

Pense você mesmo: quantas vezes se equivocou no julgamento de uma pessoa? Quantas vezes tirou conclusões erradas sobre determinadas situações? Quantas vezes apontou o dedo sem conhecer? Escreveu alguma baboseira em redes sociais e causou o maior auê? Fez uma piada sem graça, um comentário desnecessário?

O que me deixa mais feliz, é que, em todas as ocasiões que fui questionada sobre minha forma de ver as coisas e pensar, acabei fazendo amigos, ampliando horizontes, abrindo a mente e evoluindo.

O que pra nós é considerado bizarro... Do outro lado do mundo é absolutamente normal. Depende da cultura. É muito bom ouvir o outro. Analisar seu ponto de vista. Ser compreensivo e ser flexível. Se não concordar, respeite.

Quem se acha, vive se perdendo.
E ainda não me apresentaram o dono da verdade absoluta.

Eu adoro aquela música do Skank que diz: “Tudo tem três lados. E a noite arremessará outros dados”.

Pensemos nisso. Vamos analisar todos os ângulos possíveis. E vamos deixar a vida jogar os dados. O inimigo de hoje, é o aliado de amanhã. Você pode precisar da pessoa que mais desprezou. Você pode odiar quem amou, e amar quem odiou.

Sentimentos petrificados, unilaterais e pensamentos radicais apenas fazem você ficar preso a pré-conceitos. Sem errar, sem se equivocar, sem admitir que errou, você não evolui.

Bom, meus amores, acertando, errando, agradecendo, pedindo desculpas, vou indo em frente...
E quanto a você, vai ficar aí parado?
Beijos, seus LINDOS!