Devaneios tolos... a me torturar.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Os pontos finais...

Oi geeente!

Quando essa época do ano chega, todos começam a pensar no futuro, desejando, nas mensagens natalinas que pipocam nas rádios e na televisão, que tenhamos muitos sonhos e muitas novas conquistas no ano que vai nascer.
Focamos no começo, e não terminamos aquilo que deveríamos.
Acredito que a maioria dos nossos problemas existe porque nunca aprendemos a pontuar corretamente.
Muitas vírgulas. Muitas interrogações. Muitas reticências também.
As coisas ficam em suspenso, flutuando como nuvens carregadas sobre nossas cabeças, sem uma solução definitiva.
O amor mal resolvido, que não permite que você verdadeiramente vire a página. Aquela pontinha de esperança que ainda teima em aparecer toda a vez que você esbarra nele em alguma festa, ou casualmente na rua.
O cara já encaminhou a vida para outro lado, e você continua parada no meio da ponte de um relacionamento rompido, sem saber se vai ou se fica.
A raiva acumulada por alguém que te fez mal e que te impede de viver a vida de forma leve e descontraída. Não raras vezes escutei pessoas me dizerem: “Fulana vai estar em tal lugar? Então não vou”.
Privam-se da liberdade, evitam encontros sociais, afastam-se de amigos, por guardar rancores e mágoas e acabam prisioneiras dos próprios sentimentos. Evitam lugares para não se sentirem constrangidos, e não se dão conta de que estão deixando de viver em função de alguém que sequer lembra da existência delas.  O ódio ao meu inimigo me faz dormir com ele”, é uma sábia frase de Augusto Cury.
Porque é tão difícil colocar um fim definitivo em situações, sentimentos e pensamentos que só nos causam mal?
Penso que dezembro é uma boa oportunidade para isso.
Passamos a vida inteira encerrando as horas, os dias, os meses, os anos, mas não conseguimos colocar um ponto final ao que nos faz sofrer.
Desapegar-se é essencial para conseguir virar uma página já preenchida, e começar uma nova.
O desapego às pessoas, aos bens, aos sentimentos ruins é uma prática que precisa ser desenvolvida com persistência, determinação e com sinceridade dentro de cada um de nós. É libertador!
Não adianta fingirmos que ‘hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou’, se ainda temos nos pés as amarras que nos prendem ao ontem.
Então, quando um novo ano se aproxima, proponho:
Que o ponto de interrogação de uma dúvida antiga, vire um ponto de exclamação pela descoberta do óbvio. Que o ponto e vírgula, deixe de ser a pausa que trava a nossa felicidade. Que tenhamos coragem de colocarmos todos os pontos que faltam nos “is” da nossa existência. E que então, de verdade, possamos começar uma nova frase, e com ela, uma nova fase de nossa vida.
Liberte-se daquilo que te prende ao passado. Parece contraditório, mas um ponto final é sinônimo de recomeço.
Conserve somente o que te faz bem.
Pontue sua vida de forma a escrever um livro, que tenha um final feliz.

Beijos, meus amores!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Templo Sagrado


Oi geeente!

Quando fui a Roma (e não vi o Papa), não pude deixar de conhecer o Vaticano. Na Praça de São Pedro, em meio a milhares de turistas, me senti na verdadeira Torre de Babel. Parecia que as línguas do mundo todo eram faladas em um só lugar. E que os mais diferentes povos, com seus credos, cores e costumes tinham encontro marcado lá. Batinas misturadas a burqas, sáris, hábitos. Chineses, africanos, alemães, indianos, enfim, um encontro cultural que deixa qualquer um impressionado, tamanha diversidade.
Para chegar à entrada da Basílica de São Pedro, levei praticamente duas horas. Debaixo de um sol escaldante, no começo do verão europeu. Assim como eu, milhares se moviam lentamente em filas que não tinham fim, para poder entrar no templo.
Quando cheguei próximo ao acesso, percebi que muitas pessoas não conseguiam entrar, por causa de suas vestes. Uma brasileira que estava ao meu lado me alertou que cobrisse os ombros, e que puxasse a saia para baixo, de modo que cobrisse os joelhos. Por sorte, tinha em mãos um lenço grande, que permitiu que eu escondesse meus ombros, já que usava uma regata. Se não seguisse as regras, teria de voltar para o fim da fila, e providenciar roupas adequadas para não ser barrada pelos guardas.
Se você visitar a Mesquita Azul, na Turquia, terá de tirar seus sapatos. Cangas também são usadas para cobrir partes do corpo que representam desrespeito aos muçulmanos.
Aliás, não precisamos ir longe. No Templo Budista, em Três Coroas, também precisamos estar descalços, em sinal de respeito.
Quando visitamos países ou povos que possuem culturas diferentes da nossa, o mínimo que devemos fazer é seguir as regras do anfitrião. Comer de sua comida, agradecer a hospitalidade, e principalmente, respeitar suas regras, mesmo que não concordemos com elas.

Não é verdade?
Aí eu me pergunto, porque não colocamos em prática este princípio, com as pessoas.
Cada um de nós é um templo. Sagrado. Com regras próprias. Que precisa ser respeitado.
E a primeira coisa que nós fazemos ao nos relacionarmos com as outras pessoas, ao desfrutarmos de sua intimidade, é tentarmos transformá-las.
Relacionamentos amorosos fracassados são a principal prova do quanto isso é um erro.
Entramos na vida do outro, impondo nossas regras. Não importa a bagagem que o outro traz consigo. Os caminhos, as dificuldades, as alegrias, as crenças ou as histórias que o fizeram ser exatamente como é. Para nós, o que importa é que se adapte às nossas regras, ao nosso mundo, e à nossa forma de ver a vida.
Abrimos as portas da casa de quem amamos trocando móveis de lugar, tomando conta dos espaços vazios, varrendo os cantos dos cômodos, e nos instalando confortavelmente no sofá.
Não tiramos os sapatos em sinal de respeito. Invadimos.
Achamos que temos razão sempre, e culpamos os outros pelos fracassos em nossas relações.
Tarde demais nos damos conta que, para sermos respeitados, precisamos respeitar. Para entrar, precisamos ser convidados, e para estreitarmos laços profundos, precisamos conhecer o coração da outra pessoa, e permitir, que, aos poucos o nosso coração se abra.
Assim, com respeito, com calma, com compreensão e sem preconceitos, começamos a construir, juntos, um novo templo.
Um espaço sagrado, onde o “eu” dá lugar para o “nós”, e onde as mudanças necessárias se dão de forma progressiva e natural, transformando-se em uma relação, não onde a vontade de um prevaleça, e sim, onde a cumplicidade mostre o caminho.
Beijos, meus amores.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

No mundo da lua...


Oi geeente!
 

Eu sou uma pessoa desprovida do privilégio de ter horário para almoçar. Como trabalho ao meio-dia, apresentando um programa de rádio, sempre dou um jeito de saciar a fome de leão, entre um intervalo comercial e outro, na própria empresa. Numa dessas pedi um cachorro-quente e o entregador chegou com a encomenda.
Quando ele estendeu a mão pra entregar a comida, eu (que não sei onde estava com a cabeça), abracei-o calorosamente e disse:

-Obrigado, não precisava!

(Hã?!)

O cara deve ter achado que eu estava “emaconhada”, como dizia a minha avó! (haha) Deve ter pensado, com os botões dele: - Obrigado nada, sua maluca, me passa os 15 reais e não se fala mais no assunto!

Ou então, ao telefone:
- Alô?
- Oi, Michele, tua mãe está?
- Oi tia, não, ela foi até o mercado. Deve voltar em 15 minutos.
- Ah, então tá querida, eu ligo mais tarde. Um beijão pra ti. Como vocês estão?
- De nada. Beijo.

 (Hã?! De nada o quê?)
Quem nunca soltou um balão desses e depois saiu pensando em suicídio, que atire a primeira pedra!
Estamos sempre com a cabeça nas nuvens, e não raro, atendemos o telefone dizendo bom dia, quando são 9 da noite.

Eu sou a campeã de agradecer sem necessidade. De estar ao telefone, mas com o pensamento em alguma outra atividade, e responder coisas estapafúrias e sem nexo. Depois sinto um enorme desejo de pular num buraco negro e jamais ser vista novamente na face da Terra. (Socorro!)
Seguidamente estamos no modo “automático” e aquele segundo que separa o pensamento da ação nos coloca em maus lençóis. (Como no caso abraçar carinhosamente o entregador de cachorro quente).

Vivemos na correria, estamos com o corpo no presente e a mente no futuro. Essa desconexão com a realidade é muito comum, e pode representar problemas sérios em nossas vidas. Citei situações (constrangedoras mas) engraçadas. Porém a verdade é que o fato de não prestarmos atenção no que as pessoas nos dizem, de não conseguirmos curtir o agora, preocupados com o trabalho, com a conta bancária, com problemas pessoais, etc, nos desconecta do ambiente familiar, nos afasta de quem amamos, frustra amigos e em situações graves, cria vazios intransponíveis em nossas relações.
As maiores reclamações nos relacionamentos é justamente esta: o outro estar em Marte, enquanto estamos na Terra.

Sei que não é fácil. Mas é necessário nos esforçarmos para estarmos realmente presentes de mente e não só de corpo. Momentos de jogar conversa fora, de curtir amigos, de estar com a família são fundamentais para que os laços sejam fortalecidos e para que não nos tornemos apenas satélites, flutuando ao redor do nosso planeta. Reparem, e com certeza saberão identificar alguém que está sempre aéreo e distante.  

Algumas vezes, estamos tão desconectados de quem nos cerca, que nos perdemos completamente no espaço sideral, e nos afastamos tanto das pessoas que se torna muito, muito difícil reencontrarmos o caminho de pra casa...

Beijos meus amores! Uma Feliz Páscoa a todos!
(Hã?!)