Devaneios tolos... a me torturar.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ingratidão

Ingratidão...



Oi geeeente!



 Hoje eu tenho uma historinha verídica pra contar. Talvez vocês não acreditem, mas qualquer familiar meu pode confirmar!



Quando eu era menina, meu pai, todo gaudério, queria muito que eu aprendesse a andar a cavalo. Mas eu morria (e morro) de medo do bicho. Então pra me conquistar, ele resolveu me dar um mini-cavalo. Esses peticinhos baixinhos, pequenos, que as crianças adoram.
Eu me apaixonei pelo meu petiço, e dei o nome de Vagalume. O Vagalume foi comprado em uma época de estiagem e pouco pasto, ele era magrinho, fraquinho, quase nem se mexia (daí o nome).
Eu logo quis ser amiga do “Vaga”, e vivia dando coisas boas para ele comer, para o pêlo ficar bonito, para ele se tornar um petiço de exposição ganhador de Expointer.

Na época (bons tempos), eu era magrela feito um caniço, e mesmo assim tinha dó de subir no meu cavalinho, que se arrastava de tão fraco. Mas o “Super Vagalume” foi ficando fortinho. Bonito. Gordinho. Recuperou a auto-estima e estava se achando um puro sangue inglês.

Um belo dia meu pai preparou o Vagalume com suas melhores encilhas, e eu fui toda prosa me apresentar para a família em um corajoso passeio.

Só que meu cavalo agora era macho. E resolveu dar pinote enquanto eu me agarrava desesperada em suas crinas. Gritava e implorava para ele parar, puxava as rédeas enquanto o desgraçado ia a galope rumo à estrebaria.

Quando Vagalume viu que não ia me derrubar, mudou de estratégia. Correu para a estrumeira e se atolou até o pescoço. Comigo junto. Sim, literalmente, fiquei atolada na.... “M”.

Desde então, Vagalume passou a se chamar Sanguanel. O diabinho vermelho do folclore italiano. E eu... me desfiz do “amigo”, porque a ingratidão é o pior defeito que existe.



Moral da história:
A ingratidão é uma coisa muito triste e revoltante, é como criar uma cobra, que em um belo dia dá o bote em você. Geralmente o ingrato também é invejoso, e não quer apenas o que você tem a oferecer, ele quer ser você.

E como não consegue atingir seus objetivos, acaba armando ciladas, agindo pelas sombras e tentando derruba-lo.

Todos nós já topamos com ingratos pelo caminho. E isso deve servir de alerta para que façamos uma auto-análise e possamos identificar alguns comportamentos de ingratidão que nós temos.

Ninguém deve estar preso eternamente em uma dívida de gratidão. No trabalho, no amor, nas amizades, retribua a ajuda que recebeu com sinceridade. E quando achar que é hora de partir para outra e buscar um novo caminho, aja com caráter para com aquele que estendeu a mão a você.

Ingratidão é falta de caráter. É uma “qualidade” de pessoas perigosas, que geralmente vivem enlameados e querem jogar você também na lama. O ingrato geralmente é fracassado e infeliz.

É como o Vagalume: não bastou ele mesmo estar no meio do estrume, ele quis me levar pra lá também!


“Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato”.

Goethe

“Os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles”.

Victor Hugo

EM TEMPO:  A história do Vagalume foi usada como ilustração. Animais são expontâneos e instintivos. Pessoas é que agem de caso pensado, com frieza e consciência de sua própria maldade. Muito embora essa possa estar escondida sob um belo sorriso.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Não posso mais viver sem mim!

Oi geeente!


Estava eu comemorando o feriadão que se aproxima, quando uma amiga me disse: “Vou ficar em casa, sozinha. Se bobear, corto os pulsos. Não consigo suportar a solidão e a falta do que fazer.”

Já dizia minha vó “cabeça vazia, oficina do diabo”. Estamos com o pé em um feriadão, e eu, que tinha mil planos, também vou ficar por casa mesmo.

Quando um intervalo quebra aquela rotina corrida, quase todo mundo planeja atividades diferentes, passeios, festas, viagens, encontros com amigos.

É necessário ocupar o ócio com algo produtivo. Porque sua cabeça não aguenta, se você parar.

Muitas pessoas têm medo de ficar sozinhas com elas mesmas, de curtir folgas contando somente com a geladeira cheia e a cabeça vazia, porque nestes momentos, ao invés de curtir um “dolce far niente”, acabam puxando pela memória um novelo de problemas e crises existenciais.

Se você for ficar em casa no feriado, uma boa pedida é fazer uma faxina, arrumar o guarda-roupas, e arrumar também as ideias. Com as roupas velhas que não servem, se livre dos conceitos antigos, que representam uma pessoa que também não existe mais.

Mude! Troque de roupa e de postura, faça as pazes com você, curta sua companhia, encha sua cabeça de projetos, faça novos planos, curta um bom filme deitada no seu sofá, com quilos de pipoca e litros de refrigerante.

Permita-se se conhecer melhor, você é um universo, é a melhor companhia para você mesmo, é suficientemente capaz de obter felicidade, sem depender de terceiros.

Enquanto muitos vão se trancar em casa e lembrar de amores fracassados, festas que não foram convidados, e empregos arruinados, você deve sair para caminhar. Colocar ar renovado nos pulmões. Observar a paisagem olhando o horizonte e não as marcas que seus pés deixam no chão.

Seguindo o famoso texto de Jabor, “bom mesmo é ter um problema na cabeça, um sorriso na boca e paz no coração. Aliás, entregue seus problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?”

Essa é minha meta para este final de semana prolongado. Aproveitar a mim mesma, os meus queridos amigos, os meus familiares. Vou descansar, ficar de pernas pro ar, pensar em coisas boas, comer muito chocolate, ligar para quem está longe, abraçar quem está perto.

Vou ocupar minha cabeça com coisas boas. E os problemas... bom, com esses eu me entendo na segunda-feira.

Feliz Páscoa!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quem anda sugando você?

Oi geeente!



Consultando nosso amigo Aurélio, trago para vocês o significado oficial de parasita: organismo que, pelo menos em uma fase de seu desenvolvimento, vive na superfície ou no interior de outro organismo, obtendo parte ou a totalidade de seus nutrientes.
Queridos amigos, pelo menos uma vez na vida vamos alimentar um parasita. É incrível a quantidade deles por aí, disfarçados de gente. Estão no seu trabalho, no seu ambiente social e até mesmo na sua família. Isso se não estiveram dormindo ao seu lado, na cama.
Quanto mais próximos de nós, mais difícil identifica-los. Falo isso, porque muitas pessoas se queixam de amores frustrados, amizades que se rompem, famílias que enfrentam problemas, por causa desse tipo de indivíduo
Há quem, durante muitos e muitos anos, se relacione com parasitas. Com charme, se instalam sob seus lençóis. Aparecem quando estão sozinhos, quando não têm nada mais útil para fazer, e você serve, para aliviar a solidão, para distraí-lo e diverti-lo. Há quem namore e case com parasitas. Sustentam relações sem troca, passam dando tudo de si a vida toda, tentando salvar a relação, entender o parceiro, e muitas vezes jogam sobre si a culpa do fracasso.

É difícil amar um parasita. Um sugador.

Já... no ambiente de trabalho, o parasita dificilmente desperta amor. É aquele se escora em seus talentos e capacidades, que pega carona no seu esforço, e não raro, leva os louros da fama. Porque muitos parasitas têm carisma e sabem representar muito bem.
Quem não tem vontade de esmagar um ser assim, com o salto 15 do sapato? Todos vêem o indivíduo parasitando, menos seu chefe.
Pense bem quantos parasitas estão sugando sua energia, sua vitalidade, sua alegria e sua paciência.
Identifica-los é o primeiro passo para livrar-se deles. Muitas vezes, eles não tomam um rumo, por pura falta de um empurrão de verdade. Enquanto passarmos a mão na cabeça, arranjarmos desculpas esfarrapadas para as atitudes parasitárias, estaremos alimentando o monstrinho.
O próprio dicionário afirma que parasita é o indivíduo que em pelo menos uma fase de seu desenvolvimento, alimenta-se de outro ser. Cabe a cada um de nós, fazer com que os laços que nos unem a um parasita se rompam. Que ele possa caminhar com suas próprias pernas. E que deixe nossa vitalidade, alegria, juventude e inteligência livres de suas garras usurpadoras e ingratas.

Somente depois que eles estiverem bem longe de nós, perceberemos que, na verdade, não fazem falta nenhuma!

 
Mudando de assunto



Dia 16 de abril é Dia Mundial da Voz! E eu trabalho com a minha para viver, preciso cuidar bem dela. Ao longo dos anos de faculdade aprendi, embora nem sempre consiga colocar em prática, que devemos usar nossa voz de modo a não agredir os ouvidos alheios. Às vezes palavras duras, tem voz de veludo. Saber como falar determinadas coisas, mesmo que sejam verdadeiras, é a grande arma para conseguirmos alcançar nossos objetivos sem ferir ninguém. A maioria das pessoas tem um mecanismo imediato entre o que pensa e o que cospe pela boca. Alguns chamam isso de sinceridade, eu chamo de falta de educação. Dizem que palavras o vento leva. Nem todas. Algumas ficam martelando eternamente em nossa cabeça. Vamos pensar sobre isso.



E pra fechar e rir um pouco: Odeio quem fala errado, todo mundo fala errado, "menas" eu.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

E de que adiantou mudar... por ELE?


... Falando sério, pelo menos uma vez na vida, uma mulher muda para se adaptar a um estranho amor. E em contrapartida, não vê o estranho amor mudar por ela. Geralmente a camaleônica quebra a cara. Mas não sem antes se divertir um bocado! Ou chorar um bocado.
A todas que fizeram isso, e que se arrependeram... ou não, deixo a dica de leitura “Louca por Homem”.
Depois desse pequeno trecho, você sabe, não preciso dizer mais nada.



Eu antes de mim
 Acho que começou na sétima série, quando me apaixonei por um canhoto e não tive descanso enquanto não escrevi perfeitamente com a mão esquerda- ingênua tentativa de criar uma ligação com o objeto do meu amor, ainda que para isso, eu precisasse jogar treze anos de destreza no lixo. Ou então, foi antes, lá pelos meus oito anos, no instante em que percebi que um vizinho mais velho só usava roupas vermelhas. Foi o que bastou para eu ter longas crises de choro cada vez que minha mãe me ameaçava com um vestidinho rosa, verde ou amarelo, e o que determinou o eletroencefalograma ao qual fui submetida naquela época. Mulher prática, minha mãe diagnosticou minhas lágrimas como problema neurológico, e não amor.
Poderia voltar aos meus cinco anos e ao exato momento em que ouvi meu pai dizer que carne boa era carne com osso. Consideração que me fez passar os 30 anos seguintes compartilhando costelas gordas com ele.
Pequenas coisas que fizeram de mim o que sou hoje. Uma canhota que só veste vermelho, come chuleta todos os dias...
E pode ser outra, amanhã.

Trecho de Louca por Homem
De Cláudia Tajes

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que carimbaram na sua testa?!

Oi geeente!



Começarei a coluna dessa semana dividindo um segredo: sou péssima cozinheira. Sério, não sei se piloto pior um carro ou um fogão!

Mas, como toda boa teimosa, arrisco umas coisinhas na cozinha. Pré-prontas, obviamente. Ando de prateleira em prateleira no supermercado buscando os mais diferentes tipos daquela comida que é só jogar na panela e... tcharam... está pronta!

Já fiz um arroz com funghi que ficou com cheiro de cocô de cavalo (sério, não sei como consegui, e não pense bobagem!!!). Já explodi castanhas feito fogos de artifício, por ter esquecido a panela no fogão. Ah, e já fiz uma sopa de capeletti com açúcar. Essa última, é minha especialidade.

Mas, comprei no mercado um “supermegamaximum” molho vermelho, que no rótulo trazia os seguintes dizeres: O sabor do molho da vovó.

Tomates frescos, manjericão, cebola, salsinha... etc etc etc. Acabei comprando o tal molho e juro: tinha o gosto do molho que eu faria, se fosse avó. ( Não tente imaginar.)

 
Que porcaria!

O rótulo engana as pessoas. Tanto o positivo, quanto o negativo. O verdadeiro gosto, o verdadeiro cheiro, a verdadeira textura de algum produto, só se conhece, quando se abre o pacote.

Com as pessoas acontece assim também. A “chefe bruxa”, pode ser a mãe mais carinhosa, a amiga mais fiel, e não estar aguentando tanta pressão no trabalho. A “vagabunda”, pode ser uma pessoa que não consegue ser feliz no amor, que erra toda a vez que se entrega a alguém. O “chifrudo” pode não ser tão inocente assim, e bem ter merecido um par de enfeites. O “político” pode não ser corrupto. O “drogado” pode ser uma pessoa que precise de ajuda de verdade, e não um mau caráter, marginal. E assim por diante.

Rotulamos os outros por uma atitude, por um erro, por um ângulo. E esses rótulos ficam estampados na testa por toda a vida. Você pode ler esta coluna e já ter me rotulado. Mas já parou para pensar em que rótulo VOCÊ tem?

Geralmente são definições pejorativas, feitas por pessoas que apresentam na personalidade, as mesmas características, desejos, dificuldades que você, e por isso mesmo lhe apontam o dedo.
Rotular é um equívoco. Li um texto no blog do Dr. Luis Fernando, que diz que hoje em dia vivemos em 3D. E ele tem razão. Ninguém é uma coisa só. Um só lado. Temos profundidade e várias dimensões.
Ninguém é só preto ou branco. Somos muitas nuances. Somos alguns tons tão sutis, que as pessoas nem percebem.
Em cidades pequenas, como a nossa, praticamente cada um tem um rótulo. O bem sucedido, o fracassado, a mal amada, a executiva de sucesso.

Ora, a mal amada pode, sem você saber, ser muito bem amada entre quatro paredes. E a grande executiva, pode chegar em casa e chorar toda a noite a sua solidão.

Não fale sobre o que você não sabe. Não julgue atos sem saber o que os motivou.
 
E principalmente, não rotule. Para não ser rotulado.



Ah... e não vá pelo julgamento dos outros. Vá a fundo, para tirar suas próprias conclusões.



"Nem sempre o julgamento do povo é certo: Muitos podem errar tão grosseiramente como poucos".
(John Dryden)



Tchau, meus amores. Até a semana que vem!