Devaneios tolos... a me torturar.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

No mundo da lua...


Oi geeente!
 

Eu sou uma pessoa desprovida do privilégio de ter horário para almoçar. Como trabalho ao meio-dia, apresentando um programa de rádio, sempre dou um jeito de saciar a fome de leão, entre um intervalo comercial e outro, na própria empresa. Numa dessas pedi um cachorro-quente e o entregador chegou com a encomenda.
Quando ele estendeu a mão pra entregar a comida, eu (que não sei onde estava com a cabeça), abracei-o calorosamente e disse:

-Obrigado, não precisava!

(Hã?!)

O cara deve ter achado que eu estava “emaconhada”, como dizia a minha avó! (haha) Deve ter pensado, com os botões dele: - Obrigado nada, sua maluca, me passa os 15 reais e não se fala mais no assunto!

Ou então, ao telefone:
- Alô?
- Oi, Michele, tua mãe está?
- Oi tia, não, ela foi até o mercado. Deve voltar em 15 minutos.
- Ah, então tá querida, eu ligo mais tarde. Um beijão pra ti. Como vocês estão?
- De nada. Beijo.

 (Hã?! De nada o quê?)
Quem nunca soltou um balão desses e depois saiu pensando em suicídio, que atire a primeira pedra!
Estamos sempre com a cabeça nas nuvens, e não raro, atendemos o telefone dizendo bom dia, quando são 9 da noite.

Eu sou a campeã de agradecer sem necessidade. De estar ao telefone, mas com o pensamento em alguma outra atividade, e responder coisas estapafúrias e sem nexo. Depois sinto um enorme desejo de pular num buraco negro e jamais ser vista novamente na face da Terra. (Socorro!)
Seguidamente estamos no modo “automático” e aquele segundo que separa o pensamento da ação nos coloca em maus lençóis. (Como no caso abraçar carinhosamente o entregador de cachorro quente).

Vivemos na correria, estamos com o corpo no presente e a mente no futuro. Essa desconexão com a realidade é muito comum, e pode representar problemas sérios em nossas vidas. Citei situações (constrangedoras mas) engraçadas. Porém a verdade é que o fato de não prestarmos atenção no que as pessoas nos dizem, de não conseguirmos curtir o agora, preocupados com o trabalho, com a conta bancária, com problemas pessoais, etc, nos desconecta do ambiente familiar, nos afasta de quem amamos, frustra amigos e em situações graves, cria vazios intransponíveis em nossas relações.
As maiores reclamações nos relacionamentos é justamente esta: o outro estar em Marte, enquanto estamos na Terra.

Sei que não é fácil. Mas é necessário nos esforçarmos para estarmos realmente presentes de mente e não só de corpo. Momentos de jogar conversa fora, de curtir amigos, de estar com a família são fundamentais para que os laços sejam fortalecidos e para que não nos tornemos apenas satélites, flutuando ao redor do nosso planeta. Reparem, e com certeza saberão identificar alguém que está sempre aéreo e distante.  

Algumas vezes, estamos tão desconectados de quem nos cerca, que nos perdemos completamente no espaço sideral, e nos afastamos tanto das pessoas que se torna muito, muito difícil reencontrarmos o caminho de pra casa...

Beijos meus amores! Uma Feliz Páscoa a todos!
(Hã?!)

 

 

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