Oi geeeente!!!!
Cheguei a uma conclusão: a pessoa mais feliz do mundo é a
bem-resolvida. Aquela que nos afronta com sua segurança e que exibe seus
defeitos sem nenhum pudor.
Denomino “defeitos” aqui, aqueles que são determinados pela
era do perfeccionismo em que vivemos. Já não basta ser magra e linda. É
necessário ser magra, linda, loura, jovem, rica, ter um homem tão belo quanto
ao lado, sorrir, e até mesmo enfrentar alguns probleminhas com álcool e
depressão. Porque DIVA sofre, sem perder o charme.
Querendo ou não, são esses os ícones idolatrados pelos
adolescentes e criados como padrões a serem seguidos. Basta apertar o botão ON
da sua televisão para visualizar mulheres que aos 70 anos não possuem rugas
(muito menos expressão facial), exibem longos cabelos exuberantes e brilhantes,
roupas e acessórios dignos de passarelas internacionais, e que namoram um
bonitão de plantão.
As gordinhas que admirávamos agora estão no “Medida Certa”. E
até aquela atriz que tinha se comprometido a envelhecer com dignidade, agora
parece uma boneca de silicone.
Não é uma crítica à beleza, aos recursos atuais da medicina
estética, ou ao fato de nós, mulheres, termos essa necessidade de nos mantermos
belas, jovens e amadas. É um temor de que o padrão inalcançável, exigido
atualmente, nos torne pessoas lindas, porém infelizes, eternamente em busca de
algo inatingível, e com complexos que surgem a cada novo pé de galinha. É nesse
ponto que nos afrontam os bem-resolvidos.
Os felizes consigo mesmos. Aqueles que não se importam com o
melhor ângulo para a foto, e que, só para nos afrontar, saem com o cabelo
molhado de casa, sem maquiagem e sem salto. Que estão acima do peso e não negam
um happy hour no final da tarde, regado a guloseimas e conversas divertidas.
Que batem foto de biquíni na praia, e que estão se lixando para as celulites. Que
saem com a roupa que era moda na estação passada e sequer sabem o que significa
Top Cropped.
Aquela pessoa que jamais fez cirurgia plástica para diminuir
o nariz, e que usa cabelo preso, mesmo com orelhas mais avantajadas.
Entendem o que eu quero dizer?
Os únicos que conseguem fugir da ditadura da perfeição são os
bem-resolvidos. Palmas pra eles, eles são o máximo!
Devem rir, ou ter pena de nós, pobres mortais que passamos
horas na frente do espelho, ou que evitamos sair de casa porque o cabelo está
armado.
São as “Perséfones” que na vida, invariavelmente, apesar das
críticas, do deboche e do olhar preconceituoso dos outros, conseguem enfrentar
de cabeça erguida essas terríveis regras sociais, e mantém a capacidade de
sonhar.
Aquele tipo de gente agradável, parceira e generosa, que
enfrenta os problemas existentes com coragem, e não perde tempo criando
problemas onde eles não existem.
Que inveja da imperfeição alegre e despreocupada! Que inveja
desse povo que independe da opinião alheia para ser feliz!
Parabéns pra quem tem alma leve, independente da balança! Quem
ri, sem ter medo de enrugar!
Que essa gente se multiplique! Que invada as telas de cinema,
os comerciais de creme dental, que entrem em nossas casas.
Que nos ajudem a nos despir de tanta auto-confiança fingida e
de tanta maquiagem. Que venha a revolução dos “caras lavadas”.
Gente de cara limpa e de peito aberto!
Que comece a era de gente bem-resolvida e de bem com a vida!
Amém!
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