DE UM SOPRO
cabe-me um universo no
poema-corpo,
repleto de lexemas que dispersam mensagens
na falta de flores que te rocem a face.
relevos da realidade sensual à janela das estrelas,
a sua luz brilhante ilumina-me os sonhos-só-sonhos,
imagens de reacções dos sentidos.
Minhas veias, raízes da minha-árvore-corpo
espalham-se pelas florestas a respirar o perfume
das neblinas-vida-do-germinar.
Chegarás ao meu poema a tempo de me respirar?
o Outono não tarda a chegar e o menos calor faz-me
transpirar
os sonhos-a-cumprir...
mas eu sou só uma letra da sílaba a nascer
da palavra do poema a querer viver.
faltas-me tu...
e meus dedos bêbados
de cansaço
passeiam pelas folhas do dicionário dos teus mistérios
onde,por vezes, as ostras geram pérolas-auréolas-de firmamento.
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos reservados
FEV/2020
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