terça-feira, 30 de novembro de 2021

Receita de leite creme by necasdevaladares

Chopin - Mysterious Forest

Bolo de Natal 🎄 para toda a família! Você vai fazer esse bolo todos os a...

POEMA







 A MONTANHA RECORDA...

No cimo da montanha, em frente da casa onde nasci
e aprendi as primeiras ingénuas brincadeiras,
estão as ruínas daquilo que a lenda diz ser um templo
antigo, que o tempo foi roendo, com golpes de vento.
Conheço tão bem os atalhos e estreitos caminhos
que me lá conduzem...
Foi nesse meio
que brincámos tu e eu com as velhas pedras
que dele se foram desprendendo.
(Quanto Tempo já passou...
Hoje, a montanha recorda, como recordo eu...)
E despertou-me a aurora quase dourada com os raios
de Sol, que davam vida viva às flores, aos insectos sugadores
de mel e aos meus olhos desejosos de cores.
Sinto o Tempo-em-mim-por detrás de mim-na minha- frente-
-a-cada-momento-Presente.
Recordo. Cresci. Amadureci com os tempos de afastamento…
Mais um dia passou…Tu não vieste…
Vai-se anunciando o crepúsculo,
onde devem viver os deuses das palavras
que os meus dedos desejam escrever, para te ler_____
______ a ti, que não sei onde procurar______
Maria Elisa Ribeiro
AGT/017

Boa noite e feliz feriado, amanhã!


 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A descoberta da Austrália

 

O que se ensinou nos últimos 237 anos é agora contrariado pelo historiador australiano Peter Trickett

BOM DIA; meus amigos e uma felis semana, com feriado e tudo!


 

SOBRE PRIMO LEVI

 CENTENÁRIO

Fabio Levi, historiador

“Primo Levi disse que no Lager não encontrou monstros, mas pessoas normais, como você e eu”

Primo Levi em finais dos anos 70, quando a reforma da profissão de químico o fez entregar-se plenamente ao ofício de escritor Foto cortesia da f<span class="creditofoto">amília Levi</span>

Primo Levi em finais dos anos 70, quando a reforma da profissão de químico o fez entregar-se plenamente ao ofício de escritor Foto cortesia da fAMÍLIA LEVI

Nos cem anos do nascimento do autor de “Se Isto é um Homem”, o Expresso conversou com Fabio Levi, historiador e diretor do Centro de Estudos Primo Levi, de Turim. Este sábado, na edição impressa, leia mais sobre Primo Levi, que escreveu sobre a sua experiência em Auschwitz quando o mundo ficava calado

ENTREVISTA LUCIANA LEIDERFARB

Fabio Levi é professor de História Contemporânea na Universidade de Turim. E é diretor, desde 2009, do Centro Internacional de Estudos Primo Levi, que investiga o legado do escritor. No ano em que se celebra o seu centenário, o autor de “Se Isto é um Homem” mantém uma poderosa atualidade, não só por ter partilhado o seu testemunho sobre Auschwitz, como por tê-lo aprofundado ao longo da vida.

Nascido a 31 de dezembro de 1919, em Turim, Primo Levi foi deportado para aquele campo de concentração alemão em 1944, ali permanecendo durante onze meses, os últimos da II Guerra Mundial. Judeu italiano, judeu do Piemonte, químico de formação e de profissão, trabalharia três décadas na fábrica de tintas Siva, que chegou a dirigir. Numa Europa onde a maioria dos sobreviventes se remetia ao silêncio, a experiência do Lager tornou-o escritor. Levi contou uma e outra vez a sua experiência, e nunca da mesma maneira, ao ponto de, em 1986, no seu derradeiro livro, “Os que Sucumbem e os que se Salvam”, a ter abordado com o intuito “mais ambicioso” de perguntar se o mundo dos campos de concentração está morto e se não irá regressar. “Além da nossa experiência individual, fomos coletivamente testemunhos de um acontecimento fundamental e inesperado. Ocorreu contra todas as previsões: incrivelmente, na Europa, aconteceu que um povo inteiro civilizado, saído do fervilhante florescimento cultural de Weimar, seguisse a um ator cuja figura hoje causa o riso; e, no entanto, Adolf Hitler foi obedecido e louvado até à data da sua catástrofe. Aconteceu e, por isso, pode voltar a acontecer: isto é a essência do que temos para dizer”, lê-se no final do volume. Primo Levi suicidou-se em abril de 1987, um ano depois de o publicar.