O LUAR CICIA
"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 31 de maio de 2024
POEMA
PORTUGAL-artigo de Fátima S. R. Cirne, no Facebook.
POEMA
OUTONO, CREPÚSCULO DE MAIS UM ANO
As tardes, agora, parecem feitas de luzes, ouro e pérolas.
É Outono; é o crepúsculo de mais um ano, louro de grão
e pálido, por imposição.
Os salgueiros, sacudidos por brisas ainda ligeiras, ciciam
o longo rosário de saudades ao crepúsculo, outono do novo
dia.
Prepara-se a Natureza para descansar e dormir a sesta, até à
Primavera…sono longo, em que as árvores desprotegidas
perdem a rama verde que se torna amarelo envelhecido
sepultadas sob os pés dos cedros, sempre renovados.
A Lua,
resplandecente,
sai das nuvens,
nua
e enche de mistério
os bosques, os rios cantantes, os penedos hirtos.
As neblinas são mais densas, o sol parece ter ordens
para romper os farrapos de algodão, mais tarde,
e as flores sofrem de frio e solidão, quando resistem.
Se houvesse espelhos na serra, o Outono veria como é
diferente
o dia em que se torna crepúsculo do próprio outono,
e como é triste a guerra que emerge das ervas verdes, agora
acastanhadas.
Nos ouvidos permanece o som do sino paroquial…
…toca mais cedo do que era habitual…
…é natural, recolhe-se do orvalho da noite…
Ele é o elo de vida entre a terra e o lavrador-semeador,
senhor de todos os outonos,
de todas as Primaveras
e das noites , ao serão, junto da velha lareira, onde se
saboreia o pão.
Sente-se o vento, de raspão, no cinzento crepúsculo,
quando assobiam as canas do canavial…
As avezinhas, desnorteadas, não encontram abrigo de pé para
a mão,
e andam cegas, como que perdidas, no meio de tal confusão.
E a noite vai descendo, moderadamente calma…
©Maria Elisa Ribeiro
SET/2015
POEMA
SOPRO POÉTICO
De um sopro
____________________________o vento ergueu a voz
___________________e os fetos ondularam
________________grotescamente enrolados
___________às ramas dos abetos.
A lua, indiferente, seguia a sua viagem.
De um sopro
_________________________o arvoredo
altivo desceu em diagonal
______________________direito ao profundo vale,
_________________enquanto a crista das montanhas
_____________ se sentia incapaz de fugir
_______ ao elemento esquivo.
De um sopro…
____________________________saíram-me palavras da
alma
_______________________debruçada sobre si…
_________________e os dedos foram falando do que
sentiam
______________do âmago-do-meu-sem fim.
A lua continuou a brilhar…
e chamou as estrelas
que começavam a empalidecer,
adormecidas na sua noturna eterna luz…
De um sopro
____________________________veio um poema,
titubeante
________________________os ventos acalmaram
_______________o céu serenou ,como serena se
apresentou
____________a escrita dos lexemas…
________________Lá fora, árvores, pedras e montes,
____________________aves, rios e fontes,
__________________________esperam calmos, dentro de
mim,
______________________________que o poema caminhe
ao encontro
do seu fim…]
©Maria Elisa Ribeiro-2013
quinta-feira, 30 de maio de 2024
BBC
quarta-feira, 29 de maio de 2024
POEMA
NOITE DE LUAR
Noite de
luar...noite quente e iluminada.
Noite amena que
se prende ao coração.
Os raios de
luar cobrem a Terra num sussurro de alegria.
Espero-te no
desalento de um triste cruzamento
Onde tu não
consegues estar, amor.
Antes de te abraçar
penso no enigma de uma lágrima chorada
a explodir
de dor...
Mas primeiro
tenho que encontrar a flor que te levará pelo
ar
a verdade do
meu odor.
Odor de
Mulher
que chama o Homem perdido que ama.
Depois ...
O crepúsculo
de Agosto situa-se no calor das minhas nas tuas mãos.
Dedos
entrelaçados no mar que já descansa,
reconheço o teu odor.
A areia
molhada na beira do areal já nos conhece de outras eras...
Tempos de
calor ,
afastam as sereias que se movem no cimo das
ondas
das marés,
que nos vão passando aos pés...
Maria Elisa
Ribeiro
Maio/2021
©Direitos de Autor
terça-feira, 28 de maio de 2024
BBC