"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 29 de maio de 2014
POEMA:
Poema:
SENTIDOS
Minha cabeça apoiava-se nas saudades que tinha de ti,
enquanto uma comunhão de anseios te retinha
na alquimia das cores e dos sabores que eu-te-vivi.
Nos olhos, tenho o vento
que trazia o odor dos teus sentidos, amadurecidos…
Desse vento, chegam fragmentos de farrapos das nuvens
em que nos afundávamos, num recanto do jardim…
Do alto de uma pétala roxa, é hora da melancolia chamar as lembranças
vermelhas-rubras de um Acontecer
que sereno, resplandecia…
Os pássaros continuam a murmurar a liberdade de voar…
Os astros iluminam as noites de Lua Cheia,
enquanto a fecundação das pérolas fecha ,na concha,
o seu grão -de-areia.
As flores dispersam nos ventos
sinais de cio das minhas pálpebras ,
cerradas aos simulacros de cintilação.
Meus sentidos andam à deriva na recordação-de-ti,
dentro da poesia que ainda não escrevi…
Meu fogo parou, quando um vulcão vomitou magma-fervente
na cintura que te oferecia pulsações ascendentes
de permanente euforia …
Ciciam sementes, contentes por germinarem na terra que as cobre
com litanias,
que despertam como as flores, ao nascer do dia!
Vou construindo um poema de teus olhos
numa mágica ilha de orlas sensuais,
onde seremos um teorema de luz no caos das sensações
da natural geometria dos temporais…
Um realismo de seiva quente corre pelas veias das plantas outonais…
No mar, por trás dos montes, cantam ventos imemoriais…
Maria Elisa R. Ribeiro
DEZ/012 — .
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