Vemos sempre pelos olhos dos outros quando alguém lhe parte. Lembramo-nos de quem já nos partiu, partindo. Pior. Lembramo-nos de quem ainda vai partir, irremediavelmente à nossa frente. Não sabemos nunca o que dizer. As convenções dos pêsames ou do lamento ou do tou aqui são tão fracas para tão forte dor. Tu estás aqui mas não é esse o problema. O que doi é que quem partiu não volta mais.
É a sombra, o calor, a voz e tudo mais que nos fica a fazer falta. É a lacinante picada do não mais abraçar que doi. E, nestes dias, ficamos tristes. Não realmente pelo outro que perde mas porque sabemos quem já perdemos e, temos sempre medo de perder mais.
Poderemos sempre lembrar as boas memórias que começamos a ter com sorrisos daqueles que partem mas, só sorrimos passado muito tempo. Aqueles que partem vivem em nós. Mas, não nos chega.