Parece-me haver o sentimento generalizado de que, quando se lê um livro o filme do qual ele resulta nunca lhe faz justiça. Em parte é verdade. Duas ou três horas de fita por vezes não conseguem mostrar e contar tudo o que é escrito em 400 páginas. O que não obriga a que um filme não consiga captar o espírito do filme e, contar de forma eficaz a história em que se baseia.
Há grandes desilusões, isso não nego. O Código Da Vinci de Ron Howard transformou um livro divertido e cheio de ritmo numa fraca aventura mal explicada. V for Vendetta, apesar de eu até ter achado interessante, foi atacado até pelo próprio criador da história. Spirit, deste ano, podia ter ficado nos quadradinhos....
Por outro lado não nos podemos esquecer de casos de grande sucesso que só os fanáticos mais irracionais não reconhecem: O Nome da Rosa, O Senhor dos Anéis ou mais recentemente, e, muito a meu gosto Watchmen.
Considero portanto que o problema dos filmes que são adaptados a partir de livros nunca está no simples acto da passagem mas sim na competência de quem executa a obra. O problema será sempre de um mau argumentista, de um mau realizador e nunca do livro em questão.
Escrevo este post pensado em Anjos em Demónios que hoje vou ver. Sei que, se for mau, a culpa é tão-somente de Ron Howard e não da impossibilidade crónica de transformar papel em fita.