Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Oração aos elementais
Alma
há almas que têm as dores secretas
as portas abertas sempre pra dor
há almas que têm juízo e vontade
alguma bondade e algum amor
há almas que têm espaços vazios
amores vadios, restos de emoção
há almas que têm a mais louca alegria
que é quase agonia, quase profissão
a minha alma tem um corpo moreno
nem sempre sereno, nem sempre explosão
feliz esta alma que vive comigo
que vai onde eu sigo o meu coração
(Abel Silva)
Love of the sea
Na dança de nuvens no alto do céu
(tão alto, azul e intocável paraíso)
Pássaros com cores de borboletas
Voavam enfeitando o calmo azul;
As ondas se dobravam lentamente
Beijando a brisa antes de deitar;
O cheiro que tinha esse dia...
... Incomparável e único odor...
Do teu corpo e da maresia!
Trazia ao ouvido a pequena concha
Que no barulho do mar, gemia...
Os muitos cantos da sereia
Que seduziam nosso encanto
No voar leve e brando da praia
Em seus pequenos grãos de areia;
Enquanto eu adormecia
Tocando o som da paisagem...
... que tu enfeitavas....
Onde nada poderia ser mais perfeito;
É um desejo, é um segredo...
Esse milagre que você é
... e todas as coisas que você pode ser...
Entre o nascer desse sol
E do próximo dia, meu amor;
Porque você sempre permanece
Sendo o melhor de mim e
Do meu coração...
(Cáh Morandi)
A participação ativa na sociedade com um espírito de dedicação e entrega - concebendo todos os atos como adoração e todos os homens como as encarnações do Supremo - é uma das melhores formas de prática espiritual, porque não há lugar onde Ele não esteja e objeto que não seja Divino. Os Vedas declaram que o Supremo desejou e se tornou todos eles. Adoração e peregrinações são apenas meios para alcançar um objetivo. A meta é a percepção da verdade definitiva de que "Deus e eu somos Um". Somente ela pode preencher o coração com a bem-aventurança eterna.
(Sathya Sai Baba)
Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos,
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
Como o sangue nas artérias.
Tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada.
Feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra,
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
(Rachel de Queiroz)
Soneto dos Enamorados
Eu quero passar todos os dias na tua vida
Na hora da chegada e na breve hora da partida
Ouvir tua voz em tantos sons e melodias
Lembrar de ti por tua paz, por teu amor e alegria.
E na alegria eu vou passar todos os dias do teu lado
No aconchego do teu corpo delicado
Dar-te meus braços em abraços bem selados
Trocar contigo mil beijos e afagos
E nesses tantos beijos e afagos tão bem dados
Faremos juntos um caminho de carinho escancarado
Cumprindo bem nosso destino lado a lado.
Nosso destino de sermos dois e, assim, de sermos sempre:
Dois amantes, dois amados, dois corações apaixonados...
Eternamente, entre nós, enamorados!
(Adriano Húngaro)
Asas
Eu ainda continuo observando o peso da gota sobre as asas daquela borboleta. Era a mais linda dentre tantas que meus olhos captam. De asas dobradas. Nessas tardes de sol e terra entre os dedos. Algumas estão sempre lá, sucumbem ao tempo, tempo imaginário. Tão tênue e frágil é essa vida. Elas não sonham, sua vida é a mais curta e a mais bela. Beleza por excelência, em estado puro. Da larva ao encantamento de cores que destilam em minhas mãos. Com um leve sopro sobre aquelas asas ainda em pé, eu retiro todo o pó da morte.Voltam a ter vida dentre meus livros. São agora marca páginas de histórias de amor e lembranças de tardes com borboletas azuladas.
Veja com seus olhos? Quanta beleza ainda viva!
(Eperdus)
Diluindo-me na Alquimia da Vida
Um pouco de mim
segue adiante,
como quem necessita viver...
um pouco do meu eu
para, errante!
Como quem ficou, ou se prendeu...
Parte do que sou,
se distancia
na fábula dos pensamentos...
E para onde eu vou
nesta arritmia
antes do advento?
Ao me diluir,
como em meio líquido
"pareço aniquilada"
é meu abluir...
ou me delapido,
"transmutação da alçada".
Eis o que me tornei!
Da nódoa, nódulos,
macula... dor e lipomas...
Mas redirecionei!
O que atenua os pêndulos,
abula... viro flor, rasgo diplomas...
(Rita Reikke)
Confissão
O que me compõe é tudo o que minha alma já viveu.
É tudo o que meu corpo já sentiu.
É o que eu me lembro, sonho, sinto:
Amores, dores... Medos, vícios.
É o que eu crio para mim
E o que eu tiro... Desmorono...
E o que fica é só o verdadeiro:
Componho-me.
O que me habita é tudo o que eu consinto.
Tudo que é intrínseco, eu convivo.
Todos os “eus” me habitam
E todos eles gritam...
Fugas, fogueiras, fuzuês...
Habitam-me todos os sexos...
Crenças, cores, quereres...
E eu não fujo:
Habito-me.
O que eu conheço é o que eu busco
E eu busco só o total...
O que toca fundo, o que tem sentido.
Meio termo, meio passo, meio vivo;
O meio me faz mal.
Quem não se conhece aceita qualquer coisa...
Não conheço o caminho,... Mas hei de seguir...
Não sei do mundo, mas sei de mim:
Conheço-me.
O que eu permito é tudo que me eleva
Se não engrandece, não me acrescenta: desce!
A luz e a sombra me somam, me mostram, me são.
Sou o doce e o veneno, não há o que escolher...
Verso e inverso, yin-yang, eu me completo.
Não me tiro:
Permito-me.
Tudo que minha alma já viveu me compõe
E o que me compõe habita em mim
E o que habita em mim, eu conheço
E o que eu conheço eu permito
E o que eu permito, é.
Eu Sou.
Permito-me!
(Carolina Salcides)
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Carolina Salcides
Mistérios
"Termino o livro e fecho o computador sabendo que por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem com formas, cores e luzes -, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um."
(Lya Luft)
"Com as estrelas que deixei cair de minhas asas de borboleta-transparente, pedi à minha fada-madrinha que bordasse, com linhas do infinito, uma noite somente para meu amor.E com as flores que deixei cair De minhas folhas de violeta amadurecida, Pedi ao meu anjo-da-guarda Que bordasse, com linhas de eternidade, Um céu branco e lilás para ser o dia da noite do meu amor."
Oswaldo Antônio Begiato
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Oswaldo Antônio Begiato
"De tudo, ficaram três coisas:
a acerteza de que estamos sempre começando...
a certeza de que é preciso continuar...
a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
fazer da interrupção um caminho novo...
da queda um passo de dança...
do medo, uma escada...
do sonho, uma ponte...
da procura, um encontro."
(Fernando Sabino)
A felicidade deste mundo está submetida a nossos desejos, por isso é instável. A característica do desejo é jamais ser satisfeito e nos conduzir a querer receber e possuir sempre mais. Essa insatisfação permanente cria sofrimento, pois a felicidade resultante da realização do prazer não dura. Temos medo de vê-la desaparecer, porque sabemos que somos como crianças que creem que acumulando instantes de felicidade, escapam à infelicidade. Assim, a adversidade de objetos sõbre os quais projetamos nossas fantasias e esperanças de felicidade será sempre insondável e frustante.
(Dalai Lama)
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