Entre Fadas e Borboletas circulamos. Neste movimento transitório, inalterável, percorremos. Entre mistérios e paraísos lilases equilibramos. Entre matizes rosas e azuis voamos. E nos canteiros perfumados cultivamos. As flores mais lindas colhemos. Rosas vermelhas ou brancas exalamos. E nas manhãs de verão, nos amamos. (Paty Padilha)
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Voe
Arremessa-te na vastidão,
Sentindo o vento,
Sentindo o sol, a lua,
Sentindo este sentimento.
Mergulhes no infinito,
Deste amor puro,
De menina, de mulher,
Atira-te de peito aberto.
Tens o céu, rodopie em tuas asas,
Por cima das tristes casas,
Abre os braços e voe longe,
Pra perto de estar mais perto.
Voe por sobre as cidades,
Acima de nossos corações e da saudade,
Não temas o frio, nem a chuva, nem a queda,
Pois pousarás em meu jardim, em meu beijo, em mim.
(Rosa Panerari)
Me...
Simplesmente eu
Sou estrela solitária
Entre tantas estrelas
Sou o brilho de uma delas,
Que não ofusca, nem se apaga...
Sou raio de sol esquecido,
Outrora fogo,
Hoje um brilho esmaecido.
Sou efêmera,
Sou sensível,
Sou fraca,
Sou falível,
Sou eterna
Nas minhas dores...
Sou um tanto de romantismo,
A poesia que restou,
Sou um tanto de melodia
Que doeu no peito
E a rima que não se achou.
Mas!...Assim sou eu!
Sou a onda que se quebra,
Mas volta com insistência,
Num recomeçar incessante!
Sou a espuma branca na areia
Que se desmancha num instante,
Num eterno beijo ofegante,
Sou um coração por inteiro,
Que não se cansa,
Que crê no amor verdadeiro!
Sou aquela que luta,
Que ama e que quer!
Sou quem nunca desiste,
Sou simplesmente
Uma mulher.
(Letícia Thompson)
Tenho Tanto Sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
(Fernando Pessoa)
Camadas
Ah, se eu fosse bruxa...
Se eu fosse uma bruxa sábia
Faria uma magia poderosa
Negra, que nem noite de chuva
E te enfeitiçaria de tal maneira
Que não te libertarias de mim
Te crucificaria em meus braços
Apertando-te com tanta força
Até que me suplicasses o fim!
Mas eu fingiria ser uma bruxa surda
E continuaria a te enfeitiçar
Fazendo mais maldades ainda
Sem te deixar escapar fácil
Do meu feitiço malvado
Para possuir teu corpo inteiro
Amordaçado, indefeso
Completamente dominado!
Ficarias fragilizado e submisso
Obedecendo a tudo de boa-vontade
Somente te interessaria em agradar-me
E tão apaixonado, por mim, tu ficarias
Querendo-me junto a ti, para adorar-me
Esmolando o meu amor, e para sempre
De joelhos, aos meus pés, tu cairias
Vivendo unicamente para amar-me!
(Laura Limeira)
Fada Menina
Sou fada menina
Ainda pequenina
De asas purpurinadas
Pela mamãe, enfeitadas
Sobrevôo flores lindas
Ajudando a polinização
Trabalho: ainda não
Apenas muita alegria
Por todo o meu dia
De pura diversão.
Amiga dos passarinhos
Nunca toco em seus ninhos
Apreciando a criação.
Deixo um rastro de alegria
E esta linda canção.
(Vera Vilela)
O jardim das Fadas
Vem
Já é madrugada
A cidade mergulha em silêncio sonolento
Barulho só do vento
Vem
Vamos passear no jardim das fadas
Que fica em qualquer lugar
Entre o querer e o acreditar
Vem
Ninguém nos verá flutuar
Entre as roseiras floridas
E por um breve momento
Cairá o véu de seda colorida
Que envolve o coração
Fazendo brilhar
No rosto a paixão
Vem
Sem medo
Vamos descer as escadas
Que levam à fonte
Dos segredos
Vamos atravessar a ponte
Deste improvável paraíso
Vem
Dançar com as fadas
Não se assuste com o riso
São cúmplices silenciosas
Das almas muito amadas
E nos presenteiam com o perfume das rosas
Vem
Ser feliz comigo!
(Bia Zolnier)
A Fada Azul
Ela dança as fases da lua
tece vento e o ar rodopia
põe no colo os bichos das ruas
põe no chão quem quer correria
põe as mãos de alguém entre as suas
e é o nascer de um sol, mais um dia
Do aroma rosa da arte
ela extrai a cor da alegria
do lilás do olhar de quem parte
faz o azul de quem ficaria
do vermelho ardor do estandarte
o nascer de um sol, mais um dia
Tem a solidão do poeta
a paixão da chuva tardia
escultora da linha reta
que a luz percorre e esta via
salta do seu olho, é uma seta
o nascer do sol, mais um dia
São brilhos de estrelas na perna
e a noite que a estrela anuncia
a paixão é estranha caverna
quem tem medo e amor já sabia
uma noite nunca é eterna
é o nascer do sol, mais um dia
Ela pisa as ruas do tempo
já foi louca, princesa e Maria
faz de azul mais que cor, sentimento
mina d'água, azul, poesia
faz soar as rimas que invento
e é o nascer do sol, mais um dia
(Oswaldo Montenegro)
Fadas
Nas fontes límpidas das águas,
as fiandeiras dos destinos
tecem, em silêncio, fios de vidas.
Apaziguam maus agouros
estas geniais e encantadoras fadas,
deusas restauradoras de desatinos,
almas de divindades protegidas,
virgens cândidas e rutilantes,
libélulas de bosques e jardins,
lançam o pó mágico do “pirlimpimpim”
e surge o sonho, a felicidade,
ser criança, por toda a eternidade
(Maurélio Machado)
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