TCC Juliana Mendes Melo
TCC Juliana Mendes Melo
TCC Juliana Mendes Melo
FORTALEZA
2016
JULIANA MENDES MELO
FORTALEZA
2016
JULIANA MENDES MELO
A Deus, por ser meu consolo nos momentos de aflição e minha âncora no dia-a-
dia, me dando discernimento e força para enfrentar o mundo ao meu redor.
À minha amada mãe, Cecilia Mendes Melo, e ao meu amado pai, Carlos Mourão
Melo: pela educação dada, pela confiança e apoio pleno às minhas escolhas, pela liberdade
dada para eu trilhar meu caminho, pelo suporte que possibilitou a realização deste sonho e de
vários outros, pela paciência e pelo amor incondicional.
Ao meu irmão, João Victor, que sempre me apoiou e me defendeu com carinho e
amizade e por ser uma pessoa em quem posso confiar.
Ao meu noivo, Silvério Barbosa Júnior, por toda a paciência comigo, pelo
companheirismo nesses oito anos de relacionamento, pela amizade, pelo carinho e cuidados
diários, pelo amor e complementariedade, pela escolha de traçarmos nossos futuros juntos,
como marido e mulher.
À minha avó, Zenilda Mendes, e bisavó Raimunda, por sempre acreditarem no
meu potencial, rezarem pela minha saúde e felicidade e torcerem pelo meu sucesso.
À Universidade Federal do Ceará, por ter me possibilitado realizar o curso de
Zootecnia.
Ao meu orientador, Pedro Watanabe, pela acolhida, pelos ensinamentos durante
toda a minha graduação, pela confiança, pelas bolsas de iniciação científica concedidas, pela
possibilidade de trabalhar com pesquisa, pelo crescimento profissional e pessoal, pela
amizade e risos compartilhados.
A todos os professores que que me ajudaram no meu crescimento profissional e
pessoal, em especial aos professores Luiz Euquerio, pela confiança em me oferecer a minha
primeira bolsa na universidade e por me permitir trabalhar no seu setor, local onde despertei
meu encanto e amor pela profissão; Andrea Pereira, pelo período de convivência como sua
monitora, pela sua atenção para comigo, pelos ensinamentos e amizade; Gabrimar, pela
amizade, pelo seu exemplo de integridade e ética e pelas orientações em diversos momentos
da graduação; Zizi, pelos momentos engraçados vivenciados na cunicultura, pelo exemplo de
mulher guerreira, lutadora e ousada, sem perder a classe. Muito obrigada!
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia, pela atenção, amizade, risos e
auxílios, em especial ao Clécio da Coordenação, à Dona Rose do laboratório, aos funcionários
e seguranças da suinocultura e coelhario, principalmente ao Jamilton, ao Marcos e ao Airton.
À empresa Integral Mix Agroindustrial, que me acolheu e me ajudou nessa última
etapa do curso, concedendo suas dependências, profissionais e tecnologia para o
aprimoramento e aperfeiçoamento dos meus conhecimentos.
À minha orientadora técnica Patrícia Butolo, pela disponibilidade em me orientar,
pelas explicações e pela oportunidade de poder adquirir um pouco do seu conhecimento.
Ao meu orientador Eduardo Marinho Conde, pelas oportunidades, por me mostrar
quão magnifica é a atuação do zootecnista no mercado de trabalho, pelo incentivo pessoal e
profissional, pelas dicas, pela valorização das pessoas ao seu redor, pelo exemplo de pessoa e
profissional, pelas piadas, risos, brincadeiras e amizade: muito obrigada!
Aos outros profissionais que compõem minha banca, Elenise e Rafael, pela
paciência, correções e auxílio na execução desse trabalho.
Aos profissionais que me acolheram e ajudaram durante meu estágio: Jessica
Albuquerque, Leanderson Lima, Igor Gonçalves, Evellyn Lima, Rachel Veras, João Gleidson,
Rodrigues, Victor, Loirinho, Vanderlei, Roberto, Dara, Conceição, Vanda, e aos estagiários:
Levi, Thiago, Adriano, Tália e Ana Raquel. Obrigada pelos conhecimentos repassados e pelos
momentos divertidos proporcionados.
Aos meus amigos e colegas, pelo companheirismo, críticas, brincadeiras e apoio
durante a graduação, que me proporcionaram amadurecimento pessoal e sabedoria. Em
especial, obrigada Artur Bruno, Antônio Carlos, Rebeka Magalhães, Thiago Victor, Virginia
Lima,Jessica Carias, Leôncio Nunes, Camila Portela, Lucas Sampaio, Rennan Pinheiro,
Tássio Bruno, ao Wesley Silva, Carolina Paulino, Natalia Gurgel, Amanda Cavalcante e
Juliana Arruda.
Por fim, agradeço aos auxílios financeiros concedidos pelas instituições Pró-
Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará; Programa Institucional de Iniciação à
Docência, financiada pela Capes, e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica,
cedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Tal
apoio foi fundamental para minha permanência no curso. Além disso, me tornei mais
responsável, dedicada e curiosa.
“Eu sou assim, ligado na tomada. Sempre
querendo encontrar uma razão para tudo.
Pessoas como eu sofrem mais. Se
decepcionam mais. Por outro lado, crescemos.
Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático
em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha
uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva”.
Martha Medeiros
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12
2 PRINCIPAIS INGREDIENTES USADOS NAS RAÇÕES PARA
PEIXES ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE.................................................... 14
3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA...................................................................... 15
3.1 Boas práticas.................................................................................................. 15
3.2 Logística operacional..................................................................................... 16
4 ATIVIDADES REALIZADAS E ACOMPANHADAS.............................. 21
4.1 Atividades laboratoriais................................................................................ 21
4.1.1 Amostragem e Análises de Liberação............................................................ 22
4.1.1.1 N.I.R.S............................................................................................................. 24
4.1.1.2 Padrões para liberação dos principais ingredientes utilizados nas rações de
peixes............................................................................................................... 28
4.1.2 Análises Químicas........................................................................................... 30
4.1.2.1 Análise de Micotoxinas................................................................................... 31
4.1.2.1.1 Equipamentos e reagentes................................................................................ 31
4.1.2.1.2 Procedimentos.................................................................................................. 31
4.1.3 Análises de controle de qualidade em rações para peixes............................. 34
4.2 Princípios de formulação de rações para peixes......................................... 38
4.3 Dinâmica de produção para rações de peixes............................................. 39
4.3.1 Características dos ingredientes no processo produtivo................................ 42
4.4 Produtos.......................................................................................................... 43
4.5 Outras atividades........................................................................................... 46
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 48
REFERÊNCIAS............................................................................................. 49
12
1 INTRODUÇÃO
3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
Essas informações eram repassadas para uma planilha de controle, onde eram
gerados códigos para cada produto que chegava ao laboratório, e, em seguida, eram
digitalizadas no sistema computadorizado Lab2000 usado pela empresa. As amostras ficam
arquivadas durante 30 dias para possíveis conferências de rastreabilidade.
Os grãos (milho, sorgo, soja e milheto) amostrados eram entregues no laboratório
para o classificador, que pesa 100g da amostra, mensura sua densidade e umidade para, em
seguida, colocá-los em um suporte de classificação. Com ajuda de uma luminária e uma lupa,
24
4.1.1.1 NIRS
As curvas do programa são criadas com base nas análises químicas convencionais,
uma amostra era passada no equipamento e os nutrientes obtidos pelas analises químicas
anotados no mesmo. Cem amostras representam o número mínimo necessário para a criação
de uma curva, contudo, quanto maior a quantidade de amostras, maior a confiabilidade dos
resultados. Os padrões analisados para todos os alimentos são umidade, proteína bruta,
matéria mineral, extrato etéreo e fibra bruta. Para alguns alimentos, são mensurados também
densidade, amido, aminoácidos e outros.
A utilização do NIRS trouxe agilidade e economia à empresa por se tratar de um
aparelho de fácil manuseio, com análise rápida (30 a 90 segundos) e não destrutiva,
dispensando a utilização de reagentes e gerando determinação simultânea de diferentes
atributos.
As rações de peixes produzidas usam alimentos de origem animal, vegetal e
mineral analisadas pelo NIRS e com os padrões de liberação de acordo com o Compendio
Brasileiro de Alimentação Animal (2013), conforme apresentado nas Tabelas 1, 2 e 3.
26
4.1.1.2 Padrões para a liberação dos principais ingredientes utilizados nas rações de peixes
O teor de umidade revela a água presente nos alimentos, que pode sofrer
alterações físicas como, por exemplo, evaporação, cristalização, etc. (UBOLDI EIROA,
1981). Sua mensuração é importante, pois níveis superiores ao padrão podem indicar uma
maior probabilidade de deterioração do insumo devido à proliferação de microrganismos.
A determinação da acidez permite caracterizar o estado de conservação de
produtos de origem animal e vegetal. As gorduras são formadas por triglicerídeos; quando
esses são hidrolisados, ocorre a formação dos ácidos graxos livres, responsáveis por depreciar
a qualidade da gordura. A presença de ácidos graxos livres indica que a gordura foi exposta à
ação de agentes hidrolisantes como água, ácidos, temperatura, enzimas e microrganismos
(BELLAVER, 2009).
A determinação do índice de peróxido detecta a rancidez da gordura. Os alimentos
com elevado teor de lipídeos são mais suscetíveis a oxidação, com destaque para a farinha de
origem animal (HANNAS et al., 2003). Tal metodologia expressa um valor de peroxidação
sendo um método quantitativo.
Existe basicamente dois tipos de rancidez a hidrolítica e a oxidativa (LIMA,
2012). A rancidez é a decomposição das gorduras do alimento, ocasionando a formação de
substâncias voláteis responsáveis pelo sabor e odor desagradáveis No método adotado (Teste
de Kreis) em caso positivo, a fluroglucina reage em meio ácido com os triglicerídeos
oxidados, dando origem a uma coloração rósea a avermelhada, cuja expressividade aumenta
com a deterioração. Em caso negativo, observa-se apenas a coloração amarelada da gordura.
(MARCIEL, 2016).
O teste de Éber, também conhecido como de teste de putrefação, avalia a
conservação de produtos proteicos. Na análise, a liberação de gás amônia indica o início da
degradação das proteínas da amostra.
O teste de granulometria era usado para determinar a quantidade em peso das
partículas de diferentes tamanhos que entram na composição da amostra. A determinação da
porcentagem é feita através do peneiramento, segundo a padronização da ABNT. Além disso,
o teste auxilia na identificação de materiais estranhos à composição da amostra.
As rações de peixe podem utilizar os ingredientes abordados nas tabelas 4, 5 e 6,
que mostram os padrões utilizados como referência pela empresa, seguindo o estabelecido
pelo Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2013).
29
Tabela 4. Padrões para a liberação dos principais produtos de origem vegetal usados nas
rações de peixes
Alimentos Umidade Acidez Peroxido
Arroz, farelo parboilizado 13,00% 4,00 -
Quirera de arroz 12,00% 20,00 -
Fécula de mandioca 12,00% - -
Milho, gérmen 12,00% 3,5 5,00
Milho, glúten 21 Refinazil 12,00% - -
Milho, glúten 60 Protenose 12,00% - -
Farelo de soja 12,50% - -
Soja Integral 12,00% - -
Soja semi-integral 12,00% - -
Lecitina de soja 1,00% 30,00 10,00
Soja óleo bruto 1,00% 2,00 10,00
Soja óleo dogomado 1,00% 1,00 10,00
Farelo de trigo 13,50% 3,00 -
Farinha de trigo 12,00% - -
Adaptado: Compêndio Brasileiro de Alimentação animal (2013).
Tabela 5. Padrões para a liberação dos principais produtos de origem animal usados nas
rações de peixes
Alimentos Umidade Acidez Teste de Peroxido Rancidez
Éber
Farinha de penas hidrolisada 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Farinha de vísceras de aves 8,00% 3,00 Negativo 10,00 Negativo
Óleo de vísceras de aves 4,00% 6,00 - 10,00 Negativo
Farinha de carne e ossos 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Farinha de ossos calcinada 2,00% - - - -
Farinha de sangue 10,00% - Negativo - -
Farinha de peixes 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Óleo de peixes 4,00% 6,00 - 10,00 Negativo
Adaptado: Compêndio Brasileiro de Alimentação animal (2013).
30
Tabela 6. Padrões para a liberação do teste de textura para produtos de origem animal.
Granoteste
Tamanho 0,420 mm 0,841 mm 1,68 mm 2,00 mm 3,4 mm
das peneiras
Padrão - - Máx.10,00 Máx. 5,00 0,00
exigido
Adaptado: Compendio Brasileiro de Alimentação animal (2013).
4.1.2.1.2 Procedimentos
Antes da análise propriamente dita é necessário a preparação da amostra, que deve
ser representativa do lote, em seguida retirar uma subamostra, triturar usando um moinho e
32
em seguida pesar 20g e despeja-la em um recipiente limpo que permita ser fechado
completamente. Depois acrescentar 100 ml de solução de extração 70% metanol e 30% água e
fechar o recipiente e agitar vigorosamente por três minutos, deixar que o triturado afunde e
em seguida filtrar a camada de cima do extrato através do papel filtro e coletar o filtrado que
está pronto para ser analisado.
Análise:
1. Colocar apropriado número de tiras de diluição azul/verde num recipiente para
tiras de micro poços. Um poço diluição será requerido para cada padrão, (ex. 0, 4, 10, 20 e 40
ppb) ou amostra.
2. Colocar em igual número tiras de micro poços revestidos com Anticorpos no
recipiente para tiras de micro poços. Retornar as tiras de micro poços não utilizadas para a
bolsa metálica com o pacote dessecante e selar a bolsa com fita.
3. Medir a quantidade requerida de conjugado do frasco de tampa verde (~240
µL/poço ou 2 ml/tira) e colocar num recipiente separado (recipiente para reagente quando
usar pipeta de 8 canais) Usando uma pipeta de 8 canais, dispensar 200 µL do conjugado
dentro de cada poço de diluição azul/verde.
4. Usando uma pipeta de canal único, acrescentar 100 µL de cada padrão ou
amostra dentro do apropriado poço de diluição contendo 200 µL do conjugado. Usar uma
pipeta com ponteira nova para cada padrão ou amostra. Usando uma pipeta de 8 canais com
ponteiras novas para cada tira de 8 poços, misturar cada poço cuidadosamente pipetando e
esvaziando a ponteira 3 vezes e imediatamente transferir 100 µL do conteúdo de cada poço de
diluição dentro do correspondente micro poço revestido de anticorpos. Incubar a temperatura
ambiente por 15 minutos. Nota: Não agitar a placa para misturar porque pode ocorrer uma
contaminação dos conteúdos entre os poços. Nota: Certificar-se que a ponteira da pipeta tenha
sido completamente esvaziada.
5. Esvaziar os conteúdos das tiras de micro poços dentro de um recipiente de
descarte. Lavar cada micro poço pelo preenchimento com água destilada ou deionizada, e em
seguida emborcar a água das tiras de micro poços. Repetir esta etapa 4 vezes num total de 5
lavagens. Um pedaço de fita pode ser colocado na extremidade do recipiente para ajudar a
manter as tiras no local. Nota: Tomar cuidado para não deslocar as tiras do recipiente durante
a etapa de lavagem.
6. Colocar muitas camadas de papel absorvente na superfície e bater levemente
nas tiras de micro poços no papel absorvente para expelir o máximo possível de água residual
após a quinta lavagem. Secar o fundo dos micro poços com pano seco ou papel absorvente.
33
Fonte: Próprio autor (2016). 1. Moinho; 2. Balança analítica; 3. Máquina de determinação da Atividade de água;
4. Máquina de determinação da umidade; 5.Baquer de teste de flutuabilidade e de determinação da densidade;
Termômetro de infravermelho; 7. Paquímetro eletrônico.
A densidade por definição consiste em uma grandeza que relaciona a massa dos
materiais com o volume que eles ocupam. É importante ressaltar que a densidade é
inversamente proporcional ao volume, sendo fundamental sua mensuração para garantir que
os sacos tenham seu volume padronizado.
A flutuabilidade da ração é importante, pois facilita a observação do consumo dos
animais pelo tratador assim como também evita a fuga do alimento por meio das telas dos
tanques redes. O teste de flutuabilidade analisa a estabilidade dos kibbles na água e o
percentual de kibbles flutuantes, sendo ideal que pelo menos 95% da amostra flutue; caso
contrário, a ração é impedida de ir para venda.
Os níveis de umidade aceitáveis são entre 8 e 10%, sendo o ideal o de 9%. A
umidade da ração é um indicativo indispensável, pois pode gerar perdas econômicas além de
afetar a conservação do produto.
A atividade de água é um índice que expressa a relação entre a pressão de vapor
de água em equilíbrio sobre o alimento (Ps) e a pressão de vapor da água pura (Po) numa
mesma temperatura, retratando o teor de água livre no alimento (GRANT, 2004). Desse
modo, a atividade de água descreve o grau de disponibilidade dessa molécula para atuar como
solvente e participar de reações químicas e bioquímicas (ROBERTSON, 2009).
Os valores da atividade de água variam de 0 a 1. Valores abaixo de 0,6 inibem o
crescimento fungico e microbiano (ALZAMORA el al., 2003). O padrão máximo usado pela
empresa era de 0,65, contudo havia a meta para reduzir esse valor para 0,6. Segundo Zanatta
et al. (2011), a atividade de água deve ser utilizada como parâmetro de controle de qualidade
em detrimento da umidade. Já que em experimento realizado pelos autores, não foi observada
correlação entre atividade de água e umidade.
A mensuração do tamanho dos kibbles avalia a uniformização e padronização
destes. São medidos 10 kibbles de cada amostra levada ao laboratório; em seguida, os valores
são transcritos em uma planilha no Excel que informa a média, o desvio padrão e o
coeficiente de variação do diâmetro e comprimento individualmente, como mostra a Figura
10. Uma relação entre o tamanho da boca e o tamanho ideal do alimento preferido pelos
peixes fica geralmente entre 40% e 60% da largura da boca (ROTTA, 2003).
36
Font
e: Próprio autor (2016).
Tabela 7. Índices de qualidade utilizados pela empresa Integral Mix para rações de peixes
Ração Diâmetro/ Densidade Umidade Finos
Comprimento (%) (%)
(Mm)
Aquamix PL 0/ T1 - - 9,00 100
SEAPA
Aquamix AL 10/ T2 D. 2,0 Máx. 430 9,00 1,00
SEAPA C. 3,0 Mín. 330
Aquamix Estratégia/ T3 D. 3,5 Máx. 400 9,00 0,50
SEAPA C.5,0 Mín. 330
Aquamix T 50 E/ T4 D. 3,5 Máx. 400 9,00 0,50
SEAPA/ AC 50 C.5,0 Mín. 330
Aquamix T 300 E/ T5 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
SEAPA/ AC 300 C. 8,0 Mín. 330
Aquamix T 600 E D. 8,0 Máx. 400 9,50 0,50
C.10,0 Mín. 330
Aquamix PR 50 D. 3,5 Máx. 400 9,00 % 0,50
C. 5,0 Mín. 330
Aquamix PR 300 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 8,0 Mín. 330.
Aquamix PR 600 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 8,0 Mín. 330
Aquamix PR 800 D. 8,0 Máx. 400 9,50 0,50
C.10,0 Mín. 330
Aquamix PR 1200 D. 12,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 15,0 Mín. 330
Fonte: Adaptado, Integral Agroindustrial Ltda. (2016) *Mm: milímetros
38
aglomerado acontece, sendo este depositado no silo pulmão da extrusora onde fica
armazenado o farelado para, posteriormente, ser direcionado para o condicionador.
No condicionador da extrusora, são adicionados água e vapor d’água como fonte
de energia térmica. Ao atingir o cozimento adequado, este farelado migra para o canhão da
extrusora, onde sofrerá um processo de cisalhamento, por meio de energia mecânica, até
atingir a textura ideal para formatação final do produto, como mostra a Figura 12. A extrusão
é considerada um processo de alta temperatura e curto espaço de tempo (high temperature –
short time – HTST), com período de residência do alimento no extrusor de 1 a 2 minutos. Tal
processo aumenta a digestibilidade das proteínas, amido e energia e elimina fatores
antinutricionais, microrganismos e enzimas (KRABBE, 2007).
Logo após, os kibbles são transportados para o secador por transporte pneumático
e, dentro deste, seguem para o banho de óleos, por aspersão ou não, o que depende da
formulação da ração. Na sequência, os kibbles seguem para o resfriador para a redução da
temperatura do produto até próximo a do ambiente, para seguir ao silo de ensaque.
Durante esse processo, os kibbles passam por diversas peneiras que buscam retirar
do montante kibbles fora do padrão e contaminação cruzada por partículas de outra ração
produzida no dia. As impurezas presentes nas peneiras são carreadas para o silo de descarte.
41
4.4 Produtos
Os produtos para peixes também são destinados às várias fases produtivas, sendo
divididos por categorias em animais para reprodução, pós-larvas, alevinos, juvenil,
crescimento e terminação ou engorda.
Nessa fase de pós-larva, são utilizadas rações pequenas, com tamanhos que
variam de 0,5 a 1,8 milímetros. As rações primeiramente passam pelo processo de extrusão
para posteriormente serem trituradas e fornecidas aos animais. O arraçoamento é realizado
várias vezes ao dia devido ao rápido esvaziamento do trato gastrointestinal, evitando o
aumento da mortalidade. Para peixes juvenis, o tamanho dos kibbles varia de 2,0 a 3,5
milímetros. Animais em crescimento possuem os tamanhos dos kibbles de 4,0 a 5,5
milímetros, enquanto os peixes em terminação possuem a partir de 5,0 milímetros. Esse valor
aumenta gradualmente, de acordo com o desenvolvimento dos peixes.
Os nutrientes presentes na ração devem estar compatíveis com as exigências de
cada fase, e seu arraçoamento também é imprescindível para o correto consumo e
desenvolvimento destes. Alguns tamanhos dos kibbles comercializados são mostrados na
Figura 14.
Figura 14: Produtos para peixes da empresa Integral Agroindustrial Ltda.
Os níveis de garantia das rações para peixes informados no rotulo dos produtos e a
sugestão de arraçoamento da linha Aquamix para tilápias em tanque rede são apresentados
sequencialmente nas Tabelas 8 e Figura 15.
44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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50
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