TCC Juliana Mendes Melo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE ZOOTECNIA

JULIANA MENDES MELO

RAÇÕES PARA PEIXES TROPICAIS ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE: UM


PANORAMA DA FABRICAÇÃO E UTILIZAÇÃO

FORTALEZA
2016
JULIANA MENDES MELO

RAÇÕES PARA PEIXES TROPICAIS ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE: UM PANORAMA


DA FABRICAÇÃO E UTILIZAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Zootecnia do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do Título
de Bacharel em Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Pedro Henrique


Watanabe.

FORTALEZA
2016
JULIANA MENDES MELO

RAÇÕES PARA PEIXES TROPICAIS ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE: UM PANORAMA


DA FABRICAÇÃO E UTILIZAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Zootecnia do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do Título
de Bacharel em Zootecnia.

Aprovada em: 09/12/2017.


AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser meu consolo nos momentos de aflição e minha âncora no dia-a-
dia, me dando discernimento e força para enfrentar o mundo ao meu redor.
À minha amada mãe, Cecilia Mendes Melo, e ao meu amado pai, Carlos Mourão
Melo: pela educação dada, pela confiança e apoio pleno às minhas escolhas, pela liberdade
dada para eu trilhar meu caminho, pelo suporte que possibilitou a realização deste sonho e de
vários outros, pela paciência e pelo amor incondicional.
Ao meu irmão, João Victor, que sempre me apoiou e me defendeu com carinho e
amizade e por ser uma pessoa em quem posso confiar.
Ao meu noivo, Silvério Barbosa Júnior, por toda a paciência comigo, pelo
companheirismo nesses oito anos de relacionamento, pela amizade, pelo carinho e cuidados
diários, pelo amor e complementariedade, pela escolha de traçarmos nossos futuros juntos,
como marido e mulher.
À minha avó, Zenilda Mendes, e bisavó Raimunda, por sempre acreditarem no
meu potencial, rezarem pela minha saúde e felicidade e torcerem pelo meu sucesso.
À Universidade Federal do Ceará, por ter me possibilitado realizar o curso de
Zootecnia.
Ao meu orientador, Pedro Watanabe, pela acolhida, pelos ensinamentos durante
toda a minha graduação, pela confiança, pelas bolsas de iniciação científica concedidas, pela
possibilidade de trabalhar com pesquisa, pelo crescimento profissional e pessoal, pela
amizade e risos compartilhados.
A todos os professores que que me ajudaram no meu crescimento profissional e
pessoal, em especial aos professores Luiz Euquerio, pela confiança em me oferecer a minha
primeira bolsa na universidade e por me permitir trabalhar no seu setor, local onde despertei
meu encanto e amor pela profissão; Andrea Pereira, pelo período de convivência como sua
monitora, pela sua atenção para comigo, pelos ensinamentos e amizade; Gabrimar, pela
amizade, pelo seu exemplo de integridade e ética e pelas orientações em diversos momentos
da graduação; Zizi, pelos momentos engraçados vivenciados na cunicultura, pelo exemplo de
mulher guerreira, lutadora e ousada, sem perder a classe. Muito obrigada!
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia, pela atenção, amizade, risos e
auxílios, em especial ao Clécio da Coordenação, à Dona Rose do laboratório, aos funcionários
e seguranças da suinocultura e coelhario, principalmente ao Jamilton, ao Marcos e ao Airton.
À empresa Integral Mix Agroindustrial, que me acolheu e me ajudou nessa última
etapa do curso, concedendo suas dependências, profissionais e tecnologia para o
aprimoramento e aperfeiçoamento dos meus conhecimentos.
À minha orientadora técnica Patrícia Butolo, pela disponibilidade em me orientar,
pelas explicações e pela oportunidade de poder adquirir um pouco do seu conhecimento.
Ao meu orientador Eduardo Marinho Conde, pelas oportunidades, por me mostrar
quão magnifica é a atuação do zootecnista no mercado de trabalho, pelo incentivo pessoal e
profissional, pelas dicas, pela valorização das pessoas ao seu redor, pelo exemplo de pessoa e
profissional, pelas piadas, risos, brincadeiras e amizade: muito obrigada!
Aos outros profissionais que compõem minha banca, Elenise e Rafael, pela
paciência, correções e auxílio na execução desse trabalho.
Aos profissionais que me acolheram e ajudaram durante meu estágio: Jessica
Albuquerque, Leanderson Lima, Igor Gonçalves, Evellyn Lima, Rachel Veras, João Gleidson,
Rodrigues, Victor, Loirinho, Vanderlei, Roberto, Dara, Conceição, Vanda, e aos estagiários:
Levi, Thiago, Adriano, Tália e Ana Raquel. Obrigada pelos conhecimentos repassados e pelos
momentos divertidos proporcionados.
Aos meus amigos e colegas, pelo companheirismo, críticas, brincadeiras e apoio
durante a graduação, que me proporcionaram amadurecimento pessoal e sabedoria. Em
especial, obrigada Artur Bruno, Antônio Carlos, Rebeka Magalhães, Thiago Victor, Virginia
Lima,Jessica Carias, Leôncio Nunes, Camila Portela, Lucas Sampaio, Rennan Pinheiro,
Tássio Bruno, ao Wesley Silva, Carolina Paulino, Natalia Gurgel, Amanda Cavalcante e
Juliana Arruda.
Por fim, agradeço aos auxílios financeiros concedidos pelas instituições Pró-
Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará; Programa Institucional de Iniciação à
Docência, financiada pela Capes, e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica,
cedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Tal
apoio foi fundamental para minha permanência no curso. Além disso, me tornei mais
responsável, dedicada e curiosa.
“Eu sou assim, ligado na tomada. Sempre
querendo encontrar uma razão para tudo.
Pessoas como eu sofrem mais. Se
decepcionam mais. Por outro lado, crescemos.
Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático
em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha
uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva”.
Martha Medeiros
RESUMO

A criação de peixes de água doce no Brasil possibilitou a utilização de espaços antes


improdutivos, sendo uma alternativa rentável principalmente em criações com tanques redes.
A atividade gasta cerca de 30% a 85% do faturamento com a alimentação dos animais; desse
modo, a ração tem de colaborar com rápido crescimento animal e auxiliar a imunidade do
plantel. Objetivou-se avaliar a produção de rações para peixes tropicais onívoros de água doce
na empresa Integral Agroindustrial Ltda. No laboratório físico-químico, foram acompanhadas
as atividades referentes as análises de liberação dos insumos, as bromatológicas nas matérias
primas aceitas e nas rações após a fabricação. No mais acompanhei atividades relacionadas ao
controle de qualidade da produção de rações extrusadas, a formulação de rações, o processo
industrial, a influência do controle de qualidade do processo na utilização do produto pelo
piscicultor. Tal experiência foi fundamental para solidificar a importância do controle de
qualidade na produção e para reafirmar que a utilização correta da ração extrusada para peixes
promove, quando somada com práticas corretas de manejo sanitário, genético e ambiental, a
melhoria dos índices zootécnico de maneira sustentável, reduzindo custos e desperdícios.

Palavras-chave: Extrusão. Fábrica. Piscicultura de água doce.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma da logística operacional da empresa......................................... 17


Figura 2 – Fábrica de rações extrusadas......................................................................... 18
Figura 3 – Galpão de armazenamento de insumos, fábrica de rações extrusadas e
fichas de identificação................................................................................... 19
Figura 4 – Galpão de armazenamento de rações............................................................ 20
Figura 5 – Laboratório de controle de qualidade de rações extrusadas.......................... 22
Figura 6 – Ficha de controle de coleta de matéria prima................................................ 23
Figura 7 – Espectroscopia de refletância no infravermelho próximo (NIRS) com
aplicação da tela após a análise..................................................................... 25
Figura 8 – Resumo da análise de micotoxinas............................................................... 33
Figura 9 – Principais análises e equipamentos usados no controle de qualidade nas
rações de peixes............................................................................................. 34
Figura 10 – Planilha do tamanho dos kibbles................................................................... 36
Figura 11 – Descarregamento de milho grão na moega.................................................. 39
Figura 12 – Representação do caminho percorrido pelo farelado na extrusora.............. 40
Figura 13 – Fluxograma de produção de rações extrusadas............................................. 41
Figura 14 – Produtos para peixes da empresa Integral Agroindustrial Ltda.................... 43
Figura 15 – Sugestão alimentar para tilápias em tanque-rede da linha Aquamix............. 45
Figura 16 – Despesca, tanques de criação, pós larvas na propriedade............................ 46
Figura 17 – Diversas fases do desenvolvimento da pesquisa no galpão experimental da
Granja Regina................................................................................................ 47
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Padrões nutricionais estabelecidos para liberação de alimentos de origem


vegetal usados nas rações de peixes analisados pelo NIRS............................ 26
Tabela 2 – Padrões nutricionais estabelecidos para liberação de alimentos de origem
animal usados nas rações de peixes analisados pelo NIRS............................ 27
Tabela 3 – Padrões para liberação de alimentos exclusivamente fornecedores de
minerais........................................................................................................... 27
Tabela 4 – Padrões para liberação dos principais produtos de origem vegetal usados
nas rações de peixes......................................................................................... 29
Tabela 5 – Padrões para liberação dos principais produtos de origem animal usados
nas rações de peixes......................................................................................... 29
Tabela 6 – Padrões para liberação do teste de textura para produtos de origem animal... 30
Tabela 7 – Índices de qualidade utilizados pela empresa Integral Agroindustrial Ltda.
para rações de peixes....................................................................................... 37
Tabela 8 – Níveis de garantia das rações para peixe....................................................... 44
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12
2 PRINCIPAIS INGREDIENTES USADOS NAS RAÇÕES PARA
PEIXES ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE.................................................... 14
3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA...................................................................... 15
3.1 Boas práticas.................................................................................................. 15
3.2 Logística operacional..................................................................................... 16
4 ATIVIDADES REALIZADAS E ACOMPANHADAS.............................. 21
4.1 Atividades laboratoriais................................................................................ 21
4.1.1 Amostragem e Análises de Liberação............................................................ 22
4.1.1.1 N.I.R.S............................................................................................................. 24
4.1.1.2 Padrões para liberação dos principais ingredientes utilizados nas rações de
peixes............................................................................................................... 28
4.1.2 Análises Químicas........................................................................................... 30
4.1.2.1 Análise de Micotoxinas................................................................................... 31
4.1.2.1.1 Equipamentos e reagentes................................................................................ 31
4.1.2.1.2 Procedimentos.................................................................................................. 31
4.1.3 Análises de controle de qualidade em rações para peixes............................. 34
4.2 Princípios de formulação de rações para peixes......................................... 38
4.3 Dinâmica de produção para rações de peixes............................................. 39
4.3.1 Características dos ingredientes no processo produtivo................................ 42
4.4 Produtos.......................................................................................................... 43
4.5 Outras atividades........................................................................................... 46
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 48
REFERÊNCIAS............................................................................................. 49
12

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Lei n° 11.959 de 29 de junho de 2009, aquicultura é a atividade


de cultivo de organismos cujo ciclo de vida, em condições naturais, se dá total ou
parcialmente em meio aquático, implicando a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada
à atividade agropecuária (BRASIL, 2009). Desse modo, a atividade abrange diversas culturas
comerciais, tais como a piscicultura, a ranicultura, a carcinicultura, entre outras.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação -
FAO (2014), no período 2000-2012 a produção da aquicultura mundial cresceu de 32,4
milhões para 66,6 milhões de toneladas, ou seja, a uma taxa de 6,2% ao ano. Já a produção de
pescado cresceu a uma taxa de 3,2% ao ano, sendo superior ao crescimento populacional
anual de 1,6%. Nas últimas cinco décadas, o consumo per capita mundial aparente de pescado
saltou de 9,9 quilos para 19,7 quilos em 2013, tendo um aumento de 9,3 quilos por
habitante/ano.
Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
(2012), o consumo de proteína oriunda do pescado ocupa o primeiro lugar no mundo, com
145,1 milhões toneladas em 2009; seguido pela carne de suínos, com 100,339 milhões de
toneladas; aves, com 72,293 milhões de toneladas; bovinos, com 57,027 milhões de toneladas;
caprinos e ovinos, com 13,139 milhões de toneladas. Contudo, no Brasil, o consumo de
pescado ocupa o penúltimo lugar, com 1,241 milhões de toneladas. Tal resultado deve-se aos
hábitos alimentares dos brasileiros e às condições financeiras das famílias, que definem a
proteína animal a ser escolhida, na maioria das vezes, pelo seu custo, sendo o pescado
consumido mais por moradores de comunidades litorâneas que tem fartura na oferta e por
pessoas com maior renda.
Devido ao potencial hidrográfico e à diversidade de espécies, o Brasil tem a
possibilidade de se tornar um dos principais produtores do mundo (Ministério da Pesca e
Aquicultura - MPA, 2011), tendo condições de atender à crescente demanda mundial por meio
da aquicultura, atividade capaz de transformar áreas improdutivas em áreas altamente
produtivas (BORGHETTI, OSTRENSKY, 2003).
Os gastos com rações em aquicultura podem variam geralmente de 40 a 60% do
custo total da produção (SCORVO FILHO et al., 2010). Segundo a Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO (2010), a produção de rações para organismos
aquáticos é a agroindústria de mais rápida expansão no mundo, com taxas de crescimento
superiores a 30% ao ano. No entanto, a otimização na formulação de rações depende da
13

determinação precisa das exigências nutricionais para as diferentes fases de desenvolvimento


dos peixes de água doce, aliada ao conhecimento sobre a utilização dos nutrientes no
alimento.
No Brasil, os primeiros registros de estudos relacionados aos aspectos nutricionais
dos peixes datam do ano de 1981. Os cultivos iniciais de peixes de água doce utilizavam
como alimento as sobras de culturas agrícolas, e a ideia de utilizar rações surgiu da
possibilidade de adaptar as rações utilizadas na alimentação de aves e suínos. No entanto, as
rações não possuíam balanceamento adequado de nutrientes e apresentavam uma forma
inadequada de fornecimento para organismos aquáticos, implicando em baixa eficiência de
ingestão alimentar e alto aporte de nutrientes na água, além da dissipação de vitaminas e
minerais, ocasionando desperdícios e danos ambientais (CASTAGNOLLI, 2005).
O avanço tecnológico na elaboração de rações possibilitou a melhoria da
qualidade destas e o desenvolvimento de métodos de processamento, tais como a peletização
e a extrusão, que aumentam a digestibilidade dos nutrientes (CASTAGNOLLI, 2005).
Contudo, o processo de extrusão resulta em aumento no custo final do produto. Se comparado
com a peletização, esse custo adicional é compensado pela melhoria na eficiência alimentar
dos peixes e pela menor deterioração da qualidade da água, possibilitando rápido crescimento,
melhor aproveitamento dos nutrientes e redução dos custos do alimento por unidade de peixe
produzida (KUBTIZA 1997). Uma pesquisa avaliando rações extrusadas e peletizadas com a
mesma formulação mostrou que os peixes alimentados com rações extrusadas obtiveram um
aumento de ganho de peso de 50%, conversão alimentar de 40% e de 36% na taxa de
eficiência proteica (KLEEMANN, 2006).
Na piscicultura, a infraclasse Teleostei abrange cerca de 23 mil das 28 mil
espécies de peixes descritas em todo o mundo. Dentre essas, encontram-se os mais
intensamente pescados e cultivados para fins de alimentação humana, destacando-se os peixes
onívoros de água doce mais comercializados no Brasil, como a tilápia nilótica (Oreochromis
niloticus), o tambaqui (Colossoma macropomum), o pacu (Piaractus mesopotamicus) e o
tambatinga (C. macropomum x P. brachypomus) (GANDINI E LOURES, 2015).
Portanto, objetivou-se com o presente trabalho descrever os fluxos produtivos de
uma fábrica de ração desde a chegada dos insumos até a saída do produto acabado, abordando
o controle de qualidade, o armazenamento, a produção de rações extrusadas, com foco nas
peculiaridades das rações para peixes e sua utilização.
14

2 PRINCIPAIS INGREDIENTES USADOS NAS RAÇÕES PARA PEIXES


ONÍVOROS DE ÁGUA DOCE

A alimentação em piscicultura vem ganhando destaque nos últimos anos por


representar grande parte do custo de produção de peixes. O excesso de proteína na ração é um
fator poluente ao meio ambiente, uma vez que não irá ser aproveitado adequadamente pelos
animais, além de encarecer desnecessariamente o preço da ração. Contudo, a deficiência de
aminoácidos na dieta afeta negativamente o desenvolvimento dos peixes (RIBEIRO et al.,
2012).
Os ingredientes utilizados na formulação das rações comerciais variam de acordo
com o local onde estão situadas as fábricas e os piscicultores, a disponibilidade e os preços
desses insumos. Os principais ingredientes usados na composição das rações são: sorgo,
milheto, soja, milho, trigo e derivados, subprodutos do algodão, arroz e da aquicultura, farinha
de carne e ossos, farinha de sangue e farinha de vísceras, gordura animal, suplementos
minerais e vitamínicos, aminoácidos, sal, aditivos (FURUYA et al., 2010).
A inclusão racional de aditivos nas rações pode contribuir para o aproveitamento
adequado dos nutrientes pelos animais, com melhorias no desempenho deles nos sistemas de
criação, bem como para fins tecnológicos na produção de rações. Dentre as categorias de
aditivos utilizados em dietas animais, podemos destacar: antioxidantes, aglutinantes,
antifúngicos, adsorventes (SANTOS, E. L.; LUDKE, M. C. M. M.; LIMA, M. R., 2009).
15

3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Em 1996, a empresa Integral Agroindustrial Ltda. foi fundada com foco na


produção de adubos e fertilizantes. Em 2000, começou a desenvolver e comercializar
produtos destinados a nutrição animal, atendendo um amplo mercado de rações para animais
de produção, incluindo bovinos, caprinos, ovinos, equinos, coelhos, suínos, frangos de corte,
aves de postura, peixes, camarões, cães e gatos. A empresa possui três fábricas, duas
localizadas na Rua da Granja, n.600, Messejana no município de Fortaleza – CE e outra no
município de Paulo Afonso – BA.
A Integral Agroindustrial Ltda., em parceria com a Granja Regina, fabrica rações
para consumo próprio da granja, sendo destinadas à criação de suínos, frangos de corte e
poedeiras. As linhas comerciais que atendem a grande maioria das criações disponibilizam
não apenas rações, como também suplementos e núcleos.
No município de Fortaleza – CE, encontram-se duas unidades de produção, sendo
uma voltada para o preparo de rações peletizadas e a outra para a fabricação de rações
extrusadas. Além dessas, há também uma unidade específica para a preparação de núcleos e
premix, um laboratório de análises físico-químicas e de liberação dos ingredientes, e dois
laboratórios de controle de qualidade do processamento das rações, situados um em cada
fábrica.

3.1. Boas práticas

Pela definição do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA


(2007), Boas Práticas de Fabricação consistem no conjunto de procedimentos higiênicos,
sanitários e operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos
ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir a
qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à alimentação animal. Já os
Procedimentos Operacionais Padronizados, documentos designados a quem executa a função,
devem ser simples, completos e objetivos, para que possam ser entendidos por todos os
colaboradores. Sua aplicação procura garantir a padronização das tarefas e certifica aos
clientes um produto livre de variações que poderiam interferir na sua qualidade final.
(GOUREVITH, 2008).
A empresa possui um manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF), que atende
os nove Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s) mínimos exigidos para indústria
16

segundo a instrução normativa 4/2007 do MAPA. São eles: qualificação de fornecedores e


controle de matérias-primas e de embalagens; limpeza e higienização de instalações,
equipamentos e utensílios; higiene e saúde do pessoal; potabilidade da água e higienização de
reservatório; prevenção de contaminação cruzada; manutenção e calibração de equipamentos
e instrumentos; controle integrado de pragas; controle de resíduos e efluentes; programa de
rastreabilidade e recolhimento de produtos (recall). Além disso, a instituição também possui
um manual de boas práticas específico do laboratório físico-químico.
A segurança dos funcionários é priorizada, visto que a empresa fornece o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e fiscaliza seu contínuo uso. Na produção, os
funcionários utilizam uma farda composta por um conjunto verde de calça e blusa de manga,
de tecido grosso; bota; protetores auriculares; toucas; capacete de segurança e máscara
respiratória descartável para manuseio de produtos em pó ou de odores forte. No laboratório
físico-químico, os colaboradores usam obrigatoriamente blusa branca social com o logo da
empresa bordado; bota; jaleco; luvas e touca de cabelo. Para o manuseio de reagentes tóxicos,
usa-se máscaras contra gases, e para ingredientes com odor forte, máscaras respiratórias.

3.2. Logística operacional

A empresa possui grandes áreas de atividades, sendo as principais divididas em


equipe de compra de insumos, equipe de vendas de produtos, equipe dos laboratórios e a
equipe de produção, que possui subdivisões por ser a maior. Sua interação é abordada por um
fluxograma de acordo com a Figura 1.
Nos últimos anos, houve um rápido crescimento produtivo da empresa, e suas
dependências ficaram pequenas para a demanda. A fim de minimizar o problema da falta de
espaço, a equipe de produção passou a fabricar rações de acordo com a procura passada pela
equipe de vendas, produzindo o que já foi negociado. Assim, a rotatividade do galpão de
armazenamento de produtos aumentou, pois estes são rapidamente despachados para os
clientes. Com uma lista da demanda programada, a equipe de insumos sabe pela equipe de
produção o que vai faltar, antecipando sua compra nos fornecedores.
17

Figura 1: Fluxograma da logística operacional da empresa

Fonte: Próprio autor (2016)

O laboratório físico-químico faz a liberação dos insumos, produtos e suas análises


químicas, conferindo sua qualidade de acordo com Compêndio Brasileiro de Alimentação
Animal (2013). Sua função é analisar as amostras e repassar as informações ao banco de
dados Lab2000.
A empresa divide seus insumos de acordo com as necessidades de cada unidade
fabril, sendo que a unidade de rações extrusadas (figura 2) possui para armazenamento um
silo de duas mil toneladas para os grãos de milho; oito silos de 49 toneladas cada, destinados
ao grãos de sorgo, milheto e ao farelo de soja; dois tanques de recebimento de óleo de origem
animal e um tanque para óleo de origem vegetal, com capacidade para 16 toneladas cada.
18

Figura 2: Fábrica de rações extrusadas

Fonte: Integral Agroindustrial Ltda. (2016)

As matérias-primas ensacadas são armazenadas dentro da fábrica, organizadas em


cima de paletes de madeira e protegidas de intempéries climáticas e da incidência direta da luz
solar, num espaço 511m². Estas recebem maiores cuidados com a identificação, com rótulos
que informam o nome do produto, data de entrada na empresa, quantidade, validade e sua
sequência de uso na produção, como mostra a figura 3.
19

Figura 3: Galpão de armazenamento de insumos, fábrica de rações extrusadas e fichas de


identificação

Fonte: Próprio autor (2016)

Os laboratórios de controle de qualidade garantem que as rações só sejam


comercializadas dentro dos padrões estabelecidos pela empresa. O armazenamento é feito em
cima de estrados de madeira, longe das paredes, sendo colocada ali até uma tonelada de ração
por palete. O local de armazenamento de rações extrusadas é coberto, com cerca de 990m²,
tendo capacidade para 690 toneladas de produtos, como mostra a figura 4.
20

Figura 4: Galpão de armazenamento de rações

Fonte: Integral Agroindustrial Ltda. (2016)

O transporte das rações é feito em caminhões, parcial ou totalmente fechados,


visando minimizar a incidência direta da radiação solar e possíveis intempéries climáticas,
que possam molhar as sacarias.
Tal organização garante que a empresa forneça um produto de qualidade para seus
clientes e minimiza perdas na produção e com armazenamento, fazendo com que os insumos e
produtos tenham uma alta a média rotatividade na fábrica.
21

4 ATIVIDADES REALIZADAS E ACOMPANHADAS

O estágio supervisionado foi realizado na empresa Integral Mix Agroindustrial no


período de 25 de julho ao dia 18 de novembro de 2016.
Foram acompanhadas atividades no laboratório físico-químico referentes às
análises para liberação de insumos, principalmente. Tais análises incluem o conhecimento e a
diferenciação de ingredientes de origem vegetal e animal, micro-ingredientes e aditivos, testes
para micotoxinas no milho e de corantes em rações para pets e práticas de manipulação do
Near Infrared Spectroscopy - NIRS.
Foram acompanhadas atividades na produção e controle de qualidade na fábrica
de rações fareladas e peletizadas, que produzem rações para equinos, coelhos, suínos, aves de
postura, frangos de corte, bovinos, caprinos e ovinos. Ademais, também ocorreram atividades
na fábrica de rações extrusadas, com rações voltadas ao mercado pet e aquícola, onde foi
despendido mais tempo devido ao interesse pelo tema.
Simultaneamente, foi acompanhado o desenvolvimento de pesquisas. A primeira
seria realizada com camarões no município de Camocim – CE, a qual houve a oportunidade
de conhecer e aprender sobre carcinicultura. Contudo, devido a doença da “mancha branca”
(white spot syndrome virus - WSSV), o experimento não foi iniciado. O segundo experimento
foi realizado com frangos de corte no município de Horizonte – CE, em parceria com a Granja
Regina, comparando o desempenho de frangos de três linhagens, alimentados com rações
fareladas e peletizadas na fase inicial.

4.1 Atividades laboratoriais

A empresa possui um laboratório para análises físico-químicas e outros dois para


analisar e farelado e as rações em diversos pontos do processo de produção. O primeiro
laboratório é dividido em: escritório, sala de classificação de grãos, sala de execução de
análises e sala quente, onde foram realizadas as análises de liberação e químicas dos
ingredientes e das rações prontas, sendo equipado com vidrarias, balança analítica, banho
maria, extrator de gordura, bloco digestor, destilador de nitrogênio, forno tipo Mufla,
determinador de umidade, estufa de secagem, capela, peneiras ABNT, destilador de água,
espectrosfomero Elisa e Espectroscopia de Infravermelho Próximo (Near Infrared
Spectroscopy - NIRS).
22

Cada laboratório do controle de processo de produção conta com dois


funcionários, sendo estes responsáveis pela avaliação da qualidade dos produtos destinados à
comercialização. Sua função é acompanhar a produção e indicar para o responsável da mesma
a necessidade de correções no processamento, com o intuito de garantir a qualidade dos
produtos, sinalizando sua liberação após análises. Esses colaboradores também anunciam
quando algo está fora do padrão, impedindo que o produto saia da empresa para a
comercialização e destinando-o, na maioria das vezes, ao reprocessamento. O laboratório
presente na fábrica de rações extrusadas (Figura 5) era equipado com beckers de plástico e
vidro, proveta, potes de alumínio sem tampa, potes de plástico com rosca, estufa, balança
analítica, determinador de umidade, moínho, bloco de textura, peneiras ABNT (Granoteste),
medidor de atividade de água, paquímetro e termômetro a laser.

Figura 5: Laboratório de controle de qualidade de rações extrusadas

Fonte: Próprio autor (2016)

4.1.1 Amostragem e Análises de Liberação

Diariamente, a empresa recebe matérias-primas que podem vir ensacadas ou a


granel. Os responsáveis pelas coletas verificam alguns pontos na chegada dos produtos, tais
como proteção da carga, presença de sujidades, proteção dos sacos e, posteriormente,
realizam a amostragem do produto. A amostragem, por definição, é a coleta representativa de
um material a ser analisado, sendo assim um procedimento importante. Erros na sua execução
podem gerar uma amostra não representativa do lote, produzindo resultados equivocados.
23

Para amostrar produtos ensacados, usava-se um calador tipo gaita, selecionando


os sacos aleatoriamente. No mínimo, 10% dos sacos de um lote eram amostrados; em lotes
com menos de 20 sacos, retirava-se uma amostra de no mínimo 30g de cada saco. Produtos a
granel eram amostrados com um calador de 220cm. As amostras eram coletadas em diferentes
profundidades, em vagões ou caminhões de até 15 toneladas sendo escolhidos 5 pontos de
amostragem, em vagões de 15 a 30 toneladas 8 pontos e em vagões acima de 30 toneladas 11
pontos.
A amostra era levada ao laboratório com uma ficha de identificação que
informava o nome e a origem do fornecedor, a placa do caminhão, o nome e a quantidade do
produto, a data, a nota fiscal e a hora da coleta. No laboratório, informa-se nesse documento
se o produto foi liberado, liberado com restrição ou reprovado; a hora da liberação;
observações e nome do responsável pela análise (figura 6). Dependendo do ingrediente, o
produto chega com uma análise do fornecedor, e esses dados eram transcritos na ficha de
identificação com observações específicas.

Figura 6: Ficha de controle de coleta de matéria prima

Fonte: Próprio autor (2016)

Essas informações eram repassadas para uma planilha de controle, onde eram
gerados códigos para cada produto que chegava ao laboratório, e, em seguida, eram
digitalizadas no sistema computadorizado Lab2000 usado pela empresa. As amostras ficam
arquivadas durante 30 dias para possíveis conferências de rastreabilidade.
Os grãos (milho, sorgo, soja e milheto) amostrados eram entregues no laboratório
para o classificador, que pesa 100g da amostra, mensura sua densidade e umidade para, em
seguida, colocá-los em um suporte de classificação. Com ajuda de uma luminária e uma lupa,
24

o classificador determina o percentual de grãos ardidos, quebrados, brotados, mofados,


carunchados, gessados, chochos e impurezas. Após esse processo, a amostra é classificada em
tipo I, II ou III, segundo a Instrução Normativa 60/2011 do MAPA. Dependendo das
condições da amostra, a empresa pode aceitar até o tipo III, recusando a carga inferior a esse
critério.
Além da análise visual, o odor dos grãos, ocasionado por diversos fatores como
mofo, presença de gasolina, pesticidas, sementes tóxicas e outros, era conferido e relatado à
equipe técnica. Após a classificação, a amostra do grão era submetida também à análise no
NIRS para a mensuração de suas características nutricionais.
Para os dos demais ingredientes, as análises de liberação são de densidade, textura
pelo Granoteste, umidade, índice de acidez, índice de peróxido, rancidez, teste de Éber. As
amostras também são submetidas à avaliação no NIRS.
Se algum insumo tiver alguma disparidade com os padrões seguidos pela empresa,
é elaborado um laudo para que equipe técnica decida pela liberação ou não. Em caso de
liberação, tal informação é repassada para a equipe de compras, que pode renegociar o preço,
relacionando-o com a qualidade do produto.

4.1.1.1 NIRS

O aparelho de espectroscopia de refletância no infravermelho próximo (NIRS) possui


uma lâmpada, uma câmera de leitura ótica e um software para tratamentos matemáticos que, por
meio de curvas espectrais dentro da faixa limite do infravermelho (700-2.500 nanômetros), realiza
equações e estima os valores de quantidades nutricionais da matéria-prima. Aliado a um software
estatístico, esse instrumento torna possível a identificação, qualificação e quantificação da
composição dos alimentos (CAMPESTRINI, 2005).
A lâmpada aplica uma luz na amostra, que tem uma parte absorvida e uma parte
refletida de volta para o aparelho, dividindo essa luz em comprimentos de onda distintos. Cada
comprimento de onda é medido por um detector que identifica e mensura os diferentes nutrientes
e teores presentes no alimento (DA. 7200), como mostra a figura 7.
25

Figura 7: Espectroscopia de refletância no infravermelho próximo (NIRS) com aplicação da


tela após a análise

Fonte: Próprio autor (2016)

As curvas do programa são criadas com base nas análises químicas convencionais,
uma amostra era passada no equipamento e os nutrientes obtidos pelas analises químicas
anotados no mesmo. Cem amostras representam o número mínimo necessário para a criação
de uma curva, contudo, quanto maior a quantidade de amostras, maior a confiabilidade dos
resultados. Os padrões analisados para todos os alimentos são umidade, proteína bruta,
matéria mineral, extrato etéreo e fibra bruta. Para alguns alimentos, são mensurados também
densidade, amido, aminoácidos e outros.
A utilização do NIRS trouxe agilidade e economia à empresa por se tratar de um
aparelho de fácil manuseio, com análise rápida (30 a 90 segundos) e não destrutiva,
dispensando a utilização de reagentes e gerando determinação simultânea de diferentes
atributos.
As rações de peixes produzidas usam alimentos de origem animal, vegetal e
mineral analisadas pelo NIRS e com os padrões de liberação de acordo com o Compendio
Brasileiro de Alimentação Animal (2013), conforme apresentado nas Tabelas 1, 2 e 3.
26

Tabela 1. Padrões nutricionais estabelecidos para a liberação de alimentos de origem vegetal


usados nas rações de peixes analisados pelo NIRS
Alimentos Proteína Bruta Matéria Extrato Fósforo Cálcio
Mín. (%) mineral Mín. Etéreo (%)
(%)
Arroz, farelo 12,00 11,00 Mín. 22,0 1,4 mín. Máx.
parboilizado 3000,0
mg/kg
Quirera de arroz 6,00 2,50 Máx. - -
1000,0
mg/kg
Fécula de 1,20 1,50 Mín. - Máx.
mandioca 1000,0 1000,0
mg/ kg mg/kg
Milho, grão 7,00 1,50 Mín. 3,0 - -
Milho, gérmen 7,00 4,50 Mín. 8,0 - -
Milho, glúten 21 21,00 8,00 Mín. 1,0 - -
Refinazil
Milho, glúten 60 60,00 4,00 Mín. - -
Protenose 5000,0
mg/kg
Farelo de soja 46,00 8,00 Máx. 2,5 - -
Soja Integral 34,00 6,00 Mín. 17,0 - -
Soja semi-integral 36,00 6,00 Mín. 5,0 - -
Soja óleo bruto ou - - Máx. 96,0 - -
degomado
Farelo de trigo 13,00 6,50 Mín. 2,0 - -
Farinha de trigo 8,00 2,50 Mín. - -
5000,0
mg/kg
Adaptado: Compendio Brasileiro de Alimentação animal (2013)
27

Tabela 2. Padrões nutricionais estabelecidos para a liberação de alimentos de origem animal


usados nas rações de peixes analisados pelo NIRS
Alimentos Proteína Matéria Extrato Fósforo Cálcio
Bruta Mín. mineral Mín. Etéreo
Farinha de penas 78,00% 4,00% 5% Máx. - -
hidrolisada
Farinha de vísceras de 55,00% 15,00% 10,00 Mín. 1,50% 5,00%
aves Mín. Máx.
Óleo de vísceras de - - 96,00% Mín. - -
aves
Farinha de carne e 45,00% 48,00% 5,00% Mín. 3,80 % Mín. -
ossos
Farinha de ossos - 98,00% - 15,00% Mín. -
calcinada
Farinha de sangue 80,00% 6,00% - - -
Farinha de peixes 50,00% 30,00% 3,00% Mín. 2,00% -
Mín.
Óleo de peixes - - 96,00% Mín. - -
Adaptado: Compendio Brasileiro de Alimentação animal (2013)

Tabela 3. Padrões para a liberação de alimentos exclusivamente fornecedores de minerais.


Alimentos Umidade Matéria Sódio Mín. Densidade P% Ca %
Mineral Mín. Mín.
Bicarbonato 5,00% 99,00% 23,00 0,9 / 1,1 - -
de sódio
Cloreto de 4,00% - 25,00 - - -
sódio
Fosfato 5,00% - - - 17,00 29,00
bicálcico Mín.
Calcário 5,00% 93,00% - - - 32,00
Calcítico Máx.
Adaptado: Compêndio Brasileiro de Alimentação animal (2013)
28

4.1.1.2 Padrões para a liberação dos principais ingredientes utilizados nas rações de peixes

O teor de umidade revela a água presente nos alimentos, que pode sofrer
alterações físicas como, por exemplo, evaporação, cristalização, etc. (UBOLDI EIROA,
1981). Sua mensuração é importante, pois níveis superiores ao padrão podem indicar uma
maior probabilidade de deterioração do insumo devido à proliferação de microrganismos.
A determinação da acidez permite caracterizar o estado de conservação de
produtos de origem animal e vegetal. As gorduras são formadas por triglicerídeos; quando
esses são hidrolisados, ocorre a formação dos ácidos graxos livres, responsáveis por depreciar
a qualidade da gordura. A presença de ácidos graxos livres indica que a gordura foi exposta à
ação de agentes hidrolisantes como água, ácidos, temperatura, enzimas e microrganismos
(BELLAVER, 2009).
A determinação do índice de peróxido detecta a rancidez da gordura. Os alimentos
com elevado teor de lipídeos são mais suscetíveis a oxidação, com destaque para a farinha de
origem animal (HANNAS et al., 2003). Tal metodologia expressa um valor de peroxidação
sendo um método quantitativo.
Existe basicamente dois tipos de rancidez a hidrolítica e a oxidativa (LIMA,
2012). A rancidez é a decomposição das gorduras do alimento, ocasionando a formação de
substâncias voláteis responsáveis pelo sabor e odor desagradáveis No método adotado (Teste
de Kreis) em caso positivo, a fluroglucina reage em meio ácido com os triglicerídeos
oxidados, dando origem a uma coloração rósea a avermelhada, cuja expressividade aumenta
com a deterioração. Em caso negativo, observa-se apenas a coloração amarelada da gordura.
(MARCIEL, 2016).
O teste de Éber, também conhecido como de teste de putrefação, avalia a
conservação de produtos proteicos. Na análise, a liberação de gás amônia indica o início da
degradação das proteínas da amostra.
O teste de granulometria era usado para determinar a quantidade em peso das
partículas de diferentes tamanhos que entram na composição da amostra. A determinação da
porcentagem é feita através do peneiramento, segundo a padronização da ABNT. Além disso,
o teste auxilia na identificação de materiais estranhos à composição da amostra.
As rações de peixe podem utilizar os ingredientes abordados nas tabelas 4, 5 e 6,
que mostram os padrões utilizados como referência pela empresa, seguindo o estabelecido
pelo Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2013).
29

Tabela 4. Padrões para a liberação dos principais produtos de origem vegetal usados nas
rações de peixes
Alimentos Umidade Acidez Peroxido
Arroz, farelo parboilizado 13,00% 4,00 -
Quirera de arroz 12,00% 20,00 -
Fécula de mandioca 12,00% - -
Milho, gérmen 12,00% 3,5 5,00
Milho, glúten 21 Refinazil 12,00% - -
Milho, glúten 60 Protenose 12,00% - -
Farelo de soja 12,50% - -
Soja Integral 12,00% - -
Soja semi-integral 12,00% - -
Lecitina de soja 1,00% 30,00 10,00
Soja óleo bruto 1,00% 2,00 10,00
Soja óleo dogomado 1,00% 1,00 10,00
Farelo de trigo 13,50% 3,00 -
Farinha de trigo 12,00% - -
Adaptado: Compêndio Brasileiro de Alimentação animal (2013).

Tabela 5. Padrões para a liberação dos principais produtos de origem animal usados nas
rações de peixes
Alimentos Umidade Acidez Teste de Peroxido Rancidez
Éber
Farinha de penas hidrolisada 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Farinha de vísceras de aves 8,00% 3,00 Negativo 10,00 Negativo
Óleo de vísceras de aves 4,00% 6,00 - 10,00 Negativo
Farinha de carne e ossos 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Farinha de ossos calcinada 2,00% - - - -
Farinha de sangue 10,00% - Negativo - -
Farinha de peixes 10,00% 6,00 Negativo 10,00 Negativo
Óleo de peixes 4,00% 6,00 - 10,00 Negativo
Adaptado: Compêndio Brasileiro de Alimentação animal (2013).
30

Para os alimentos farinha de penas hidrolisada, farinha de vísceras de aves,


farinha de carne e ossos, farinha de sangue e farinha de peixes, também eram realizadas as
análises de textura em peneiras ABNT (Granoteste), sendo aceitos os padrões que se
enquadravam aos informados na tabela 6.

Tabela 6. Padrões para a liberação do teste de textura para produtos de origem animal.
Granoteste
Tamanho 0,420 mm 0,841 mm 1,68 mm 2,00 mm 3,4 mm
das peneiras
Padrão - - Máx.10,00 Máx. 5,00 0,00
exigido
Adaptado: Compendio Brasileiro de Alimentação animal (2013).

4.1.2 Análises químicas

No laboratório, primeiramente é mensurada o teor de matéria seca do produto


analisado. Logo após, foram acompanhadas as análises de proteína bruta, avaliação da
solubilidade proteica, extrato etéreo (pelo método de Soxhlet e por hidrolise ácida), matéria
mineral, cálcio e fósforo. Também foram acompanhadas as análises de atividade ureática e o
teste de micotoxinas para os grãos de milho.
Também ocorrem parcerias com outros laboratórios, que executam outras análises
para determinação dos níveis de amido, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido,
vitaminas, aminoácidos, ácidos graxos dos alimentos e outros fatores que poderiam ser
adicionados ao sistema e no NIRS, para atualização ou elaboração de novas curvas de acordo
com o interesse da empresa.
A importância dessas análises está no conhecimento dos produtos, possibilitando
um banco de dados amplo ao formulador, que terá mais liberdade e dinâmica ao escolher os
componentes do concentrado.
31

4.1.2.1 Análise de micotoxinas


As micotoxinas são metabólicos secundários tóxicos produzidos por algumas
espécies de fungos (BENNETT; KLICH, 2003; PUSCHNER, 2002). De acordo com
Resolução da ANVISA RDC Nº. 7 de 18 de fevereiro de 2011 existem cinco micotoxinas que
apresentam maior risco à saúde humana e animal, são elas as aflatoxinas (AFLA), a
ocratoxina A (OTA), a zearalenona (ZON), a desoxinivalenol (DON) e as fumonisinas
(FUMO) consideradas compostos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos.
Infelizmente as micotoxinas não são completamente removidas por processos de
descontaminação industrial no processamento dos grãos e rações, por serem compostos
termoestáveis, desse modo a sua identificação é importante para o controle de qualidade da
empresa (PEREIRA; FERNANDES; CUNHA, 2012; BITTENCOURT et al., 2005).
As análises são feitas somente em grãos de milho de forma continua devido à alta
concentração de amido, que fornece substrato para o desenvolvimento fungico, vale salientar
que todas as micotoxinas citadas podem ser encontradas em grãos de milho (KIRINCIC et al.,
2012; STORM; RASMUSSEN; RASMUSSEN, 2014; REYES-VELAZQUEZ et al., 2008).
Também são feitas análises em ingredientes ou misturas pré determinadas na metodologia,
que são suspeitos de contaminação.

4.1.2.1.1 Equipamentos e reagentes


 Kit para análise de micotoxinas, sendo eles:
a. AgraQuant® Total Aflatoxin Assay tem validação para amêndoas, milho, farinha de
milho, farinha de glúten de milho, casca de milho, soja e milho combinados, semente
de algodão, dried distillers grains (DDGS), arroz triturado, amendoim, pipoca, sorgo,
soja, noz e trigo.
b. O AgraQuant® Total Fumonisin Assay tem validação para milho, farinha de milho,
pipoca, trigo e dried distillers grains (DDGS).
c. AgraQuant® Zearalenone Assay tem validação para milho, mistura de milho e soja,
cevada maltada, arroz, sorgo, soja, farinha de soja e trigo.
 Solução metanol 70%
 Espectrofotômetro ELISA

4.1.2.1.2 Procedimentos
Antes da análise propriamente dita é necessário a preparação da amostra, que deve
ser representativa do lote, em seguida retirar uma subamostra, triturar usando um moinho e
32

em seguida pesar 20g e despeja-la em um recipiente limpo que permita ser fechado
completamente. Depois acrescentar 100 ml de solução de extração 70% metanol e 30% água e
fechar o recipiente e agitar vigorosamente por três minutos, deixar que o triturado afunde e
em seguida filtrar a camada de cima do extrato através do papel filtro e coletar o filtrado que
está pronto para ser analisado.
Análise:
1. Colocar apropriado número de tiras de diluição azul/verde num recipiente para
tiras de micro poços. Um poço diluição será requerido para cada padrão, (ex. 0, 4, 10, 20 e 40
ppb) ou amostra.
2. Colocar em igual número tiras de micro poços revestidos com Anticorpos no
recipiente para tiras de micro poços. Retornar as tiras de micro poços não utilizadas para a
bolsa metálica com o pacote dessecante e selar a bolsa com fita.
3. Medir a quantidade requerida de conjugado do frasco de tampa verde (~240
µL/poço ou 2 ml/tira) e colocar num recipiente separado (recipiente para reagente quando
usar pipeta de 8 canais) Usando uma pipeta de 8 canais, dispensar 200 µL do conjugado
dentro de cada poço de diluição azul/verde.
4. Usando uma pipeta de canal único, acrescentar 100 µL de cada padrão ou
amostra dentro do apropriado poço de diluição contendo 200 µL do conjugado. Usar uma
pipeta com ponteira nova para cada padrão ou amostra. Usando uma pipeta de 8 canais com
ponteiras novas para cada tira de 8 poços, misturar cada poço cuidadosamente pipetando e
esvaziando a ponteira 3 vezes e imediatamente transferir 100 µL do conteúdo de cada poço de
diluição dentro do correspondente micro poço revestido de anticorpos. Incubar a temperatura
ambiente por 15 minutos. Nota: Não agitar a placa para misturar porque pode ocorrer uma
contaminação dos conteúdos entre os poços. Nota: Certificar-se que a ponteira da pipeta tenha
sido completamente esvaziada.
5. Esvaziar os conteúdos das tiras de micro poços dentro de um recipiente de
descarte. Lavar cada micro poço pelo preenchimento com água destilada ou deionizada, e em
seguida emborcar a água das tiras de micro poços. Repetir esta etapa 4 vezes num total de 5
lavagens. Um pedaço de fita pode ser colocado na extremidade do recipiente para ajudar a
manter as tiras no local. Nota: Tomar cuidado para não deslocar as tiras do recipiente durante
a etapa de lavagem.
6. Colocar muitas camadas de papel absorvente na superfície e bater levemente
nas tiras de micro poços no papel absorvente para expelir o máximo possível de água residual
após a quinta lavagem. Secar o fundo dos micro poços com pano seco ou papel absorvente.
33

7. Medir a quantidade requerida de Substrato do frasco de tampa azul (~120


µL/poço ou 1 ml/tira) e dispensar dentro de um recipiente separado (recipiente de reagente
para uma pipeta de 8 canais). Pipetar 100 µL do substrato dentro de cada tira de micro poços
usando uma pipeta de 8 canais. Incubar a temperatura ambiente por 5 minutos.
8. Medir a quantidade requerida de Solução Stop do frasco de tampa vermelha
(~120 µL/poço ou 1 ml/tira) e dispensar dentro de um recipiente separado (recipiente de
reagente para uma pipeta de 8 canais). Pipetar 100 µL da Solução Stop dentro de cada tira de
micro poços usando uma pipeta de 8 canais. A cor deve mudar de azul para amarelo.
9. Ler as tiras com um leitor de micro poços usando filtro de 450 nm e um filtro
diferencial de 630nm. Registrar as leituras de cada micro poço
Nota: Bolhas de ar devem ser eliminadas antes da leitura das tiras porque podem
afetar os resultados analíticos.
O resumo dos procedimentos descritos estão ilustrados na Figura 16.
Figura 8. Resumo da análise de micotoxinas

Fonte: Romer Labs


34

4.1.3 Análises de controle de qualidade em rações de peixes

As análises feitas em rações de peixes são de densidade, percentual de


flutuabilidade, percentual de umidade, atividade de água, tamanho dos kibble, temperatura do
produto ensacado e percentual de finos. Vale salientar que, para a realização das análises de
atividade de água e umidade, a ração primeiramente passa por moagem. A figura 9 mostra os
equipamentos utilizados para as aferições com análises em andamento.

Figura 9: Principais análises e equipamentos usados no controle de qualidade nas rações de


peixes

Fonte: Próprio autor (2016). 1. Moinho; 2. Balança analítica; 3. Máquina de determinação da Atividade de água;
4. Máquina de determinação da umidade; 5.Baquer de teste de flutuabilidade e de determinação da densidade;
Termômetro de infravermelho; 7. Paquímetro eletrônico.

O intuito das análises é minimizar as perdas, maximizar a produtividade e reduzir


os erros que podem acarretar em problemas como: proliferação de microrganismos e fungos,
contaminação por micotoxinas, rações que afundam, grande quantidade de pó, tamanho
irregular ou inadequado dos kibbles para a categoria animal. Tais falhas afetam diretamente
no armazenamento, durabilidade e qualidade da ração que será fornecida, sendo negativas aos
índices zootécnicos esperados, que são elevado ganho de peso, baixa conversão alimentar, alta
eficiência alimentar e alta sobrevivência.
35

A densidade por definição consiste em uma grandeza que relaciona a massa dos
materiais com o volume que eles ocupam. É importante ressaltar que a densidade é
inversamente proporcional ao volume, sendo fundamental sua mensuração para garantir que
os sacos tenham seu volume padronizado.
A flutuabilidade da ração é importante, pois facilita a observação do consumo dos
animais pelo tratador assim como também evita a fuga do alimento por meio das telas dos
tanques redes. O teste de flutuabilidade analisa a estabilidade dos kibbles na água e o
percentual de kibbles flutuantes, sendo ideal que pelo menos 95% da amostra flutue; caso
contrário, a ração é impedida de ir para venda.
Os níveis de umidade aceitáveis são entre 8 e 10%, sendo o ideal o de 9%. A
umidade da ração é um indicativo indispensável, pois pode gerar perdas econômicas além de
afetar a conservação do produto.
A atividade de água é um índice que expressa a relação entre a pressão de vapor
de água em equilíbrio sobre o alimento (Ps) e a pressão de vapor da água pura (Po) numa
mesma temperatura, retratando o teor de água livre no alimento (GRANT, 2004). Desse
modo, a atividade de água descreve o grau de disponibilidade dessa molécula para atuar como
solvente e participar de reações químicas e bioquímicas (ROBERTSON, 2009).
Os valores da atividade de água variam de 0 a 1. Valores abaixo de 0,6 inibem o
crescimento fungico e microbiano (ALZAMORA el al., 2003). O padrão máximo usado pela
empresa era de 0,65, contudo havia a meta para reduzir esse valor para 0,6. Segundo Zanatta
et al. (2011), a atividade de água deve ser utilizada como parâmetro de controle de qualidade
em detrimento da umidade. Já que em experimento realizado pelos autores, não foi observada
correlação entre atividade de água e umidade.
A mensuração do tamanho dos kibbles avalia a uniformização e padronização
destes. São medidos 10 kibbles de cada amostra levada ao laboratório; em seguida, os valores
são transcritos em uma planilha no Excel que informa a média, o desvio padrão e o
coeficiente de variação do diâmetro e comprimento individualmente, como mostra a Figura
10. Uma relação entre o tamanho da boca e o tamanho ideal do alimento preferido pelos
peixes fica geralmente entre 40% e 60% da largura da boca (ROTTA, 2003).
36

Figura 10: Planilha do tamanho dos kibbles

Font
e: Próprio autor (2016).

A mensuração da temperatura do produto ensacado é importante para evitar lacrar


a sacaria com a ração ainda quente (acima de 30ºC) e impossibilitar a condensação de água no
interior da embalagem, que pode causar a proliferação de fungos.
A medição de finos é realizada para manter o padrão determinado pela empresa
em fornecer sacos de ração com o mínimo possível de pó, o que não é desejável pelos
piscicultores.
O padrão estabelecido pela empresa para os seus produtos foi organizado na
tabela 7. Deste, apenas a Aquamix PL 0 e a Aquamix T1 SEAPA não eram produzidas na
unidade localizada no município de Fortaleza – CE.
37

Tabela 7. Índices de qualidade utilizados pela empresa Integral Mix para rações de peixes
Ração Diâmetro/ Densidade Umidade Finos
Comprimento (%) (%)
(Mm)
Aquamix PL 0/ T1 - - 9,00 100
SEAPA
Aquamix AL 10/ T2 D. 2,0 Máx. 430 9,00 1,00
SEAPA C. 3,0 Mín. 330
Aquamix Estratégia/ T3 D. 3,5 Máx. 400 9,00 0,50
SEAPA C.5,0 Mín. 330
Aquamix T 50 E/ T4 D. 3,5 Máx. 400 9,00 0,50
SEAPA/ AC 50 C.5,0 Mín. 330
Aquamix T 300 E/ T5 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
SEAPA/ AC 300 C. 8,0 Mín. 330
Aquamix T 600 E D. 8,0 Máx. 400 9,50 0,50
C.10,0 Mín. 330
Aquamix PR 50 D. 3,5 Máx. 400 9,00 % 0,50
C. 5,0 Mín. 330
Aquamix PR 300 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 8,0 Mín. 330.
Aquamix PR 600 D. 6,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 8,0 Mín. 330
Aquamix PR 800 D. 8,0 Máx. 400 9,50 0,50
C.10,0 Mín. 330
Aquamix PR 1200 D. 12,0 Máx. 400 9,50 0,50
C. 15,0 Mín. 330
Fonte: Adaptado, Integral Agroindustrial Ltda. (2016) *Mm: milímetros
38

4.2 Princípios da formulação de rações para peixes

As exigências nutricionais dos peixes podem ser alteradas devido: à linhagem, ao


sexo, à idade, ao estado fisiológico, aos parâmetros físico químicos da água, a fatores
ambientais, ao manejo e ao nível energético e nutricional da ração. Os nutrientes são
calculados para formulações na sua forma digestível, que representa a quantidade de
nutrientes contidas no alimento menos a quantidade de nutrientes encontrada nas fezes
(FURUYA et al., 2010).
Atualmente, os programas de formulação utilizam as exigências da tilápia nilótica
por ser, entre os peixes teleósteos, a mais bem-sucedida na piscicultura brasileira. Isso se deve
à grande quantidade de informações oriundas de estudos científicos, que abordam
digestibilidade dos nutrientes, exigências em aminoácidos, energia, vitaminas e minerais
(FURUYA et al., 2010). Vale salientar que existem estudos para exigências de diversas
espécies carnívoras e herbívoras no mundo e no Brasil, particularmente das espécies nativas
com potencial comercial.
A empresa utiliza o programa Brill Formulation, que era constantemente
atualizado em relação à bromatologia dos insumos utilizados na fabricação das rações. O
formulador, embasado em pesquisas científicas, monta o perfil nutricional da dieta e seleciona
os ingredientes que vão participar da formulação, podendo limitar ou não sua quantidade
mínima e máxima. Após isso, o programa executa as equações necessárias, informando as
quantidades de inclusão de cada produto e o custo mínimo da fórmula. Tal resultado é
cuidadosamente avaliado pelo formulador, que pode modificar os ingredientes e suas
inclusões, gerando um novo cálculo e nova formulação até chegar ao preço e qualidade que
este julga necessária.
39

4.3 Dinâmica de produção das rações para peixe

Com a liberação do produto, o veículo pode adentrar à empresa após a passagem


pelo rodolúvio dotado de nebulização de amônia quaternária, que serve para desinfetar o
transporte.
Quando a carga é composta por grãos ou farelos a granel, o caminhão é guiado
após a pesagem para moega, onde essa é descarregada (Figura 11). Após a moega, os
ingredientes passam por uma pré-limpeza dotada de um conjunto de peneiras para, em
seguida, serem direcionados aos silos de armazenagem. Em casos de produtos ensacados,
estes são identificados e armazenados na área interna da fábrica. Já os produtos líquidos a
granel são transferidos para os tanques de armazenamento, dotados de sistemas de telas com
intuito de reter corpos estranhos.

Figura 11: Descarregamento de milho grão na moega

Fonte: Próprio autor (2016)

Na produção das rações, os ingredientes que entram em maior quantidade são


distribuídos em silos dosadores, onde são quantificados. Na sequência, são pesados em uma
caçamba para depois seguir para o triturador e, posteriormente, para o misturador. Após a pré-
mistura, ocorre a moagem e, em seguida, o aglomerado passa novamente por um misturador
onde são adicionados os microingredientes. Ao término desse processo, uma remoagem do
40

aglomerado acontece, sendo este depositado no silo pulmão da extrusora onde fica
armazenado o farelado para, posteriormente, ser direcionado para o condicionador.
No condicionador da extrusora, são adicionados água e vapor d’água como fonte
de energia térmica. Ao atingir o cozimento adequado, este farelado migra para o canhão da
extrusora, onde sofrerá um processo de cisalhamento, por meio de energia mecânica, até
atingir a textura ideal para formatação final do produto, como mostra a Figura 12. A extrusão
é considerada um processo de alta temperatura e curto espaço de tempo (high temperature –
short time – HTST), com período de residência do alimento no extrusor de 1 a 2 minutos. Tal
processo aumenta a digestibilidade das proteínas, amido e energia e elimina fatores
antinutricionais, microrganismos e enzimas (KRABBE, 2007).

Figura 12: Representação do caminho percorrido pelo farelado na extrusora

Fonte: DÉO (2009)

Logo após, os kibbles são transportados para o secador por transporte pneumático
e, dentro deste, seguem para o banho de óleos, por aspersão ou não, o que depende da
formulação da ração. Na sequência, os kibbles seguem para o resfriador para a redução da
temperatura do produto até próximo a do ambiente, para seguir ao silo de ensaque.
Durante esse processo, os kibbles passam por diversas peneiras que buscam retirar
do montante kibbles fora do padrão e contaminação cruzada por partículas de outra ração
produzida no dia. As impurezas presentes nas peneiras são carreadas para o silo de descarte.
41

Na sequência, ocorre o ensaque das rações. Os sacos possuem peso líquido


mínimo de 25 kg e são organizados em até 40 sacos por palete. O processo produtivo vem
esquematizado na Figura 13.
Existe um funcionário responsável por coletar uma pequena quantidade de ração
de cada saco, formando um mix dos sacos daquele palete, que é identificado de acordo com
sua ordem de produção e separado para, em seguida, ser levado ao laboratório de controle de
qualidade para análises. Ao final das análises, uma alíquota do produzido é estocada no
laboratório pelo tempo de validade da ração, que para peixes são três meses, e uma alíquota
de cada palete é estocado no período de um mês. Todas as análises são identificadas e seus
resultados, arquivados em papel e no sistema computadorizado utilizado na empresa.

Figura 13: Fluxograma de produção de rações extrusadas

Fonte: Adaptado, Ferraz (2012)


42

4.3.1 Características dos ingredientes no processo produtivo

No processo de extrusão, os produtos de origem animal têm como característica


absorver a água, promovendo a elasticidade do aglomerado. Além disso, geram aceitação da
ração pelos animais ao melhorar a palatabilidade da ração. Já os produtos de origem vegetal
geram a aglutinação do aglomerado e a expansão dos kibbles, fundamental para o processo. O
amido é o principal componente para a aglutinação e expansão do produto final, atuando
também como fonte de energia. Sua indicação de inclusão para garantir uma boa
flutuabilidade dos kibbles é de 20% na formulação, contudo cada extrusora é uma máquina
particular e esse valor pode diferenciar um pouco para mais ou para menos, dependendo de
como foi ajustada (MORO, RODRIGUES, 2015).
Os lipídios acima de 7% de inclusão no farelado reduzem a capacidade de
expansão dos kibbles e prejudicam a textura destes. Fontes de lipídios que são componentes
de ingredientes tendem a afetar menos a expansão quando comparados à inclusão na sua
forma bruta (Camire et al., 2000). Contudo, após a expansão, os kibbles são encaminhados ao
secador e, se necessário, são destinados ao banho de óleo.
A suplementação vitamínica na formulação é superestimada devido às perdas no
processo produtivo, sendo maiores para vitaminas hidrossolúveis por serem termoestáveis. Já
as vitaminas lipossolúveis possuem maior estabilidade, com perdas entre 15 a 20% do total
adicionado (MORO, RODRIGUES, 2015).
43

4.4 Produtos

Os produtos para peixes também são destinados às várias fases produtivas, sendo
divididos por categorias em animais para reprodução, pós-larvas, alevinos, juvenil,
crescimento e terminação ou engorda.
Nessa fase de pós-larva, são utilizadas rações pequenas, com tamanhos que
variam de 0,5 a 1,8 milímetros. As rações primeiramente passam pelo processo de extrusão
para posteriormente serem trituradas e fornecidas aos animais. O arraçoamento é realizado
várias vezes ao dia devido ao rápido esvaziamento do trato gastrointestinal, evitando o
aumento da mortalidade. Para peixes juvenis, o tamanho dos kibbles varia de 2,0 a 3,5
milímetros. Animais em crescimento possuem os tamanhos dos kibbles de 4,0 a 5,5
milímetros, enquanto os peixes em terminação possuem a partir de 5,0 milímetros. Esse valor
aumenta gradualmente, de acordo com o desenvolvimento dos peixes.
Os nutrientes presentes na ração devem estar compatíveis com as exigências de
cada fase, e seu arraçoamento também é imprescindível para o correto consumo e
desenvolvimento destes. Alguns tamanhos dos kibbles comercializados são mostrados na
Figura 14.
Figura 14: Produtos para peixes da empresa Integral Agroindustrial Ltda.

Fonte: Próprio autor (2016)

Os níveis de garantia das rações para peixes informados no rotulo dos produtos e a
sugestão de arraçoamento da linha Aquamix para tilápias em tanque rede são apresentados
sequencialmente nas Tabelas 8 e Figura 15.
44

Tabela 8. Níveis de garantia das rações para peixe


Rações Umd. PB FB EE MM Ca Ca P Vit. C
(M) (m) (m) (m) (m) (M) (m) (m) (m)
PL-0 100g 450g 40g 60g 120g 30g 10g 8000mg 500mg
AL-10 100g 450g 40g 60g 120g 30g 10g 7000mg 350mg
T-50 100g 320g 60g 60g 120g 30g 10g 5000mg 300mg
T-300 100g 320g 60g 60g 120g 30g 10g 5000mg 300mg
T-600 100g 320g 60g 60g 120g 30g 10g 5000mg 300mg
Estratégica 100g 350g 40g 65g 120g 30g 10g 8000mg 1000mg
PR-50 100g 280g 40g 35g 120g 30g 10g 4000mg 120mg
PR-300 100g 280g 40g 35g 120g 30g 10g 4000mg 120mg
PR-600 100g 280g 40g 35g 120g 30g 10g 4000mg 120mg
PR-800 100g 280g 40g 35g 120g 30g 10g 4000mg 120mg
Fonte: Integral Agroindustrial Ltda. Umd: umidade; PB: proteína bruta; FB: fibra bruta; EE: estrato etéreo; Ca:
Cálcio; O: Fósforo. M: máximo; m: mínimo.
45

Figura 15. Sugestão alimentar para tilápias em tanque-rede da linha Aquamix

Fonte: Integral Agroindustrial Ltda.


46

4.5 Outras atividades

A fábrica de rações fareladas e peletizadas produz rações voltadas a animais


ruminantes, aves de postura, frangos de corte, suínos, coelhos e equinos, espécie que possuía a
maior produção e variedade de produtos comparada com as demais.
Foram realizados testes de controle de qualidade semelhantes aos da fábrica de
rações extrusadas, sendo avaliados nestes: temperatura do ambiente e temperatura do saco,
umidade, densidade, porcentagem de partículas, finos para rações peletizadas, textura para
rações trituradas, e índice de durabilidade do pelete (PDI). A importância das análises é a
mesma das rações extrusadas: garantir um produto inoculo e de qualidade ao cliente.
Foi acompanhado o desenvolvimento de pesquisas e sua importância para a
empresa. Os estudos são relacionados com testes de novos produtos, níveis de inclusão de
determinado produto na ração, comparação de diferentes processamentos das rações e
comparação de diferente linhagens animais.
A pesquisa que seria realizada com camarões não ocorreu devido à doença da
“mancha branca”, mas houve chance de conhecer a propriedade e compreender melhor a
criação, nutrição e comercialização destes, como mostra a Figura 16.
Figura 16: Despesca, tanques de criação, pós-larvas na propriedade

Fonte: Próprio autor (2016).


47

Houve a oportunidade de acompanhar a pesquisa com frangos de corte em


parceria com a Granja Regina, onde objetivou-se comparar o desempenho de frangos de corte
das linhagens Cobb, Ross e Hubbard e lote misto, alimentados com rações fareladas e peletizadas
na fase inicial. Foi possível acompanhar atividades como a preparação do galpão, chegada dos
pintinhos, manejos sanitários, manejo alimentar, controle da temperatura do galpão, pesagem,
comportamento animal e desempenho do lote (Figura 17).
Figura 17: Diversas fases do desenvolvimento da pesquisa no galpão experimental da Granja
Regina

Fonte: Próprio autor (2016)


48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A piscicultura representa uma atividade tecnológica, principalmente quando


relacionada à produção de peixes de água doce, e tem na nutrição e na alimentação animal
uma das principais formas de maximizar lucros. Isso promove uma melhor resposta
zootécnica do animal, com menor impacto ambiental utilizando rações extrusadas bem
balanceadas.
O mercado das rações para peixes mostra-se promissor, com perspectivas reais de
crescimento da produção devido ao aumento da demanda por pescado. Contudo, é necessário
aumentar os estudos referentes a requerimentos nutricionais de espécies nativas, visando uma
melhor eficiência produtiva e econômica.
Estagiar na empresa Integral Agroindustrial Ltda., foi fundamental para o meu
crescimento pessoal e profissional, pois tive a oportunidade de vivenciar a rotina de uma
fábrica, além de acompanhar, participar e questionar sobre as atividades realizadas nas
dependências da indústria e no campo.
49

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