Direito Econômico

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Por Ordem Econômica entende-se o tratamento jurídico disciplinado pela

Constituição para a condução da vida econômica da Nação, limitado e delineado


pelas formas estabelecidas na própria Lei Maior para legitimar a intervenção do Valores da ordem económica: A valorização
Estado no domínio privado econômico. do trabalho humano significa que o Poder
Público deve garantir que o homem possa
Na lição de José Afonso da Silva, a Ordem Econômica consiste na racionalização
sobreviver dignamente, tão somente, com o
jurídica, da vida econômica, com o fim de se garantir o desenvolvimento
produto da remuneração de seu labor,
sustentável da Nação.
garantindo-lhe, para tanto, uma gama de
No magistério de André Ramos Tavares, por Ordem Econômica entende-se o direitos sociais, dentre os quais destacamos
conjunto de normas e instituições jurídicas que visam disciplinar as relações renda mínima, repouso semanal remunerado,
oriundas do exercício da atividade econômica, bem como orientar a produção dos fundo de garantia por tempo de serviço,
diversos ramos do direito envolvidos no ciclo econômico (civil, empresarial, jornada de trabalho diária e semanal máxima,
concorrencial, econômico, trabalhista, administrativo etc.). gozo de férias anuais remuneradas etc.

formas econômicas de Estado: Valorização do trabalho humano:

1. Estado Liberal (Adam Smith) Baseia-se na doutrina filosófica e política do liberalismo, Livre-iniciativa Significa que o Estado não
que se assenta no respeito do Estado ao pleno exercício dos direitos e garantias por parte deve restringir o exercício da atividade
de seus respectivos indivíduos. A sua principal manifestação econômica é o postulado da econômica, salvo nos casos em que se fizer
livre-iniciativa. Enontramos tambem, a liberdade contratual e a liberdade de mercado. necessário, para fins de proteção do
consumidor e de toda a sociedade.
2. Estado intervencionista econômico(Jonh Maynard Keynes) Nesta forma de
participação estatal na economia, o Estado atua com o fito de se garantir o exercício Justiça social: Traduz-se na efetivação de
racional das liberdades individuais. A política intervencionista não visa ferir os postulados medidas jurídicas e adoção de políticas que
liberais, mas, tão somente, fazer com que o Estado coíba o exercício abusivo e pernicioso garantam a todos o acesso indiscriminado aos
do liberalismo. bens imprescindíveis à satisfação de suas
necessidades fundamentais.
3. Estado intervencionista social É a forma estatal de intervenção na atividade
econômica que tem por fim garantir que sejam efetivadas políticas de caráter
assistencialista na sociedade, para prover os notadamente hipossuficientes em suas
necessidades básicas.

4. Estado intervencionista socialista É a forma intervencionista máxima do Estado, uma


vez que este adota uma política econômica planificada, baseada na valorização do
coletivo sobre o individual. O Poder Público passa a ser o centro exclusivo para as
deliberações referentes à economia

classificação das formas de intervenção do Estado na Ordem Económica, seguimos de perto o critério adoptado por Luís S. Cabral de Moncada7 e André
de Laubadère:

A) QUANTO À ABRANGÊNCIA: intervenções globais, setoriais e pontuais ou avulsas:

a.1) Intervenção global: quando o Estado fixa uma política macro de planejamento econômico, intervindo em caráter conjunto na economia nacional,
através de normas gerais e abstratas;

a.2) Intervenção setorial: quando o Estado fixa políticas aplicáveis, tão somente, a setores determinados da economia, através de normas gerais e abstratas;

a.3) Intervenção pontual (avulsa): ocorre quando o Estado necessita intervir no caso concreto em determinadas entidades empresariais que atuam no
mercado, através de atos concretos e específicos.

B) QUANTO AOS EFEITOS: intervenções imediatas e mediatas:

b.1) Intervenção imediata: são os casos de intervenção direta, que produzem efeitos, tendo caráter nitidamente econômico;

b.2) Intervenção mediata: são os casos de intervenção indireta, que produzem efeitos graduais, que só se fazem perceber ao longo do tempo, uma vez
que tal intervenção tem caráter político, com reflexos econômicos.

C) QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE: intervenções unilaterais e bilaterais:

c.1) Intervenção unilateral: quando o Estado atua no exercício de seu ius imperii proibindo ou autorizando determinadas atividades, intervindo no mercado
econômico através de atos unilaterais (leis, regulamentos ou atos administrativos normativos), nos quais não há espaço para manifestação volitiva do
agente econômico;

c.2) Intervenção bilateral: ocorre quando o Estado, em que pese atuar no exercício de seu ius imperii, condiciona a eficácia do ato de intervenção à
conjugação da manifestação de vontade do agente econômico, subordinada à ratificação do Poder Público.

D) QUANTO À ATUAÇÃO DO ESTADO: intervenções direta e indireta:

d.1) Intervenção direta: ocorre quando o próprio Estado assume para si a exploração da atividade econômica, na qualidade de agente empreendedor no
mercado;

d.2) Intervenção indireta: ocorre quando o Estado limita-se a condicionar o exercício da exploração da atividade econômica, sem assumir posição de
agente econômico ativo. No ordenamento jurídico pátrio, a actuação do Estado na economia assume a modalidade de intervenção indirecta, ao abrigo do
disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 89º da CRA.

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