Ensino Inclusivo Na Pedagogia Antroposofica

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" A nossa mais elevada tarefa deve

ser a de formar seres humanos livres


que sejam capazes de, por si
mesmos, encontrar propósito e
direção para suas vidas."

(Rudolf Steiner)
JULHO, 2019

Ensino inlcusivo na
pedagogia antroposofica

Docente Karyne Maris Pereira

Terapeuta artística antroposófica, psicoterapeuta antroposófica

e coordenadora de apoio da Escola Waldorf Turmalina.


O QUE É A INCLUSÃO ?
“Inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de

ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e

psicológicas.” Segundo o portal da educação.

“A Inclusão que é nossa e a diferença que é do outro! A diferença não

estaria em relação a dois pontos que de acordo com certo principio da

identidade, se diferenciam. Esta teria mais a ver com o entremeio, e não

com uma suposta oposição entre dois termos, dois entes, dois conceitos ou

duas coisas”, a diferença não aponta ninguém, mas cria o permanente

movimento de deferir”. Segundo Carlos Skliar.

A Escola como ambiente social, segundo Wheis “... você pode ter uma

comunidade para crianças com necessidades especiais, mas se você tiver

uma comunidade com crianças necessidades especial, essa será uma

comunidade mais completa e eficiente”.


LEIS SOBRE A INCLUSÃO

NA “CONSTITUIÇÃO FEDERAL” (1988), QUE TRAZ COMO UM DE SEUS

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS “PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM

PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER

OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO”

(ART. 3O INCISO IV);


os pais ou
O “Estatuto da Criança e do Adolescente” (Lei no. 8.069/90, artigo 55), que determina que “

responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”;
também, a partir da década de 1990, documentos como a “Declaração Mundial de Educação para

Todos” (1990) e a “Declaração de Salamanca” (1994), que passaram a influenciar a formulação das

políticas públicas da educação inclusiva no mundo ocidental; e, ainda, já nesta década, buscando

cumprir o “Plano Nacional de Educação” em sua Lei no 13.005 de 25 de junho de 2014, que solicita a

universalização até 2016 do ensino fundamental para toda a população e também o “Plano Estadual

de Educação”, na qual a “Meta 4” objetiva “ Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com


deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação, o
acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na
rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, de classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.”, a

instituição que busca uma integração social e humana e o alinhamento às diretrizes da educação

inclusiva, precisa estar em constante aprimoramento de seus recursos humanos, materiais e técnicos,

para que o processo de inclusão ocorra satisfatoriamente.


A INCLUSÃO NA
"Se amamos aos homens

meramente como são,

PEDAGOGIA degradamo-los; se os

tratamos como se fossem o que

WALDORF deveriam ser, levamo-los aonde

devem ser levados.”

Goethe
A relação da inclusão com a Pedagogia Waldorf teve início na juventude de

Steiner, como o mesmo relata em sua biografia nessa época Steiner foi

designado para a educação de uma criança com hidrocefalia, e apesar do

tempo que a mesma conseguia focar sua atenção, Steiner o ensinava de forma

que não acometer ainda mais a sua saúde. Em dois anos o estado de saúde da

criança melhorou bastante, conseguindo assim recuperar o Ensino

Fundamental, e mais tarde obteve seu diploma de médico.

Cinco anos após a fundação da primeira escola Waldorf, Steiner apresentou

as bases de seu curso, denominado Pedagogia Curativa, que surgiu a partir do

pedido de pessoas que desejavam ensinar crianças e devido a suas

deficiências, não tinham possibilidade de frequentar uma Escola Waldorf. Mas

não houve definições de qual público deveria frequentar a mesma ou a

Instituição de Pedagogia Curativa.

A Pedagogia Waldorf por sua vez, foi prevista de forma que desenvolvesse o

ser humano em todos seus aspectos, por isso “admite, sem julgá-las,

diferenças existentes entre raças e culturas, procurando adaptar-se a todas

elas”. (LANZ, 1979,p.94)


Segundo Steiner relatou em dezembro de 1921, naquela época já

se sentia necessário o apoio às crianças com necessidades específicas:

“Na escola Waldorf temos uma série de crianças com problemas de

aprendizagem (...). Obviamente os casos extremos perturbam os outros

alunos da classe. Por isso nós criamos, sob responsabilidade do Dr. Karl

Schubert, uma classe especial para deficientes mentais onde se reúnem

os casos provenientes de todas as séries. (...) Nenhum professor quer

realmente desistir de uma criança, e cada um luta por ela; ele se esforça

até o último momento para levar essa criança junto com os outros alunos

da classe e muitas vezes isso também dá certo. É que, embora nossas

classes não sejam pequenas, o ensino orientado para as necessidades

individuais permite que crianças com tais características também

No entanto, é necessário ensiná-las de


possam ser atendidas. (...)

maneira absolutamente individualizada. Assim sendo, o Dr. Schubert


trata cada criança de acordo com suas próprias necessidades, e, acima

não define metas de aprendizagem no caso delas, procedendo


de tudo,

totalmente conforme as peculiaridades da criança e, circunstancialmente,


fazendo com a criança coisas diferentes do conteúdo escolar
convencional.
Portanto, para que a inclusão ocorra no coletivo, é fundamental aliar o

atendimento individual ao convívio social, pois, embora seja necessário

contemplar as particularidades para um desenvolvimento saudável da criança em

será na integração social onde ela terá a oportunidade


estado de inclusão,

de expressar suas conquistas individuais.


PROBLEMAS DE
APRENDIZAGEM
O que é dificuldade de aprendizagem?

A dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada com inúmeros fatores,

tais como: a metodologia utilizada, os métodos pedagógicos, o ambiente físico

e até mesmo motivos relacionadas com o próprio aluno e seu contexto de vida.

O termo se refere a um aluno que possui uma maneira diferente de aprender,

devido a um barreira que pode ser cultural, cognitiva ou emocional . Por se

tratar de questões psicopedagógicas, as dificuldades de aprendizagem podem

ser resolvidas no ambiente escolar.


O que é um distúrbio de aprendizagem?

Os transtornos relacionados ao processo de aprendizagem estão entre as

dificuldades de aprendizagem que o aluno pode manifestar, entretanto,

correspondem a um padrão muito abaixo da expectativa em relação à

capacidade cognitiva esperada para determinada etapa escolar.

Os distúrbios de aprendizagem estão relacionados a problemas que não


decorrem de causas educativas. Isso significa que, mesmo após uma
mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua

apresentando os mesmos sintomas. Isso aponta para a necessidade de

uma investigação mais aprofundada, que determinará quais são as

causas da dificuldade em questão.


Essas dificuldades são pontuais e específicas, caracterizadas pela

presença de uma disfunção neurológica, geralmente associadas a algum

comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro.

[ Porém, é arriscado falar somente em uma causa biológica.]

Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas

de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem esses problemas por

causa de algum conflito pessoal ou familiar — e não unicamente por

razões de ordem fisiológica.


QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS
DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM?
DISLEXIA
A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica (ou seja,

que ocorre no cérebro, na coluna vertebral e nos nervos), e que tem como

principal característica a dificuldade de ler e escrever.


Quem sofre deste problema tem dificuldade no reconhecimento preciso e

fluente das palavras e na habilidade de decodificar e soletrar também.

Trata-se de um problema crônico, que pode perdurar por anos ou durante a

vida toda. É muito comum — afeta mais de 2 milhões de casos relatados por

ano no Brasil.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia , não se sabe ao certo quantas

pessoas possuem o transtorno, mas estima-se que ele afeta de 0,5% a 17% da

população mundial.
OS SINTOMAS DA DISLEXIA PODEM SER IDENTIFICADOS MAIS
FACILMENTE NA INFÂNCIA, JÁ QUE O DISTÚRBIO, NESTA FASE,
É MAIS ACENTUADO.

Problemas no desenvolvimento da fala ou desenvolvimento

tardio do aprendizado da fala;

Problemas cognitivos, como a dificuldade de memorização de

palavras ou de regras ortográficas;

Atraso na habilidade de leitura ou comprometimento da fala;

Dispersão e falta de atenção.


DISGRAFIA

As pessoas com esse distúrbio apresentam dificuldade na fluência escrita em


diversos aspectos, cometendo diversos erros de ortografia e na formação das

palavras.

A disgrafia, em diversos casos, pode estar relacionada com problemas

psicomotores (os movimentos corporais que são governados pela mente).

Alguns sintomas da disgrafia incluem:

Dificuldade na formação de letras;

Letras muito largas, pequenas demais ou de tamanho variável;

Uso incorreto de letras maiúsculas e minúsculas;

Letras sobrepostas umas às outras;

Espaçamento inconsistente entre letras e alinhamento errado;

Dificuldade de fluência na escrita.


DISCALCULIA
Discalculia é o nome usado para se referir à não habilidade de execução de

operações matemáticas ou aritméticas.

Os sintomas de discalculia envolvem a dificuldade em organizar, classificar e


realizar operações com números. Ela pode se apresentar em alguns tipos, como:

Léxica: dificuldade na leitura e compreensão de símbolos matemáticos, números,


expressões e equações;

Gráfica: dificuldade para escrever símbolos matemáticos;


Verbal: dificuldades em nomear e compreender os conceitos matemáticos
apresentados, além dos números, termos e símbolos;

Operacional: dificuldade para completar de operações matemáticas escritas e


verbais, além dos cálculos numéricos;

Ideognóstica: dificuldades na realização de operações mentais e para entender


os conceitos da matemática;

Practognóstica: dificuldade em traduzir um conceito matemático abstrato para


um real. Com a dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de

objetos.
DISLALIA
A dislalia é um distúrbio que afeta a fala, caracterizado pela dificuldade em
articular as palavras corretamente. Os que sofrem dela costumam trocar as
palavras por outras similares na pronúncia, falar de maneira errada, omitindo ou

trocando as letras.

A dislalia pode se apresentar em 4 tipos, que são:

Evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida gradativamente


durante o seu desenvolvimento;

Funcional: caracterizada pela substituição de letras durante a fala (um fonema


por outro), pela ausência de sons na pronúncia, pelo acréscimo ou inversão de

letras nas palavras e por distorções de sons;

Audiógena: há a alteração na formação de fonemas em deficientes auditivos,


que não conseguem imitar os sons;

Orgânica: casos mais graves, que ocorrem em decorrência de uma lesão


cerebral e que faz com que a pronúncia seja incorreta.
DISORTOGRAFIA

Quem apresenta esse transtorno também costuma ser afetado pela dislexia.

Embora também esteja relacionado à linguagem escrita, é mais amplo do que a


disgrafia. Ele consiste na dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da

escrita, podendo envolver a falta de vontade de escrever e a dificuldade de leitura.

Alguns sintomas da disortografia são:

Traçado incorreto da letra;

Falta de clareza e lentidão na escrita;

Falta de vontade de escrever;

Alteração no espaço da letra;

Letras inteligíveis;

Textos bem reduzidos.


A VISÃO DA
ANTROPOSOFIA
SOBRE OS PROBLEMAS
DE APRENDIZAGEM
“ Pela mão da mãe que a criança

aprende a ler o mundo e é pela mão

do pai que ela é levada à escrita”

Karl Koning
Ler e escrever são o que nos fazem ter relação com o mundo e para que
possamos nos orientar na vida terrestre. Isto traz a segurança em sua
vida de relação.

Quando existe um problema na aprendizagem da leitura e da escrita, há

de fundo uma insegurança em relação ao mundo. È importante ver que

uma convenção cultural que se torna, para a criança que não consegue

inserir-se nesse contexto, uma grande carga emocional, aumentada a

cada vez que ela se defronta com seu problema.

Escrever - é o movimento que torna visível o símbolo, escrever então é


criar formas pelo movimento, fixando-as e encarcerando o movimento
em um símbolo. ( Relação com o pai) – mundo do movimento

Ler - nos leva para o mundo dos sons, e no caso a leitura, para o campo
dos fonemas. Ler é levar o movimento “audível”. (Relação com a mãe) –

mundo sensorial.

Neste caso ler e escrever são processos polares.


DISLEXIA
relação com o
tempo e espaço

"O movimento é essencial para o


tratamento da dislexia"

Lucinda Dias. “Problemas de Aprendizagem"

Em todo o movimento corporal tem-se uma

troca, uma relação com o corpo etérico e o

corpo astral. O corpo físico é só o palco "

material”, por assim dizer, onde eles podem

atuar. Dessa relação depende a “qualidade”

do movimento.
Observaram-se uma criança com movimentos que tende a serem mais angulosos,

abruptos devemos olhar para problemas no seu corpo etérico e se ela andar sem

direção, cambaleante então o corpo astral não está bem. Observar a questão do

movimento é de grande importância para o professor, pois é nele que vive a relação da

troca do corpo etérico e corpo astral.


O corpo astral penetra demais e se tornar soberano, então temos a espasticidade* e

os movimentos, dependendo do grau de influencia astral ficam extremamente

prejudicados e ate paralisados totalmente.

*Espasticidade é quando ocorre um aumento do tônus muscular, envolvendo hipertonia

e hiperreflexia, no momento da contração muscular, causado por uma condição

neurológica anormal.

Se o corpo etérico atua excessivamente, temos então a flacidez e a perda da

capacidade de contração muscular correta. Uma das dificuldades frequentemente

encontradas também é a incapacidade de a criança acompanhar, visualmente, o que

a mão faz e muitas vezes ela não consegue transmitir para mão o que vê algo bloqueia

essa relação.

A dislexia é considerada uma síndrome, pois podem ser encontrados vários fatores

causadores da incapacidade de ler, de escrever e também de lidar com números, bem

como vários sintomas, através dos quais ela se manifesta. Nunca a dislexia é um

problema único, sempre está associado com algo mais.


O Traço mais comum entre os disléxicos é a confusão da

ortografia de letras simétricas, ela pode se manifestar por:

- Inversão de letras (por = pro ou orp)

- Inversão de silabas ( parte = tepar)

- No sentido direita-esquerda (b e d) (p e q)

- No sentido vertical (d e p) (n e u)

- Letras esquecidas ou a mais na frase

- Troca na direção da escrita (espelhamento)


PARA PODERMOS DIZER POR QUE ELA OCORRE, PRECISAMOS
OBSERVAR TODA BIOGRAFIA DA CRIANÇA.

Observar aspectos como: ensino abstrato, falta de ritmo (dificulta a

formação da memória), televisão em excesso, bombardeio sensorial

(isso são causas culturais). Mas existem situações onde o

desenvolvimento dos sentidos não foram feitos de forma adequada e

até problemas no teor de enxofre na proteína e de ferro a

hemoglobina do sangue.
TDHA
O “O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é

um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na

infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua

vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e

impulsividade.” ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção)


Segundo Barbara Baldwin, educadora curativa antroposofica e fonoaudióloga,

Crianças com TDAH muitas vezes ficam presas nos detalhes e perdido na

periferia. Você pode descrevê-los como cansados, erráticos, inconsistente,

intolerante com pressões, hiperatividade, distração, impulsividade; atenção

Eles podem se
extraída para o mundo e eles prestam atenção a toda a coisa.

tornar totalmente absorvidos como eles não podem conter foco e atenção
periférica ao mesmo tempo.

Estas crianças muitas vezes têm falta de ritmo:

* nenhum ritmo em dormir, comer, processos de respirar

* muitos têm distúrbios digestivos e intolerâncias alimentares

* eles são julgados por outros

* eles têm tantas coisas para prestar atenção que eles se esgotam por sua forças

de vida etéricas.

* os pais estão exaustos, as crianças são exaustivas.


Ritmo de sono

Disturbio digestivo

Massagem etérica -

oleaginosas, banhos,

terapias físicas.
O TDAH pode ser entendido como uma criança ou um adulto

que não consegue " digerir" adequadamente tudo que “põe

para dentro”, como estímulo e então o sentido do tato

precisa ser estimulado.


A medicina antroposofica estende o conceito da fisiologia humana além

de mecanismo celulares e moleculares a interações holísticas de sistemas

funcionais primordiais em particular existe um complexo equilíbrio entre dois

sistemas polares, isto é o sistema neuro sensorial (que tem uma taxa

metabólica baixa e é mediador da consciência) e o sistema metabólico motor

dos órgãos abdominais e membros (com alta taxa metabólica, mínima

consciência e mediador dos movimentos voluntários) esse equilíbrio pode estar

distorcido numa doença, por exemplo, no Transtorno de hiperatividade com

déficit de atenção o sintoma de hiperatividade é visto como reflexo da

predominância do sistema metabólico motor e esse desequilíbrio podem ser

regulados por terapias antroposoficas como: euritimia, terapia artística,

massagem rítmica e em especial por medicamentos antroposoficos.


As crianças com hiperatividade (Agitação motora

constitucional) e com distúrbios da atividade e da atenção,

apresentam dificuldades especificas devido sua constituição

corporal e anímica.

Consultório Pediátrico, de Michaela Glockler e Wolfgnang Goebel

Em geral são crianças bem configuradas de corpo, fortes, quase

infatigáveis e sempre dispostas em empreender alguma coisa, voltam-se para

tudo o que passa ao seu redor com grande interesse e disposição para agir. O

que não conseguem é estruturar seu interesse e sua disposição para atividade,

de maneira a obter desempenhos sensatos e atitudes dignas de reconhecimento

por seu intermédio. É isso que precisam aprender.


Nos meninos a agitação motora se manifesta por uma como

uma disposição exagerada para a atividade física, enquanto

nas meninas aparece mais interiorizada, sob forma de caos

mental e estados de agitação anímica.


IMPORTANTE
PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA
E PROFESSOR COMO
INTEGRANTE DA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR:
REUNIÕES REGULARES

Cada um apresenta a imagem que faz da criança, mencionando seus dons e

possibilidades de desenvolvimento.

Metas parciais e uma meta de longo prazo para o tratamento.


Um aspecto decisivo é fazer acordos concretos com a criança sobre a maneira

como esta ou aquela dificuldade particular pode ser controlada, estabelecendo

junto com ela uma estratégia que também lhe de prazer e conduza vivencias

bem-sucedidas.

Ritmo no decurso do dia - Especialmente o momento de ir para a cama


deveria tornar-se um dos pontos cuminantes do dia. A criança ouve uma

pequena historia, canta- se uma canção, trocam-se algumas palavras

relembrando o dia. Para finalizar um verso ou oração. Assim a criança

consegue digerir melhor as vivencias do dia.

Atividade física suficiente.


Organização do lar.
Cuidado com os meios de comunicação (TV, vídeo game, CDs, etc.).
Alimentação: cuidado com os açucares, principalmente os industrializados e
consumidos pela manha.

Cultivo dos sentidos - observar o desenvolvimento dos sentidosrelacionados


com o corpo, como os sentidos do tato, do equilíbrio, domovimento próprio e o

vital (ritmo de adormecer e acordar)


Sentido do tato: a auto percepção junto ao limite corporal, por meio do toque.
Segurança por meio do contato corporal. Confiança existencial.

Sentido do equilíbrio: a vivencia do equilíbrio, a compensação, pontos de repouso,

autoconfiança.

Sentido do movimento próprio: a percepção do movimento, a vivencia da


liberdade e o sentimento de autodomínio, em consequência do domínio da

execução de movimentos.

Sentido vital: aconchego vivencia de harmonia, sensação de que


processos estão relacionados entre si.
AUTISMO

"O Transtorno do Espectro Autista (TEA)

engloba diferentes condições marcadas por

perturbações do desenvolvimento neurológico

com três características fundamentais, que

podem manifestar-se em conjunto ou

isoladamente. São elas: dificuldade de

comunicação por deficiência no domínio da

linguagem e no uso da imaginação para lidar

com jogos simbólicos, dificuldade de

socialização e padrão de comportamento

restritivo e repetitivo.” ABRA (Associação

Brasileira de Autismo)
Autismo clássico
grau de comprometimento pode variar de muito. De maneira geral, os indivíduos são

voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o

ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação.

Autismo de alto desempenho


(também chamado de síndrome de Asperger) – os portadores apresentam as mesmas

dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida.

São verbais e inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com

gênios, porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam.

Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE)


Os indivíduos são considerados dentro do espectro do autismo (dificuldade de

comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para

incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o

diagnóstico muito mais difícil.


VISÃO DA ANTROPOSOFIA
Segundo, Nirupama Rao psicóloga antroposofica indiana, o autismo é conhecido como um

distúrbio neurológico. No entanto, como Rudolf Steiner disse sobre quase cem anos atrás,

tem muito a ver com o metabolismo e a saúde intestinal como está sendo amplamente
aceito nos dias de hoje e os pais estão vendo resultados surpreendentes com dietas

especiais como trigo, leite, açúcar e outras dietas.

• Uma criança com autismo tem um intelecto intacto (a menos que haja comorbidade com

os terapeutas
outras condições). No entanto, o corpo não coopera com a mente. Portanto,

precisam se concentrar mais no corpo físico com movimento, equilíbrio,


desenvolvimento muscular central, integração.

Ajudar a criança a penetrar em seu corpo, tornar-se consciente de seu corpo, para que seu

corpo seja capaz de acessar o intelecto que já está presente e usá-lo para funcionar mais

produtivamente neste mundo. Em outras palavras, melhore a conexão do corpo mental.


Eles não têm um senso de"eu"ou ego e, portanto,

eles não são capazes de qualquer pensamento

negativo ou ações e são de coração puro.

Curiosamente, muitas crianças verbais no espectro

não usam a palavra"eu" para se referir a si

mesmas. Em vez disso, eles usam nomes em

terceira pessoa!
TRABALHO
INTERNO DO
PROFESSOR
A terapia é mais eficaz quando os

terapeutas se conectam profundamente

com as crianças, respeitam-nas e

aceitam-nas por quem são e ganham

sua confiança trabalhando com o

coração e a alma, em vez de trabalhar

mecanicamente
Não há duas crianças com autismo iguais e é importante observá-las e
permitir-se ser guiado por suas necessidades e não ser vinculado
rigidamente por horários e agendas, embora seja importante ter uma
estrutura para começar.

Steiner recomenda fortemente que os professores e os educadores curativos

façam “trabalho interno”. Isto é, trabalhe em seu próprio crescimento e


desenvolvimento consciente. Entre em contato com o núcleo interno e

encontre o equilíbrio interno. Isso os ajudaria a servir as crianças e os

adultos de maneira mais profunda, compassiva e mais intuitiva..


Segundo o Dr. Michael Allen O autismo pode ser encarado como um processo

atípico de encarnação. Essa "anormalidade"; específica se revela no padrão de

sintomas que chamamos de autismo. Ainda assim, deve-se perguntar qual é o

propósito do autismo? Na antroposofia, Steiner disse que nos preparamos para

nossa próxima encarnação no tempo entre a morte e o renascimento. O

entrelaçamento do cosmo, a alma individual e nosso carma específico se juntam à

medida que planejamos o que queremos trabalhar em nossa próxima

encarnação.
A essência do autismo é uma desarmonia da função do ego.
O ego não envolve suficientemente a organização inferior (metabolismo) da periferia

para dentro. Isso é refletido no pólo de consciência, pois a centralização do ego na

organização superior também é deficiente. A relação perturbada do ego resulta em um

fluxo etérico enfraquecido da organização inferior, que é muito pouco para uma

relação saudável com as forças da alma. Assim, pensar, sentir e querer não podem ser

reunidos

Em um caso leve, isso pode se manifestar como uma criança brilhante com autismo que

é hiper focada em um tópico, mas tem dificuldades com os outros, não consegue ler

sinais sociais, não consegue sentir amor, tem atrasos na fala e se envolve

repetidamente em mão batendo. Uma criança pode entrar nesta vida com autismo, ou

o autismo pode evoluir de uma vacina ou outra lesão física, ou para o cérebro ou para o

intestino. Se a lesão é no cérebro, então causa uma lesão refletida no intestino, ou se a

lesão original é no intestino, então a disfunção refletida ocorre no cérebro.


LEI PEDAGÓGICA E A
RELAÇÃO ALUNO -
ference.” ..

PROFESSOR
Crianças com autismo estão trancadas suas forças de cabeça. Seu Ego

nemsempre é disponível para eles. Os professores precisam envolver seu Ego

para que eles possam integrar seu Ego em seu físico, etérico e corpos astrais.

Para fazer isso certas atividades pode ajudar como caminhar para frente e para

trás em linha reta, em vez de perdendo-se na periferia. Isto é uma atividade

individual, não com toda a turma e deve ser feito com um adulto para que o

criança pode estimular o seu próprio Ego.

Os professores devem observar seu comportamento sua necessidade. Qual é

a necessidade deles? O que/como podemos atender a sua necessidade?

A maioria dos comportamentos são devidos à criança tentando

minimizar o estresse que eles constantemente sentem como eles tentam para

dar sentido ao mundo deles. Crianças com autismo têm dificuldade com o

ambiente sensorial e seus 12 sentidos muitas vezes são mais ou menos

estimulados.
RELAÇÃO
ESCOLA / ALUNO

“OS EDUCADORES DEVEM FORNECER


HOLDING (SERIA O SOMATÓRIO DE
ACONCHEGO, PERCEPÇÃO, PROTEÇÃO E
ALEGRIA) NO AMBIENTE ESCOLAR”,
SEGUNDO BOGOMOLETZ.

ISSO SIGNIFICA TRATAR CADA ALUNO COMO


ELE PRECISA. O TERMO “INCLUSÃO”, SE LEVADO
A SÉRIO, INDICA UMA ATITUDE DE HOLDING.
OUTROS
TRANSTORNOS
Transtornos Depressivos na Infância

* Sintomas depressivos análogos aos dos adultos não existem;

* A depressão manifesta-se por sintomas específicos nessa faixa etária;

* A sintomatologia depressiva surge mascarada por outros sintomas ou síndromes, tais como

hiperatividade, enurese, encoprese, déficit de aprendizagem e transtorno de conduta.

A criança deprimida apresenta incapacidade para divertir-se, algumas vezes

queixando-se de estar aborrecida. Assistem muita televisão não se importando qual seja o

programa. A baixa auto-estima e a culpa excessiva, além da diminuição do rendimento

escolar são característicos da depressão.

Apresentam também muita irritabilidade, sendo descritas pelos pais como mal humoradas.
TR - OTRANSTORNOS DE TIQUE

A manifestação predominante nessas síndromes é alguma forma de tique. Um tique é


uma produção vocal ou movimento motor involuntário, rápido, recorrente (repetido) e
não rítmico (usualmente envolvendo grupos musculares circunscritos), sem propósito
aparente e que tem um início súbito. Os tiques motores e vocais podem ser simples ou
complexos. Os tiques simples em geral são os primeiros a aparecer. Podem ser:

* Tiques motores simples: Piscar os olhos, balançar a cabeça, fazer caretas.


* Tiques vocais simples: Tossir, pigarrear, fungar.
* Tiques motores complexos: Bater-se, saltar.
* Tique vocal complexo: Coprolalia (uso de termos chulos), palilalia (repetição
das próprias palavras), ecolalia (repetição de palavras alheias).
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE NA INFÂNCIA

A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão,


caracterizado por tensão ou desconforto derivados de uma antecipação de perigos.
As crianças em geral não reconhecem quando seus medos são exagerados ou
irracionais. Uma maneira prática de diferenciar ansiedade normal de ansiedade
patológica é avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, auto limitada e
relacionada ao estímulo do momento. Os sintomas de ansiedade podem ocorrer em
varias outras condições psiquiátricas tais como: depressões, psicoses, transtornos
do desenvolvimento, transtorno hipercinético, entre outros. A causa dos
transtornos ansiosos infantís é muitas vezes desconhecida e provavelmente
multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos, com o peso
relativo de cada fator variando de caso a caso.
TRANSTORNO DA ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

Esse é o mais comum dos transtornos de ansiedade, acometendo 4% das crianças.


Caracteriza-se por uma ansiedade não apropriada e excessiva em relação à separação do
lar (pais) ou de figuras importantes cuidadoras para a criança, inadequada para a fase do
desenvolvimento da criança.

Quando ficam sozinhas, temem que algo possa acontecer para elas ou para seus cuidadores
(acidentes, seqüestro, assaltos, ou doenças) que os afastem definitivamente de si.
Demonstram um comportamento excessivo de apego aos seus cuidadores, não permitindo o
afastamento desses ou telefonando repetidamente para eles afim de tranqüilizar-se sobre
seus temores.

Recusa escolar
Manifestações somáticas de ansiedade (dor abdominal, dor de cabeça, náusea, vômitos,
palpitações, tonturas e sensação de desmaio).

O tratamento requer psicoterapia individual com orientação familiar e


intervenções farmacológicas quando os sintomas são graves e incapacitantes.
Quando há recusa escolar, o retorno às aulas deve ser o mais rápido possível
para evitar cronicidade e evasão. É muito importante haver uma sintonia entre
pais, escola e terapeuta.
BIBLIOGRAFIA
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BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CEB No.

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BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069 de 13 de julho de 1990.


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STEINER, Rudolf. A Arte da Educação I. O estudo geral do homem: uma base para a

pedagogia. São Paulo: Antroposófica, 2003.

_______. O Desenvolvimento Saudável do Ser Humano. São Paulo: FEWB, 2008.


_______. Os Pontos Centrais da Questão Social: Aspectos econômicos, político-jurídicos e espirituais

da vida em sociedade. São Paulo: Antroposófica, 2011.

https://niraamayaa.blog/2017/07/10/understanding-autism-and-special-needs-from-an-anthroposophic-

perspective/

https://niraamayaa.blog/.../understanding-autism-and-special-need...
OBRIGADA!

KARYNE MARIS
PEREIRA
www.escolaturmalina.org.br [email protected] @ateliertresmarias

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