Cartilha Saude Mental
Cartilha Saude Mental
Cartilha Saude Mental
Reitor do IFPB
Cícero Nicácio do Nascimento Lopes
Pró-Reitora de Ensino
Mary Roberta Meira Marinho
Pró-Reitoria de Administração
Pablo Andrey Arruda de Araújo
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
Presidente da Comissão
Ana Carolina Simões Andrade Santiago Mousinho
Integrantes
Alysson André Régis Oliveira
André Luiz da Silva
Cláudia Marcele Vieira Trindade
Edneide Ferreira dos Santos
Ionara da Nóbrega Amâncio
Janayna Santos Alencar Malheiros
Jordânia de Lucena Cordeiro Accyole
Leticia Lacerda Bailão
Lucivaldo Alves Ferreira
Manoel Pereira de Macedo Neto
Myriam de Oliveira Melo Mendes
Paula Falcão Carvalho Porto de Freitas
Rivânia de Sousa Silva
Silvia Helena Valente Bastos
Sylvana Cláudia de Figueiredo Melo
EXPEDIENTE
Produção e Roteiro Gráfico
GT de Saúde Mental do IFPB
Ilustração
Raoni Xavier Lucena
IFPB
2019
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LISTA DE SIGLAS
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SUMÁRIO
Apresentação 08
7 Papel da família/comunidade 26
Algumas Considerações 26
Guia Rápido 27
Referências 41
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APRESENTAÇÃO
Esperamos que esta cartilha contribua com o processo de formação dos servi-
dores e colaboradores, estimulando o desenvolvimento de ações de cuidado,
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promoção e prevenção em saúde mental, no campo educativo, de modo a pos-
sibilitar a disseminação desses conhecimentos junto à comunidade acadêmica
no desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida dos nossos estudantes,
em todas as suas dimensões, para melhor aprender e ser, enquanto cidadãos.
Por que construir uma cartilha sobre saúde mental na área da educação? Por
que há a necessidade de informar aos servidores sobre os sofrimentos psíqui-
cos que alguns estudantes vivenciam?
Já no Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de
11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com
maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior pre-
valência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9%
de depressivos. O Brasil é recordista mundial em prevalência de transtornos de
ansiedade: 9,3% da população sofre com o problema. Ao todo, são 18,6 milhões
de pessoas.
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1.2 QUOTIDIANO DO IFPB E A SAÚDE MENTAL
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Percebe-se que as demandas elencadas, relativas à saúde mental no IFPB, apon-
tam para temáticas atuais que transbordam as paredes institucionais, de forma
cada vez mais frequente e dizem respeito à sociedade como um todo, daí por-
que requerem uma expertise para o seu enfrentamento.
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2. O QUE É SAÚDE MENTAL?
Saúde é vida, porque quando nos sentimos em perfeito estado de bem-estar,
podemos dizer também que temos saúde mental. No entanto, a condição de
estar saudável não é algo tão simples.
Por muito tempo se nutriu a ideia de que bastava não se ter uma doença or-
gânica para ser considerado saudável. No entanto a definição de saúde como
um “estado de perfeito bem-estar”, segundo a OMS, nos leva a perceber que a
saúde é tênue e depende de muitas situações que poderão desencadear sofri-
mentos/adoecimentos ou potencializar a vida.
Daí porque é preciso que se olhe para o sujeito como um ser integral, em que a
dimensão de seu corpo, sua mente e o ambiente precisam dialogar, tendo em
vista suas necessidades. Assim, a saúde integral perpassa pelas condições de
saúde mental, equilíbrio social e condições adequadas de vida.
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3. POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE MENTAL
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Torna-se difícil para um leigo estabelecer uma separação entre o sofrimento
mental e o transtorno mental. A incapacitação e o sofrimento não são iguais
para todos. Eles dependem da dinâmica da pessoa e de seu contexto no am-
biente escolar, familiar e social que se integra.
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MAS CALMA! ANSIEDADE É DIFERENTE DE MEDO:
O medo está ligado a algum evento presente, real e local, medo de altura (quan-
do está num local alto), medo de realizar uma apresentação pela primeira vez
(quando está prestes a ocorrer à apresentação), etc.
A ansiedade está ligada a um evento futuro (que pode ser um medo futuro), pre-
ocupação com uma prova, preocupação em apresentar um seminário ou como
se portar em uma entrevista de emprego, preocupação constante com o futuro.
A ansiedade tem relação com medo de julgamento das pessoas.
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A ANSIEDADE TEM TRATAMENTO?
As causas para a depressão são multifatoriais. Ou seja, não existe apenas uma
causa que explique esse transtorno. São várias. As principais delas são: genética,
de origem cultural, eventos que desencadeiam a síndrome, como traumas, mor-
tes, separações, perda de emprego, grandes frustrações; eventos sociais (crise
econômica, por exemplo), questões hormonais.
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A depressão pode atingir todas as idades. Na adolescência, as questões hor-
monais também podem interferir e algumas ações podem resultar em danos
contra a própria pessoa, como é o caso da autolesão, mais conhecida como
“automutilação”.
Muitas pessoas não reconhecem a depressão como doença, acham que é “fres-
cura”, que é falta de fé, que é falta de vontade. No início do quadro, as pessoas
tentam até disfarçar que estão sofrendo, por vergonha ou por medo, atrapa-
lhando assim a busca de ajuda profissional adequada. Por isso, é importante
orientar para não sofrer calado, procurar ajuda.
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A ausência de tratamento adequado ou não adesão a ele, pode prolongar o
sofrimento desencadeando outros transtornos.
O suicídio, por se tratar de um fenômeno bastante complexo, ao longo dos sé-
culos despertou a atenção de diversas áreas do conhecimento, pois a comple-
xidade desse fenômeno advém da interação de múltiplos fatores: biológicos,
psicológicos, sociais, culturais e ambientais.
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COMO SE TRATA A DEPRESSÃO?
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Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o
território nacional. O bullying ocorre de diversas formas e é classificado em oito
tipos, descritos a seguir conforme a lei mencionada (BRASIL, 2015).
Os adolescentes iniciam o consumo de álcool cada vez mais cedo e o beber com
maior risco em um curto espaço de tempo, ou o beber em “binge”, é a prática
que mais deixa o adolescente exposto a uma série de problemas de saúde e
sociais. Os riscos vão desde acidentes de trânsito – o evento mais comum e
com consequências mais graves – até o envolvimento em brigas, vandalismo e a
prática do sexo sem camisinha.
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tâncias químicas. A maior parte dos estudantes das Américas bebe pela pri-
meira vez antes de completar 14 anos. O adolescente brasileiro apresenta um
padrão compulsivo e precoce do uso de múltiplas substâncias, independente do
gênero, com danos biológicos e psicossociais (acadêmico/social) em períodos
mais curtos de consumo, sendo este um comportamento de risco alto (LARAN-
JEIRA, 2007).
Apesar de grave, a dependência química não acontece de uma hora para outra.
Geralmente os jovens podem querer provar por curiosidade ou por recreação,
para fugir dos problemas e/ou em fases de abstinência. Em qualquer um desses
casos, o importante é conseguir identificar quem está na fase de abuso inicial,
para que não haja a evolução para dependência crônica adquirida que necessita
de recuperação. E para casos mais graves incentivar a procurar ajuda para falar
do que sente.
Por isso, a prevenção e o cuidado devem ser oferecidos, principalmente para
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esta faixa etária.
Cada município já conta com uma rede, cabendo a cada IF construir parcerias
com os dispositivos existentes no SUS ou ainda buscar novas possibilidades de
cuidado, envolvendo outros caminhos tais como clínicas- escola, ambulatórios
e redes de apoio.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) faz parte de uma rede mais ampla, a
Rede de Atenção à Saúde (RAS). A RAS são ações e serviços de saúde, inte-
gradas, por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, que bus-
cam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL,2010).
A RAPS é composta desde ações de saúde mental na atenção primária; ser-
viços de urgência e emergência voltados para a questão do uso abusivo de
álcool e outras drogas ou transtornos mentais; leitos em hospitais gerais;
centros de atenção psicossocial para adultos e crianças/adolescentes, con-
forme Figura 1.
Figura 1 - Organização da RAPS
20
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são a porta de entrada para os
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5.3 FLUXO DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL
Os IFs podem estar situados em municípios que dispõem de uma rede de servi-
ços em saúde mental mais ampla ou não. Por isso, descreveremos abaixo suges-
tões de encaminhamentos a ser adotados pelas instituições de ensino:
Há locais que não ofertam todos os serviços em saúde mental, ou seja, não
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dispõem de Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), nem de CAPS. Nessa
situação, os munícipios vizinhos fazem uma espécie de parceria para atender a
população das cidades onde não existe essa oferta. É importante que cada cam-
pus do IFPB possa procurar se informar sobre quais são os serviços existentes,
junto a Secretaria Municipal de Saúde do referido município.
Não podemos desconsiderar que somos seres sociais. Significa dizer que so-
mos seres relacionais, logo é importante que enquanto escola nos indaguemos
sobre o quanto de sofrimento podemos estar provocando quando, por exem-
plo, nos esquecemos de dar um bom dia, não acolhemos os alunos em uma
situação de vulnerabilidade repentina, quando não respeitamos o histórico de
vida do estudante ou sua limitação física ou psíquica, quando evitamos que os
estudantes se sintam à vontade para tirar dúvidas, dentre outras situações.
Diante disso, sugerimos ações que possam ser executadas ao longo do ano e
que contribuam para um ambiente escolar mais salutar e positivo, respeitando
a singularidade dos sujeitos, dentre elas:
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- Quando estruturarmos os horários semanais, devemos intercalar disciplinas
com diferentes níveis de complexidade, evitando grande sobrecarga aos estu-
dantes;
- Podemos evitar muitas avaliações num mesmo dia;
- Ao identificarmos situações de conflitos entre os estudantes ou mesmo
bullying, podemos intervir nessa dinâmica, possibilitando a composição de gru-
pos heterogêneos;
- Levar em conta que a relação entre professores e estudantes é uma relação
humana, onde o educador não pode perder de vista o seu lugar de mediador
dessa relação.
- Lembrar que os estudantes possuem outras necessidades além da escola e
que precisam ser levadas em conta para manutenção da sua saúde mental.
7. O PAPEL DA FAMÍLIA/COMUNIDADE
Família, escola e toda comunidade devem estar atentos ao sofrimento dos ado-
lescentes, principalmente envolvendo-os em atividades de grupo que estimu-
lem o convívio social, a troca de experiências e o compartilhamento de emoções
e sentimentos. A prática de esportes também contribui positivamente.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Não é possível esgotar o assunto sobre saúde mental em uma única cartilha,
mas o objetivo maior de todo esse empenho em reunir as informações mais
atuais para os servidores do IFPB é despertar a importância de que todos os
profissionais envolvidos com os alunos se sintam provocados e capazes de ofe-
recer apoio ao indivíduo que sofre.
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um pouco sobre a saúde mental, mais fácil será incorporar em suas práticas
atitudes revestidas de iniciativas que culminem em melhor qualidade de vida
para nossos alunos.
Enfim, essa cartilha não termina aqui. Na verdade, nosso trabalho começa ago-
ra, porque trabalhar englobando tantos saberes distintos com um único propó-
sito de privilegiar a saúde mental de nossos discentes é, sim, um desafio. Mas
um desafio que deve nos impulsionar sempre no sentido do aperfeiçoamento
de nossas habilidades técnicas e preenchê-las de muito amor, carinho, criativi-
dade, cooperação, atenção e afeto para criarmos uma comunidade humana o
mais saudável e integrada possível.
GUIA RÁPIDO
Vocês também poderão fazer suas próprias atualizações, aqui mesmo na nossa
cartilha, caso os dados disponibilizados mudem no decorrer do tempo.
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A MUNICÍPIO: AREIA-PB
C MUNICÍPIO: CAJAZEIRAS-PB
26
MUNICÍPIO: CAMPINA GRANDE-PB
27
MUNICÍPIO: CATOLÉ DO ROCHA-PB
E MUNICÍPIO: ESPERANÇA-PB
28
G MUNICÍPIO: GUARABIRA-PB
29
I MUNICÍPIO: ITABAIANA-PB
MUNICÍPIO: ITAPORANGA-PB
30
J MUNICÍPIO: JOÃO PESSOA-PB
31
MUNICÍPIO: JOÃO PESSOA-PB (MANGABEIRA)
32
MUNICÍPIO: JOÃO PESSOA-PB (CABEDELO)
33
MUNICÍPIO: JOÃO PESSOA-PB (CABEDELO-CENTRO)
M MUNICÍPIO: MONTEIRO-PB
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P MUNICÍPIO: PATOS-PB
35
MUNICÍPIO: PICUÍ-PB
36
S MUNICÍPIO: SANTA LUZIA-PB
37
MUNICÍPIO: SOLEDADE-PB
MUNICÍPIO: SOUSA-PB
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pes-
soas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental,
Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
leis_2001/l10216.htm. Acesso em: 11 ago. 2019.
BRASIL. MINISTERIO DA JUSTIÇA. Por dentro do assunto: drogas, 2008. Disponível em: http://
www.justica.gov.br/central-de-conteudo/politicas-sobre-drogas/cartilhas-politicas-sobre-dro-
gas/cartilhasobremaconhacocainainalantes.pdf. Acesso em: 16 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Organização da RAS no âmbito do SUS. Portaria nº 4.279/10, pu-
blicada em 30, de dezembro, de 2010. Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudele-
gis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html> Acesso em: 12 ago. 2019.
FANTE, C.A.Z. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz.
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