Trabalho de Teoria Geral de Direito Civil
Trabalho de Teoria Geral de Direito Civil
Trabalho de Teoria Geral de Direito Civil
Extensão de Gurúè
Tema:
Declaração Negocial
Curso: Direito
Disciplina: Teoria Geral de Direito Civil
Ano de Frequência: 2º Ano
Docente: Felismina F. Rodrigues
ÍNDICE
1. Introdução...............................................................................................................................1
1.1. Objectivos............................................................................................................................1
2. Declaração Negocial...............................................................................................................2
15. Conclusão............................................................................................................................10
O presente trabalho versa-se sobre declaração negocial, entretanto, pode-se que compreender
que a declaração negocial é comportamento que, exteriormente observado cria a aparência de
exteriorização de um certo conteúdo de vontade negocial, caracterizando, depois a vontade
negocial como a intenção de realizar certos efeitos práticos como ânimo de que sejam
juridicamente tutelados ou vinculantes. Neste caso, a declaração negocial é celebrada por um
declarante de forma consciente, expressando a sua vontade de exterioridade para um certo
declaratório como forma de celebrar um acordo ou compromisso juridicamente aceite entre as
partes.
Portanto, salienta-se também, que para a realização do trabalho foi preciso o uso da
metodologia de pesquisa bibliográfica de materiais relacionados com o tema, permitindo desta
feita o desenvolvimento do trabalho, que observou objetivos:
1.1. Objectivos
Objectivo Geral:
Compreender os efeitos da declaração negocial
Objectivos específicos:
Descrever o processo da declaração negocial;
Caracterizar o âmbito da eficácia e ineficácia da declaração negocial;
Destacar a exclusividade da declaração negocial.
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2. Declaração Negocial
A declaração negocial pode ser definida, como como o comportamento que, exteriormente
observado cria a aparência de exteriorização de um certo conteúdo de vontade negocial,
caracterizando, depois a vontade negocial como a intenção de realizar certos efeitos práticos
como ânimo de que sejam juridicamente tutelados ou vinculantes. Ou seja, a declaração
negocial é o comportamento humano, simples ou complexo, que manifesta, directa ou
indirectamente, a vontade do sujeito. É um comportamento, voluntário, comunicativo e
destinado, pelo seu autor, a produzir efeitos jurídico-privados.
Portanto, conclui-se que a declaração negocial possui, pois, uma dimensão física, material e
uma dimensão imaterial: o significado. Note-se que o significado incorpora, simultaneamente,
as vertentes de manifestação de vontade e de pretensão de validade ou produção de efeitos
jurídicos.
Nesta vertente é importante ressalvar que nem todos efeitos jurídicos produzidos por uma
declaração negocial são autónomos, isto é, correspondem ao sentido apurado por interpretação
da declaração. Por exemplo, os produzidos por aplicação de regras supletivas ou de normas
imperativas. Nessa medida, a declaração negocial comporta-se como um facto ou como um
acto jurídico, dando origem a efeitos jurídicos mais ou menos heterónomo. A declaração
negocial, como as outras realidades jurídicas, tem a exacta medida que cada ordenamento
jurídico lhe conferir.
Numa perspectivas em que o negócio é formal, as partes não o podem realizar por todo e
qualquer comportamento declarativo, a declaração negociai deve, nos negócios formais,
realizar-se através de certo tipo de comportamento declarativo imposto pela lei (por escrito,
através de certo tipo de documento, mediante uma cerimónia, entre outras formas. Não é
costume considerar-se a restrição, por vezes imposta pela lei, traduzida na exigência de unia
declaração expressa e não apenas tácita, corno bastante para se falar de um negócio formal.
4.1. A declaração expressa: tem lugar quando feita por palavras, escrito ou quaisquer outros
meios directos, frontais, imediatos de expressão da vontade.
4.2. A declaração tácita: quando do seu conteúdo directo se infere um outro, isto é, quando
se destina a um certo fim, mas implica e torna cognoscível, “a latere”, um auto regulamento
sobre outro ponto, sobretudo, quando se deduz de factos que, com toda a probabilidade, a
revelem.
Enfatizando pelo Artigo 217.º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, em relação a declaração
expressa e declaração tácita temos a seguintes compreensão:
A declaração negocial pode ser expressa ou tácita: é expressa, quando feita por
palavras, escrito ou qualquer outro meio directo de manifestação da vontade, e tácita,
quando se deduz de factos que, com toda a probabilidade, a revelam.
O carácter formal da declaração não impede que ela seja emitida tacitamente, desde
que a forma tenha sido observada quanto aos factos de que a declaração se deduz.
4.3. A declaração negocial presumida: tem lugar quando a lei liga a determinado
comportamento o significado de exprimir uma vontade negocial, em certo sentido, podendo-
se ilidir-se tal presunção mediante prova em contrário.
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4.4. A declaração negocial ficta: tem lugar sempre que a um comportamento seja atribuído
um significado legal tipicizado, sem admissão de prova em contrário ou absoluta ou
irredutível.
O silêncio é, em si mesmo, insignificativo e quem cala pode comportar-se desse modo pelas
mais diversas causas, pelo que deve considerar-se irrelevante, sem dizer sim, nem não.
Portanto um comportamento omissivo. De outro modo, ao enviar a outrem uma proposta de
contrato estaria a criar-se-lhe o ónus de responder, a fim de evitar a conclusão do negócio, o
que viola a ideia de autonomia das pessoas. Afasta-se igualmente a ideia de que o silêncio
vale declaração quando o silenciante podia e devia falar. Não seria isento de dúvidas quando é
que alguém podia e devia falar.
Sustentando-se pelo Artigo 218.º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, o silêncio como meio
declarativo O silêncio vale como declaração negocial, quando esse valor lhe seja atribuído por
lei, uso ou convenção.
Em suma, o silêncio não tem qualquer valor como declaração negocial, em princípio – não é
eloquente. Só deixará de ser assim quando a lei, uma convenção negocial ou o uso lho
atribuam. Não basta ter-se estabelecido um dever de responder. É necessário que resulte da
lei, de convenção ou de uso que a ausência de resposta tem um certo sentido.
Assegura uma mais elevada dose de reflexão das partes. Nos negócios formais, o
tempo, que medeia entre a decisão de concluir o negócio e a sua celebração, permite
repensar o negócio e defende as partes contra a sua ligeireza ou precipitação. No
mesmo sentido concorre a própria solenidade do formalismo.
Separa os termos definitivos do negócio da fase pré-contratual (negociação).
Permite uma formulação mais precisa e completa da vontade das partes.
Proporciona um mais elevado grau de certeza sobre a celebração do negócio e por seu
turno, evitando-se os perigos ligados à falível prova por testemunhas.
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Possibilita uma certa publicidade do acto, o que interessa ao esclarecimento de
terceiros.
Portanto, o formalismo exigível para um certo negócio pode ser imposto por lei a sua forma
legal ou resultar de uma estipulação ou negócio jurídico das partes que correspondem a forma
convencional.
Neste caso, o reconhecimento das estipulações das partes sobre forma do negócio não
significa que os particulares possam afastar, por acordo, as normas legais que exigem
requisitos formais para certos actos, pois trata-se de normas imperativas. O reconhecimento
da forma convencional significa apenas, poderem as partes exigir determinados requisitos
para um acto, pertencente a um tipo negocial que a lei regula como não formal ou sujeita a um
formalismo menos solene.
De acordo com Artigo 224.º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, a eficácia da declaração
negocial compreende:
A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu
poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta na
forma adequada.
É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não foi por
ele oportunamente recebida.
A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua, não poder ser
conhecida é ineficaz.
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normais, este possa conhecê-la, em conformidade com os seus usos pessoais ou os usos de
tráfico.
Emitido certo comportamento declarativo, pode o seu autor recear que lhe seja imputado, por
interpretação, um certo sentido para impedir, o declarante afirma abertamente não ser esse o
seu intuito. A esta contra declaração dá-se o nome de protesto. O protesto tem o nome de
reserva, quando consiste na declaração de um certo comportamento não significa renúncia a
um direito próprio, ou reconhecimento de um direito alheio.
De acordo com Artigo 239.º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, estabelece que na falta de
disposição especial, a declaração negocial deve ser integrada de harmonia coma vontade que
as partes teriam tido se houvessem previsto o ponto omisso, ou de acordo com os ditames da
boa-fé, quando outra seja a solução por eles imposta.
De acordo com Artigo 246.º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, pressupõe que a falta de
consciência da declaração e coacção física, a declaração não produz qualquer efeito, se o
declarante não tiver a consciência de fazer uma declaração negocial ou for coagido pela força
física a emiti-la; mas, se a falta de consciência da declaração foi devida a culpa, fica o
declarante obrigado a indemnizar o declaratório.
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Portanto, ressalva-se que, tal como para o negócio celebrado sob coacção física, a lei diz que
não produz qualquer efeito o negócio quando o declarante não tenha consciência da
declaração. De igual modo, portanto, se reconduz a situação a um caso de inexistência
jurídica. Mas o preceito é agora expresso em afirmar que, se houver culpa do declarante, ao
não tomar consciência de emitir uma declaração negocial, deve indemnizar o declaratório.
O negócio jurídico tem de ser entendido como um acto de vontade pelo qual os particulares
ordenaram os seus interesse. No entanto à necessidade de uma exteriorização dessa vontade
resultando do acto negocial. Esta exteriorização, representa uma auto-ordenação de interesses,
porque vai-se tentar projectar na esfera jurídica de outrem a vontade, isto de modo a que se
apreenda a vontade. Dai que a exteriorização da vontade, constitui uma condicionante
objectiva da estrutura do negócio e cria uma tenção entre a vontade e a declaração, caso estas
não coincidam.
Portanto, é a partir do autor do negócio, que deve adoptar o meio que o melhor represente a
vontade. Tem de suportar o ónus de expressar a vontade. Impõe ao declarante a
responsabilidade, o sentido atribuível ao seu comportamento negocial. O próprio autor da
declaração não pode ignorar que o negócio vale segundo a declaração que ele emitiu.
A confiança do declaratário também tem os seus limites porque lhe incumpre o ónus de
diligência no entendimento da declaração. No cuidado e atenção do apuramento da intenção
do declarante segundo as intuições do declarante. Pode acontecer, estarmos perante sentidos
não ajustáveis à vontade. Se esse ajustamento for insanável temos que sustentar que o negócio
é nulo porque o objecto deste é indeterminável.
Quando se analisa a vontade e a declaração tem-se que ter em consideração os interesses dos
destinatários do negócio e a divergência entre vontade e declaração. Conclui-se que a vontade
negocial é sempre uma vontade em sentido jurídico, e é por isso que se fala em vontade
normativa tal como o Direito valora.
Maturidade;
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Liberdade;
Esclarecimento;
Licitude da motivação.
Incapacidade (maturidade);
Vício da formação da vontade (liberdade, esclarecimento);
Ilicitude (licitude dos motivos).
De acordo com Artigo 226º da Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, a morte, incapacidade ou
indisponibilidade superveniente tem o efeito seguinte:
Portanto, chega-se conclusão que a morte de declarante após a declaração, não constituem a
nulidades de respectiva declaração, salvo nos casos que a declaração não tenha chegado ao
destinatário, como também se o mesmo não tiver conhecimento da respetiva declaração.
O sentido do comportamento negocial tem a extensão que concretamente tiver. Não há que
ficcionar sentidos, nem exigir que o declarante se pronuncie a respeito de matérias ou
pormenores relativamente aos quais não existe qualquer exigência na lei.
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15. Conclusão
Chegado ao fim do trabalho, pode-se concluir que a declaração negocial é feita mediantes os
ditames da lei, esta que regula a eficácia e ineficácia da mesma por se tratar de um
compromisso que o declarante manifesta por escrito conscientemente a sua vontade de
proceder para um declaratório. Pode-se ainda concluir que quando este é feita de forma
coerciva, em natureza de intimidação, ou seja contra a vontade do declarante juridicamente
não produz efeitos legais do interesse manifestados contra a sua vontade, sem o prejuízo de
declaração de má fé constituir meio obrigatório para uma indemnização do declaratório.
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16. Referências Bibliográficas
Código Civil - Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de Novembro de 1966, alterado por: Decreto-Lei
n.º 3/2006, de 23 de Agosto Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto.
Manual de Carlos Alberto ad Mota Pinto Professor. Teoria Geral do Direito Civil. 5ª Edição
Reimp. Da 4ª Edição Por: António Pinto Monteiro e Paulo Mota Pinto. Faculdade de Direito
de Coimbra.
Manual de Carlos, Alberto Da Mota Pinto (2005). Teoria Geral do Direito Civil: 4ª Edição,
Por António Pinto Monteiro e Paulo Mota Pinto, Coimbra Editora.
Manual de Teoria Geral do Direito Civil II: Programa da disciplina. Ano lectivo de
2018/2019. Universidade de Macau, Faculdade de Direito.
Manuais de direito: Luís A. Carvalho Fernandes (2010): Teoria geral do direito civil, Fontes,
conteúdo e garantia da relação jurídica. – 5. ed. Vol. 2 – Lisboa: Universidade Católica
Editora.
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