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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

ÉTICA EM PESQUISA NO SENTIDO GERAL.

Pricila Jhon: 708220970

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua


Portuguesa
Disciplina: MIC
Ano de Frequência: 1º ano

Tete, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

ÉTICA EM PESQUISA NO SENTIDO GERAL.

Pricila Jhon: 708220970

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua


Portuguesa
Disciplina: MIC I
Ano de Frequência: 1º ano

Tete, Agosto de 2022


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organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................. 4
1.1. Objectivo do trabalho ............................................................................................................ 5
1.2. Geral ..................................................................................................................................... 5
1.3. Específicos ............................................................................................................................ 5
1.4. Metodologia Do Trabalho ...................................................................................................... 5
2. Ética em Pesquisa. .................................................................................................................... 6
2.1. Conceito da ética .................................................................................................................. 6
2.2. Origem da Ética ..................................................................................................................... 6
2.3. Breve historial da ética .......................................................................................................... 7
2.4. Objectivos da ética em pesquisa............................................................................................. 7
2.5. Carácter Normativo da Ética em pesquisa .............................................................................. 9
2.6. Principais princípios da ética em Pesquisa ............................................................................10
2.7. Respeito pelas pessoas ..........................................................................................................10
2.8. Princípios de beneficência ....................................................................................................11
2.9. Princípios de justiça ..............................................................................................................11
2.9.1. Os Dois Princípios da Justiça ............................................................................................12
3. Conclusão ................................................................................................................................13
4. Referencias Bibliográficas: ......................................................................................................14
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1. Introdução
Neste presente trabalho será abordado sobre a ética em pesquisa, deste modo a ética em pesquisa, de
maneira especial, tem se estabelecido na sua dimensão contratual, com o estabelecimento de limites
para as relações entre os sujeitos pesquisados e pesquisadores, visando o bem-estar da relação
pesquisado-pesquisador, e, especialmente, a defesa dos sujeitos mais frágeis da relação, os
pesquisados, para que as pesquisas sejam justas.
Além da relação com os pesquisados, que deve ser justa, também é preciso que os investigadores se
comprometam com os conhecimentos que serão gerados e seus usos, no entendimento de Zanella
(2008). Este é um dos princípios importantes da ética – a não futilidade – avaliada por meio da
análise do mérito técnico-científico dos protocolos de pesquisa submetidos, ancorada em pareceres
consubstanciados de membros pares da comunidade científica avaliados pelos comitês de ética
institucionais.
A ética, como expressão única do pensamento correcto conduz à ideia da universalidade moral, ou
ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo
pensamento normal e sadio.
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1.1.Objectivo do trabalho
Objectivo desse trabalho é analisar sobre a ética em pesquisa, onde constatou-se sobre o conceito, os
objectivos e seus princípios, quanto ao tipo de pesquisa tratou-se de uma pesquisa qualitativa, onde
partiu pelo método indutivo por partir do particular para o geral.
1.2.Geral
 Compreender sobre a ética em pesquisa no sentido geral.
1.3.Específicos
 Descrever Objectivos da ética em pesquisa;
 Descrever o Carácter Normativo da Ética em pesquisa
 Identificar os Principais princípios da ética em Pesquisa
 Explicar os Três Princípios Fundamentais da Ética em Pesquisa

1.4.METODOLOGIA DO TRABALHO
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, cujo a colecta de dados será realizada através
de uma revisão bibliográfica, onde os critérios de inclusão dos artigo teve como palavras chaves o
lúdico, suas aplicações, e contribuições na aprendizagem, essas bibliografias foram seleccionadas por
serem as que se encaixam no tema escolhido e de acordo as palavras chaves.
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2. Ética em Pesquisa.
2.1.Conceito da ética
Para Contreras (2002), a ética pode ser definida como a “ciência do ethos” e está relacionada ao
comportamento humano. A palavra grega ethos na pluralidade de seus conceitos pode também
significar o ‘conjunto de hábitos ou costumes fundamentais' de determinadas sociedades. Segundo
Scharamm a palavra ethos deu origem aos termos latinos mos , moris, que traduzido é moral.
A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. As
palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e a palavra latina moral,
ambas significam hábitos e costumes.
A ética, como expressão única do pensamento correto conduz à idéia da universalidade moral, ou
ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo
pensamento normal e sadio.
O termo ética assume diferentes significados, conforme o contexto em que os agentes estão os
agentes envolvidos. Uma definição particular diz que a “ética nos negócios é o estudo da forma pela
qual normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial.
Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus
problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente desse sistema (Contreras
2002).
O procedimento de determinação da ação correta varia conforme a escola filosófica, bem como a
razão pela qual se adota esta procedimento. O estudo das várias correntes de determinação da ação
correta é o que chamamos de ética normativa. Além desta, temos ainda a meta-ética, que estuda as
condições de verdade e validade dos enunciados éticos e a ética aplicada, que procura resolver
conflitos práticos utilizando os princípios obtidos pela ética normativa.
2.2.Origem da Ética
Para conhecermos a Ética Social como ciência temos que ir a sua origem. A Ética tem origem
filosófica, devido ao problema do principio - Principio Fisico - dos Jónios/Gregos ( Teles,
Anaximenes e Amaximandro) que se preocuparam pela origem da Natureza o que lhes levou a
varias experiências do quotediano cruzando diferentes ideias.
Com estudo da Filosofia, as reflexões sobre origem da Natureza, os Jónios concluíram que cada
povo tem suas maneiras, interpretações, seus hábitos, Costumes, etc sobre diferentes ocorrência
da natureza.
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2.3.Breve historial da ética


Kremer (1982) refere que a existência de uma história da moral é sustentada considerando que cada
sociedade tem sido caracterizada por um conjunto de regras, normas e valores. A história da Ética é
complexa e exige alguns cuidados no seu estudo, uma vez que ela como disciplina filosófica é mais
limitada no tempo e no material tratado do que a história das ideias morais da humanidade.
A história das ideias morais da humanidade compreende o estudo de todas as normas que regularam a
conduta humana desde os tempos pré-históricos até aos nossos dias. Esse estudo é filosófico ou
histórico-filosófico e social.
Kant (2001) acrescenta que, a história das ideias morais é um tema de que se ocupam a sociologia e a
antropologia. A existência de ideias morais não implica a existência de uma disciplina particular, uma
vez que podem estudar-se as atitudes e ideias morais de diversos povos, orientais, judeus, etc. Sem
que o material resultante seja enquadrado na história da Ética. Assim, só existe história da Ética no
âmbito da história da filosofia.
A história da Ética adquire uma considerável amplitude. Por isso, é difícil com frequência estabelecer
uma separação rigorosa entre os sistemas morais e – objecto próprio da. Isto porque a ética é um
conjunto de normas e atitudes de carácter moral dominantes numa sociedade ou fase histórica. Assim,
os historiadores da Ética limitaram seu estudo para aquelas ideias de carácter moral que possuem uma
base filosófica, isto é, em vez de se darem simplesmente como supostas, são examinadas em seus
fundamentos e são filosoficamente justificadas. A justificação não importa se é do âmbito metafísico
ou teológico, mas que seja uma explicação racional das ideias ou das normas adoptadas. Dai, a razão
dos historiadores da Ética seguirem os procedimentos tomados pelos historiadores da filosofia.
2.4.Objectivos da ética em pesquisa
A Ética, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento humano do interior de
cada sociedade. O estudo desse comportamento, com o fim de estabelecer os níveis aceitáveis que
garantam a convivência pacífica dentro das sociedades e entre elas, constitui o objetivo da ética.
O objectivo da ética é garantir a existência de um equilíbrio e funcionamento social agradável,
evitando que alguém saia prejudicado (Araujo, & Francisco, 2016)

De acordo com a Filosofia, a ética visa estudar os valores morais de um indivíduo ou de um grupo.

Ela engloba preceitos regras baseados nos valores morais das pessoas e da sociedade. Diante
disso, ajuda a manter a ordem social, de modo que as pessoas sejam capazes de viver em sociedade
(Araujo, & Francisco, 2016)
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Os objectivos da Ética é investigar e explicar o comportamento das pessoas ao longo de sua


existência, visando a fixação de comportamentos “básicos” para diminuir o nível de conflitos
morais dentro dos diversos setores da sociedade. Pela Ética as pessoas precisam pensar sobre suas
ações, colocando a razão acima das emoções, procurando a felicidade individual e coletiva,
porque o ser humano vive em grupos e as suas atitudes devem visar ao bem e a felicidade de
todos. Como virtude, é praticada sem nenhum tipo de pressão exterior, vem de dentro do
consciente do ser ético. A Ética leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas
principalmente por convicção e inteligência.
Logo, para ser ético é preciso aprender a ser cidadão, aprender a agir com respeito, honestidade,
responsabilidade, lealdade, solidariedade, justiça e não violência. É preciso aprender a usar o
diálogo nas diversas situações da vida social, comprometendo-se com tudo o que acontece na
sociedade, repudiando as injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.
É preciso salientar que, a construção de uma sociedade democrática, pautada por princípios
éticos, é dinâmica, pois sempre surgem fatos novos e conflitos diferentes, que necessitam ser
resolvidos a partir do diálogo, das discussões sadias, criando-se uma tradição nos grupos e na
vida em comunidade.
Pereira (1991) refere que a ética estuda as acções humanas. Sendo assim, seu objecto distingue-se
em material e formal.
O objecto material diz respeito aos actos humanos que se devem distinguir dos actos do homem.
Os actos humanos–são acções praticadas de forma livre, consciente, deliberada e voluntária, acções
essas que afectam a própria pessoa, a outras pessoas, ou a determinados grupos sociais ou mesmo a
sociedade no seu todo.
Os actos do homem–são aqueles praticados de modo inconsciente e involuntário, ou seja, são
aqueles actos em que a vontade humana não entra ou a sua liberdade não entra em jogo.
O estudo do objecto da ética leva-nos à conclusão de que a pessoa antes de praticar qualquer acção
deve analisar os prós e os contras e estar preparada para assumir os riscos e as consequências. Por
outras palavras, toda a acção ética deve visar algum bem. Portanto, ela deve buscar todos os meios
possíveis para alcançar esse tal bem. Ela dedica-se ao estudo da forma do comportamento humano e a
realidade que o circundam.
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2.5.Carácter Normativo da Ética em pesquisa


Kant (2001), a ética trata da normalização dos actos humanos segundo princípios últimos (que vão
além do nosso entendimento) e racionais.
A ética é um conhecimento que se preocupa com o fim a que se deve dirigir a conduta humana e os
meios para alcançar este fim. Ela pretende explicar a validade das suas afirmações, procurando
comprovar porque é que algo é bom ou mau, justo ou injusto, moral ou imoral desde uma perspectiva
universal e necessária.
Koliver (s/d) acrescenta que, a ética é normativa porque é uma racionalização do comportamento
humano, isto é, trata de um conjunto de princípios ou enunciados dados à luz da razão e que
iluminam o caminho correcto/acertado da conduta. O carácter normativo da ética tem como
fundamento um aspecto essencial da natureza humana, a saber:
 O facto de o homem ser “imperfeito porém perfectível”. A razão para tal afirmação é a
seguinte: se fossemos perfeitos e mantivéssemos na nossa perfeição, não teríamos problema
moral, pois não estaríamos obrigados a desenvolver todas as nossas potencialidades. Por isso,
os princípios éticos têm uma dimensão imperativa, por serem mandatos ou ordens que nos
damos para movermo-nos na realização de actos que melhorem a nossa condição humana. Por
outro lado, somos seres incompletos/imperfeitos que buscamos, tendemos a perfeição
dirigindo as nossas acções ao que deve ser.
Todavia, a perfeição não deve centrar-se apenas num aspecto da nossa personalidade porque a
natureza humana é complexa. Ela deve englobar o espiritual, o físico, intelectual, volitivo (a vontade),
afectivo, o estético, o social, etc.
1. A perfeição espiritual desenvolve os aspectos que têm a ver com o enriquecimento da vida
espiritual que possam engrandecer a alma, a esperança, fé, caridade, etc.
2. A perfeição física deve ser vista como um complemento da alma. A alma e o corpo são duas
manifestações distintas de uma mesma realidade. Daí surge o ditado popular Mente sã um
corpo são. Quando a alma afecta o corpo surgem alterações nervosas. E quando o corpo afecta
a alma podem surgir estados depressivos. Note que é indispensável o exercício físico, uma
boa alimentação para o equilíbrio entre a alma e o corpo.
3. A perfeição intelectual representa o desenvolvimento da mente, da inteligência, do
conhecimento. O homem aperfeiçoa-se através da cultura, do estudo, da educação e só assim é
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que é capaz de julgar a validade das coisas. O homem deve buscar um conhecimento alargado
das coisas (capacidade de se abstrair).
2.6.Principais princípios da ética em Pesquisa
Três Princípios Fundamentais da Ética em Pesquisa
Segundo Kremer (1982) refere que a ética em pesquisa se baseia nos três princípios fundamentais
abaixo:
 Respeito pelas pessoas
 Beneficência
 Justiça
Estes princípios são considerados universais — são aplicáveis em qualquer lugar do mundo. Estes
princípios não têm fronteiras nacionais, culturais, legais ou econômicas. Todas as partes envolvidas
em estudos de pesquisa com humanos devem entender e seguir esses princípios.
Embora estes princípios sejam universais, a disponibilidade dos recursos necessários para manter
estes princípios durante todo o processo de pesquisa não é universal, nem distribuída equitativamente.
Por exemplo, os recursos financeiros disponíveis para um comitê de ética ou um conselho consultivo
comunitária podem ser limitados. Entretanto, esses princípios devem guiar o pensamento e
comportamento de todos os indivíduos envolvidos no planejamento, condução e patrocínio da
pesquisa que envolva participantes humanos, independente das limitações.
2.7.Respeito pelas pessoas
Para Cortella (2009), o respeito pelas pessoas é um dos princípios fundamentais da pesquisa: é o
reconhecimento de uma pessoa como um indivíduo autônomo, único e livre. Significa também o
reconhecimento de que cada pessoa tem o direito e a capacidade de tomar suas próprias decisões. O
respeito a uma pessoa assegura que a dignidade seja valorizada.
Os indivíduos devem ter poderes para tomar decisões livremente e receber todas as informações
necessárias para tomar as decisões corretas. Conduzir um projeto de pesquisa quando alguns dos
participantes em potencial não têm o direito ou a capacidade de tomar uma decisão é uma violação da
ética em pesquisa e dos direitos humanos básicos. Os representantes comunitários podem ajudar a
reconhecer o processo exclusivo de tomada de decisão dos indivíduos e das comunidades, e sugerir a
melhor forma de delegar aos participantes o poder de tomar decisões voluntárias.
Indivíduos deverão ser tratados como agentes autônomos;
Indivíduos com autonomia diminuída terão direito à proteção.
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Perda da autonomia, no todo ou em parte, devido a: doença, deficiência mental ou restrição severa da
liberdade.
2.8.Princípios de beneficência
Para Habermas, (1997), o princípio da beneficência refere-se à obrigação moral de agir em benefício
de outros, promovendo seus interesses legítimos e importantes.
Os profissionais justificam moralmente suas ações no princípio da beneficência e correspondem ao da
não maleficência quando evitam situações de risco, ponderando sobre as suas ações antes de executá-
las.
Já o princípio da autonomia, embora fortalecido cada vez mais no discurso profissional, mostra-se
fragilizado na prática, demonstrando a ocorrência de conflitos entre princípios que indicam rumos de
ação diversos em situações concretas (Dworkin, 2010).
2.9.Princípios de justiça
A teoria rawlsiana, concernente aos princípios de justiça, baseia-se na auto regulação dos conflitos
surgidos entre os membros da sociedade. Destarte, estabelece um conceito a partir de dois princípios
escolhidos no transcurso da ideia da posição original, os quais presentes em qualquer comunidade
delimitariam os direitos e deveres a serem observados por todos os seus membros.
“São esses princípios que pessoas livres e racionais, preocupadas em promover seus próprios
interesses, aceitariam numa posição inicial de igualdade como definidores dos termos fundamentais
de sua associação” (Rawls, 2008, p.12).
Tais princípios de justiça oferecem o alicerce necessário para a construção de uma estrutura básica da
sociedade fundada na cooperação social, pois eles são o que pessoas acobertadas pelo ‘véu da
ignorância’, escolheriam como normas definidoras das condições de sua associação.
O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a eqüidade: obrigação ética de tratar
cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é
devido.
Os princípios da justiça – igual liberdade e da diferença-, buscam assegurar uma sociedade justa, com
a permissão de desigualdades sociais caso sejam para beneficiarem sempre os menos favorecidos
(Piketti, 2014, p. 9).
Os princípios de justiça interligados a equidade não se aplicam diretamente ou regulam internamente
instituições e associações da sociedade, e sim, ajustam a estrutura básica da sociedade, uma vez que
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esta se baseia em metas, aspirações e no caráter dos cidadãos entendidos como objeto da justiça
política e social (RAWLS, 2003).
Segundo Rawls (2008) “ao analisar os princípios de justiça os apresentou de maneira preliminar, já
que suas definições modificaram-se no decorrer de seu o estudo. Nesse sentido, comenta:
“Apresentarei agora, de forma provisória, os dois princípios de justiça que acredito que seriam
acordados na posição original. A primeira formulação desses princípios é experimental. À medida
que prosseguirmos, analisarei várias formulações e me aproximarei, passo a passo, do enunciado
final, a ser apresentado bem mais tarde. Creio que isso permitira que a exposição se desenvolva de
modo natural” (p.73).
2.9.1. Os Dois Princípios da Justiça
O primeiro – princípio da igual liberdade-, refere-se ao direito de igualdade entre os membros que,
por sua vez, garante as liberdades básicas na estrutura social, destacando-se: a liberdade política, a de
expressão e de reunião, a de consciência e de pensamento, a liberdade contra opressões psicológicas e
agressões físicas e sua integridade, o direito de propriedade e a liberdade assecuratória de confisco e a
detenção não arbitrária (Habermas, 1997).
Concernente ao segundo – princípio da diferença-, alude à distribuição de renda e do ingresso à
riqueza e, cujo fim se dá com a busca da constituição de organizações que utilizem como parâmetros
o uso da diferença de autoridade e responsabilidade numa hierarquia de administração. Contudo,
essas distribuições descritas, não precisam ser iguais, devem ser sim, vantajosas, e garantir o
conhecimento e a possibilidade de acesso a essa posições (Habermas, 1997).
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3. Conclusão
Conclui que a concepção de justiça distributiva permeia todo o estudo de Rawls, isto é, como
promover a justiça social com a distribuição de riqueza, de renda, de poder e de oportunidades de
acesso à todos os indivíduos de uma sociedade ordenada e justa, pautadas em princípios capazes de
assegurar tais direitos fundamentais e impor deveres.
Tais princípios da justiça (liberdade e diferença) foram construídos a partir de um contrato hipotético,
construído numa posição original de igualdade, acobertado sob o véu da ignorância, afastando a
concepção utilitarista do contrato, pois em não considerar a distinção entre os membros estaria seu
equívoco e, como consequências não trocariam os direitos e liberdades fundamentais por nenhuma
vantagem econômica, a não ser que, tais desigualdades sócias e econômicas, fossem para contribuir
para o benefício dos menos favorecidos.
E é nesse cenário acima que surge sua teoria, ou seja, no exato instante da criação da ideia de justiça,
afastando o Estado utilitarista e impondo limites ao individualismo do homem.
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4. Referencias Bibliográficas:
Araujo, N. C. & Francisco, D. J. (2016). Ética em pesquisa com seres humanos na web: o caso da
plataforma brasil. Informação & Informação, 21 (3), p.361–375.
Contreras, J. (2002). A autonomia de professores. Tradução: Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo,
Brasil: Cortez,
Cortella, M. S. (2009). Qual é a tua obra? Inquietações, propositivas sobre gestão, liderança e ética.
Petrópolis: Vozes,
Dworkin, R. (2010). Rawls e il diritto. In: La giustiza in toga. Bari: Laterza, p. 262-283.
Habermas, J. (1997). Direito e democracia: entre a facticidade e validade. Vol. 1. Tradução de Flávio
Beno Seibeneichler. Rio de Janeiro, Brasil: Tempo Brasileiro.
Kremer, J. M. (1982). Ética em pesquisa: Um lema para reflexão. Revista da Escola de
Biblioteconomia da UFMG, 11 (2).
Koliver, Dr. O.(S/D) As Normas Éticas profissionais dos Contabilistas. Revista do CRCRS, n. 90,
p.15-23. •
Pereira, O. (1991). O que é Moral. Editora Brasiliense Primeiros Passos, São Paulo.
Piketti, T. (2015). A economia da desigualdade. Tradução André Telles. Rio de Janeiro, Brasil:
Intrínseca,
Rawls, J. (2003). Justiça como equidade: uma reformulação. Organizado por Erin Kelly; Tradução
Claudia Berliner; Revisão técnica e tradução Álvaro De Vita. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

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