Silva, 2018
Silva, 2018
Silva, 2018
Recife, 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Recife, 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Aprovado em ______/_______/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Profª. Drª. Evilda Rodrigues de Lima
Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE
_____________________________________
Profª. Drª. Edna Michelly de Sá Santos
Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE
_______________________________________________
Médica Veterinária Terezinha Carla Carvalho da Silva
Mestranda do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE
______________________________________________
Profº. Drº. Aderaldo Alexandrino de Freitas
Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE
FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO
Figura 6-Salas de atendimento das especialidades (A). Sala de Dermatologia (B). Sala
de Cardiologia (C). Sala de Neurologia (D). Sala de Nefrologia (E). Sala de
Citopatologia (F)..............................................................................................................24
Figura 14- Sala de internamento comum contendo três corredores com baias e solários
(A e B). Sala de internamento para animais com doença infectocontagiosa composta por
três baias de ferro e um solário (C e D)...........................................................................30
AB Ácidos biliares
ALT Alanina aminotransferase
bpm Batimentos por minuto
EH Encealopatia hepática
ENMG Eletroneuromiografia
ESO Estágio supervisionado obrigatório
EVZ Escola de Veterinária e Zootecnia
FA Fosfatase alcalina
FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
GGT Gama-glutamiltransferase
HV Hospital Veterinário
HV-EVZ/UFG Hospital Veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás
HV-FMVZ/UNESP Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
HVP Hipoplasia da veia porta
Kg Quilograma
mg Miligrama
mg/Dl Miligrama por decilitro
mg/Kg Miligrama por quilograma
ml Mililitro
ml/Kg Mililitro por quilograma
mpm Movimentos por minuto
ºC Graus Celsius
RM Ressonância magnética
SNC Sistema nervoso central
SPS Shunt portossistêmico
SPSEH Shunt portossistêmico extra-hepático
SPSIH Shunt portossistêmico intra-hepático
TC Tomografia computadorizada
TGI Trato gastrointestinal
UFG Universidade Federal de Goiás
UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
VHS Vertebral heartsize
SUMÁRIO
RESUMO.................……………......….................…......................……....................….8
LISTA DE FIGURAS….......…....…...............……........................….....................……9
LISTA DE TABELAS.......……....….....…………….....…..................……………..…11
LISTA DE GRÁFICOS...................................................................................................12
LISTA DE QUADROS...................................................................................................13
LISTA DE ABREVIATURAS………..…..…..…..………….………..…..….……......14
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................18
2.1.1 Estrutura.......................................................................................20
2.1.2 Funcionamento.............................................................................26
2.2.1 Estrutura.......................................................................................27
2.2.2 Funcionamento.............................................................................31
3 ATIVIDADES REALIZADAS.............................................................................31
3.1.1 Casuística.....................................................................................37
3.2.1 Casuística........................................................................................40
4 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................42
5 RELATO DE CASO............................................…...............................................…61
5.1 Discussão……………………………………...............…..........………68
5.2 Conclusão……......…………………….....………….........…….............70
6 REFERÊNCIAS..................................................................................…………...71
18
1 INTRODUÇÃO
Durante a graduação é possível ter contato com as várias áreas que compõe o
campo de atuação do médico veterinário, como por exemplo, a clínica e cirurgia,
atividades ligadas à produção de alimentos de origem animal, área de reprodução
animal, perícia criminal (CFMV, 2018), entre outras, sendo possível ao discente
experimentá-las através de estágios, construção de projetos científicos e de extensão.
Após muitas experiências, a área escolhida para realização do ESO revela, muitas vezes,
o interesse profissional do discente por algumas dessas áreas.
2.1.1 Estrutura
Figura 6- Salas de atendimento das especialidades (A). Sala de Dermatologia (B). Sala
de Cardiologia (C). Sala de Neurologia (D). Sala de Nefrologia (E). Sala de
Citopatologia (F). Fonte: Arquivo pessoal (2018).
2.1.2 Funcionamento
Atualmente os atendimentos são realizados por uma equipe formada por doze
residentes que ficam responsáveis a cada semana por uma área, desta forma um
27
residente é responsável pela triagem, dois pela sala de emergência, um por especialidade
(atendimentos de especialidades como neurologia, cardiologia e nefrologia se dão com
auxílio de pós-graduandos da área) e os demais se revezam no atendimento de casos
clínicos gerais. Os materiais e medicamentos necessários para cada paciente são
requeridos em uma ficha de solicitação e retirados na sala de dispensa de fármacos e
materiais, sendo lançados através do sistema no orçamento do paciente. Por não
oferecer plantão noturno, após as 18 horas os animais que necessitem ficar internados
são encaminhados com carta de encaminhamento para clínicas particulares.
2.2.1 Estrutura
Figura 10- Fachada do Hospital Veterinário da EVZ/UFG. Fonte: Site Jornal UFG
(2013).
Figura 12- Sala de atendimentos clínicos (A). Sala de emergência (B). Enfermaria (C).
Sala de internamento comum (E) e Sala de internamento para animais com doenças
infectocontagiosas (D). Fonte: Arquivo pessoal (2018).
Entre as sete salas de atendimento clínico, uma delas é voltada apenas para área
de oncologia e outra para cardiologia, as demais salas comportam atendimentos clínicos
gerais e atendimentos especializados, variando de acordo com uma escala semanal.
Todas as salas são equipadas com mesa, computador, cadeira, mesa de aço inox e pia,
também são guarnecidas diariamente com gaze, esparadrapo, algodão, recipientes com
álcool, éter, sabão antisséptico e água oxigenada, além de serem retirados os lixos
hospitalares, comuns e a caixa para descarte de materiais perfurocortantes.
Algumas salas apresentam materiais e mobílias específicas para seus fins, dessa
forma a sala de cardiologia apresenta mesa própria para realização de ecocardiograma e
eletrocardiograma e os aparelhos necessários para tais exames, a sala de emergência é
equipada com uma mesa de aço inox com colchonete no centro e bancadas ao redor da
sala, uma incubadora, duas baias, três concentradores portáteis de oxigênio, monitor
multiparamétrico, cardioversor bifásico (Cardioversor Life 400 Plus Futura®), carrinho
de emergência preenchido com sonda endotraqueal, laringoscópio, reanimador manual,
fármacos, seringas e agulhas, e alguns armários com materiais e medicamentos (Figura
13).
30
Figura 13-Sala de emergência, evidenciando a mesa central com colchonete, as baias, as bancadas
ao redor da sala, os concentradores de oxigênio (A), o carrinho de emergência, a incubadora, o
monitor multiparamétrico (C) e o cardioversor (B e C). Fonte: Arquivo pessoal (2018).
Figura 14- Sala de internamento comum contendo três corredores com baias
e solários (A e B). Sala de internamento para animais com doença
infectocontagiosa composta por três baias de ferro e um solário (C e D).
Fonte: Arquivo pessoal (2018).
31
2.2.2 Funcionamento
Os atendimentos são iniciados às 8 horas e encerrados às 18 horas, havendo
intervalo de almoço entre 12 e 14 horas. Nos finais de semanas e feriados o atendimento
é feito através de plantão apenas para emergências e acompanhamento dos animais
internos. As consultas são agendadas, exceto os retornos e emergências, entretanto são
disponibilizadas dez vagas de atendimento não agendado (cinco pela manhã e cinco à
tarde), dessa forma o animal deve passar pela triagem, aonde será avaliado quanto ao
histórico, sinais clínicos e parâmetros vitais, e as vagas são preenchidas de acordo com a
gravidade do estado clínico de cada animal triado.
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Como estagiária realizava coletas de amostras biológicas, como sangue por meio
da punção da veia jugular, cefálica ou da safena medial ou lateral; e urina através de
cateterismo uretral ou cistocentese. Efetuava ainda a entrega das amostras aos devidos
laboratórios, como o Laboratório de Enfermidades Parasitárias, Laboratório Cínico
Veterinário eLaboratório de Diagnóstico de Zoonoses. Quando necessário acompanhava
tutores e pacientes aos exames de diagnóstico por imagem, como ultrassonografia,
36
3.1.1 Casuística
Nº de atendimentos
Especialidade acompanhados
Clínica Médica 11
Emergência 07
Emergência- Neurologia 04
Neurologia 77
Total 99
Lesão medular
Cegueira súbita
2
3
3 2 Disfunção cognitiva do cão senil
1
4
1 4 35 Disfonia
1 Doença do acúmulo lisossomal
1 6 Meningoencefalite de origem
1 desconhecida
2 11
Miastenia gravis
Paralisia facial
Neoplasia
Polirradiculoneurite
39
3.2.1 Casuística
41
Nº de atendimentos
Especialidade acompanhados
Clínica Médica 37
Emergência 7
Neurologia 9
Total 53
1
1 Crise epilética
Discoespondilite
Cinomose
7
42
4 REVISÃO DE LITERATURA
A veia porta forma-se da união das veias mesentéricas cranial e caudal e fornece
80% do sangue e 50% do oxigênio ao fígado, sendo o restante fornecido através da
artéria hepática (ETTINGER e FELDMAN, 2010; EVANS e LAHUNTA, 2013).
Confluem à veia porta a veia mesentérica cranial; os vasos mesentéricos do intestino
delgado; a veia mesentérica caudal do cólon e do reto proximal; a veia esplênica do
baço; a veia gástrica esquerda do estômago e a veia gastroduodenaldo pâncreas,
duodeno e estômago (ETTINGER e FELDMAN, 2010; JOHNSTON e TOBIAS, 2018).
Embriologia
Shunt Portossistêmico
Classificação
Figura 22- Tipos de shunts portossistêmicos descritos em cães e gatos. Veia porta para
veia cava caudal (A); Veia porta para veia ázigos (B); Veia gástrica esquerda para veia
cava caudal (C); Veia esplênica para veia cava caudal (D); Veia gástrica esquerda,
mesentérica cranial, mesentérica caudal ou gastroduodenal para veia cava caudal (E);
Combinação das mencionadas acima (F). Fonte: Fossum et al., (2013).
45
O SPS adquirido ocorre devido uma disfunção primária que cause hipertensão portal
crônica, como fibrose do parênquima hepático e hipoplasia da veia porta (HVP). Estes
são geralmente constituídos por vasos pequenos, múltiplos e tortuosos, formando um
complexo de “válvulas de alívio” (BERENT e TOBIAS, 2009; ETTINGER e
FELDMAN, 2010; JOHNSTON e TOBIAS, 2018).
Epidemiologia
Em torno de 90% dos cães de raça grande com SPS desenvolvem o SPS
intra-hepático, enquanto 93% dos cães de raça pequena apresentamo SPS extra-hepático
(PAEPE et al., 2007). Em um estudo realizado com Yorkshire Terriers para determinar
a hereditariedade do SPS, foi encontrado que a probabilidade de um cão desta raça
transmitir aos descendentes era 35,9 vezes maior do que todas as outras raças juntas.
Supõe-se que seja porque os primeiros sofrerão de erros genéticos programados,
enquanto que os SPS em cães de raças menos predispostas serão fruto de erros
aleatórios na embriogênese. Mas esse processo da hereditariedade do SPS ainda não é
conhecido completamente (HUNT, 2004; TOBIAS e ROHRBACH, 2003; WINKLER
et al., 2003). Cães das raças Yorkshire Terrier, Maltês, Pug, Schnauzer miniatura,
Dachshund e Pastor Alemão são relatados com maior predisposição para SPS (HUNT,
2004; PAEPE et al., 2007; TOBIAS e ROHRBACH, 2003).
A idade em que aparecem os sinais clínicos varia de acordo com o tipo de SPS
apresentado. Animais com SPS congênito em sua maioria apresentam sintomatologia
antes de completarem um ano de idade, já o SPS adquirido por se desenvolver
geralmente em animais adultos os sinais clínicos serão comumente vistos na fase
adultaesenil. Grande parte dos cães com SPSIH tendem a apresentar sinais clínicos
ainda jovens, enquanto cães com SPSEH tendem a apresentar a sintomatologia já em
idade adulta, existindo casos diagnosticados em animais com 13 anos (ADAM et al.,
2012; FOSSUM et al., 2013; PAEPE et al., 2007). Em relação ao gênero, parece não
existir relação entre o desenvolvimento de SPS e o gênero do animal (PAEPE et al.,
2007).
Fisiopatologia
Encefalopatia Hepática
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos associados à EH são variáveis e podem ser discretos, como por
exemplo, cansaço, letargia e depressão, ou acentuados, como agressividade, sialorréia,
hiperexcitação, andar compulsivo ou em círculos, pressão da cabeça contra superfícies e
objetos, convulsões e coma (PAEPE et al., 2007). Atraso no crescimento e dificuldade
em ganhar peso comumente está presente (FOSSUM et al., 2013). Estes sinais
neurológicos podem ainda ser constantes ou intermitentes e de 30 a 50% dos animais
pioram após as refeições (BERENT e TOBIAS, 2009;FOSSUM et al., 2013;
JOHNSTON e TOBIAS, 2018).
Sendo assim que os três sistemas mais frequentemente afetados são o SNC, o
TGI e urinário, consequentemente, os sinais de SPS resultam muitas vezes de uma
combinação de sinais neurológicos, gastrointestinais e urinários (PAEPE et al., 2007).
Diagnósticos Diferenciais
Análises Laboratoriais
Diagnóstico
Ultrassonografia abdominal
Por ser acessível e não invasivo, não sendo necessário o uso de anestésicos,
aultrassonografia abdominal é o método diagnóstico de escolha para investigação de
SPS (D´ANJOU et al. 2004; FOSSUM, 2006). A experiência do operador é muito
importantepara o correto diagnóstico, uma vez que a avaliação da vascularização
abdominal por esta técnica exige bastante prática (MANKIN, 2009). É mais útil no
diagnóstico de SPS intra-hepático do que extra-hepáticos, pois estes se tornam difíceis
de diagnosticar por geralmente ocorrerem em pacientes pequenos, com vasos de
dimensões reduzidas, e também devido à variação da localização anatômica do vaso
(ETTINGER e FELDMAN, 2010; JOHNSTON e TOBIAS, 2018).A ultrassonografia
abdominal torna-se muito útil para avaliação de alterações do sistema urinário causadas
pelo SPS (MANKIN, 2009).
Cintilografia Portal
A cintilografia portal pode ser realizada tanto por via trans-esplênica como por
via retal, sendo técnicas não invasivas, de fácil realização e com resultados rápidos
(MORANDI et al. 2007). O procedimento pode ser realizado utilizando os radioisótopos
pertecnetato de tecnécio ou mebrofenina de tecnécio (JOHNSTON e TOBIAS, 2018). A
via trans-esplênica requer volumes menores de isótopo, sendo uma técnica mais segura
tanto para o animal como para o operador quando comparada com a via retal
(MORANDI et al., 2007; SURA et al., 2007).
Tomografia Computadorizada
Ressonância magnética
Tal como na angiografia por TC, com angiografia por ressonância magnética (RM)
também é possível obter imagens tridimensionais que permitem a identificação do
desvio, a sua localização e o planejamento pré-cirúrgico. No entanto, as imagens obtidas
através de angiografia por TC helicoidal são de mais fácil interpretação, mais detalhadas
e o procedimento é mais rápido e menos dispendioso quando comparado com RM
(TOBIAS e ROHRBACH, 2003).
Tratamento
Tratamento conservador
que não passa pela mucosa do cólon. Atua também como laxante osmótico, diminuindo
o tempo de retenção fecal (FOSSUM et al., 2013). Os efeitos secundários podem incluir
diarréia, flatulência, êmese, anorexia e aumento de perda de água e potássio pelo TGI
(FOSSUM et al., 2013; MONNET, 2013).
Nutrição
Durante anos foi considerada necessáriaa utilização de dietas com restrição total
de proteína, atualmentenovos estudos demonstram que cães em regime de dieta com
restrição moderada melhoram clinicamente quando comparados com cães em restrição
total (BELLUMORI et al., 2013; MONNET, 2013). Assim, a dieta deve ser baseada em
redução moderada de proteína, sendo preconizadoo consumo de dois gramas de proteína
por kg de peso ao dia, com proteína de alta digestibilidade (BONAGURA e TWEDT,
2009; PROOT et al., 2009). As dietas comerciais de prescrição veterinária formuladas
para doentes hepáticos são altamente recomendadas (BROOME et al., 2004;
GREENHALGH et al., 2014; TIVERS et al., 2014).
Cirúrgico
55
A maioria dos animais não tolera a oclusão total repentina do desvio, sendo
preferível uma oclusão gradual, com redução de complicações pós-operatórias (LEE et
al., 2006; MONNET, 2013). Após a ligadura, a pressão portal deve ser no máximo 12 a
18mmHg, com variação máxima de 6 a 7mmHg. É importante considerar que a pressão
sanguínea pode variar com profundidade anestésica, hidratação, fase da respiração e
outros fatores sistêmicos (MANKIN, 2009).
Técnicas Cirúrgicas
A ligadura com banda celofane foi reportada pela primeira vez em 1990
(HARARI et al., 1990). O vaso é isolado e envolto pela banda, prendendo-se as duas
pontas livres do celofane com clips cirúrgicos (HUNT, 2004; McALINDEN et al.,
2010) (Figura 24). Este material origina uma reação inflamatória local típica de um
corpo estranho crônico, causando fibrose e consequente encerramento gradual dos vasos
ligados ao longo de 2 a 4 semanas (JOHNSTON e TOBIAS, 2018).
Oclusor hidráulico
Em 18% dos casos ocorre persistência dos sinais clínicos sendo necessária a
implantação de novo material trombogênico (BERENT e TOBIAS, 2009; WEISSE et
al., 2005). Este procedimento é reservado a SPS intra-hepáticos, uma vez que SPS
extra-hepáticos são encerrados por rotina com outras técnicas cirúrgicas (JOHNSTON e
TOBIAS, 2018). A maior complicação desta técnica era a migração do material
trombogênico, entretanto a taxa de ocorrência dessa complicação diminuiu
significativamente com a colocação de um stent na veia cava antes da embolização
(JOHNSTON e TOBIAS, 2018; LÉVEILLÉ et al., 2003; WEISSE et al., 2014).
Considerações pré-operatórias
Considerações pós-operatórias
O animal deve retornar após três meses para avaliação da função hepática
(FOSSUM et al. 2013). Durante esse período deve estar sob tratamento com lactulose,
antibioticoterapia e dieta hipoproteica. Na reavaliação, se a função hepática estiver
normalizada a medicação pode ser descontinuada (FOSSUM et al., 2013; JOHNSTON e
TOBIAS, 2018).
Prognóstico
FELDMAN, 2010). No geral, se prevê bons resultados em 78% a 94% dos animais
submetidos à ligadura com seda, ligadura com banda celofane ou anel constritor
ameróide em SPSEH e nota-se que os resultados são mais variáveis em cães com SPSIH
(BRIGHT et al., 2006; HUNT et al., 2004; JOHNSTON e TOBIAS, 2018).
61
5 RELATO DE CASO
Figura 25- Paciente canino, raça Shih-tzu, macho, não castrado, seis meses de idade e
1,8 kg. Fonte: Arquivo pessoal (2018).
No exame físico, com o animal sobre a mesa de aço inox, foi observado que o
animal estava bem hidratado, o tempo de preenchimento capilar foi inferior a dois
segundos e as mucosas estavam normocoradas e úmidas. Durante a palpação apenas o
linfonodo submandibular esquerdo revelou-se reativo, sendo a frequência respiratória
igual a 32 mpm, a frequência cardíaca a 160 bpm, o pulso apresentava-se forte e rítmico
em relação ao ritmo cardíaco, a temperatura foi igual a 37,3° C e a glicemia 57mg/dL.
Na palpação abdominal não foi percebida nenhuma alteração.
Com o animal sobre a mesa foi feita a avaliação da integridade da função dos
doze pares de nervos cranianos. No teste do reflexo a ameaça visual o paciente
63
Definiu-se então que a lesão estava localizada em região de córtex cerebral, com
distribuição multifocal, justificada pela evidente alteração de consciência e de
comportamento e pelas alterações de resposta a alguns testes dos nervos
cranianos.Através da anamnese, características do paciente, sinais clínicos e respostas
apresentadas frente ao exame neurológico, atribui-se, utilizando o acrônimo VITAMIN
D, como possíveis causas das alterações observadas as disfunções congênitas,
infecciosas ou metabólicas.
Figura 30- Resultado do perfil bioquímico (A) e do hemograma (B). Fonte: Arquivo
pessoal (2018).
Na urinálise foi observada urina com aspecto turvo, traços de proteína, presença
de sangue oculto e de células de descamação provenientes da pelve renal e da vesícula
urinária, hemácias foram observadas de 100 a 125 vezes por campo, bactéria e
importante presença de cristais de biurato de amônia (Figura 31).
5.1 Discussão
No hemograma, observou-se anemia, comum na maior parte dos cães com SPS
(JOHNSTON e TOBIAS, 2018; MONNET, 2013). Ainda apresentou leucocitose, oque
segundo alguns estudos se relacionam a prognóstico desfavorável (JOHNSTON e
TOBIAS, 2018). Como descrito, o paciente não apresentou alteração na contagem de
plaquetas (MEYER-LINDENBERG e RISCHKE, 2011).
5.1 Conclusão
6 REFERÊNCIAS
Adam, F. H., German, A. J., McConnel, J. F., Trehy, M. R., Whitley, N., Collings, A.,
Burrow, R. D. Clinical and clinicopathologic abnormalities in young dogs with
acquired and congenital portosystemic shunts: 93 cases. J Am Vet Med Assoc,
241(6), 760–765, 2012.
Adin, C. A., Gregory, C. R., Kyles, A. E., Griffey, S. M., Kendall, L. Effect of
petrolatum coating on the rate of occlusion of ameroid constrictors in the peritoneal
cavity. Vet Surg, 33(1), 11–16, 2004.
Adin, C. A., Sereda, C. W., Thompson, M. S., Wheeler, J. L., Archer, L. L. Outcome
associated with use of a percutaneously controlled hydraulic occluder for
treatment of dogs with intrahepatic portosystemic shunts. J Am Vet Med Assoc,
229(11), 1749–1755, 2006.
Berent, A., Tobias, K. Portosystemic Vascular Anomalies. Vet Clin North Am Small
AnimPract, 39(3), 513–541, 2009.
Evans, H. E., Lahunta, A. de. The digestive apparatus and abdomen. In Miller’s
anatomy of the dog (pp. 328–334).Elsevier, 2013.
Falls, E., Milovancev, M., Hunt, G., Daniel, L., Mehl, M., Schmiedt, C. Long-term
outcome after surgical ameroid ring constrictor placement for treatment of single
extrahepatic portosystemic shunts in dogs. Vet Surg, 42(8), 951–957, 2013.
Fossum, T. W., Hedlund, C. S., Johnson, A. L., Schultz, K. S., Seim III, H. B., Willard,
M. D., Carroll, G. L. Surgery of the liver. In M. G. Radkinsky (Ed.), Small Animal
Surgery (5th ed., pp. 584–610). Mosby, 2013.
Gonzalo-Orden, J. M., Altonaga, J. R., Costilla, S., Gonzalo Cordero, J. M., Millán, L.,
Recio, A. O. Transvenous coil embolization of an intrahepatic portosystemic shunt in a
dog. Vet Radiol Ultrasound, 41, 516–518, 2000.
Greenhalgh, S. N., Reeve, J. A., Johnstone, T., Dunning, M. D., Hall, E. J., Watson, P.
J. Long-term surival and quality of life in dogs with clinical signs associated with
congenital portosystemic shunt after surgical or medical treatment. J Am Vet Med
Assoc, 245(5), 527–533, 2014.
Harari, J., Lincoln, J., Alexander, J., Al., E. Lateral thoracotomy and cellophane
banding of a congenital portoazygos shunt in a dog. J Small Anim Pract, 31, 571–573,
1990.
Holt, D. E., Washabau, R. J., Djali, S., Dayrell-Hart, B., Drobatz, K. J., Heyes, M. P.,
Robinson, M. B. Cerebrospinal fluid glutamine, tryptophan, and tryptophan metabolite
concentrations in dogs with portosystemic shunts. Am J Vet Res, 63(8), 1167–1171,
2002.
Hottinger, H. A., Walshaw, R., Hauptman, J. G. Long term results of complete and
partial ligation of congenital portosystemic shunts in dogs. Vet Surg, 24, 331–336,
1995.
Hunt, G. B., Culp, W. T., Mayhew, K. N., Mayhew, P., Steffey, M. A., Zwingenberger,
A. Evaluation of in vivo behavior of ameroid ring constrictors in dogs with congenital
extrahepatic portosystemic shunts using computed tomography. Vet Surg, 43(7), 834–
842, 2014.
Hunt, G. B., Kummeling, A., Tisdall, P. L., Marchevsky, A. M., Liptak, J. M.,
Youmans, K. R., … Beck, J. A. Outcomes of cellophane banding for congenital
portosystemic shunts in 106 dogs and 5 cats. Vet Surg, 33(1), 25–31, 2004.
Kim, S. E., Giglio, R. F., Reese, D. J., Reese, S. L., Ellison, G. W. Comparison of
computed tomographic nagiography and ultrasonography for the detection and
characterization of portosystemic shunts in dogs. Vet Radiol Ultrasound, 54(6), 569–
574, 2013.
Kummeling, A., van Sluijs, F. J., Rothuizen, J. Prognostic implications of the degree of
shunt narrowing and of the portal vein diameter in dogs with congenital portosystemic
shunts. Vet Surg, 33, 17–24, 2004.
Lee, K., Lipscomb, V., Lamb, C., Gregory, S., Guitian, J., DJ, B. Association of
portovenographic findings with outcome in dogs receiving surgical treatment for single
congenital portosystemic shunts: 45 case. J Am Vet Med Assoc, 229(7), 1122–1129,
2006.
McGeady, T. A., Quinn, P. J., Fitzpatrick, E. S., Ryan, M. T., Kilroy, D., &Lonergan, P.
Cardiovascular system. In Veterinary Embriology (2nd ed., pp. 119–147). Wiley,
2017.
Mehl, M. L., Kyles, A. E., Hardie, E. M., Kass, P. H., Adin, C. a, Flynn, A. K., …
Gregory, C. R. Evaluation of ameroid ring constrictors for treatment for single
extrahepatic portosystemic shunts in dogs: 168 cases (1995-2001). J Am Vet Med
Assoc, 226(12), 2020–2030, 2005.
Morandi, F., Cole, R. C., Echandi, R. L., & Daniel, G. B. Transsplenic portal
scintigraphy using 99TM TCMerbofin in normal dogs. Vet Radiol Ultrasound, 48(3),
286–291, 2007.
Murphy, S. T., Ellison, G. W., Long, M., Van Gilder, J.A comparison of the ameroid
constrictor versus ligation in the surgical management of single extrahepatic
portosystemic shunts. J Am Anim Hosp Assoc, 37, 390–396, 2001.
Nakamura, H., Kurata, M., Haruta, K., Takeda, K. Effects of ionic and nonionic contrast
media on cardiohemodynamics and quality of radiographic image during canine
angiography.J Vet Med Sci, 56(1), 91–96, 1994.
Paepe, D., Haers, H., Vermote, K., Saunders, J., Risselada, M.,Daminet, S.
Portosystemic shunts in dogs and cats: definition, epidemiology and clinical signs of
congenital portosystemic shunts.Vlaams Diergeneeskungdig Tijdschrift, 76, 234–240,
2007.
Paiva, G.P.; Mello, M.L.V; Silva.M.E.M; Bobany, D.M. Desvio Portossistêmico extra-
hepático congênito em cadela Schnauzer miniatura- relato de caso.
RevistaClínicaVeterinária, ano XVII, n.105, p. 86-90, 2013.
Proot, S., Biourge, V., Teske, E., Rothuizen, J. Soy protein isolate versus meatbased
low-protein diet for dogs with congenital portosystemic shunts. J Vet Intern Med,
23(4), 794–800, 2009.
Sereda, C. W., Adin, C. A. Methods of gradual vascular occlusion and their applications
in treatment of congenital portosystemic shunts in dogs: a review. Vet Surg, 34(1), 83–
91, 2005.
76
Sturgess, K. Liver and biliary tract. In Pocket Handbook of Small Animal Medicine
(pp. 84–89).Manson, 2012.
Sura, P. A., Tobias, K. M., Morandi, F., Daniel, G. B., Echandi, R. L. Comparison of
99mTcO4 Trans-Splenic Portal Scintigraphy with Per-Rectal Portal Scintigraphy for
Diagnosis of Portosystemic Shunts in Dogs. Vet Surg, 36, 654–660, 2007.
Tisdall, P. L., Rothwell, T. L., Hunt, G. B., & Malik, R. Glomerulopathy in dogs with
congenital portosystemic shunts. Aus Vet J, 73(2), 52–54, 1996.
Toulza, O., Center, S. A., Brooks, M. B. Evaluation of plasma protein C activity for
detection of hepatobiliary disease and portosystemic shunting in dogs. J Am Vet Med
Assoc, 228, 1761–1771, 2006.
Van Straten, G., Leegwater, P. A., de Vries, M., van den Brom, W. E., Rothuizen, J.
Inherited congenital extrahepatic portosystemic shunts in Cairn terriers. J Vet Intern
Med, 19(3), 321, 2005.
Vogt, J. C., Krahwinkel, D. J. J., Bright, R. M., Daniel, G. B., Toal, R. L., Rohrbach, B.
Gradual occlusion of extrahepatic portosystemic shunts in dogs and cats using the
ameroid constrictor. Vet Surg, 25(6), 405–502, 1996.
Weisse, C., Berent, A. C., Todd, K., Solomon, J. A., & Cope, C. Endovascular
evaluation and treatment of intrahepatic portosystemic shunts in dogs: 100 cases. J Am
Vet Med Assoc, 244(1), 78–94, 2014.
Weisse, C., Mondschein, J. I., Itkin, M., Iyoob, C., & Solomon, J. A. Use of a
percutaneous atrial septal occluder device for complete acute occlusion of an
intrahepatic portosystemic shunt in a dog. J Am Vet Med Assoc, 227(2), 236,242-249,
2005.
Wolschrijn, C. F., Mahapokai, W., Rothuizen, J., Meyer, H. P., & van Sluijs, F. J.
Gauged attenuation of congenital portosystemic shunts: results in 160 dogs and 15 cats.
Vet Q, 22(2), 94–98, 2000.