Casuistica Aves Rocha

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 53

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

HENRIQUE PIRAM DO COUTO ROCHA

ESTUDO RETROSPECTIVO DE PROCEDIMENOS CIRÚRGICO DOS ANIMAIS


ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS –
HOVET/UFRA NO PERÍODO DE 2015 E 2016

BELÉM
2017
HENRIQUE PIRAM DO COUTO ROCHA

ESTUDO RETROSPECTIVO DE PROCEDIMENOS CIRÚRGICO DOS ANIMAIS


ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS –
HOVET/UFRA NO PERÍODO DE 2015 E 2016

Trabalho apresentado ao Programa de


Residência Multiprofissional em Medicina
Veterinária da Universidade Federal Rural da
Amazônia, como requisito parcial para obtenção
do título de especialista em Clínica e Cirurgia em
Animais Silvestres e Exóticos.

Orientadora: Professora Dra. Ana Sílvia


Sardinha Ribeiro.

BELÉM
2017
Rocha, Henrique Piram do Couto
Estudo retrospectivo de procedimentos cirúrgico dos animais
atendidos no ambulatório de animais silvestres e exóticos –
HOVET/UFRA no período de 2015 E 2016 / Henrique Piram do Couto
Rocha. – Belém, 2017.
52 f.

Monografia (Residência Multiprofissional em Área Profissional


da Saúde) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2017.
Orientadora: Dra. Ana Silvia Sardinha Ribeiro.

1. Medicina veterinária – Procedimentos cirúrgicos 2.


Procedimentos cirúrgicos – Animais silvestres 3. Procedimentos
cirúrgicos – Animais exóticos 4. Clínica médica e cirúrgica – Animais
silvestres I. Ribeiro, Ana Silvia Sardinha, (orient.) II. Título

CDD – 636.089705
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

ESTUDO RETROSPECTIVO DE PROCEDIMENOS CIRÚRGICO DOS ANIMAIS


ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS –
HOVET/UFRA NO PERÍODO DE 2015 E 2016

HENRIQUE PIRAM DO COUTO ROCHA

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Profa. Dra. Ana Silvia Sardinha Ribeiro


Orientadora

______________________________________________

Profa. Dra. Ruth Helena Falesi Palha de Moraes Bittencourt

______________________________________________

Msc. Rafaelle Cunha dos Santos


AGRADECIMENTOS

A todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram a chegar até aqui, meus pais Jorge e
Sonia, minha avó Iracilda por todo o suporte e amor incondicional, a professora Ana Silvia
que sempre acreditou em mim e me deu oportunidades únicas, a todos colegas, estagiários e
treinandos que acabaram se tornando amigos e por último e não menos importante a todos os
animais que tive a oportunidade de ajudar, que foram, a princípio, o motivo para escolher essa
profissão, meu muito obrigado.
DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha querida e amada filha Luiza, cujo sorriso é meu maior
incentivo.
Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e então,
com todo o coração, dedicar-se a ele.
– Buda
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies de mamíferos silvestres e exóticos atendidos no Ambulatório de Animais


Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia no período de
janeiro de 2015 a dezembro de 2016........................................................................................35

Tabela 2. Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados nos mamíferos silvestres e exóticos


atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade
Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016....................36

Tabela 3. Espécies de répteis atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital


Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016.....................................................................................................................37

Tabela 4. Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados em répteis atendidos no


Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da
Amazônia no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016................................................38

Tabela 5. Espécies de aves atendidas no Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital


Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016.....................................................................................................................38

Tabela 6. Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados em aves atendidos no Ambulatório


de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia
no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016.................................................................40
RESUMO

A fauna é de grande importância para a humanidade por seu notável valor ecológico,
científico, econômico e cultural. O Brasil é responsável pela gestão do maior patrimônio de
biodiversidade do mundo com aproximadamente 8.200 espécies de vertebrados, das quais 627
estão listadas como ameaçadas de extinção. A clínica médica e cirúrgica de animais selvagens
vem adquirindo crescente importância na prática veterinária moderna devido à preocupação
com a saúde desses animais. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo
retrospectivo das intervenções cirúrgicas realizada nos animais atendidos no Ambulatório de
Animais Silvestres (AAS) do Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira (HOVET) da
Universidade Federal Rural da Amazônia, analisando as fichas individuais de todos os
animais atendidos e realizando a identificação dos atendimentos com intervenção cirúrgica
para apresentar sua ocorrência e distribuição de frequência segundo a classe, ordem, espécies
acometidas, tipos de enfermidades e procedimentos realizados e assim comparar o resultado
obtido com os descritos na literatura. A realização desse estudo é importante devido ao
aumento da ocorrência dessas espécies como animais de companhia, bem como a sua
importância para a manutenção da saúde de animais silvestres cativos ou de vida livre, de
maneira que possa ser exposto a necessidade do aprimoramento profissional do Médico
Veterinário para que este esteja apto para realizar tais procedimentos, bem como, salientar a
importância da aquisição de materiais e na implementação de equipamentos adequados para o
atendimento nas mais diferentes espécies de animais silvestres e exóticos atendidos pelo
Ambulatório de Animais Silvestres com o apoio das demais áreas e especialidades que
existem no Hospital Veterinário Dr. Mário Dias Teixeira da Universidade Federal Rural da
Amazônia. No período estudado foram atendidos 522 animais silvestres e exóticos, destes 213
(41%) pertenciam a classe Mammalia, 58 (11%) pertenciam a classe Reptilia e 251 (48%)
pertenciam a classe Aves, destes atendimentos, 81 (16%) animais passaram por pelo menos
um procedimento cirúrgico, dos quais 38 (47%) em mamíferos, 18 (22%) em répteis e 25
(31%) em aves.

Palavras-chave: Retrospectivo; Cirurgia; Silvestres; Mamíferos; Répteis; Aves.


ABSTRACT

The fauna is of great importance for humanity for its remarkable ecological, scientific,
economic and cultural value. Brazil is responsible for managing the world's largest
biodiversity asset with approximately 8,200 species of vertebrates, of which 627 are listed as
threatened with extinction. The medical and surgical practice of wild animals has become
increasingly important in modern veterinary practice due to the concern for the health of these
animals. The aim of this study was to perform a retrospective study of the surgical
interventions performed in the animals treated at the Veterinary Hospital Ambientaria (AAS)
of the Veterinary Hospital Dr. Mário Dias Teixeira (HOVET) of the Federal Rural University
of Amazonia, analyzing the individual records of all the animals served And performing the
identification of the surgical interventions to present their occurrence and frequency
distribution according to the class, order, species affected, types of diseases and procedures
performed and thus compare the result obtained with those described in the literature. This
study is important because of the increase in the occurrence of these species as companion
animals, as well as their importance for the maintenance of the health of captive or free wild
animals, in a way that may be exposed to the need for professional improvement of the
Physician Veterinarian so that it is able to carry out such procedures, as well as to emphasize
the importance of the acquisition of materials and the implementation of appropriate
equipment for the care in the most different species of wild and exotic animals attended by the
Ambulatory of Wild Animals with the support of the others Areas and specialties that exist in
the Veterinary Hospital Mário Dias Teixeira of the Federal Rural University of the Amazon.
In the study period, 522 wild and exotic animals were considered, of which 213 (41%)
belonged to the Mammalia class, 58 (11%) belonged to the Reptilia class and 251 (48%)
belonged to the Aves class. At least one surgical procedure, of which 38 (47%) in mammals,
18 (22%) in reptiles and 25 (31%) in birds.

Keywords: Retrospective; Surgery; Wild; Mammals; Reptiles; Birds.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................12
2.1 Contextualização...............................................................................................................12
2.2 Mamíferos..........................................................................................................................13
2.2.1 Anatomia dos mamíferos silvestres.................................................................................14
2.2.2 Anestesia em mamíferos silvestres..................................................................................15
2.2.2.1 Felídeos.........................................................................................................................16
2.2.2.2 Canídeos........................................................................................................................17
2.2.2.3 Primatas.........................................................................................................................17
2.2.2.4 Roedores e lagomorfos..................................................................................................17
2.2.2.4 Cingulata e pilosa..........................................................................................................18
2.2.3 Particularidades cirúrgicas em mamíferos silvestres e exóticos......................................19
2.2.4 Afecções cirúrgicas em mamíferos silvestres e exóticos.................................................20
2.3 Aves....................................................................................................................................23
2.3.1 Anatomia Aves.................................................................................................................24
2.3.2 Anestesia e analgesia em aves.........................................................................................25
2.3.3 Particularidades cirúrgicas em aves.................................................................................26
2.3.4 Afecções cirúrgicas em aves............................................................................................27
2.4 Répteis................................................................................................................................29
2.4.1 Anatomia dos répteis........................................................................................................30
2.4.2 Anestesia e analgesia em répteis......................................................................................31
2.4.3 Particularidades cirúrgicas em répteis..............................................................................32
2.4.4 Afecções cirúrgicas répteis..............................................................................................33
3 METODOLOGIA..................................................................................................................3
4 RESULTADOS.....................................................................................................................35
5 DISCUSSÃO.........................................................................................................................40
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................44
7 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................45
11

1 INTRODUÇÃO

De maneira geral, a fauna é considerada uma verdadeira riqueza para a humanidade


por seu notável valor ecológico, científico, econômico e cultural. Lamentavelmente, uma
parcela considerável da sociedade não reconhece, de forma condigna, a magnitude desses
valores.

O Brasil é responsável pela gestão do maior patrimônio de biodiversidade do mundo:


são mais de 100 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 8.200 espécies de
vertebrados (713 mamíferos, 1826 aves, 721 répteis, 875 anfíbios, 2.800 peixes continentais e
1.300 marinhos), das quais 627 estão listadas como ameaçadas de extinção, sendo, uma
obrigação do poder público e da sociedade não permitir que, de fato, essas espécies sejam
extintas (ICMBIO, 2012).

Ao longo do tempo, os animais selvagens, estão se tornando mais populares como animais
de companhia, o que coloca o Médico Veterinário em uma posição importante enquanto da
orientação e esclarecimento ao proprietário sobre o correto manejo e cuidados sanitários da
espécie em questão.

A clínica médica e cirúrgica de animais selvagens vem adquirindo crescente importância


na prática veterinária moderna devido à preocupação com a saúde desses animais. A
necessidade dos profissionais da área de veterinária em instruírem-se a respeito de tais
animais se torna, deste modo, crucial (SCHULTE e RUPLEY 2004).

O objetivo do atual trabalho foi realizar um estudo retrospectivo das intervenções


cirúrgicas dos animais atendidos no Ambulatório de Animais Silvestres (AAS) do Hospital
Veterinário Mário Dias Teixeira (HOVET) da Universidade Federal Rural da Amazônia,
identificando os atendimentos com intervenção cirúrgica, referindo as ocorrências e
distribuição de frequência segundo a classe, ordem e espécies acometidas e comparar os
resultados obtidos com os descritos na literatura.

Justifica-se a realização do estudo retrospectivo de atendimento cirúrgico dos animais


atendidos no ambulatório de animais silvestres devido ao aumento da ocorrência dessas
espécies como animais de companhia, bem como a sua importância para a manutenção da
saúde de animais silvestres cativos ou de vida livre, de maneira que possa ser exposto a
necessidade do aprimoramento profissional do Médico Veterinário para que este esteja apto
para realizar tais procedimentos, bem como, salientar a importância da aquisição de materiais
12

e na implementação de equipamentos adequados para o atendimento nas mais diferentes


espécies de animais silvestres e exóticos atendidos pelo Ambulatório de Animais Silvestres
com o apoio das demais áreas e especialidades que existem no Hospital Veterinário Mário
Dias Teixeira da Universidade Federal Rural da Amazônia

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Contextualização

O Brasil é o maior país da América do Sul, possuindo a maior diversidade de espécies


animais no mundo, com seis biomas terrestres e três ecossistemas marinhos. São mais de
103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais presentes no país, sendo pelo menos 713
espécies de mamíferos, 721 de répteis e 1.826 de aves (MMA, 2015).

Há diversos fatores que geram perdas da fauna e flora brasileira, que citado por
Segundo Catão-Dias (2003), as causas que provocam essa perda são diversas e muitas vezes
complexas, destacando-se predominantemente o desmatamento. O tráfico de animais tem
influência direta na degradação da fauna brasileira. Esse tipo de atividade gera um aumento
do número de animais silvestres em cativeiro domiciliar como animais de estimação, na
maioria das vezes ilegal, sendo considerado crime contra a fauna brasileira (IBAMA, 2015).

As alterações ambientais pelo desmatamento causam o desaparecimento das presas


usuais fazendo com que esses animais, incluindo serpentes, corujas, raposas, migrem para
áreas urbanas, tornando-se vulneráveis à lesões por agressões, atropelamentos ou acidentes de
captura (ATHAYDE, 2007).

As interferências antrópicas no meio selvagem e migração dos indivíduos para


ambientes urbanizados geram um aumento de traumatismo em animais silvestres (BASTOS et
al., 2003). Segundo esse mesmo autor, os traumatismos provocados pelo homem são os mais
frequentemente deparados na clínica de animais silvestres.

Esses traumas podem levar a diversas afecções e sinais clínicos como luxações e
fraturas, prostração, desidratação, anorexia devido a estresse de captura, abscessos, feridas,
déficit nutricional e septicemia (CUBAS; SILVA; CATÃO-DIAS, 2007). A consequência
disso é o aumento significativo no número de atendimentos a animais silvestres e exóticos na
rotina do médico veterinário (SCHULTE; RUPLEY, 2004).
13

O profissional dessa área pode atuar em diversas especialidades como a clínica médica
e cirúrgica, ortopedia, anestesiologia, entre outras. Além disso, pode também exercer
atividades de conservação do meio ambiente, assistência a criadouros, a medicina de animais
de zoológico e mascotes não convencionais e centros de triagens de animais silvestres
(CARDOSO et al., 2010). Consequentemente, nos últimos anos houve um 12 crescimento na
produção científica no Brasil, com destaque na medicina de animais silvestre e exóticos,
devido ao interesse de divulgação de informações por profissionais dessa área (SANTOS,
2012).

2.2 Mamíferos

Segundo estimativas, o número de espécies de mamíferos selvagens, encontram-se em


torno de 541 espécies divididos em cinco biomas, além das áreas marinha e costeiras, bem
como o maior sistema fluvial do mundo e a mais vasta biota continental da terra (CUBAS;
SILVA; CATÃO-DIAS, 2014), apesar de diversos autores dizerem que esse número pode ser
bem maior, dentre os quais o ICMBio (2011) que estimou o número de espécies de mamíferos
selvagens em torno de 713 exemplares.

Dentro de um determinado bioma, certas espécies são importantes para determinar a


existência e/ou o tamanho de outras tantas populações animais. Normalmente os predadores
topo de cadeia, apresentam esse papel, uma vez que são responsáveis pelo controle das
populações de outros animais. Deste modo, proteger estas espécies, como, por exemplo, os
grandes carnívoros, deve ser prioridade dentro de um esforço de conservação, uma vez que
sua perda pode envolver uma importante alteração nas populações dos animais que estão em
níveis tróficos inferiores (JANZEN, 1986; PRIMACK; RODRIGUES, 2002).

Estudos sobre mamíferos brasileiros iniciaram-se com os primeiros exploradores


europeus, sendo no ano de 1576 a primeira publicação de uma obra com caracterização de
alguns mamíferos brasileiros, algo completamente diferente do que se conhecia na Europa,
Ásia e África (MIRANDA, 2004). A descrição formal e científica das espécies nativas
iniciou-se com Linnaeus em 1758, que descreveu 47 espécies silvestres nativas e 3 espécies
exóticas, em sua obra Systema Naturae, a maior parte das espécies brasileiras foram descritas
entre os séculos 18 e 19 (SABINO; PRADO, 2005).
14

2.2.1 Anatomia dos mamíferos silvestres

Diferente do continente africano, onde os grandes mamíferos podem ser vistos nas
savanas, no Brasil a maioria é de pequeno porte e de difícil observação, vivendo camuflados
entre a vegetação com atividades principalmente durante a noite. Para se camuflar apresentam
pelos que apresentam coloração que se assemelha com o ambiente, além, da função de
termorregulação que essa estrutura apresenta. Essas estruturas estão presentes até mesmo nas
espécies cobertas com placas ósseas como os tatus e nos cetáceos durante a fase embrionária.
O tecido adiposo na região subcutânea, tem sua espessura dependendo da espécie,
apresentando função termorreguladora e de reserva de energia em tempos de escassez
(STORER; USINGER, 1974).

A característica mais notável nos mamíferos talvez seja a existência de diversos tipos
de glândulas, dando destaque para a glândula mamaria, que são constituídas por um sistema
de dutos por onde passam o leite, o qual apresenta uma proporção adequada de proteínas,
gorduras, carboidratos, vitaminas e sais minerais que proporcionam o desenvolvimento
adequado dos filhotes. Em muitas espécies de mamíferos o período de convivência com os
pais é onde ocorre aprendizagem de comportamentos que auxiliaram na sobrevivência do
individuo na fase adulta, diferenciando-se de outros vertebrados graças a complexidade e
tamanho aumentados com a evolução do sistema nervoso central (POUGH; HEISER;
McFARLAND, 1993).

A fecundação é sempre interna, os machos apresentam o pênis como órgão copulador


e dois testículos comumente armazenados no abdome, as fêmeas possuem dois ovários e
passam por estro periódico, possuem um útero, onde os embriões se desenvolvem. Nos
placentários os óvulos fecundados se implantam e os embriões são nutridos pelo organismo
da mae, nos marsupiais esse período de implantação é breve ou completamente ausente e os
filhotes, ainda embriões, nascem e migram para a bolsa marsupial e se fixam ao mamilo para
receberem a nutrição (REIS et al. 2006). .

A diversidade de espécies possibilita a observação de vários hábitos alimentares,


apresentando diferentes tipos de dentição especializados de acordo com o tipo de alimentação,
algumas espécies não apresentam dentes, como é o caso do tamanduá, que utiliza a língua
muscular flexível para capturar seu alimento, o sistema gastrointestinal também varia de
acordo com a alimentação, sendo o estômago simples e o intestino relativamente curto nas
espécies carnívoras; estômago composto nos herbívoros fermentadores anteriores, e estômago
15

simples e intestinos superdesenvolvidos nos herbívoros fermentadores posteriores. Os


mamíferos brasileiros não possuem cloaca, pois o aparelho digestório, excretor e reprodutor
tem aberturas externas separadas (STORER; USINGER, 1974).

Quando comparado com invertebrados inferiores os mamíferos tem menor volume de


músculos segmentares na costela que auxiliam na respiração, porém apresentam uma estrutura
muscular denominada diafragma, que é uma característica exclusiva de mamíferos, e tem
como função auxiliar a respiração e separar os órgão torácicos dos órgãos abdominais. O
sistema circulatório apresenta completa separação do sangue venoso do sangue arterial, graças
a presença de quatro câmaras no coração (REIS et al. 2006).

2.2.2 Anestesia em mamíferos silvestres

O reconhecimento da dor e de seu alívio em pequenos mamíferos são componentes


essenciais na avaliação dos pacientes. Pesquisas recentes demonstraram que a analgesia em
cães e gatos é realizada de 50 a 70% das vezes, contrastando com apenas 21% dos coelhos e
pequenos roedores recebem o tratamento para procedimentos cirúrgicos semelhantes
(LASCELLES; CAPNER; WATERMAN-PEARSON, 2000).

Na medicina humana a dor é avaliada principalmente por declarações verbais, já em


animais, esta se da, dentre outras, pela observação de comportamentos, sendo uma forma de
avaliação complexa que deve levar em consideração as diferenças relativas a gênero, idade,
espécie, idade, raça, estresse, comportamentos individuais e habitat, além de se considerar os
diferentes tipos e origens da dor, como dor aguda ou crônica, dor visceral ou somática. Ainda
que pouco se saiba sobre comportamento relacionados com a dor, realizar um manejo pós-
operatório empírico para a dor pode ser ainda a melhor opção (HAWKINS; PASCOE, 2014).

A compreensão do comportamento pré-operatório é necessária para a avaliação


objetivamente o comportamento pós-operatório, alguns sinais são associados com a dor,
dentre os quais, temperamento passivou ou agressivo, agitação, redução da mobilidade ou
relutância em ficar em pé, letargia, posicionamento arqueado, constipação intestinal, estase
gastrintestinal, aumento de frequência cardíaca e respiratória e claudicação (HAWKINS;
PASCOE, 2014).

A analgesia balanceada deve ser considerada para todos os pacientes, já que combina a
ação de fármacos que atuam em locais diferentes no sistema nocieptivo, podendo ser mais
eficaz e menos tóxico do que um medicamento administrado isoladamente. Em animais de
16

laboratório foi demonstrado a sinergia quando utilizados opioides, que atuam a nível do
sistema nervoso central com anti-inflamatórios não esteroidais que atuam perifericamente,
principalmente diminuindo a inflamação e a sensibilização periférica, inclusive a combinação
de opioides com anti-inflamatórios não esteroidais e/ou anestésicos locais como analgesia pré-
operatória, que bloqueia à transmissão de estímulos dolorosos para o sistema nervoso central,
reduzindo assim o potencial total para a dor e inflamação (HAWKINS; PASCOE, 2014).

O conhecimento da anestesiologia deve ser comum a todos os Médicos Veterinários


que trabalham com animais selvagens, pois desde pequenos procedimentos cirúrgicos até
simples exames clínicos e colheitas de material biológico podem requerer uso de anestésicos.
Certos cuidados devem ser tomados à repetição de um mesmo protocolo para diferentes
grupos taxonômicos, principalmente quando se trata de animais com diferentes condições de
saúde. Conforme a espécie é comum ocorrer variações na resposta à aplicação de fármacos,
como, por exemplo, incremento dos efeitos adversos ou necessidade de ajuste da dose
(VILANI, 2014).

A escolha de um protocolo anestésico deve ser baseado na condição física e requisitos


exigidos pelo animal que será anestesiado, uma boa anestesia consiste em propiciar
inconsciência ou hipnose, relaxamento muscular e analgesia, mas, muitas vezes pode-se
realizar apenas a contenção química sem a necessidade de analgesia ou supressão de grande
parte dos outros efeitos. Nenhum fármaco anestésico atual, usado isoladamente, proporciona
inconsciência, analgesia e relaxamento muscular de alta qualidade sem provocar grandes
efeitos adversos, sendo assim, a necessidade de associação à diferentes medicamentos
(VILANI, 2014).

2.2.2.1 Felídeos

São divididos em pequenos felídeos (animais com menos de 20kg) e grandes felídeos
(animais com mais de 20kg), a principal diferença entre os dois grupos se da pela forma de
administração do anestésico, o primeiro grupo pode ser contido com puças e luvas de couro e
a medicação é aplicada manualmente com seringas e o segundo grupo o anestésico é
arremessado a distância com dardos e bastões. A anestesia em felídeos selvagens pode ser
extrapolada de gatos domésticos, inclusive devido à características anatômicas e fisiológicas
(VILANI, 2014).
17

2.2.2.2 Canídeos

De modo geral as características anatômicas e fisiológicas dos canídeos selvagens são


similares às dos canídeos domésticos, e todos os conceitos anestésicos podem ser extrapolado
dessas espécies, inclusive as técnicas para acesso vascular e intubação traqueal. Canídeos
geralmente são animais de hábitos sociais, que em vida livre agregam-se em alcateias,
condição que deve ser repetida em cativeiro e longos períodos de separação do grupo, acima
de 12 horas podem resultar em brigas na reintrodução do animal ao grupo, dessa forma, o
Médico Veterinário deve realizar todos os procedimentos e retorno anestésico rápido para
evitar esse tipo de problema (VILANI, 2014).

2.2.2.3 Primatas

A grande disparidade morfológica entre as espécies dessa ordem, principalmente de


tamanho, constitui um desafio na anestesiologia de primatas (VILANI, 2009). Primatas
neotropicais, especialmente os de pequeno peso corporal, apresentam grande área de
superfície em relação à massa, levando à maior possibilidade de perda de temperatura pela
supressão da termorregulação hipotalâmica durante o procedimento anestésico (OLBERG,
2007).

A anestesia de grandes primatas é desafiadora devido ao grande tamanho, força física,


agilidade e inteligência de algumas espécies (VILANI, 2009). A mudança de rotina na
preparação anestésica, como a restrição alimentar e movimentação da equipe de trabalho,
pode tornar o animal agressivo e estressado, que dificulta e torna a indução anestésica mais
perigosa (SLEEMAN, 2007)

A contenção física ou sedação leve de médios e grandes primatas normalmente é


impraticável, já que, são animais de grande força muscular e que tem dentes e mandíbulas
poderosas, sendo necessário trabalhar com animais em planos anestésicos profundos mesmo
para realizar procedimentos clínicos simples ou de manejo (VILANI, 2009).

2.2.2.4 Roedores e lagomorfos

O pequeno tamanho corporal da maioria dos roedores em conjunto ao alto


metabolismo e grande consumo de oxigênio, predispõe esses animais à hipotermia,
hipoglicemia e hipóxia, dessa forma, o jejum pré-operatório deve ser de no máximo 30 min ou
18

nã ser realizado jejum alimentar. Em roedores que armazenam alimentos nas bolsas orais,
deve ser realizado o esvaziada antes da indução anestésica ou imediatamente após, a fim de
evitar aspiração. Procedimentos longos, somados a longos períodos de recuperação anestésica,
podem promover hipoglicemia, diminuindo o consumo metabólico e prolongando ainda mais
a recuperação, por isso, deve ser feito controle glicêmico trans e pós-anestésico com reposição
de glicose por via intravenosa ou intraperitoneal, ainda pode ser realizada por via oral, já que,
gotas de glicose a 50% podem ser absorvidas pela mucosa oral e são úteis em roedores
menores de 100 g. Quando procedimentos prolongados são previstos, glicose a 50% pode ser
administrada previamente por via oral, a hipotermia deve ser prevenida pelo aquecimento da
sala ou do paciente com colchões e bolsas térmicas (VILANI, 2014).

O monitoramento anestésico de pequenos roedores representa um desafio para o


anestesiologista, podendo ser útil a avaliação eletrocardiográfica com monitores
multiparamétricos com garras adaptadas para pequenos animais. Frequências cardíacas com
valores 20% acima ou abaixo do valor calculado podem ser consideradas taquicardia ou
bradicardia, respectivamente, e são utilizadas para avaliação do plano anestésico (HEARD,
2007) O plano anestésico pode ser determinado pela avaliação de relaxamento muscular,
movimentos espontâneos e presença de reflexos. Em planos leves de anestesia ou em
contenção farmacológica, reflexo palpebral, tônus anal e mioclonias podem ser observados. À
medida que a anestesia atingir planos suficientes para a realização de procedimentos
cirúrgicos, esses parâmetros não são mais percebidos, com a observação de pupilas dilatadas
na anestesia profunda (VILANI, 2014).

2.2.2.4 Cingulata e pilosa

Tatus, tamanduás e preguiças são frequentemente caracterizados como heterotérmicos


ou homeotérmicos incompletos. A variação na temperatura ambiente pode promover faixa de
temperatura corporal entre 24 e 40° C. Capturas em vida livre em dias muito frios devem ser
evitadas, pois promovem recuperação prolongada e aumento da mortalidade pós-conteção
(WEST; CARTER; SHAW, 2007).

Em cativeiro, toda contenção ou anestesia deve ser feita em ambiente climatizado ou


proporcionado aquecimento ao paciente, de modo a aumentar o metabolismo durante o
procedimento e assegurar retorno anestésico rápido. Tatus podem ficar sem respirar por
longos períodos, ficando completamente imóveis, e podem se recuperar espontaneamente
após episódios repetidos de fibrilação ventricular (HOFF; COLES; SZABUNIEWICZ, 1982).
19

As mesmas situações já foram observadas em preguiça. Intubação traqueal é facilmente


realizada em tatus e preguiças com laringoscopia direta (WEST; CARTER; SHAW, 2007),
porém é um procedimento muito difícil em tamanduás e nesses animais, máscara facial deve
ser utilizada em procedimentos mais prolongados. É viável monitoramento por meio de
aparelhos multiparamétricos, que avaliam pressão arterial não invasiva, eletrocardiograma,
oximetria de pulso e capnometria, porém grande variação pode ser encontrada nos parâmetros
fisiológicos nesses animais. Oximetria pode ser influenciada por hipotermia e hipotensão
(VOGEL; DE THOISY; VIE, 1998), pressão arterial pode apresentar grande instabilidade,
mesmo em animais acordados (GILMORE; DA-COSTA; DUARTE, 1998), e capnometria
depende da intubação traqueal.

2.2.3 Particularidades cirúrgicas em mamíferos silvestres e exóticos

A cirurgia em animais silvestres teve seu início com a utilização de primatas não
humanos como preparação para cirurgiões humanos, ou seja, os trabalhos de pesquisa em
animais possibilitaram o conhecimento aplicado à medicina humana (BRODNER;
MARKOWITZ; LANTNER, 1987; IKAI, et al., 2005). Hoje, por motivos éticos e de bem-
estar animal, essa prática apresenta limitações legais e agora, são os primatas não-humanos
que se beneficiam das práticas e aperfeiçoamento ocorridos na cirurgia humana
(BERNADINO, 2014).

Devido a estrutura hierárquica existente em animais sociais, há uma predisposição


para o confronto entre indivíduos, conforme a dinâmica social, o que pode levar à ocorrência
de traumatismos graves e à necessidade de intervenções cirúrgicas (BERNADINO, 2014).

Segundo Bernadino (2014) as particularidades cirúrgicas em animais selvagens


incluem: a possibilidade de deiscência de suturas; a tensão acentuada a ser suportada pela
sutura; e a dificuldade de aplicação de anteparos que dificultem o acesso pós-operatório do
paciente à área intervencionada (colares elizabetanos, curativos e ligaduras). Os momentos
operatórios também podem apresentar particularidades inerentes (VILANI, 2014).

No pré-operatório nem sempre é possível a realização de jejum, devido a urgência do


procedimento, ou o paciente não pode ser separado do grupo, especialmente em animais em
estado selvagem, a avaliação pré-cirúrgica necessita que o animal seja anestesiado, sendo que
a indicação é justamente a avaliação pré-anestésica, a estabilização do paciente antes da
20

cirurgia é muito mais limitada quando comparada com as espécies domesticas, muitas vezes o
cirurgião dispõe de pouco tempo para a preparação cirúrgica (VILANI, 2014).

No transoperatório a casuística é variada e os casos cirúrgicos são eventuais, ou seja,


há pouca repetição de procedimento, sendo necessário a extrapolação de técnicas cirúrgicas de
animais domésticos fazendo a devida adaptação conforme as características anatômicas e
fisiológicas das espécies, a literatura referente a essas características anatômicas e fisiológicas
e as técnicas operatórias nas diversas espécies selvagens é limitada, deve-se possuir grande
variedade de instrumental cirúrgico para atender os animais de diferentes tamanhos, classes e
condições clinicas (VILANI, 2014).

No pós-operatório o monitoramento contínuo pode não ser possível, uma vez que o
efeito do anestésico tenha terminado o manejo pode se tornar inviável; o monitoramento é em
grande parte realizado apenas baseando-se na simples observação do paciente, colheita de
material biológico e realização de exames diagnósticos para acompanhamento da evolução, o
que pode ser difícil ou até mesmo inviável; a colocação de protetores de ferida é mais
dificultoso devido ao comportamento selvagem e se o animal viver em agrupamentos sociais é
necessário o rápido retorno do individuo para que não ocorra rejeição pelos demais
integrantes (VILANI, 2014).

2.2.4 Afecções cirúrgicas em mamíferos silvestres e exóticos

As doenças traumáticas, pela facilidade de diagnóstico (clínico e radiológico), acabam


tendo uma alta ocorrência na casuística dos procedimentos cirúrgicos em animais selvagens,
traumas são frequentes e ocorrem em decorrência da interação entre animais do mesmo grupo
ou de espécies diferentes, quando mantidos em instalações coletivas. Outras vezes, as lesões
são decorrentes da interação do animal com equipamentos em seu ambiente, podendo afirmar
que algumas das principais indicações cirúrgicas em animais selvagens em zoológicos, são as
cirurgias reconstrutivas e traumatológicas (BERNADINO, 2014).

Cirurgias no aparelho reprodutor são relativamente comuns, principalmente cesarianas


e cirurgias para o controle da reprodução, as laparotomias diagnósticas e resolutivas, além das
cirurgias odontológicas e ortopédicas, completam as indicações cirúrgicas mais frequentes na
clínica de animais selvagens (BERNADINO, 2014).

O Médico Veterinário deve atentar aos riscos da anestesia geral e do pós-operatório,


uma vez que suturas, órteses, materiais ortopédicos, dentre outros, podem ser removidos pelo
21

felídeo, causando focos de infecção, inviabilizando, muitas vezes, a vida do felídeo selvagem,
por isso, antes da opção pela cirurgia, deve-se avaliar a viabilidade do pós-cirúrgico. Devido à
grande sensibilidade dos felídeos selvagens a muitos patógenos comuns em animais
domésticos, as cirurgias e tratamentos realizados em instalações destinadas a animais
domésticos deve ser desestimulada (ADANIA; SILVA; FELIPPE, 2014).

No pós operatório um ponto importante a ser observado é em relação a recuperação do


paciente, felídeos costumam escalar, nadar e realizar movimentos bruscos que podem
comprometer a sutura e romper os pontos, devendo assim permanecer em locais que
possibilitem movimentação restrita (WACK, 2003).

As afecções cirúrgicas mais comuns são os reparos de fraturas decorrentes de


traumatismo e exérese de neoplasia. Em vida livre, pela diminuição dos habitats naturais,
esses animais tem se aproximado de regiões urbanas, sendo cada vez mais comum os
atropelamentos de pequenos e grandes felinos. Em cativeiro os problemas odontológicos são
as principais entidades mórbidas que acometem esse grupo de animais (ADANIA; SILVA;
FELIPPE, 2014).

Em canídeos silvestres as técnicas cirúrgicas utilizadas nos cães domésticos, aplicam-


se plenamente. Uma ocorrência bastante frequente observada em canídeos silvestres,
especialmente em lobos guará e cachorros do mato, são as fraturas decorrentes de
atropelamento, normalmente tratadas por técnicas ortopédicas de fixação interna ou externa
(PESSUTTI; SANTIAGO; OLIVEIRA, 2001).

Nos primatas do novo mundo, indicação cirúrgica geralmente são relatadas


principalmente na época de acasalamentos quando há disputas hierárquicas, quando
acontecem acidentes que levam à necessidade desses procedimentos e na época do
nascimento de filhotes quando é provável que ocorra situações de distocia com indicação de
cesárea (GLASTON, et al., 1984). Outra indicação é a vasectomia à fim de controle
reprodutivo, com vantagens da manutenção dos comportamentos reprodutivos do grupo de
primatas, porém sem a produção de filhotes indesejados, sendo a técnica mais adequada
quando se pretende manter animais em cativeiro sem a produção de novos indivíduos,
possibilitando que os níveis de testosterona não sejam alterados, colaborando, assim, para a
manutenção da estrutura hierárquica dos grupos. A vasectomia pode ser realizada pela técnica
da retirada da cauda do epidídimo (epididimectomia) ou pela técnica da secção dos ductos
deferentes (VERONA; PISSINATTI, 2014).
22

Em primatas do velho mundo, as lesões mais comuns são as perfurocontusas, causadas


por brigas entre indivíduos do mesmo grupo ou por animais mantidos em recintos próximos.
Problemas ortopédicos que requeiram cirurgia são frequentes devido ao comportamento,
brigas e captura, e as técnicas de reparo de fratura são as mesmas utilizadas em animais
domésticos. Em caso de amputação, deve-se tentar preservar ao máximo a função original do
membros, primatas não-humanos são animais altamente adaptáveis a condição de amputado.
Problemas como distocia, tumores e endometrites podem requerer cesariana e ovário-
histerectomia. Aerosaculite são de ocorrência comum em algumas espécies, e requerem
drenagem cirúrgica. A nível digestório as afecções mais comum incluem obstrução por corpo
estranho, intussuscepção, vólvulos, prolapso retal e hérnias abdominais e inguinais (NUNES;
CATÃO-DIAS, 2014).

Problemas odontológicos são muito frequentes, como cálculos, abscessos, fístulas,


cáries, doença periodontal, gengivites e fraturas de dentes, o tratamento é direcionado
conforme a causa, podendo ser necessárias ações complementares, como extrações, remoção
de cálculos, tratamento de canal, drenagem de abscessos e terapia antimicrobiana contra
bactérias anaeróbicas e Gram positivas (LOOMIS, 2003; WALLACH; BOEVER, 1983;
JASSEN, 1993).

Na clínica cirúrgica de roedores os procedimentos mais comumente realizados são a


ovariossalpingohisterectomia, tanto na prevenção como no tratamento de neoplasias
mamarias, uterinas e ovarianas, prevenção de reprodução indesejada, pseudociese, cistos
ovarianos, piometra, distocia e modificação comportamental. A orquiectomia para prevenção
de reprodução, no tratamento de lesões testiculares, orquites, epididimites, abscesso, e
mudança comportamental; a cesariana em casos de distocia e inércia uterina. Mastectomia é
bem frequente decorrente de hiperplasia e neoplasias mamárias, cistotomia para casos de
urolitíase e neoplasia. Amputação de cauda, prolapso retal e enucleação também são comuns
(TEIXEIRA, 2014).

Em lagomorfos, alguns procedimentos cirúrgicos são comumente relatados na rotina


clínica, como ovariossalpingohisterectomia, orquiectomia, remoção de abscessos e tumores de
pele, exodontia, cistotomia e osteossíntese. O instrumental utilizado na rotina cirúrgica de
cães e gatos pode ser utilizado para coelhos, mas certas intervenções necessitam de
instrumental mais sofisticado ou delicado, como os utilizados em microcirurgias (PESSOA,
2014).
23

A ocorrência de aderências pós-operatórias em coelhos é comum, principalmente em


cirurgias abdominais, o talco das luvas cirúrgicas pode favorecer a formação de adesões,
podendo ser removido por lavagem com solução fisiológica morna ou a utilização de luvas
sem talco. O uso de verapamil, um bloqueador dos canais de cálcio, pode ajudar a reduzir a
formação de aderências. O tipo do fio de sutura também tem grande importância, sendo catgut
cromado o fio que mais gera aderências (RICHARDSON, 2000; HARCOURT-BROWN,
2002).

A exodontia de incisivos é indicada nos casos de crescimento dental crônico, nos


processos inflamatórios crônicos, em pacientes com obliteração do ducto nasolacrimal por
compressão, nos casos em que há dificuldade de deslocamento frequente do cliente com o
paciente à clínica para tratamento conservador dos dentes, em pacientes extremamente
estressados e/ou medrosos, dentre outras indicações (PESSOA, 2014).

A ovariossalpingohisterectomia é indicada quando não se deseja a reprodução e em


casos de pseudociese, neoplasia uterina, piometra e em alterações do comportamento. A
fisiologia dos lagomorfos predispõe à urolitíase renal ou vesical, devendo se realizar a
cistocentese antes de proceder com a cistotomia (PESSOA, 2014; HARCOURT-BROWN,
2002).

As técnicas cirurgias ortopédicas em lagomorfos são as mesmas praticadas em cães e


gatos, levando-se em conta as particularidades anatômicas e fisiológicas. A manipulação
óssea deve ser cuidadosa e delicada devido à fragilidade óssea desses animais. Fraturas de
coluna geralmente ocorrem em decorrência de técnicas de contenção inadequadas, sendo a
junção lombossacra o local mais acometido. Fraturas de tíbia são comuns em coelhos
mantidos como animais de companhia, e o tratamento não é tão simples, a mobilização
externa em fraturas abertas apresenta resultados ruins, pelo fato dos coelhos terem pele muito
solta e tentarem mordê-la e a colocação de placas ósseas é mais difícil que em carnívoros, mas
pode ser indicada em alguns casos (OKERMAN, 1988; QUINTON, 2005).

2.3 Aves

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA; 2015) existem 1.826 espécies de


aves catalogadas na fauna brasileira, é a classe de animais silvestres mais utilizada como
animais de estimação, sendo a maior parte e origem ilegal, com o tráfico de animais. Fontin
(2005) relata que essa grande biodiversidade associada com a popularização de aves exóticas
24

como animais de companhia, tem acarretado em um contínuo aumento na demanda de


atendimento clínico cirúrgico pelo Médico Veterinário.

As aves mais utilizadas como animais de companhia são os Psittaciformes,


Passeriformes, Galliformes, Anseriformes, Columbiformes, Falconiformes e Strigiformes, em
ordem de popularidade (BURR, 1987). No Brasil a ordem mais popularmente utilizada
consiste na de Passeriformes, pela beleza e o canto, bem como pelo seu valor agregado, tanto
no mercado legal quanto ilegal (CUBAS; GODOY, 2007).

2.3.1 Anatomia Aves

Aves são animais vertebrados, emplumados e com capacidade para voo, são animais
mais primitivos que os mamíferos, apresentando aproximação aos répteis, em sua origem
evolutiva. Se evidenciam diferenças anatomo-fisiológicas quando comparadas as mamíferos
(EVANS, 1982).

Possuem pele fina, inelástica e mais delicada e possui numerosos vasos sanguíneos
como capilares e veias calibrosas (COLES, 2007). As penas primária e secundárias das asas
estão aderidas aos ossos do metacarpo e ulna respectivamente (MARTIN; RICHIE, 1994). A
cicatrização de feridas nessa classe recorre-se dos mesmos eventos que nos mamíferos
(BOWLES et al., 2006).

Segundo Coles (2007) as aves possuem características importantes no seu sistema


esquelético devido a sua adaptação para o voo, sendo elas a leveza e o desenho aerodinâmico.
Essa leveza se deve a pneumatização por extensão dos sacos aéreos e as finas e frágeis
corticais ósseas. No interior dos ossos tem uma rede de trabéculas que funcionam para
contrabalancear o peso com as forças externas ocorridas durante o voo.

O sistema respiratório das aves é constituído por dois componentes que se diferem
pela função de condução do ar, com destaque aos sacos aéreos, e os de trocas gasosas. Os
sacos aéreos são extensões dos brônquios na cavidade celomática, dividindo espaço com os
órgãos internos. Dos sacos aéreos derivam divertículos que se estende pelos forames
pneumáticos da cavidade medular dos ossos adjacentes formando os ossos pneumáticos. Essa
característica leva a uma menor massa esquelética tornando os ossos mais frágeis diante de
um trauma, e propensos a desenvolver saculite, pneumonia ou asfixia em casos de exposição
dessas estruturas com o meio externo, além de contaminação com debris ou fluidos
(MARTIN; RICHIE, 1994; DYCE; SACK; WENSING, 1997; BEMMETT, 1997;).
25

A vascularização dos ossos é suprida por vasos sanguíneos originados do periósteo


regados pelos tecidos e musculatura adjacentes. A consolidação óssea em casos de fraturas,
histologicamente é similar a que ocorre em mamíferos, diferenciando-se pelo tempo de
evolução da cicatrização (MARTIN; RICHIE, 1994; BOLSON et al., 2008).

O sistema digestório possui particularidades, as alças intestinais são mais difíceis de


serem acessadas quando comparados aos dos mamíferos, sendo suspensas dorso-ventralmente
pelo mesentério que tem comunicação direta com os sacos aéreos abdominais, existe também
a ausência do omento, que torna as cirurgias intestinais mais propensas a vazamento
(ALTMAN, 1997; COLES, 2007)

2.3.2 Anestesia e analgesia em aves

Anestesia nessa classe de animais ainda é muito recente, até a década de 60


praticamente era inexistente, apesar dos relatos ao uso de éter através de máscaras faciais
como agente anestésico na década de 40. A cirurgia em aves esta diretamente relacionada com
a anestesiologia, onde iniciou seu desenvolvimento e aprimoramento com a introdução do
isoflurano como agente anestésico em 1985 por Greg Herrison. Viabilizando a realização de
procedimentos mais longos e complexos (ALTMAN, 1998).

Em 1965 e 1966 os vaporizadores utilizados na medicina humana começaram a ser


utilizados com metoxifluorano para anestesiar aves, sendo substituído por halotano já que
tornava menor o tempo de indução e recuperação diminuindo a taxa de mortalidade. Por fim,
em 1985, o isoflurano foi introduzido como agente anestésico, onde observou-se uma
evolução nos procedimentos cirúrgicos em aves (ALTMAN, 1998).

A analgesia pré, trans e pós-operatórias ainda consiste em um dos grandes desafios,


tanto pelo fato de os estudos incipientes comprovando a eficácia de fármacos quanto pela não
determinação de uma forma adequada de monitoração e mensuração da dor em aves. O
tratamento da dor nas aves depende da confiabilidade dos métodos de avaliação da dor, que
ainda são altamente subjetivos, sendo difícil garantir que a dor foi eficientemente tratada se
não foi mensurada antes nem depois do tratamento. Contudo, a identificação de um
comportamento ou de um repertório de comportamentos relacionados com a nocicepção
possibilita monitorar a resposta ao tratamento analgésico (HAWKINS; PAUL-MURPHY,
2014).
26

2.3.3 Particularidades cirúrgicas em aves

Assim como a cirurgia realizada em outras classes a técnica deve ser feita de forma
asséptica, respeitando as normas para uma cirurgia limpa, além do conhecimento anatômico e
fisiológico do paciente por parte do cirurgião, devendo ser realizadas rápidas e delicadamente
quando comparadas à cirurgias realizadas em mamíferos, além da necessidade de uma boa
avaliação pré-operatória, monitoramento durante o procedimento e o acompanhamento no pós
operatório (CUBAS; GODOY, 2007). A familiarização com a anatomia é fundamental, sendo
aconselhado que o cirurgião faça treinamento das técnicas a serem trabalhadas primeiramente
em cadáveres (BENNETT; HARISSON, 1994).

O jejum pré operatório pode variar de duas a 36 horas, a depender da espécie e do


procedimento a ser realizado, em casos de emergência pode-se recorrer ao esvaziamento
manual do ingluvio e intubação traqueal ou obstruir o esôfago com sondas ou gaze para
prevenir o refluxo (BOWLES et al. 2006; CUBAS; GODOY, 2007).

Deve ser dada atenção especial na hemostasia e controle de temperatura, já que o


tamanho reduzido do paciente não permite grandes perdas de sangue e também facilitam a
perda de calor, a quantidade de penas a serem removidas devem ser apenas o suficiente para
exposição da área que passara pelo procedimento, já que essas tem também papel no
isolamento térmico, além de que devem ser removidas delicadamente para se evitar laceração
da pele e formação de hematomas. A perda de calor leva ao aumento do metabolismo,
podendo causar um quadro de hipoglicemia indesejável. O uso de álcool como antisséptico
deve ser realizado de forma cuidadosa, pois esse pode aumentar a perda de calor pelo paciente
e o uso de fontes artificiais de calor durante o procedimento cirúrgico e anestésico é
aconselhável (COLES, 2007).

Na antissepsia deve-se dar preferencia para compostos não alcoólicos como iodo-
povidona e clorexidina, e os panos de campo devem ser leve para não comprimir o animal e
dificultar sua respiração, o posicionamento da mão do cirurgião e dos instrumentais também
deve ser cuidadoso para que não dificulte a respiração (BOWLES et al., 2006; CUBAS;
GODOY, 2007).

Outra preocupação durante o procedimento deve ser o posicionamento do animal, o


decúbito dorsal tende a fazer com que o volume nos sacos aéreos fiquem diminuídos,
especialmente em afecções que estejam ocorrendo no trato respiratório, sendo aconselhável o
27

decúbito ventral e lateral e inclinação positiva da cabeça entre 30 e 40° para evitar retorno de
fluidos esofágicos para o sistema respiratório (COLES, 2007).

Devido ao tamanho diminuto de muitas espécies aviária se faz muitas vezes


necessário a utilização de instrumentais especiais como material para microcirurgia ou
cirurgias oftálmicas, lupas de aumento e até microscópio cirúrgico (BOWLES et al., 2006;
CUBAS; GODOY, 2007).

2.3.4 Afecções cirúrgicas em aves

Uma das afecções mais comuns em aves são as de origem ortopédica causadas por
traumas, deficiências nutricionais, infecções e distúrbios metabólicos (HELMER; REDIG,
2006).

Na ortopedia em aves silvestres onde se objetiva sua devolução a natureza, os


cirurgiões estão lidando com um grande desafio, pois, é necessário que o animal atinja
recuperação ortopédica de 100% para que consiga retornar a natureza (HELMER; REDIG,
2006). Segundo Pereira (2007) em aves de rapinas 37% dos pacientes com fratura fechada
conseguiram retornar com sucesso para a natureza após a intervenção cirúrgica, esse número
cai para 15% nos casos de fraturas expostas.

Na escolha da técnica de reparação óssea em um paciente, deve-se levar em conta


vários fatores, como, tamanho do paciente, o custo, comportamento natural, grau de atividade
da ave, e também, a habilidade do cirurgião (HELMER; REDIG, 2006). Psitacídeos que
utilizados como pet, uma perda mínima de função do membro afetado é aceitável, pois esse
grupo de aves utiliza o bico como instrumento de locomoção, diferente das aves de vida livre
nas quais há necessidade de obtenção do retorno total à função do membro afetado
(BENNETT, 1997).

Além da cirurgia em si, outras particularidades devem ser levadas em conta, como,
tomar cuidado na hora de arrancar as penas da asa na preparação do pré-operatório, pois elas
são fundamentais no retorno ao voo dessas aves. No caso de arrancamento será necessário
esperar até a próxima muda, o que em algumas espécies podem demorar anos (FOWLER,
2001).
28

Nos cuidados pós-operatórios, deve-se salientar o uso de colares elisabetanos,


bandagens ou talas, que colaboram para prevenir automutilação e/ou a destruição dos
implantes, comportamento comum em psitacídeos (LEVITT, 1989).

A depender da fratura e do osso acometido, existem técnicas conservadoras e não


conservadoras. Em fratura de rádio com ulna intacta, carpometacarpos, tarsometatarsos e
falanges a imobilização com talas e bandagens são indicadas. Essa mesma técnica pode ser
utilizada no caso de fraturas de tibiotarso sem grandes desvios. Em fraturas de úmero e fêmur
normalmente geram desvios que dificultam a imobilização das articulações do ombro e
coxofemoral, tornando procedimentos cirúrgicos o mais indicado (LEVITT, 1989).

Em alguns casos de fraturas pode haver lesão no suporte sanguíneo, além de lesão de
nervos. Há maior instabilidade nos fragmentos fraturados e em muitos casos a perfuração da
pele agrava a viabilidade do osso afetado. O tamanho dos pacientes também é um fator
limitante, técnicas utilizadas em aves grandes não são viáveis em aves menores. Existe a
necessidade de implantes menores além do alto grau de morbidade e mortalidade cirúrgica
nesses pacientes. Por esses fatores frequentemente se opta por tratamento conservativo nesses
pequenos pacientes (HELMER; REDIG, 2006).

Técnicas de fixação de fraturas com pinos são possíveis em araras, difíceis em


papagaios e considerado impossível em pequenos periquitos (HARCOURT-BROWN, 1996).
Já em rapinantes tanto a fixação externa como a associação das duas técnicas (interna e
externa) já se mostraram viáveis para esses tipos de aves (CHEBEZ; AGUIAR, 2001;
FOWLER, 2001). A ocorrência de luxações em aves, quando comparadas às fraturas são
consideradas incomuns (MARTIN; RITCHIE, 1994).

O número de cirurgia envolvendo tecidos moles em aves cresceu substancialmente nas


últimas décadas. O uso do isoflurano teve influência direta nesse fato, principalmente com a
introdução de microcirurgia, utilização de bisturis elétricos bem como a especialização
crescente dos cirurgiões nessa área, entretanto, existem limitações em relação às cirurgias
nessas espécies principalmente quando se trata de paciente com menos de 100 gramas ou
então para cirurgias torácicas, visto que, o posicionamento do esterno e a musculatura
avantajada que recobre essa cavidade dificulta o acesso para realização de procedimentos
(BENNETT; HARRISON, 1994).
29

Uma parcela das cirurgias de tecidos moles em aves se deve ao aparecimento de


neoplasias (SCHMIDT; QUESENBERRY, 1997). Pelo desenvolvimento da clínica aviária o
diagnóstico de neoplasias vem se tornando mais do que um diagnóstico post mortem, porém
informações a respeito desta área são limitadas na literatura principalmente o que diz respeito
ao seu tratamento (LIGHTFOOT, 2006).

O tratamento recomendado na literatura para neoplasias em aves é sua excisão


cirúrgica se possível. Muitas vezes há a necessidade de amputação de membros em casos de
tumores grandes que sejam de difícil retirada. (COLES, 2007). Alguns autores como Filippich
(2004) já relataram o uso da crioterapia em pequenos nódulos localizados ao redor da
cavidade oral e narinas, bem como a utilização desse mesmo método com complemento à
excisão cirúrgica.

2.4 Répteis

Existem mais de 7.000 espécies de répteis de varias formas, tamanho, fisiologia, dieta
e habitats distribuídos em quatro ordens Crocodila, representada por crocodilos, gaviais e
aligatores, Rhynchocephalia com apenas duas espécies que ocorrem na Nova Zelândia,
Squamata que representada pelos lagartos e serpentes e Testudinea representada por
tartarugas, jabutis e cágados (MADER, 2006; FOWLER, 2008).

Por serem animais pecilotérmicos, ou seja, sua temperatura corporal depende da


temperatura do ambiente, desenvolveram hábitos particulares dependendo do habitat que
ocupam. Em locais com temperaturas baixas costumam se abrigar em áreas mais profundas do
solo, cavernas, cupinzeiros e formigueiros, no caso de locais onde as temperaturas vão abaixo
de zero algumas espécies podem entrar em um estado hibernativo, deixando seu metabolismo
em um estado basal, utilizando as reservas de gordura subcutânea. Em regiões desérticas
apresentam pouca ou nenhuma atividade durante o dia, onde as temperaturas são mais
elevadas, buscando abrigo em locais que os protejam, e apresentam maior atividade nos
períodos noturnos. Por essa sensibilidade aos extremos, a maior parte das espécies desses
animais estão nas regiões tropicais. Podem passar meses sem se alimentar, o trato digestório
possui diversas glândulas salivares e enzimas digestivas que digerem os alimentos que são
armazenados a nível celular (LEMA. 2002).

Os répteis estão cada vez mais próximos do convívio com o ser humano, pelo seu uso
como animal de estimação, uso comercial (carne e couro), degradação de habitat, zoológicos.
30

O uso como pet teve um grande crescimento nos últimos anos, gerando assim uma demanda
cada vez maior de serviços veterinários especializados nessa classe (CAMPBELL, 2004).

Esse crescimento na demanda gera uma necessidade de conhecimento a respeito dessa


classe de animais, já que, esse ramo da Medicina Veterinária é muito peculiar devido as
características individuais das espécies. Quando se trata de animais cativos, a maior parte dos
atendimentos são decorrentes de manejos inadequados ao qual são submetidos. No Brasil a
espécie mais encontrada como animal de estimação é o jabuti-piranga (Chelonoids
carbonária) e o principal fator ligado ao motivo deve-se ao tráfico associado a fatores
culturais (FRYE, 2007; JUDAH; NUTTAL, 2008; RAMOS et al.,2009).

2.4.1 Anatomia dos répteis

Devido sua anatomia e fisiologia tão diferenciados, o conhecimento desses aspectos


pelo Médico Veterinário é essencial em qualquer área de atuação nessa classe animal.
Intubação, monitoramento cardíaco, farmacocinética e farmacodinâmica, tratamentos clínicos
e cirúrgicos e acesso venoso são particularidades de cada espécies. O coração possui três
câmaras, são elas o átrio direito e esquerdo e um ventrículo, porém, funcionalmente são cinco
câmaras que atuam de maneira a se evitar a mistura de sangue venoso e arterial. A frequência
cardíaca é influenciada por diversos fatores como a temperatura, tamanho, estímulos
dolorosos e metabolismos (HEARD, 2001; O’MALLEY, 2005).

A forma mais adequada de monitoração cardíaca se da pelo Doppler vascular, e devido


a grande diversidade de posicionamento do coração nas diferentes espécies o posicionamento
do equipamento vai depender da anatomia do individuo, nos lagartos o posicionamento desse
órgão pode ser entre os membros anteriores até a região central do corpo, nas serpentes
geralmente se localiza entre o terço proximal e o quarto proximal do comprimento do animal,
nos testudines o coração se encontra dentro da cavidade celomático, protegido pelos ossos da
carapaça e plastrão (HEARD, 2001; MITCHELL, 2009; KIRCHGESSNER; MITCHELL,
2009).

Outra particularidade inerente ao sistema circulatório dos répteis, refere-se à existência


do sistema porta-renal, fazendo com que a circulação da região caudal do corpo do animal
aflua diretamente pelo sistema renal, por isso recomenda-se que a aplicação de medicação
seja feita na região cranial do corpo, especialmente para drogas que possuam efeito
31

nefrotóxico como algumas classes de antibióticos e antiflamatórios não esteroidais


(MITCHELL, 2009; KIRCHGESSNER; MICHEL, 2009).

A intubação geralmente se dá de forma simples devido a facilidade de localização da


glote nesses animais que se localiza na base da língua, enquanto o esôfago se encontra na
porção final da cavidade oral, dificultando assim a falsa via. Em serpentes e lagartos
carnívoros a entrada da traqueia está posicionado mais rostral, e nos lagartos herbívoros e
testudines a localização se dá mais caudal, à glote, quando o animal está em repouso, a mesma
encontra-se fechada, abrindo apenas durante a passagem de ar na inspiração. A traqueia
também apresenta particularidades entre as espécies, nas serpentes e lagartos os anéis são
incompletos e se bifurca ao nível do coração, em testudines os anéis são completos e a
bifurcação ocorre na porção torácica (SCHUMACHER; YELEN, 2006; BERTELSEN, 2007)

2.4.2 Anestesia e analgesia em répteis

A anestesia em répteis é uma área de grande obscuridade, tendo seus primeiros relatos
na década de 1930 onde foi utilizado anestesia a base de clorofórmio em uma serpente, e
posteriormente foram surgindo relatos do uso de mtoxiflurano, que proporciona tempo de
indução e retorno prolongados (BERTELSEN, 2007).

Apresentam como um dos principais obstáculos à anestesia desses animais a


dificuldade de monitoração, quando sob efeito anestésico mantém poucos reflexos que em
outras classes são utilizados para diferenciar o plano anestésico (REDROBE, 2004).

Goulart (2004) recomenda a atropinização do paciente antes do protocolo anestésico


para prevenir complicações como bradicardia e bradipinéia, além de diminuir a secreção em
cavidade oral e vias respiratórias. A analgesia pode ser alcançada pelo uso de opioides como
butorfanol e meperidina, tanto para o transoperatório quanto no pós-operatório. Esses opioides
não produzem sedação ou anestesia geral quando usados isoladamente, mas agem como
potencializadores quando combinado com agentes anestésicos produzindo uma anestesia
satisfatória (CARPENTER, 2001; REDROBE, 2004).

A quetamina e a tiletamina são anestésicos muito utilizados em répteis, que


apresentam como uma das vantagens a margem de segurança, podendo ser administrados por
via intramuscular ou intravenosa. Podem ser utilizadas em conjunto ou associados a
benzodiazepínicos e opioides, com o objetivo de reduzir a dose dos anestésicos dissociativos,
gerando assim indução e recuperação mais rápida e suave, gerando melhor relaxamento
32

muscular e analgesia. A temperatura corporal também influencia na dose, onde temperaturas


mais baixas requerem doses menores (GOULART, 2004; SCHUMACHER, 2007).

Agentes inalatórios também são utilizados para se obter plano anestésico em répteis,
sendo o isoflurano o mais utilizado, sendo relatados, entretanto, que o isoflurano pode
produzir uma redução na frequência cardíaca de 25%, além de depressão respiratória
profunda, porém apresenta bons resultados na obtenção de planos anestésicos, além de um
retorno rápido (GOULART, 2004; BERTELSEN, 2007). O uso de anestésicos locais é uma
boa opção para se melhorar a analgesia, podendo ser utilizado em associação com a anestesia
injetável ou inalatória (LONGLEY, 2008).

No pós-operatório é recomentado a utilização de medicamentos da classe de


antiflamatórios não esteroidais como o cetoprofeno, carprofeno e meloxicam, pois possuem
atividade antiálgica por tempo prolongado nessa classe de animais, além do próprio efeito
antiflamatório, devido a maior meia vida desses medicamentos em repteis quando comparado
com mamíferos recomenda-se um maior espaçamento de administração (MOSLEY, 2005;
SCHUMACHER; YELEN, 2006).

2.4.3 Particularidade cirúrgica em répteis

Os princípios básicos da cirurgia na Medicina Veterinária se aplicam aos répteis com


algumas ressalvas, dentre as quais, não existe a necessidade de se fazer o jejum pré-
cirúrgico/anestésico, pois eles não apresentam regurtiação quando submetidos ao efeito das
drogas anestésicas, e espécies de serpentes e crocodilianos podem passar semanas sem ingerir
alimentos. A antissepsia deve ser realizada com clorexidine ou iodopovedine aquecidos a
temperaturas de 35 a 40º C, com auxílio de escova para limpeza da pele, uma vez que as
escamas possuem pequenas físsuras onde ocorre um maior depósito de sujeira que são
melhores higienizados pela ação das cerdas da escova. No transoperatório deve-se atentar para
a manutenção constante da temperatura dos animais através do uso de colchões térmicos,
bolsas de água quente ou outras fontes de calor (MADER, 2006; PÍPARO, 2007).

Na colocação de pano cirúrgico para isolamento da área cirúrgica não se deve utilizar
pinças, uma vez que répteis possuem tecido subcutâneo muito delgado, podendo assim atingir
um órgão interno. A sutura se assemelha aquela aplicada em mamíferos quando se refere aos
fios utilizados, contudo, fios absorvíveis podem demorar mais a serem absorvidos ou até
mesmo não sofrerem absorção, sendo assim, mais recomendado a utilização de fios menos
33

reagentes como nylon ou propileno, quanto a técnica, observando-se o comportamento natural


da pele dos répteis de inverter após alguma injuria, o recomendado é a utilização de suturas
que façam o efeito contrário, ou seja, suturas evertidas são as indicadas (MADER, 2006;
PÍPARO, 2007).

Comportamento de automutilação não é observado em réepteis após procedimentos


cirúrgicos, alguns autores afirmam que isso pode ser interpretado como ausência de dor,
porém, a analgesia no pós-operatório deve ser realizada. O tempo de remoção dos pontos são
mais longos que em mamíferos e aves, podendo levar de quatro a seis semanas até a remoção,
em caso de serpentes o mais indicado é remover a sutura após a primeira ecdise após o
procedimento cirúrgico (MADER, 2006; PÍPARO, 2007).

2.4.4 Afecções cirúrgicas répteis

O número de procedimentos cirúrgicos em répteis é inferior quando comparados a


mamíferos e aves. Uma grande quantidade de ocorrência de afecções com indicação cirúrgica
são as de ordem ortopédicas, geralmente causadas por trauma, porém, é comum a ocorrência
de fraturas devido ao desbalanceamento de cálcio e fósforo devido ao manejo alimentar
inadequado, sendo essencial sua correção no pós cirúrgico para que ocorra uma boa
cicatrização óssea. (MADER, 2006; GARCIA, 2012).

Existem diversos relatos de cirurgias ortopédicas em répteis na literatura nacional,


Castro et al. (2014) relataram um procedimento de osteossíntese mandibular com uso de
fixador interno em jiboia (Boa constrictor), Simone et al. (2011) fizeram a estabilização da
coluna vertebral em uma jiboia com placas de propileno e fios de nylon na forma de
hemicerclagem, Maticic et al. (2007) utilizaram pino intramedular para fixação de fratura de
fêmur em iguana-verde (Iguana iguana), todos com bons resultados e consolidações
satisfatória.

Muitas técnicas convencionais utilizadas nas outras classes podem ser empregadas
para os répteis, porém, existem algumas espécies com particularidades anatômicas que
necessitam de que novas técnicas sejam criadas para uma eficácia maior na estabilidade de
fraturas, como no caso dos testudines, que possuem carapaça e plastrão, com formas e
tamanhos variando de acordo com a espécie, que podem sofrer injúrias que necessitaram de
reparações. Existem na literatura diversos protocolos, procedimento, materiais e produtos
comerciais adaptados que são empregados na reparação desse tipo de fratura em testudines
34

(SANTOS et al. 2009; CUBAS; SILVA; CATÃO-DIAS, 2014). Valente et al. (2012)
utilizaram para reparação de fratura de carapaça em um tigre-d’água (Trachemys dorvignyi)
fios de aço associado a resina de polimetilmetacrilato com boa consolidação após 60 dias.

Uma afecção comum em testudines é a retenção de ovos, que quando a aplicação de


ocitocina não consegue resolver como tratamento conservativo, deve-se passar para métodos
não conservativos como a remoção cirúrgica dos ovos retidos. Nos machos, uma afecção
muito comum que pode levar a necessidade de tratamento cirúrgico é o prolapso peniano,
muito comum em jabuti-piranga (Chelonoids carbonária) no qual a conduta em caso de
cirurgia é o procedimento de penectomia com bons resultados de recuperação dos animais
afetados (MATIAS et al., 2006; RAMOS et al., 2009).

Outra afecção comum de ocorrer em répteis com necessidade de intervenção cirúrgica,


são os casos de prolapso de reto, havendo a necessidade de ressecção do segmento intestinal
afetado e enteroanastomose para correção do problema (ARAÚJO et al., 2012).

Ainda são escassos as publicações sobre essas afecções e a correção cirúrgica nessa
classe de animais, entretanto, o estudo dos reépteis vem ganhando cada vez maior importância
na Medicina Veterinária, seja pela necessidade conservacionista, seja pela procura crescente
da utilização como animais de companhia (MATIAS et al., 2006).

3 METODOLOGIA

Foram analisadas individualmente os prontuários es animais submetidos a


procedimentos e intervenções cirúrgicas no Ambulatório de Animais Silvestres (AAS) do
Hospital Veterinário Dr. Mário Dias Teixeira (HOVET) da Universidade Federal Rural da
Amazônia e que foram submetidos a intervenções cirúrgicas no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016.

As fichas de atendimento eram preenchidas no momento da consulta, através de


anamnese realizada pelo Médico Veterinário responsável. Essas fichas eram arquivadas e
completadas conforme o retorno dos pacientes ou de acordo com o histórico de internação.

Assim os dados coletados foram espécie, classe, diagnóstico, procedimento cirúrgico e


período da consulta. Os dados então foram classificados por classes atendidas, espécies dentro
de cada classe, tipo de procedimento realizado por classe.
35

Logo após a análise dos dados, foi estabelecida a frequência de cada variável por
período anual e no período total do estudo, de a comparar a evolução dos atendimentos dentro
do período estudado.

5 RESULTADOS

No período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016 foram atendidos ao total 522


animais silvestres e exóticos no Ambulatório de Animais Selvagens, destes 213 (41%)
pertenciam a classe Mammalia, 58 (11%) pertenciam a classe Reptilia e 251 (48%)
pertenciam a classe Aves, destes atendimentos, 81 (16%) foram realizados pelo menos um
procedimento cirúrgico.

Dos 81 animais que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos, 38 (47%)


pertenciam à classe Mammalia (Tabela 1), 18 (22%) à Reptilia (Tabela 3) e 25 (31%) à Aves
(Tabela 5).

Tabela 1 – Espécies de mamíferos silvestres e exóticos atendidos no


Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da
Universidade Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016, Belém, 2017.

Espécie Quantidade Porcentagem


Oryctolagus cuniculus (Coelho) 21 54%
Cavia porcellus (Cobaia) 5 12%
Bradypus variegatus (Preguiça-comum) 3 8%
Mesocricetus auratus (Hamster-sírio) 2 5%
Crisetulus griseus (Hamster-chinês) 1 3%
Cuniculus paca (Paca) 1 3%
Nassua nassua (Quati) 1 3%
Puma yagouarpundi (Gato-mourisco) 1 3%
Saguinus niger (Sagui) 1 3%
Saimiri sciureus (Macaco-de-cheiro) 1 3%
Sapajus apela (Macaco-prego) 1 3%
Total 38 100%

Dos 38 procedimentos cirúrgicos realizados em mamíferos, 4 (11%) foram de origem


ortopédica ou odontológica, sendo realizada uma (25%) extração dentária para tratamento de
fratura dentária em coelho (Oryctolagus cuniculus) associado a hipecrescimento de incisivos,
uma (25%) fixação de osso mandibular fraturado devido a atropelamento em um gato-
36

mourisco (Puma yagouarpundi), uma (25%) amputação de membro decorrente de infecção de


uma fratura exposta em uma preguiça-comum (Bradypus variegatus) e uma (25%) amputação
de dígitos decorrente de quadro de automutilação após fratura digital em coelho (O.
cuniculus).

Trinta e quatro (89%) procedimentos foram realizados em tecido mole, como a


drenagem cirúrgica de abscessos (29%) decorrentes de infecção cutânea em seis coelhos (O.
cuniculus), duas cobaias (Cavia porcellus), um em hamster-sírio (Mesocricetus auratus) e um
em sagui (Saguinus niger); debridamento cirúrgico em ferimentos diversos (18%) como
necrose decorrente de eletrocussão em duas preguiças-comum (B. variegatus), necrose
decorrente de queimaduras em uma paca (Cuniculus paca), remoção de tecido contaminado e
reavivação de bordos em ferimento de um macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus) atropelado,
remoção de tecido necrosado ao redor de ferimento em dois coelhos (O. cuniculus);
orquiectomia (20%) para controle reprodutivo e alteração de comportamento em seis coelhos
(O. cuniculus) e um em quati (Nasua nasua) pertencente ao plantel de um parque
zoobotânico; ovário-salpingohisterectomia (OSH) (8,9%) também para controle reprodutivo
em três coelhos (O. cuniculus) e uma cesárea (2,9%) de emergência seguido de OSH também
em um coelho (O. cuniculus), exérese de tumor, sendo uma hiperplasia mamária (2,9%) ( e
um tricoblastoma (2,9%) em dois cobaias (C. porcellus), uma papilomatose (2,9%) em
hamster-chinês (Crisetulus griseus) e um ameloblastoma (2,9%) em um macaco-prego
(Sapajus apella), e por último três cistotomia (8,9%) para remoção de cálculo vesical em um
coelho (O. cuniculus), em um cobaia (C. porcellus) e em um hamster-sírio (Mesocricetus
auratus) (Tabela 2).

Tabela 2 – Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados nos mamíferos


silvestres e exóticos atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens do
Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia no
período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016, Belém 2017.

Afecção/Procedimento cirúrgico Quantidade Porcentagem


Abscesso/Drenagem cirúrgica 10 26%
Controle reprodutivo/Orquiectomia 7 18%
Ferimento infeccionado/Debridamento 6 16%
Controle reprodutivo/OSH e/ou cesárea 4 11%
Neoplasia/Exérese de tumor 4 11%
Cálculo vesical/Cistotomia 3 8%
Continua...
37

...final
Fratura/Amputação de membro ou dígito 2 6%
Fratura/Fixação óssea 1 2%
Fratura dentária/Extração dentária 1 2%
Total 38 100%

Tabela 3 – Espécies de répteis atendidos no Ambulatório de Animais


Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da
Amazônia no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016, Belém, 2017.

Espécie Quantidade Porcentagem


Chelonoides spp. (Jabuti) 13 72%
Iguana iguana (Iguana-verde) 3 16%
Rhinoclemmys punctularia (Aperema) 1 6%
Podocnemis expansa (Tartaruga-amazônia) 1 6%
Total 18 100%

Dos 18 procedimentos cirúrgicos realizados nos répteis atendidos, dois (11%) tiveram
envolvimento ortopédico, sendo os dois procedimentos amputações de membro em duas
iguanas-verde (100%) (Iguana iguana) que tiveram fratura exposta com laceração profunda
na musculatura com comprometimento irreversível da irrigação sanguínea; três (17%) com
envolvimento misto (ortopédico e tecido mole), sendo um (33,3%) jabuti (Chelonoides spp)
com prolapso de pênis decorrente de obstrução intestinal por corpo estranho que passou pelos
procedimentos de penectomia para amputação do pênis e enterotomia para a retirada do corpo
estranho e uma (33,3%) jabuti (Chelonoides spp) com prolapso de oviduto decorrente de
retenção de ovos submetida a uma salpingostomia por celiotomia, em ambos os casos, para se
acessar a cavidade celomática os animais, foram submetidos a plastrotomia, que é a abertura
cirúrgica do plastrão que é um processo ortopédico e por último o caso de uma (33,3%)
aperema (Rhinoclemmys punctularia) que foi atropelada e apresentou politraumatismo e
exoftalmia, sendo submetida ao procedimento de osteossintese mandibular, enucleação dos
dois globos oculares e a colocação de sonda para alimentação forçada através de
esofagostomia.

Treze (72%) dos casos foram procedimentos envolvendo tecido mole, sendo eles oito
(62%) penectomias em jabutis (Chelonoides spp.), com inconclusiva causa primária do
prolapso peniano, porém, suspeitando-se de envolvimento nutricional-metabólico; três (23%)
38

debridamentos cirúrgicos de feridas, sendo a remoção de tecido necrosado em ambos os


membros anteriores em dois espécimes de jabutis (Chelonoides spp) atacados por ratos que
desenvolveram necrose profunda da musculatura e osteomielite e uma tartaruga-da-amazônia
(Podocnemis expansa) que apresentava uma úlcera por abrasão no membro posterior; uma
(8%) redução de prolapso de oviduto em uma jabuti (Chelonoides spp) e uma redução de alça
intestinal em uma (8%) iguana verde (I. iguana) que sofreu evisceração após ser atacada por
um cachorro (Tabela 4).

Tabela 4 – Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados em répteis


atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da
Universidade Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016, Belém, 2017.

Afecção/Procedimento cirúrgico Quantidade Porcentagem


Prolapso peniano/Penectomia 9 43%
Ferimento infeccionado/Debridamento 3 15%
Osteomielite/Amputação de membro 2 7%
Eventração/Evisceração 1 5%
Exoftalmia/Enucleação 1 5%
Fratura de mandíbula/Fixação óssea 1 5%
Obstrução intestinal/Enterotomia 1 5%
Prolapso de oviduto/Redução oviduto 1 5%
Prolapso de oviduto/Salpingostomia 1 5%
Sonda gástrica/Esofagostomia 1 5%
Total 21 100%

Tabela 5 – Espécies de aves atendidas no Ambulatório de Animais Selvagens


do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia no
período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016.

Espécie Quantidade Porcentagem


Ardea alba (Garça-branca) 8 32%
Amazona amazônica (Papagaio-mangue) 5 20%
Gallus gallus (Galo) 2 8%
Pulsatrix perspicillata (Murucututu) 2 8%
Rupornis magnirostris (Gavião-carijó) 2 8%
Butorides striata (Socozinho) 1 4%
Eudocimus ruber (Guará) 1 4%
Megaschops choliba (Corujinha-do-mato) 1 4%
Continua...
39

...fim
Pseudoscops clamator (Coruja-orelhuda) 1 4%
Pteroglossus sp. (Araçari) 1 4%
Tyto furcata (Suindara) 1 4%
Total 25 100%

Dos 25 procedimentos cirúrgicos realizado em aves, 13 (52%) foram ortopédicas,


sendo que todos foram amputação de asa, cinco (38%) em garças-branca-grande (Ardea alba),
dois (15%) em gaviões-carijó (Rupornis magnirostris), uma (8%) em murucututu (Pulsatrix
perspicillata), uma (8%) em um socozinho (Butorides striata) e uma (8%) em uma suindara
(Tyto furcata), todos esses animais foram encaminhados pelo Batalhão de Policia Ambiental
do Pará (BPA) com fratura exposta e sem histórico sobre as causas, um (8%) caso de uma
coruja-orelhuda (Pseudoscops clamator), também encaminhado pelo BPA, que apresentava
uma lesão em tecido mole da asa e que começou a apresentar comportamento de auto-
mutilação e destruição do tecido ósseo de uma das asas, sendo necessário recorrer a
amputação, outro caso semelhante foi o de um (8%) papagaio-do-mangue (Amazona
amazônica) que possuía uma fratura de rádio e ulna com aproximadamente de 20 anos, onde o
animal começou a apresentar comportamento de auto-mutilação e consequente osteomielite,
sendo necessário a amputação da asa afetada, e por último, um (8%) guará (Eudocimus ruber)
que apresentava uma asa com uma fratura fechada, mas devido a alteração da posição
anatômica apresentou laceração devido a fricção com o solo, sendo então, realizado a
amputação da asa afetada.

Doze (48%) dos procedimento foram realizados em tecido mole, sendo sete (58%)
debridamentos cirúrgicos de feridas, dois (18%) em galos (Gallus gallus) para remoção de
tecido necrosado em membros devido a pododermatite; três (25%) debridamento para
remoção de tecido necrosado em patágio de três garças-branca-grande (A. alba) e em uma
(8%) corujinha-do-mato (Megaschops choliba) e um (8%) debridamento de tecido
contaminado seguido de sutura em um (8%) papagaio-do-mangue (A. amazônica) atacado por
um cachorro; duas (17%) exéreses de tumor, sendo um lipoma em um papagaio-do-mangue
(A. amazônica) e remoção de múltiplos nódulos papilomatosos em uma murucututu (Pulsatrix
perspicillata); uma (8%) remoção de cisto de pena em um araçari (Pteroglossus sp.); uma
(8%) enucleação em um papagaio-do-mangue (A. amazônica) onde uma conjuntivite
bacteriana evoluiu para necrose do globo ocular, e por último uma reconstrução de ingluvio
40

em um (8%) papagaio-do-mangue (A. amazônica) que foi atacado por cachorro e teve seu
ingluvio parcialmente destruído (Tabela 6).

Tabela 6 – Afecções e procedimentos cirúrgicos realizados em aves


atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da
Universidade Federal Rural da Amazônia no período de janeiro de 2015 a
dezembro de 2016, Belém, 2017.

Afecção/Procedimento cirúrgico Quantidade Porcentagem


Fratura exposta/Amputação de asa 13 52%
Ferimento infeccionado/Debridamento 7 28%
Neoplasia/Exérese de tumor 2 8%
Cisto de pena/Exérese 1 4%
Infecção ocular/Enucleação 1 4%
Ruptura de ingluvio/ingluviotomia 1 4%
Total 25 100%

5 DISCUSSÃO

No presente trabalho, no período analisado foram atendidos 41% mamíferos (213),


11% (58) répteis e 48% (251) aves, onde pode ser observado uma maior casuística de
atendimento em aves o que corresponde com grande número de estudos, Pagano et al. (2009)
relatam uma ocorrência de atendimento de 88% de aves no Centro de Triagem de Animais
Selvagens da Paraíba, Chioquetta et al. (2009) fizeram um estudo de levantamento de animais
recebidos pelo SAAS entre os anos de 2008 e 2009 e obtiveram resultados semelhantes com o
atendimento de 109 animais, onde 72% (79) eram aves, 24% (26) mamíferos e 4% (4) répteis,
Rabbers et al. (2011) também obtiveram resultados com proporções semelhantes de
atendimentos, onde 84% (421) aves, 13% (66) mamíferos e 3% (13) répteis.

Essa grande ocorrência de aves registradas por diferentes autores está relacionado com
a rica auvifauna brasileira, sendo uma das maiores do mundo. A perda, degradação e
fragmentação de habitats, captura pra comércio ilegal e a caça são as principais ameaças às
aves brasileiras (MARINI; GARCIA, 2005).

Porém, no trabalho dos mesmos autores as aves são também a classe que mais foram
submetidas a procedimentos cirúrgicos, o que contraria o achado no presente trabalho, onde
os mamíferos se destacam com 38 (47%) procedimentos realizados no período, contra 25
(31%) procedimentos realizados em aves, essa discrepância pode se dar por dois motivos,
41

primeiramente um crescimento expansivo pela busca de procedimentos de controle de


natalidade em coelhos, com 10 procedimentos de orquiectomia ou
ovariossalpingohisterectomia, e também pelo fato de que grande número das aves atendidas
não poderem passar por cirurgia mesmo com a indicação, devido a falta de materiais
(instrumentais e insumos cirúrgicos) ou de cirurgião apto a realizar a técnica mais adequada,
especialmente procedimentos ortopédicos, sendo esses os grandes desafios em todos os
lugares que lidam com essas espécies.

Neto et al. (2016) fez um estudo retrospectivo de mamíferos e répteis recebidos pelo
CETAS de Boa Vista no ano de 2015, obtendo um grande número de recebimento de
mamíferos da ordem Pilosa, que no presente trabalho, foi o mamífero selvagem que mais
passou por procedimentos cirúrgicos, com o total de atendimento de 3 individuos,
representanto um total de 8% dos mamíferos e 4% do total de atendimentos, relata que são
animais fáceis de serem encontrados nos espaços urbanos em Boa Vista e que é comum o
acidente desses como queda de postes e acidentes com a fiação elétrica, como foi determinado
a causa das afecções dos animais atendidos no Ambulatório de Animais Selvagens no
presente trabalho.

Rodamilans et al. (2011) com um trabalho de atendimento de animais silvestres e


exóticos no hospital escola da UFBA no ano de 2011, referiram que dentre os mamíferos mais
atendidos os da ordem rodentia se destacaram com 44% dos atendimentos, seguido pelos
lagomorfos com 31%, tendo como principal queixa para ambas as classes, os problemas
odontológicos com necessidade de intervenção, os dados encontrados por esses autores
diferem do encontrado no presente trabalho, visto que os lagomorfos foram os mamíferos que
mais passaram por procedimentos cirúrgicos, com 21 animais atendidos, representando 54%
dos mamíferos, e os roedores domésticos com 8 animais ou 21% dos mamíferos, porém, no
trabalho é relatado que apenas 1,61% dos roedores e lagomorfos foram levados para
atendimento de rotina ou preventivo, contra 30% dos lagomorfos e roedores do presente
trabalho, onde 9 coelhos foram levados para procedimentos de controle de natalidade
preventivo.

Miranda et al. (2013) que fez um levantamento também na UFBA encontrou o oposto
de Rodamilians et al. (2011), onde os lagomorfos tiveram um maior número de atendimento
quando comparado com os roedores, corroborando o encontrado no presente trabalhos, e
demonstrando uma variação do número de atendimento dessas ordens em hospitais que
42

realizam o atendimento nessas espécies, encontrou também que as principais causas de


atendimentos foram distúrbios odontológicos, dermatológicos e fraturas, semelhante ao
encontrado nesse trabalho, onde pode-se observar grande número de procedimentos de
drenagem de abscessos e debridamento cirúrgico, contabilizando 10 procedimentos de
drenagem e 6 de debridamento, sendo sua grande maioria realizado em coelhos e roedores.

Tumeleiro et al. (2006) fizeram um levantamento sobre atropelamento em mamíferos


selvagens na região de Uruguaiana, e encontraram um grande índice de atropelamento
principalmente em animais da ordem carnívora, compondo 65% dos animais do estudo, no
presente trabalho houve um caso de atropelamento em um gato-mourisco (Puma
yagouarpundi), Prada (2004) afirma que o fato de carnívoros terem grandes áreas de vida os
expõe a várias travessias de estradas, e em alguns casos isso pode ser agravado pelo
comportamento de necrofagia que algumas espécies podem apresentar, outro caso de
atropelamento foi o ocasionado em um macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus), que segundo
Fahrig e Rytwinski (2009) atropelamentos é um grande potencial de afetar negativamente a
abundancia local de espécies que vivem próximos à áreas próximas a rodovias, causando a
redução populacional das mesmas, e apesar de várias espécies de macacos não serem capazes
de se deslocar por grandes distâncias pelo chão, populações acabam se isolando entre
fragmentos florestais cortados por rodovias, os forçando a realizar a travessia se expondo ao
risco de atropelamento, já que, suas habilidades e velocidade ao nível do solo ficam
prejudicadas em relação ao estrato arbóreo, favorecendo os acidentes.

Outro caso de atropelamento, no presente trabalho, diz respeito a um espécime de


Aperema (Rhinoclemmys punctularia) que apresentou um quadro de politraumatismo,
Hengemühle e Cademartori (2008) detectou em seu trabalho, sobre levantamento de animais
silvestres atropelados no Rio Grande do Sul, que a classe mais afetada foi a de répteis, com
41% dos 143 casos de vertebrados atropelados, sendo a espécie mais vitimada a Tartaruga-
tigre-d’água (Trachemys dorbigni), com um total de 19 indivíduos registrados, que possui
características semelhantes a Aperema, que segundo Lema (2002) é uma vitima frequente de
atropelamentos nas estradas devido sua locomoção lenta, por possuírem hábitos de fazer a
oviposição no mesmo local em que nasceram acabam atravessando estradas para alcançarem
esses locais, sendo comum de ser encontradas, no período de reprodução, fêmeas atropeladas
e ovos ainda por serem postos, espalhados pela pista.
43

Quanto aos répteis Rodamilans et al. (2011) no mesmo estudo demonstrou que todos
os atendimentos realizados nessa classe foram em jabutis com afecções de ordem reprodutiva
(prolapso peniano e prolapso de oviduto) e apenas um individuo iguana-verde, e Miranda et
al. (2013) encontraram que dos 89 répteis atendidos 81 eram jabutis e 4 iguanas, todos com
desordem reprodutiva, traumas e distúrbios gástricos, em ambos os trabalhos, o que se
observa é que os resultados se assemelham aos encontrados no atual trabalho, onde os jabutis
foram os que registraram número de casos (13), seguido pelas iguanas (3 casos), portanto
representando um total 88% dos répteis atendidos, e as principais afecções também são
semelhantes com nove casos de prolapso penianos em jabutis e 2 prolapsos de oviduto,
representando 52% dos procedimentos cirúrgicos realizados nos répteis e problemas
decorrentes de traumas com ou sem fratura, totalizando cinco casos ou 24% dos
procedimentos cirúrgicos nessa classe, perfazendo 76%, tanto nos trabalhos realizados pelos
autores acima citados quanto no presente, constatou-se que grande parte das afecções são
causadas por manejo inadequado, principalmente o manejo alimentar, demonstrando a
importância da aproximação desses proprietários com a conscientização ambiental para
melhorar o bem estar animal e evitar infecções e crimes ambientais.

Quanto as aves pode-se observar que 52% dos procedimentos foram de ordem
ortopédica, o que condiz com o achado por Helmer e Redig (2006), onde afirmam que injúrias
ortopédicas são frequentes em aves devido a sua anatomia, apesar de Bennett e Harrisson
(1994) terem ressaltado que cirurgias em tecido mole realizadas em aves tem aumentado
substancialmente nos últimos anos. Schimidt e Quesenberry (1997) e Reavill (2004) apontam
para um crescimento de cirurgias relacionadas com neo-formações, onde no presente trabalho
foram realizados dois procedimentos dessa ordem (8%), Altman (1999) diz que cirurgias
abdominais e torácicas, especialmente em animais muito pequenos, continuam ainda a ser um
desafio nessa classe de animais.

Burr (1987) e Forbes e Lawton (1996) em seus estudos encontraram as mesmas ordens
de aves das encontradas nesse estudo, com exceção da ordem pelecaniforme, aqui
representada pela garça-branca (Ardea alba) e o socozinho (Butorides striata), isso
provavelmente ocorreu devido a grande presença dessas espécies na região do presente
trabalho e da aproximação desses animais com o ambiente urbano somado com o hábito da
população de arremessar objetos contra esses animais com o intuito de vê-los voando.
44

Em segundo lugar a ordem de maior ocorrência foram os psitacídeos, onde Arnaut


(2006), Gondim et al. (2006), Santos et al. (2008) e Sinhorini (2008) demonstraram a grande
ocorrência dessas aves no atendimento clínico cirúrgico em seus estudos. O que se justifica ao
considerar que o Brasil possui o maior número de espécies de psitacídeos no mundo, essa
abundancia de espécies associado a inteligência e habilidade em imitar os sons humanos faz
com que sejam um dos animais mais procurados como animal de estimação (SICK, 1997) o
que sugere a alta predominância dessa ordem no atual estudo.

A alta prevalência de rapinantes com sete indivíduos ou 28% dos casos, sendo cinco
strigiformes, e dois accipitriformes se dá pela presença abundante dessas espécies no local da
realização do estudo, com grande presença de áreas verdes, além de serem espécies que já
apresentam um certo grau de adaptação ao meio urbano.

6 CONCLUSÃO

Esse estudo auxilia na compreensão da importância que a Medicina Veterinária


voltada para a clínica e cirurgia de animais silvestres e exóticos possui, e que a procura por
serviços especializados nessa área demandam cada vez mais profissionais que estejam
preparados para lidar com as diferentes ocorrências cirúrgicas nas mais diversas espécies.

Possibilita também um maior conhecimento das espécies de animais presente nessa


região estudada, demonstrando que mamíferos e aves são as classes de maior ocorrência,
porém existe uma demanda para répteis, levando a necessidade de se obter equipamentos e
materiais específicos para tratamento mais adequado nos indivíduos de cada uma dessas
classes estudadas, propiciando tratamento mais eficaz para cada paciente, diminuindo o
impacto da urbanização e do tráfico de animais sobre a vida e a saúde dessas espécies que são
utilizadas como animais de companhia ou mesmo aqueles de vida livre que sofrem acidentes
decorrente do encontro com a população humana.
45

8 BIBLIOGRAFIA

ADANIA, H. A.; SILVA, J. C. R.; FELIPPE, P. A. N. Carnivora – Felidae (Onça,


Suçuarana, Jaguatirica, e Gato-do-mato) Cap 37. In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.;
CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed. São Paulo:
Roca, 2014;
ALTMAN, R. B. Twenty year of progress in avian anestesia and surgery. Journal of the
American Veterinary Medical Association, v. 212, n. 8. 1998;
ARAÚJO, G. D.; CRUZ, R .L.; SILVA, L. V. P.; PORT, A. C. M.; LEMOS, S.;
KANAYAMA, C. Y. Protocolo anestésico e conduta cirúrgica para tratamento de
prolapso de reto em teiú (Tupinambis merianae), LINNAEUS, 1758 – Relato de caso.
PUBVET, v. 6, n. 3. 2012;
ARNAUT, L. S. Estudos radiográficos das afecções do Sistema esquelético em aves.
FMVZ/USP, São Paulo, 2006;
ATHAYDE, G.C. Tratamento de lesões traumáticas em sucuri (Eunectes murinus). 15 f.
Tese (Especialização em Clínica e Cirurgia de Animais Selvagens e Exóticos) – Universidade
Castelo Branco, 2007;
BASTOS, R.P.; MOTTA, J.A.O.; LIMA, L.P., GUIMARÃES, L.D.’A. Anfíbios da floresta
nacional de Silvânia, estado de Goiás. 1ª Edição. Goiânia-GO: Editora Semarh, 2003;
BENNETT, R. A. Orthopedic surgery. In: ALTMAN, R. B.; CLUBB, S. L.;
DORRESTEIN, G. M. QUESENBERRY, K. Avian medicine and surgery. Philadelphia:
W.B. Sauders, 1997;
BENNETT, R. A.; HARRISON, G. J. Soft tissue surgey. In: RITCHIE, B. W.; HARRISON,
G. J.; HARRISON, L. R. Avian medicine: principles and application. Florida: Wingers,
1994;
BERNARDINO, R. I. Fundamentos da cirurgia em animais selvagens. Cap 107. In:
CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens –
medicina veterinária. 2ed. São Paulo: Roca, 2014;
BERTELSEN, M. F. Squamates (Snakes and Lizards). In: WEST, G.; HEARD, D.;
CAULKETT, N. Zoo Animals & Wildlife Immobilization and Anesthesia. 1ª Edição.
Blackwell Publishing, 2007;
BOLSON, J.; SCHOSSLER, J. E. W.; MACHADO, G.; ZEMBRZUSKI, F. B. Pino ósseo
homólogo conservado em glicerina a 98% e hemicerclagem com fio de poliglactina 910
na osteossíntese umeral de pombos domésticos. Ciência Rural, v. 38, n. 7. 2008;
BOWLES, H. L. ; ODBERG, E. ; HARRISON, G. L.; KOTTWITZ. Surgical resolution of
soft tissue disorders. In: HARRISON, G. L.; LIGHTFOOT, T. L. Clinical avian medicine.
Florida: Spix, 2006;
BRODNER, R. A.; MARKOWITZ, R. S.; LANTNER, H. J. Feasibility of intracranial
surgery in the primate fetus. Journal of Neurosurgery, v. 66, n. 2. 1987;
BURR, E. W. Companion bird medicine. Ames: Iowa State University Press, 1987;
46

CAMPBELL, T. W. Hematology of reptiles. In: THRALL, M. A.; WEISER, G.; ALLISON,


R.; CAMPBELL, T. W. Veterinary hematology and clinical chemistry. 2ª Edição.
Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins, 2004;
CARDOSO, M.D.; ALBUQUERQUE, M.C.; CAMARGO, M.B., CAMPOS, S.D.E.;
CARVALHEIRA, L.R.; BRUNO, S.F. Estudo retrospectivo das afecções
odontoestomatológicas em mamíferos selvagens e exóticos atendidos no Hospital
Veterinário Firmino Mársico Filho. Universidade Federal Fluminense, RJ, Brasil. In: V
Simpósio Brasileiro sobre Animais Silvestres e Selvagens – UFV, Viçosa, 2010;
CARPENTER, J. W. Exotic Animal Formulary. 3ª Edição. Manhattan: Elsevier Saunders,
2001;
CASTRO, J. L. C.; SANTALUCIA, S.; PACHALY, J. R.; JUNIOR, J. A. V.; CASTRO, V.
S. P.; BATHAZAR, D. A.; SPADETTI, A. L.; SOUZA, W. N.; FEDULLO, L. P. L.;
RAISER, A. G. Osteossíntese mandibular em jiboia (Boa constrictor). Ciências Agrárias,
v. 35, n. 2. 2014;
CATÃO-DIAS, J.L. Doenças e seus impactos sobre a biodiversidade. Ciência e Cultura,
São Paulo, v. 55, n. 3, p. 32-34, 2003;
CHEBEZ, J. C.; AGUILAR, R. F. Order Falconiformes (hawks, eagles, falcons, viltures).
In: FOWLER, M. E.; CUBAS, Z. S. Biology, medicine and surgery of south American
wild animals. Ames: Iowa State University Press, 2001;
CHIOQUETTA, R; WEINERT, N. C.; LIMA, E. L.; SOUSA, A. C.; ISSAKOWICZ, J. C.;
TRANQUILIM, M. V.; LEHMKUHI, R. C.; CARRASCO, A. O. T. Estudo retrospectivo
preliminar de casos recebidos pelo SAAS – Serviço de Atendimento de Animais
Selvagens, no período de 2008 a 2009. Anais do XVIII EAIC. 2009;
COLES, B. H. Essentials of avian medicina and surgery. 3ª Edição. Oxford: Blackwell
Publishing, 2007;
CUBAS, Z. S.; GODOY, S. N. Medicina e patologia de aves de companhia. In: AGUILAR,
R.; HERNÁNDEZ-DIVERS, S. M.; HERNÁNDEZ-DIVERS, S. J. Atlas de medicina,
terapêutica e patologia de animais exóticos. 1ª Edição. São Caetano do Sul: Interbook,
2007;
CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens –
medicina veterinária. 2ed. São Paulo: Roca, 2014;
DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. 2ª
Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997;
EVANS, H. E. Anatomy of the budgerigar. In: PETRAK, M.L. Diseases of cage and
aviary birds. 2ª Edição. Philadelphia: Lea & Febiger, 1982;
FAHRIG, L.; RYTWINSKI, T. Effects of roads on animal abundance: an empirical
review and synthesis. Ecology and Society, Carleton, 2009;
FILIPPICH, L. J. Tumor control in birds. Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine,
2004;
47

FONTIN, C. M. O. Levantamento prospectivo dos animais silvestres, exóticos e


domésticos não convencionais, em cativeiro domiciliar, atendidos em clínicas
particulares no município de São Paulo: aspectos do manejo e principais afecções.
Dissertação (Mestrado em Patologia Experimental e Comparada). São Paulo: Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2005;
FORBES, N. A.; LAWTON. M. P. C. Introduction. In: BEYNON P.H., FORBES N. A.;
LAWTON M. P. C. Manual of Psittacine Birds. BSAVA, Cheltenham, 1996;
FOWLER, M. E. Order Strigiformes (owls). In: FOWLER, M. E.; CUBAS, Z. S. Biology,
medicine and surgery of south american wild animals. Ames: Iowa State University Press,
2001;
FOWLER, M. E. Reptiles. In: FOWLER, M. E. Restraint and Handlingof Wild and
Domestic Animals. 3ª Edição. Blackwell Publishing, 2008;
FRYE, F. L. Condições Patológicas Relacionadas ao Ambiente de Cativo. In: VILANI, R.
G. D. C. Avanços na Medicina de Répteis. 1ª Edição. Curitiba: Finep, 2007;
GARCIA, P. B. Comparativo entre dois padrões de síntese cutânea e três tipos de
material de síntese em serpentes (Bothropoides jararaca). Tese (Mestrado em Ciência
Veterinária) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2012;
GILMORE, D. P.; DACOSTA, C. P.; DUARTE, D. P. An update on the physiology of two-
and three-toed sloths. Braz J Med Biol Res, v. 33. 2000;
GLATSTON, A. R.; GEILOET-SOETEMAN, E.; HORA-PACEK, E.; VAN HOFF, J. A. R.
A. M.; . The influence of the zoo environment on social behavior of groups of
cottontopped tamarins, Saguinus oedipus oedipus. Zoo Biology, v. 3.1984;
GONDIM, L. S. Q.; GOMES, D. M.; MAIA, P. C. C. Casuística de aves selvagens
atendidas de 2002 a 2004 na Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da
Bahia. Congresso Brasileiro de Zoologia, Londrina, 2006;
GOULART, C. E. S. Herpetologia, Herpetocultura e Medicina de Répteis. 1ª Edição. L.F.
Livros, 2004;
HARCOUR-TBROWN, F. Textbook of rabbit medicine. Butterworth Heinemann, 2002;
HARCOURT-BROWN, N. H. Pelvic limb problems. In: BEYNON, P. H.; FORBES, N. A.;
LAWTON, M. P. C. Manual of psittacine bird. Cheltenham: BSAVA, 1996;
HAWKINS, M.; PASCOE, P. J.; Analgesia em pequenos mamíferos exóticos. Cap 96. In:
CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens –
medicina veterinária. 2ed. São Paulo: Roca, 2014;
HAWKINS, M.; PAUL-MURPHY, J. Analgesia em aves. Cap. 95. In: CUBAS, Z. S.;
SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina
veterinária. 2ed. São Paulo: Roca, 2014;
HEARD, D. J. Rodents. In: WEST, G.; HEARD, D.; CAULKETT, N. (eds.) Zoo animal &
wildlife immobilization and anesthesia. Ames: Blackwell Publishing, 2007;
48

HEARD, D. Reptile Anesthesia. Veterinary Clinics of North America: Exotic Animal


Practice Analgesia and Anesthesia, v.4, n. 1. , 2001;
HELMER, P.; REDIG, P. T. Surgical resolution of orthopedic disorders. In: HARRISON,
G. J.; LIGHTFOOT, T. L. Clinical avian medicine. Florida: Spixa, 2006;
HENGEMÜHLE, A; CADEMARTORI, C. V. Levantamento de mortes de vertebrados
silvestres devido a atropelamento em um trecho da estrada do mar (rs-389).
Biodiversidade Pampeana, Uruguaiana, 2008;
HOFF, H. E.; COLES, S. K.; SZABUNIEWICZ, M.; McCRADY, J. D. The respiratory
heart rate relationship in the armadillo. Cardiovasc Res Cent Bull, v. 21, p. 3765. 1982;
IBAMA. Lei de Crimes Ambientais. 2015. Disponível em: <www.ibama.gov.br> Acesso em
16 de setembro de 2016;
IKAI, A.; RIEMER, R. K.; RAMAMOORTHY, C.; MALHARTA, S.; CASSORLA, L.;
AMIR, G.; HANLEY, F. L.; REDDY, V. M. Preliminary results of fetal cardiac bypass in
nonhuman primates. J Thorac Cardiovasc Surg, v. 129, n. 1. 2005;
INSTITUTO CHICO MENDES (ICMBIO). Portal da biodiversidade, 2012. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira.html.> Acesso em: 16 de
setembro de 2016;
JANSSEN, D. L. Diseases of great apes. Cap 31. In: FOWLER, M. E. Zoo and wild animal
medicine – Current therapy. 3. ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 1993;
JANZEN, D. H. Keystone plant resources in the tropical forest: conservation biology. In:
SOULÉ, M. E. (ed.). The Science of Scarcity and Diversity.Sinauer Associates, p. 330-344.
1986;
JUDAH, V.; NUTTALL, K. Exotic Animal Care and Management. 1ª Edição. New York:
Thmson, 2008;
KIRCHGESSNER, M.; MITCHELL, M. A. Quelonians. In: MITCHELL, M. A.; TULLY, T.
N. Current Therapy in Exotic Pet Practice.1ª Edição. Elsevier Saunders, 2009;
LASCELLES, B. D. X.; CAPNER, C. A.; WATERMANPEARSON, A. B. Current British
veterinary attitudes to perioperative analgesia for cats and small mammals. Vet Record,
v. 145. 604p. 2000;
LEMA, T. Os répteis do Rio grande do Sul: atuais e fósseis – biogeografia – ofidismo.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002;
LEVITT, L. Avian orthopedics. Compendium Continuing Education Practicing
Veterinarian, v. 11, n. 8, p. 1989;
LIGHTFOOT, T. L. Clinical avian neoplasia and oncology. In: HARRISON, G. J.;
LIGHTFOOT, T. L. Clinical avian medicine. Florida: Spix, 2006;
LONGLEY, L. A. Reptile anaestheisa. In: LONGLEY, L. A. Anaesthesia of Exotic Pets.
Elsevier Saunders. 1ª Edição. Elsevier Saunders, 2008;
LOOMIS, M. R. Great apes. cap. 39. In: FOWLER, M. E.; MILLER, R. E. Zoo and wild
animal medicine. 5. ed. Saint Louis: W. B. Saunders, 2003;
49

MADER, D. R. Reptile Medicine and Surgery. 2ª Edição. Marathon: Sauders Elsevier,


2006;
MARINI, M. Â; GARCIA, F. I. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, Brasília.
2009;
MARTIN, H.; RITCHIE, B. W. Orthopedic surgical techniques. In: RITCHIE, B.W.;
HARRISON, G. J.; HARRISON, L. R. Avian medicine: principles and application.
Florida: Wingers, 1994;
MATIAS, C. A. R.; ROMÃO, M. A. P.; TORTELLY, R.; BRUNO, S. F.; Aspectos
fisiopatológicos da retenção de ovos em Jabutipiranga (Geochelone carbonária) Spix,
1824). Ciência Rural, v. 36, n. 5, p. 1494-1500, 2006;
MATICIC, D.; STEJSKAL, M.; VNUK, D.; STANIN, D.; BABIC, T.; PECIN, M. Internal
fixation of a femoral fracture in a green iguana developing metabolic bone disease – a
case report. Veterinarski Arhiv, v. 77, n. 1; 2007;
MIRANDA, E. E. O descobrimento da biodiversidade: a ecologia de índios, jesuítas e
leigos no século XVI. São Paulo: Edições Loyola. 183p. 2004;
MITCHELL, M. A. Snakes. In: MITCHELL, M. A.; TULLY, T. N. Current Therapy in
Exotic Pet Practice.1ª Edição. Elsevier Saunders, 2009;
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade – Fauna. 2015. Disponível em:
www.mma.gov.br/mma-em-numeros/biodiversidade Acesso em 16 de setembro de 2016;
MOSLEY, C. A. E. Anesthesia and Analgesia in Reptiles. Seminars in Avian and Exotic
Pet Medicine, v. 14, n. 4. 2005;
NETO, R. S. F.; SOUZA, J. R. S.; SPOHR, K. A. H.; LIMA, G. L.; LIMA, E. F. Perfil das
aves depositadas no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Boa Vista,
Roraima, no ano de 2015. Anais do XIX Congresso e o XXV Encontro da Associação
Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens. Goiânia, 2016;
NUNES, A. L. V.; CATÃO-DIAS, J. L. Primates – primatas do velho mundo (Babuíno,
Mandril, Chimpanzé, e Orangotango). Cap 35. In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-
DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed. São Paulo: Roca,
2014;
O’MALLEY, B. General Anatomy and Physiology of Reptiles. In: O’MALLEY, B.
Clinical Anatomy and Physiology of Exotic Species. 1ª Edição. Elsevier Saunders, 2005;
OKERMAN, L. Diseases of domestic rabbits. Massachusetts: Blackwell Scientific
Publications, 1988;
OLBERG, R. A. Monkeys and gibbons. In: WEST, G.; HEARD, D.; CAULKETT, N. (eds.)
Zoo animal & wildlife immobilization and anesthesia. Ames: Blackwell Publishing, 2007;
Ornithologia. João Pessoa. 2009;
PAGANO, S. A. I; SOUZA, A. E. B. A.; WAGNER, P. G. C.; TAMAR, R. R. C. Aves
depositadas no Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA
50

PEREIRA, R. J. G. Falconiformes e Strigiformes (Águia, Gavião, Falcão, Abutre,


Coruja). In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais
selvagens – medicina veterinária. São Paulo: Roca, 2007;
PESSOA, C. A. Lagomorpha (Coelhos, Lebre e tapiti). Cap 56. In: CUBAS, Z. S.; SILVA,
J. C. R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed.
São Paulo: Roca, 2014;
PESSUTTI, C.; SANTIAGO, M. E. B.; OLIVEIRA, L. T. F. Order Carnivora, Family
Canidae (Dogs, Fox, Maned Wolves). In: FOWLER, M. E.; CUBAS, Z. S. Biology,
medicine, and surgery of South American wild animals. 1 ed. Ames: Iowa State University
Press, 2001;
PÍPARO, L. J. Particularidades Cirúrgicas em Répteis. In VILANI, R. G. D. C. Avanços
na Medicina de Répteis. 1ª Edição. Curitiba: Finep, 2007;
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; McFARLAND, W; N. A vida dos vertebrados. São Paulo:
Atheneu Editora São Paulo, 834p. 1993;
PRADA, C. S. Atropelamento de vertebrados silvestres em uma região fragmentada no
nordeste no estado de São Paulo: Quantificação do impacto e análise de fatores
envolvidos. UFSC, São Carlos, 2004;
PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: Efrain Rodrigues.
328p. 2002;
QUINTON, J. F. Novos animais de estimação – Pequenos mamíferos. São Paulo: Roca,
2005;
RAMOS, R. M.; VALE, D. F.; HANAWO, M. E. O. C.; FERREIRA, F. S.; LUZ, M. J.;
OLIVEIRA, A. L. A. Penectomia em caso de prolapso peniano em Jabuti-Piranga
(Geochelone carbonaria) – Relato de caso. Jornal Brasileiro de Ciência Animal, v. 2, n. 3.
2009;
REAVILL, D. R. Tumor of pet birds. Veterinary Clinics Exotic Animal Practice, 2004;
REDROBE, S. Anaesthesia and analgesia. In: GIRLING, S. J; RAITI, P. BSAVA Manual
of Reptiles. 2ª Edição. BSAVA, 2004;
REIS, N. R.; PERACCHI, A. L.; PEDRO, W. A.; LIMA, I. P. Mamíferos do Brasil.
Londrina: UEL. 437p. 2006;
RICHARDSON, V. C. G. Rabbits: health, husbandry and diseases. Reino Unido:
Blackwell Publishing, 2000;
RODAMILANS, G.; BEZERRA, M. B.; MACIEAL, R. L.; FERREIRA, P. R. B.; MAIA, P.
C. C. Casuítica de animais silvestres atendidos na escola de medicina veterinária da
UFBA (2011). III Encontro Nordestino dos Grupos de Estudo em Animais Selvagens.
Aracajú, 2011;
SABINO, J.; PRADO, P.I.K.L. Vertebrados. In: Avaliação do estado do conhecimento da
diversidade brasileira. T. LEWINSOHN (Org.), Série biodiversidade, v. 15. Ministério do
meio ambiente (MMA). Brasília: vol. I – 296p. 2005;
51

SANTOS, A. L. Q.; BOSSO, A. C. S.; JUNIOR, J. R. F. A.; BRITO, F. M. M.; PACHALLY,


J. R.; JUNIOR, R. H. A. Pharmacological Restraint of Captivity Giant Amazonian Turtle
Podocnemis Expansa (Testudines, Podocnemididae) with Xylazine and Propofol. Acta
Cirúrgica Brasilera, v. 23, n. 3. 2009;
SANTOS, G. C.; MATUELLA, G. A.; CORAIOLA, A. M; SILVA, L. C. S.; LANGE, R. R.;
SANTIN, E. Doenças de aves selvagens diagnosticadas na Universidade do Paraná (2003-
2007). Pesquisa Veterinária Brasileira, 2008;
SANTOS, R.L. Pesquisa científica em medicina veterinária no Brasil e sua
contextualização global. Revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária, v. 18, n. 57,
p. 66-70, 2012;
SCHMIDT, R. E.; QUESENBERRY, K. Neoplasia. Neoplasic diseases. In: ALTMAN, R.
B.; CLUBB, S. L.; DORRESTEIN, G. M.; QUESENBERRY, K. Avian medicine and
surgery. Philadelphia: W.B. Saunders, 1997;
SCHULTE, M.S.; RUPLEY, A.E. Avian care and husbandry. Vet. Clin. North Am. Exot.
Anim. Pract., v. 7, 315-350, 2004;
SCHUMACHER, J. Chelonians (Turtels, tortoise and Terrapins). In: WEST, G.; HEARD,
D.; CAULKETT, N. Zoo Animals & Wildlife Immobilization and Anestheisa. 1ª Edição.
Blackwell Publishing, 2007;
SCHUMACHER, J. YELEN, T. Anesthesia and Analgesia. In: MADER, D. Reptile
Medicine and Surgery.2ª Edição. Elsevier Saunders, 2006;
SICK, H. Ornitologia brasileira. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997;
SIMONE, S. B. S.; ANDRADE, M. B.; HIRANO, L. Q. L.; COSTA, F. R. M.; SANTOS, A.
L. Q. Utilização de Placas de polipropileno e fios de náilon na técnica de fixação espinhal
segmentar modificada em uma jiboia. Ciência Rural, v. 41, n. 5, 2011;
SINHORINI, J. A. Neoplasias em aves domésticas e silvestres mantidas em domicílio: 18
avaliação anatomopatológica e imunoistoquímica. FMVZ/USP, São Paulo, 2008;
SLEEMAN, J. Great apes. In: WEST, G.; HEARD, D.; CAULKETT, N. (eds.) Zoo animal
& wildlife immobilization and anesthesia. Ames: Blackwell Publishing, 2007;
STORER, T. I.; USINGER, R. L. Zoologia geral. São Paulo: 4 ed. Editora Nacional, 757p.
1974;
TEIXEIRA, V. N. Rodentia – roedores exóticos (Rato, Camundongo, Hamster, Gerbilo,
Porquinho-da-índia e chinchila). Cap 55. In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS,
J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed. São Paulo: Roca, 2014;
TUMELEIRO, L. K.; KOENEMANN, J.; ÁVILA, M. C. N.; PANDOLFO, F. R.;
OLIVEIRA, E. V. Notas sobre mamíferos da região de Uruguaiana: estudo de indivíduos
atropelados com informações sobre a dieta e conservação. Biodiversidade Pampeana.
Uruguaiana, 2006;
VERONA, C. E.; PISSINATTI, A. Primates – primatas do novo mundo (Sagui, Macaco-
prego, Macaco-aranha, Bugio e Muirqui). Cap. 34. In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.;
52

CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed. São Paulo:
Roca, 2014;
VILANI, R. G. D. C. Anestesia injetável e inalatória. Cap 97. In: CUBAS, Z.S.; SILVA,
J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens – medicina veterinária. 2ed. São
Paulo: Roca, 2014;
VILANI, R. G. D. O. C. Contenção química e anestesia em primatas não humanos. In:
KINDLOVITS, A.; KINDLOVITS, L. M. (eds.) Clínica e terapêutica em primatas
neotropicais. Rio de Janeiro: L.F. Livros, 2009;
VOGEL, I.; DE THOISY, B.; VIE, J. C. Comparison of injectable anesthetic combinations
in freeranging twotoed sloths in French Guiana. J Wildl Dis, v. 34. 1998;
WACK, R. F. Felidae. cap. 48 In: FOWLER, M. E.; MILLER, R. E. Zoo and wild animal
medicine. 5. ed. Saint Louis: Elsevier Science, 2003;
WALLACH, J. D.; BOEVER, W. J. Diseases of exotic animals – medical and surgical
management. Philadelphia: W.B. Saunders, 1983;
WEST, G.; CARTER, T.; SHAW, J. Edentates (Xenartha). In: WEST, G.; HEARD, D. J.;
CAULKETT, N. (eds.) Zoo animal & wildlife immobilization and anesthesia. Ames:
Blackwell Publishing, 2007;

Você também pode gostar