Tese Completa Original
Tese Completa Original
Tese Completa Original
Ribeirão Preto
2018
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Ribeirão Preto
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Aprovado em:
Banca Examinadora
Center for Food Safety and Applied Nutrition (CFSAN) - Food and Drug Administration
(FDA), na cidade de College Park, Maryland, Estados Unidos, onde foram realizados, durante
o período de doutorado sanduíche no exterior, os experimentos do sequenciamento do genoma
completo sob a orientação do Dr. Marc W. Allard.
Dedico este trabalho aos meus pais
Jair e Onélia, pelo apoio e amor incondicionais
que me fizeram chegar até aqui!
Agradecimentos
A Deus por me iluminar e me guiar durante toda a minha trajetória me concedendo forças e
esperança para sempre prosseguir, mesmo diante dos obstáculos;
À minha orientadora Profª Drª Juliana Pfrimer Falcão pela oportunidade em realizar este
trabalho, pelos ensinamentos concedidos durante toda a minha trajetória na pós-graduação,
por toda a paciência e confiança em mim depositada e por sempre se mostrar tão disponível
em todas as situações. Os meus mais sinceros agradecimentos!
Aos amigos do laboratório, Amanda, Carolina, Fábio, Felipe, Júlia e Roberto, pela
disposição em ajudar, pelas inúmeras sugestões, pelas valiosas discussões científicas e pelos
agradáveis momentos de descontração. É uma honra fazer parte desse grupo!
Aos meus pais Jair e Onélia, às minhas irmãs Liliane e Viviana por sempre me apoiarem,
pelo amor incondicional e por compreenderem as minhas ausências. Em especial à minha
mãe, por sempre estar comigo, por ser o meu refúgio e por me fazer enxergar esperança em
todos os percalços da vida. Aos meus sobrinhos Rafael e Isabela por me ensinarem o
verdadeiro significado do amor na sua forma mais pura e sincera e por me fazerem enxergar
alegria nas coisas mais simples da vida. Amo todos vocês!
Às queridas amigas Heliara e Renata pelo ótimo convívio, por tornarem os meus dias em
Ribeirão Preto mais divertidos e felizes, e por estarem sempre presentes na minha vida mesmo
depois que a distância física nos foi imposta;
À Vania Claudia de Albuquerque pelo auxílio administrativo, pela ajuda com o resumo em
espanhol e pela amizade;
À Jaqueline Passaglia e Eliane Figueiredo pelo apoio técnico no decorrer deste trabalho;
À Pesquisadora Dra. Marta Inês Cazentini Medeiros do Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão
Preto (IAL-RP), pela valiosa colaboração estabelecida;
Ao Prof. Dr. Dimas Tadeu Covas pelo uso do sequenciador no Laboratório de Genética
Molecular e Bioinformática da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo (FMRP-USP) nas dependências da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto;
Ao Dr. Marc W. Allard pela oportunidade de estágio em seu laboratório no Food and Drug
Administration (FDA), durante o período de doutorado sanduíche no exterior para a realização
da metodologia de sequenciamento do genoma completo, à Guojie Cao pelo auxílio com a
análise dos dados, à Daniela Miller pelo apoio técnico com os experimentos de
sequenciamento e à Maria Sanchez Leon pelo trabalho de depósito e liberação dos dados do
sequenciamento junto ao NCBI;
Ala Alanina
Asn Asparagina
Asp Aspartato
ATCC American Type Culture Collection
BHI Brain heart infusion
C. Campylobacter
CCAMP Coleção de Campylobacter
CCD Cromatografia de camada delgada
CDC Centers for Disease Control and Prevention
CIM Concentração inibitória minima
Cip Ciprofloxacina
CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute
CRISPR Clustered regularly interspaced short palindromic repeats
D Índice de discriminação
DNA Ácido desoxirribonucleico
dNTP Desoxinucleotídeos trifosfatados
D.O. Densidade óptica
Dox Doxiciclina
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
EFSA European Food Safety Authority
Eri Eritromicina
FBP Solução redutora de oxigênio
FDA Food and Drug Administration
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
GARLI genetic algorithm for rapid likelihood inference
HRMA High resolution melting analysis
IDT Integrated DNA Technologies
Ile Isoleucina
Lys Lisina
MG Minas Gerais
MLST Multilocus sequence typing
ND Não detectado
Pb Pares de bases
PCR Polymerase chain reaction
PFGE Pulsed field gel electrophoresis
qPCR PCR em tempo real
q.s.p. Quantidade suficiente para
RJ Rio de Janeiro
RPM Rotações por minuto
rRNA RNA ribossômico
RS Rio Grande do Sul
SNP Single nucleotide polymorphism
SP São Paulo
spp. Espécies
ST Sequence type
Subesp. Subespécie
SVR Small variable region
TAE Tris Acetato EDTA
TBE Tris Borato EDTA
TE Tris EDTA
Temp Temperatura
Tet Tetraciclina
Thr Treonina
Tris Hidroximetilaminometano
TSA Tryptone soya agar
UFC Unidade formadora de colônia
UPGMA Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean
Val Valina
LISTA DE SÍMBOLOS
% Porcentagem
™ Trademark
® Marca registrada
°C Graus Celsius
Ʃ Somatório
≥ Maior ou igual a
µg Micrograma (s)
µL Microlitro (s)
A Adenina
C Citosina
cm Centímetro (s)
g Grama (s)
G Guanina
HCl Ácido clorídrico
Kb Quilobase (s)
L Litro (s)
M Molar
mg Miligrama (s)
MgCl2 Cloreto de magnésio
MgSO4 Sulfato de Magnésio
mL Mililitro (s)
mm Milímetro (s)
mM Milimolar
NaCl Cloreto de sódio
NaOH Hidróxido de sódio
ng Nanograma (s)
nm Nanômetro (s)
pmol Picomol
T Timina
U Unidade (s)
V Volt (s)
X Vez (es)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 25
1.1. História e Taxonomia ................................................................................................ 25
1.2. O gênero Campylobacter ........................................................................................... 26
1.2.1. Características do microrganismo ........................................................................... 27
1.2.2. Manifestações clínicas e patogênese ...................................................................... 29
1.2.3. Genes e fatores de virulência .................................................................................. 30
1.2.4. Tratamento e susceptibilidade a antimicrobianos ................................................... 32
1.2.5. Mecanismos de resistência em Campylobacter ...................................................... 33
1.3. Métodos de tipagem bacteriana ................................................................................. 35
1.3.1. Pulsed field gel electrophoresis (PFGE) ………………………………………… 36
1.3.2. Sequenciamento da pequena região variável (small variable region, SVR) do
gene flaA ........................................................................................................................... 37
1.3.3. Análise do locus CRISPR por HRMA .................................................................... 37
1.3.4. Multilocus sequence typing (MLST) ...................................................................... 38
1.3.5. Sequenciamento do genoma completo ................................................................... 39
1.4. Isolamento de Campylobacter ................................................................................... 40
3. OBJETIVOS ............................................................................................................... 46
3.1. Objetivo geral ............................................................................................................ 46
3.2. Objetivos específicos ................................................................................................. 46
5. RESULTADOS ........................................................................................................... 69
5.1. Extração e verificação da pureza do DNA genômico ................................................ 69
5.2. Reconfirmação da espécie por multiplex PCR .......................................................... 70
5.3. Pesquisa dos genes de virulência por PCR ................................................................ 70
5.4. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) ........................................ 71
5.5. Pulsed field gel electrophoresis (PFGE) …………………………………………... 72
5.5.1. Construção do dendrograma de similaridade genômica gerado com os dados de
PFGE ................................................................................................................................. 73
5.6. Sequenciamento da pequena região variável (SVR) do gene flaA ............................ 78
5.6.1. Construção do dendrograma de similaridade gerado com os dados do
sequenciamento da SVR do gene flaA .............................................................................. 78
5.7. Análise do locus CRISPR por HRMA ....................................................................... 81
5.8. Sequenciamento do genoma completo ...................................................................... 84
5.8.1. Construção da árvore filogenética baseada em SNPs gerada com os dados do
sequenciamento do genoma completo .............................................................................. 84
5.9. Multilocus sequence typing (MLST) ......................................................................... 86
5.10. Análise in silico de genes de resistência e pontos de mutação ................................ 94
5.10.1. Correlação entre o perfil de resistência fenotípico e genotípico ........................... 94
5.11. Cálculo do índice de discriminação ......................................................................... 96
6. DISCUSSÃO ............................................................................................................... 98
1. INTRODUÇÃO
I n t r o d u ç ã o | 25
1. INTRODUÇÃO
1.1. História e Taxonomia
Campylobacter foi descrito pela primeira vez em 1886 por Theodor Escherich que
identificou bactérias de forma espiralada em amostras fecais de neonatos com diarreia, porém
não obteve sucesso no crescimento desses microrganismos em meio sólido. Em 1909,
McFaydean e Stockman obtiveram pela primeira vez a cultura pura de um “vibrio”, que hoje é
conhecido como Campylobacter fetus, a partir do útero de ovelhas. Smith e Taylor
propuseram em 1919 o nome Vibrio fetus para os microrganismos isolados em casos de
abortos em rebanho bovino (ENGBERG, 2006).
Um surto relacionado ao consumo de leite cru que afetou 355 pessoas em maio de
1938 em Illinois, EUA, é atualmente reconhecido como o primeiro caso documentado de
infecção humana causada por C. jejuni, na época denominado como Vibrio jejuni
(BUTZLER, 2004; ENGBERG, 2006).
O gênero Campylobacter foi proposto em 1963 por Sebald e Véron, que transferiram
V. fetus e V. bubulus (hoje conhecido como C. sputorum) para um novo gênero, denominado
de Campylobacter (ON, 2001; ENGBERG, 2006). Baseados na relação Citosina e Guanina do
DNA, o gênero Vibrio foi separado do gênero Campylobacter após verificarem que o teor de
Guanina e Citosina das bactérias do gênero Vibrio era em torno de 47% enquanto que para o
gênero Campylobacter era de 30 a 35% (KETLEY, 1997). Dez anos mais tarde, Véron e
Chatelain em 1973 publicaram um estudo baseado na taxonomia de microrganismos
microaerófilos “Vibrio-like” e consideraram quatro espécies distintas pertencentes ao gênero
Campylobacter, sendo elas, C. jejuni, C. coli, C. fetus e C. sputorum (VÉRON;
CHATELAIN, 1973).
A partir dos anos 80, microrganismos então classificados como “Campylobacter-like”
foram isolados de diversas fontes, tais como, humanos, animais e ambiente. Dentre os anos de
1974 a 1988, doze novas espécies e/ou subespécies de Campylobacter foram criadas e,
baseado na sequência do gene 16S rRNA, foram identificados diferentes clades dentro do
gênero Campylobacter e o gênero Helicobacter foi então proposto por Goodwin e
colaboradores (1989).
Em 1991, uma completa revisão da taxonomia e nomenclatura do gênero
Campylobacter foi proposta (VANDAMME et al., 1991) a partir da análise dos dados de
hibridização DNA-rRNA e análise de dados fenotípicos e genéticos. Estes microrganismos
ficaram agrupados na rRNA superfamília VI que compreende os grupos homólogos I, II e III
representados pelos gêneros Campylobacter, Arcobacter e Helicobacter, respectivamente.
I n t r o d u ç ã o | 26
nervos, interferindo na condução dos estímulos nervosos, causando fraqueza muscular que
pode evoluir para paralisia muscular aguda (YUKI et al., 1997; HADDEN; GREGSON, 2001;
TAKAHASHI et al., 2005; SEBASTIAN, 2012; BAE et al., 2014). Estima-se que C. jejuni
seja responsável por 30% dos casos confirmados da síndrome de Guillain-Barré no mundo
(YUKI; HARTUNG, 2012; FITZGERALD, 2015).
Após a ingestão da bactéria, o C. jejuni é capaz de migrar pelo estômago e atingir o
lúmen intestinal. A presença de flagelo confere às bactérias dessa espécie a capacidade de
movimentar-se através da camada mucosa que reveste o epitélio intestinal, com consequente
adesão e invasão dessas células. Essa translocação pode ocorrer tanto por via transcelular
como também por via paracelular (SNELLING et al., 2005; MAN, 2011). Ao atravessaram a
camada do epitélio intestinal e atingirem a camada submucosa as bactérias são capazes de
resistir à fagocitose devido a uma camada protetora que reveste a bactéria, impedindo assim a
deposição do sistema complemento na superfície bacteriana, característica essa que é muito
importante no processo de infecção sistêmica. Ademais, as bactérias injetam proteínas
efetoras nas células hospedeiras através de um sistema de secreção do tipo IV (T4SS) (VAN
VLIET; KETLEY, 2001; YOUNG; DAVIS; DIRITA, 2007; MAN, 2011).
A produção de toxinas também está intimamente relacionada ao processo de
patogênese de C. jejuni. A toxina distensora citoletal (cytolethal distending toxin, CDT),
composta pelas proteínas CdtA, CdtB e CdtC, liga-se à superfície celular hospedeira através
das proteínas CdtA e CdtC seguida da entrega de CdtB ao núcleo celular do hospedeiro
causando danos ao DNA da célula hospedeira, promovendo a interrupção do ciclo celular com
consequente alteração da morfologia da célula e manifestação da doença (VAN VLIET;
KETLEY, 2001; MAN, 2011; EPPS et al., 2013).
codificado pelos genes flaA e flaB, sendo que o gene flaA mostrou ser essencial no processo
de invasão de células epiteliais, uma vez que, mutações nesse gene geram um flagelo truncado
com severa redução na motilidade bacteriana. No entanto, mutações no gene flaB não
acarretam em mudanças significativas na estrutura flagelar (GUERRY, 2007; SILVA et al.,
2011). Ademais, estudos demonstram que a expressão do gene flhA também está diretamente
ligada ao processo de motilidade em C. jejuni (CARRILLO et al., 2004; YOUNG; DAVIS;
DIRITA, 2007).
A adesão de C. jejuni às células do epitélio intestinal do hospedeiro é um importante
pré-requisito para a colonização que é mediada por várias adesinas na superfície bacteriana
que podem ser expressas pelos genes cadF, racR, dnaJ e docA (KETLEY, 1997; MULLER et
al., 2006; POLY; GUERRY, 2008). Monteville e colaboradores (2003) demonstraram que
linhagens de C. jejuni cadF mutantes apresentaram uma redução significativa na
internalização de células intestinais INT 407. Portanto, a ausência das proteínas codificadas
pelos genes envolvidos no processo de adesão, pode reduzir a capacidade de colonização de
C. jejuni (MONTEVILLE et al., 2003; MULLER et al., 2006; DATTA et al., 2003). O gene
dnaJ, que codifica uma proteína de choque térmico (heat shock), está intimamente ligado à
adesão e colonização na célula hospedeira, pois, de acordo com Konkel e colaboradores
(1998), mutações nesse gene provocaram uma severa redução no processo de colonização.
Os genes pldA, ciaB e iamA estão intimamente relacionados aos processos de invasão
e sobrevivência na célula hospedeira (DATTA et al., 2003; DASTI et al., 2010;
WIECZOREK et al., 2013). Rivera-Amill e colaboradores (2001) demonstraram que
linhagens de C. jejuni mutantes para o gene ciaB resultaram em um fenótipo não invasivo. O
gene pldA codifica uma fosfolipase A de membrana externa que está envolvida no processo
de invasão das células hospedeiras (ZIPRIN et al., 2001).
O gene virB11, localizado no plasmídeo pVir, codifica proteínas do sistema de
secreção do tipo IV (T4SS), que é uma maquinaria que a bactéria utiliza para introduzir
proteínas efetoras nas células do hospedeiro (BACON et al., 2000). Os estudos de Bacon e
colaboradores (2000) demonstraram o envolvimento do gene virB11 nos processos de adesão
e invasão celular, uma vez que, linhagens C. jejuni mutantes para esse gene tiveram a adesão
e invasão reduzidas em seis e onze vezes, respectivamente, quando comparados à linhagem
selvagem, além de uma diminuição da patogenicidade in vivo (BACON et al., 2000;
WIECZOREK; OSEK, 2008).
O gene wlaN, de acordo com Linton et al. (2000), codifica a produção da β-1,3
galactosiltransferase que é responsável pelas estruturas específicas do lipopolissacarideo
I n t r o d u ç ã o | 32
1.3.2. Sequenciamento da pequena região variável (small variable region, SVR) do gene
flaA
O locus do gene que codifica a flagelina é composto pelos genes flaA e flaB, que estão
arranjados em tandem no genoma de Campylobacter e que possuem 95% de homologia entre
as suas sequências. Ambos possuem aproximadamente 1.730 pares de bases (pb) e estão
separados por uma região intergênica em torno de 170 pb (WASSENAAR; NEWELL, 2000).
Porém, a expressão do gene flaA parece estar intimamente ligada ao processo de colonização,
pois, linhagens com mutações no gene flaB demonstraram uma diferença sutil nos processos
de motilidade e colonização (WASSENAAR et al., 1991).
O gene flaA, especificamente, possui duas regiões de alta variabilidade, sendo, uma
grande região localizada aproximadamente entre as bases de posição 700 a 1.450 e uma região
menor, denominada pequena região variável (small variable region, SVR) entre as bases de
posição 450 a 600, que tem sido a região utilizada para tipar as linhagens de Campylobacter
(EL-ADAWY et al., 2013).
Essa metodologia foi desenvolvida por Meinersmann e colaboradores em 1997 e se
baseia, portanto, no sequenciamento da pequena região variável do gene flaA, analisando
assim a variabilidade dessa região presente nas linhagens de Campylobacter. A tipagem
molecular através dessa técnica vem sendo utilizada com sucesso no mundo todo em estudos
de diversidade de linhagens de C. jejuni (MEINERSMANN et al., 1997; SAILS et al., 2003;
RAGIMBEAU et al., 2008; WASSENAAR et al., 2009; SCHWEITZER et al., 2011;
GIACOMELLI et al., 2012; DUARTE et al., 2014; MAROTTA et al., 2015; FRAZÃO et al.,
2017).
Considerada uma metodologia simples e altamente reproduzível, essa técnica
apresenta como notável vantagem a possibilidade de comparação das linhagens estudadas
com outras linhagens isoladas em diferentes locais do mundo através da obtenção do flaA
alelo, que é obtido pela inserção da sequência que contem a pequena região variável do gene
flaA, de aproximadamente 320 pares de base, no banco de dados disponível online
http://pubmlst.org/campylobacter (MEINERSMANN et al., 1997; WASSENAAR; NEWELL,
2000; AHMED et al., 2012).
O sistema CRISPR é formado por sequências repetidas (direct repeats, DR) contendo
de 21 a 47 pb separadas por espaçadores de tamanho similar. Os espaçadores são compostos
por ácidos nucleicos que não pertencem à célula bacteriana, como por exemplo, DNA de
plasmídeos ou fagos (SOREK; KUNIN; HUGENHOLTZ, 2008; HORVATH;
BARRANGOU, 2010). Tais elementos podem proteger a bactéria contra elementos genéticos
móveis, em particular os bacteriófagos, plasmídeos e transposons (SOREK; KUNIN;
HUGENHOLTZ, 2008; BIKARD et al., 2012). Devido ao alto polimorfismo característico
das sequências CRISPRs, as mesmas vêm sendo utilizadas com sucesso para genotipar
linhagens de C. jejuni (SCHOULS et al., 2003; KOVANEN et al., 2014).
A técnica de high resolution melting analysis (HRMA) é uma metodologia pós-PCR,
utilizada para identificar variações na sequência de nucleotídeos em um locus específico
através da análise dos perfis das temperaturas de melting. Essa metodologia compreende a
análise de uma curva de dissociação de alta resolução de amplicons para a determinação
precisa da relação entre temperatura e desnaturação da dupla fita de DNA (REED; KENT;
WITTWER, 2007; LEVESQUE et al., 2011).
O HRMA é considerado o método mais simples para genotipar e para determinar
mutações, pois não é necessário o processamento das amostras posteriormente à PCR. Após a
amplificação por PCR, as curvas de melting são geradas por monitoramento da fluorescência
de um corante (dye) intercalante de DNA dupla fita que apresenta elevada fluorescência
quando ligado ao DNA e baixa fluorescência quando não ligado (REED; KENT; WITTWER,
2007; HOFINGER et al., 2009). Após a amplificação, o produto de PCR passa por uma etapa
de desnaturação térmica e nesse momento, as moléculas do agente intercalante de DNA são
liberadas gerando mudanças na fluorescência. Assim, o resultado é um perfil de melting
característico para cada amplicon (REED; KENT; WITTWER, 2007; RUSKOVA;
RACLAVSKY, 2011).
6,1 % em relação ao ano anterior, apresentando uma taxa de 66,3 casos para cada 100 mil
habitantes, contabilizando mais de 19 mil casos de hospitalização, porém com uma taxa de
mortalidade de 0,03% (EFSA, 2017a). Os dados da EFSA mostraram que o segundo patógeno
bacteriano mais isolado foi Salmonella, com 94.530 casos. Dentre os casos de
campylobacteriose confirmados na União Europeia no ano de 2016, 83,6% foram causados
pela espécie C. jejuni, seguidos por 8,5% causados por C. coli, 0,2% C. lari, 0,06% C. fetus e
0,05% C. upsaliensis. Apesar do grande número de casos notificados de campylobacteriose,
foram reportados apenas 461 surtos alimentares relacionados à Campylobacter, o que
representou 8,8% dos surtos nos países europeus no ano de 2016. Carne de origem aviária foi
reportada como o alimento mais relacionado como causa de campylobacteriose em humanos,
porém, leite cru e carne de outros animais também foram reportados (EFSA, 2017a).
Os dados disponibilizados pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
nos Estados Unidos mostraram que bactérias pertencentes ao gênero Campylobacter são a
principal causa de gastroenterite em humanos no país, causando doença em aproximadamente
2,4 milhões de pessoas a cada ano (CDC, 2015).
Em Quebec, no Canadá, mais de 28 mil casos de campylobacteriose foram reportados
entre os anos de 1996 e 2006, com uma incidência de 35,2 casos para cada 100 mil habitantes.
Uma incidência de 49,69 casos para cada 100 mil habitantes foi reportada em Ontário, uma
província localizada no Canadá (KEEGAN et al., 2009; ARSENAULT et al., 2012;
KAAKOUSH et al., 2015).
A campylobacteriose foi a causa mais comum de gastroenterite relacionada a
alimentos na Austrália no ano de 2010, com aproximadamente 17 mil casos notificados,
gerando uma taxa de 112,3 casos para cada 100 mil habitantes do país. O mesmo foi
observado na Nova Zelândia, que no período de 2002 a 2006 foram reportados 353,8 casos
para cada 100 mil habitantes (KAAKOUSH et al., 2015).
Em geral, a grande maioria dos países em desenvolvimento, o que inclui o Brasil, não
possui um programa de vigilância para notificação de campylobacteriose, e
consequentemente, não é possível a estimativa real do número de casos de gastroenterite em
humanos que sejam causados por espécies pertencentes ao gênero Campylobacter, bem como,
a incidência da doença em termos de densidade populacional (COKER et al., 2002; EPPS et
al., 2013).
Dessa forma, e de acordo com o exposto acima, o isolamento e o estudo de C. jejuni
não são muito frequentes no nosso país, o que dificulta avaliar a real dimensão do
envolvimento dessa espécie bacteriana como causadora de doença nos seres humanos e em
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2. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
R e l e v â n c i a d o e s t u d o | 44
2. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O isolamento de C. jejuni como causa de gastroenterite em humanos nos países da
Europa e na América do Norte é muito frequente e em alguns casos superior a outros
importantes enteropatógenos como Salmonella spp., Shigella spp. e Escherichia coli (CDC,
2015; EFSA, 2017a). No entanto, o isolamento e o estudo de C. jejuni não são muito
frequentes no Brasil, o que dificulta avaliar a dimensão do envolvimento dessa espécie
bacteriana como causadora de doença em seres humanos e animais, bem como, determinar o
impacto da sua presença em alimentos e no meio-ambiente (SCARCELLI et al., 2005;
ANDRADE et al., 2007; AQUINO et al., 2010; BIASI et al., 2011; ROSSI et al., 2012).
Grande parte dos estudos realizados no Brasil está relacionada ao uso de técnicas
fenotípicas, tais como isolamento, prevalência e perfil de resistência de linhagens de C. jejuni
(AQUINO et al., 2002; GOMES et al., 2006; FRANCHIN et al., 2007). Ademais, há uma
escassez no país de estudos que utilizaram técnicas moleculares para genotipar linhagens de
C. jejuni (SCARCELLI et al., 2005; AQUINO et al., 2010; QUETZ et al., 2012; SILVA et al.,
2016; FRAZÃO et al., 2017).
O Brasil produziu, no ano de 2016, aproximadamente 13 milhões de toneladas de
carne de frango e exportou mais de quatro milhões de toneladas. Esses valores ranquearam o
Brasil como o maior exportador de carne de frango desde 2004 e o segundo maior produtor,
sendo ultrapassado somente pelos Estados Unidos (ABPA, 2017). Devido à carne de frango
ser uma das maiores fontes de contaminação por Campylobacter, faz-se necessário um maior
monitoramento na tentativa de se evitar contaminação e assim garantir uma maior segurança
alimentar. Dessa forma, a realização de estudos que caracterizem molecularmente linhagens
de C. jejuni isoladas de diversas fontes durante décadas no Brasil são de grande importância.
No presente estudo, linhagens de C. jejuni isoladas de fontes clínicas e não clínicas no
país foram tipadas molecularmente pelas técnicas de PFGE, sequenciamento da pequena
região variável do gene flaA, análise do locus CRISPR por HRMA, MLST e análise de SNPs
no genoma completo. Ademais, a presença de 16 genes de virulência foi analisada por PCR
para verificar o potencial patogênico e o perfil de resistência foi avaliado pela concentração
inibitória mínima obtida por Etest ® frente a quatro antimicrobianos e pela análise in silico de
genes de resistência e pontos de mutação conhecidos.
Os resultados obtidos no presente trabalho deverão contribuir para uma melhor
caracterização das linhagens de C. jejuni isoladas de fontes clínicas e não clínicas no Brasil
quanto ao seu potencial patogênico, perfil de resistência, diversidade genotípica e
epidemiologia.
O b j e t i v o s | 45
3. OBJETIVOS
O b j e t i v o s | 46
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
Avaliar a diversidade genética, o potencial patogênico e o perfil de resistência de
linhagens de C. jejuni isoladas de humanos, animais, alimentos e ambiente no Brasil.
4. MATERIAL E MÉTODOS
M a t e r i a l e m é t o d o s | 48
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Linhagens Bacterianas
Foram estudadas 121 linhagens de C. jejuni provenientes das coleções de
Campylobacter spp. (CCAMP) da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (FIOCRUZ-RJ)
e do Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto (IAL-RP), isoladas de humanos (51), animais
(35), alimentos (33) e ambiente (02) nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e
Rio Grande do Sul, no período de 1996 a 2016 (Tabela 1).
Tais linhagens foram selecionadas dos Laboratórios de Referência acima mencionados
e sistematicamente escolhidas para representarem isolados de casos esporádicos de fontes
clínicas e não-clínicas de diferentes anos.
As linhagens C. jejuni ATCC 33291 e C. coli WHOC 7.2, cedidas pelo Instituto
Adolfo Lutz de Ribeirão Preto, foram utilizadas como controle positivo na reconfirmação da
espécie por multiplex PCR e na pesquisa dos genes de virulência por PCR.
A Tabela 1 traz de forma mais detalhada as características das 121 linhagens de C.
jejuni utilizadas nesse estudo.
continuação
Local de
Linhagens Origem Fonte de isolamento Ano
isolamento
Cj 12 Humana Fezes diarreicas SP 2003
Cj 13 Humana Fezes diarreicas SP 2003
CCAMP 601 Humana Fezes diarreicas RJ 2003
CCAMP 698 Humana Fezes diarreicas RJ 2004
CCAMP 699 Humana Fezes diarreicas RJ 2004
CCAMP 700 Humana Fezes diarreicas RJ 2004
Cj 14 Humana Fezes diarreicas SP 2004
Cj 15 Humana Fezes diarreicas SP 2004
Cj 16 Humana Fezes diarreicas SP 2005
Cj 17 Humana Fezes diarreicas SP 2005
CCAMP 612 Humana Fezes diarreicas RJ 2005
CCAMP 678 Humana Fezes diarreicas RJ 2006
Cj 18 Humana Fezes diarreicas SP 2006
Cj 19 Humana Fezes diarreicas SP 2006
Cj 20 Humana Fezes diarreicas SP 2006
Cj 21 Humana Fezes diarreicas SP 2006
Cj 22 Humana Fezes diarreicas SP 2007
Cj 23 Humana Fezes diarreicas SP 2007
Cj 24 Humana Fezes diarreicas SP 2007
Cj 25 Humana Fezes diarreicas SP 2007
Cj 26 Humana Fezes diarreicas SP 2008
Cj 27 Humana Fezes diarreicas SP 2008
Cj 28 Humana Fezes diarreicas SP 2009
Cj 29 Humana Fezes diarreicas SP 2009
Cj 30 Humana Fezes diarreicas SP 2009
Cj 31 Humana Fezes diarreicas SP 2010
CCAMP 1478 Humana Fezes diarreicas RJ 2010
CCAMP 1491 Humana Sangue RJ 2011
Cj 32 Humana Fezes diarreicas SP 2011
Cj 33 Humana Fezes diarreicas SP 2012
CCAMP 1497 Humana Fezes diarreicas RJ 2014
Cj 34 Humana Fezes diarreicas SP 2015
CCAMP 770 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1996
CCAMP 621 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1996
CCAMP 687 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1997
CCAMP 689 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1997
CCAMP 789 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1997
CCAMP 828 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1997
CCAMP 845 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1998
CCAMP 980 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1999
continua
M a t e r i a l e m é t o d o s | 50
continuação
Local de
Linhagens Origem Fonte de isolamento Ano
isolamento
CCAMP 991 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 1999
CCAMP 730 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2000
CCAMP 685 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2000
CCAMP 81 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2003
CCAMP 159 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2003
CCAMP 162 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2003
CCAMP 163 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2003
CCAMP 470 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 471 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 472 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 473 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 476 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 478 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 479 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 480 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 481 Animal Fezes não diarreicas aves MG 2004
CCAMP 672 Animal Fezes não diarreicas RJ 2006
CCAMP 674 Animal Fezes não diarreicas RJ 2006
CCAMP 675 Animal Fezes não diarreicas RJ 2006
CCAMP 1080 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2009
CCAMP 1140 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2009
CCAMP 1266 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2009
CCAMP 1466 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2009
CCAMP 1493 Animal Fezes não diarreicas primatas RJ 2013
CCAMP 1538 Animal Fezes de frango RS 2015
CCAMP 1555 Animal Fezes de frango RJ 2015
CCAMP 1574 Animal Fezes de frango RJ 2016
CCAMP 1013 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1014 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1015 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1016 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1018 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1019 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1020 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1021 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1023 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1024 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1025 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1032 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1039 Alimento Cortes de frango MG 2008
continua
M a t e r i a l e m é t o d o s | 51
conclusão
Local de
Linhagens Origem Fonte de isolamento Ano
isolamento
CCAMP 1047 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1048 Alimento Cortes de frango MG 2008
CCAMP 1050 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1051 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1052 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1053 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1054 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1055 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1056 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1057 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1058 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1059 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1060 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1061 Alimento Cortes de frango MG 2009
CCAMP 1065 Alimento Cortes de frango RJ 2010
CCAMP 1518 Alimento Carcaça de frango RS 2015
CCAMP 1519 Alimento Carcaça de frango RS 2015
CCAMP 1520 Alimento Carcaça de frango RS 2015
CCAMP 1521 Alimento Carcaça de frango RS 2015
CCAMP 1523 Alimento Carcaça de frango RS 2015
CCAMP 764 Ambiente Esgoto RJ 1996
CCAMP 830 Ambiente Esgoto RJ 1999
MG: Minas Gerais; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; RS: Rio Grande do Sul
cobre descrita por Filgueiras e Hofer (1989), com algumas modificações. Para uma jarra de
3,5 L foi utilizada uma pastilha de carbonato de cálcio (Sonrisal®) triturada, 10g de esponja de
aço (Bombril®) embebida em 100 mL de solução acidulada de cobre [Sulfato de cobre II P.A
(Vetec), Ácido sulfúrico P.A. (Pro-Analysis) e Tween 80 (Merck) diluído em água destilada]
(Anexo C). Essa mistura foi colocada em um recipiente e inserida na jarra que foi
imediatamente vedada para que os níveis gasosos atingissem as proporções desejáveis.
O crescimento bacteriano foi adicionado a 250 µL de solução I (20% de sacarose, 50
mM Tris-HCl pH 8,0 e 50 mM EDTA) a 4°C. Após 10 minutos de incubação no gelo, as
células foram lisadas com 500 µL de solução II (50 mM NaCl, 1% sarcosil) adicionados de
0,05 mg/mL de proteinase K e incubadas em banho de água a 37°C por 2 horas.
Posteriormente, as linhagens foram submetidas à purificação do DNA genômico com
750 μL de uma mistura de fenol/clorofórmio/álcool isoamílico (25:24:1) e centrifugadas a
14000 rpm por 10 minutos, em centrífuga 5810 R da marca Eppendorf. O sobrenadante foi
coletado e transferido para um novo tubo plástico cônico de 2,0 mL e a este foi adicionado
750 μL de uma solução de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1), e em seguida centrifugado a
14000 rpm por 10 minutos em centrifuga 5810 R da marca Eppendorf. O sobrenadante foi
coletado e novamente transferido para um novo tubo plástico cônico de 2,0 mL e a este foi
adicionado 1 mL de etanol a 4ºC e mantido em gelo overnight.
No dia seguinte, o DNA foi sedimentado por centrifugação a 4ºC e 14000 rpm durante
30 minutos em centrífuga 5810 R da marca Eppendorf. O sobrenadante foi cuidadosamente
desprezado e o sedimento seco a vácuo em Speed Vac (Concentrator 5301, Eppendorf) e
posteriormente, suspenso em 400 μL de água destilada ultra pura livre de DNase e RNase
(Life Technologies). Aos 400 μL de suspensão de DNA, foram adicionados 2 μL de RNase 50
μg/mL e incubados em banho de água a 37ºC por 1 hora.
A integridade do DNA extraído foi avaliada em eletroforese horizontal em gel de
agarose 0,8% preparado com TAE (Tris Acetato EDTA) 1X. A 5 μL do DNA extraído foram
adicionados 3 μL de solução de azul de bromofenol (40% de sacarose, 0,25% de azul de
bromofenol e água destilada q.s.p.). A eletroforese foi conduzida a 80 volts por 90 minutos. O
gel foi corado com solução de brometo de etídeo (0,5 μg/mL) por 30 minutos, observado em
transluminador ultravioleta (Gel Doc XR, Bio-Rad) e registrado em software fotográfico
(Quantity One 4.6.1, Bio-Rad).
A concentração e a pureza do DNA genômico extraído foram analisadas em
NanoDrop 2000 (Thermo Scientific) com comprimentos de onda em 260 nm e 280 nm
conforme descrito por Sambrook e Russel (2001). Foram consideradas como adequadas as
M a t e r i a l e m é t o d o s | 53
extrações de pureza ≥1,8 (A260nm/A280nm), uma vez que esses valores demonstram que a
amostra de DNA está com baixo nível de impurezas. Para amostras abaixo desse valor, uma
nova extração do DNA genômico foi realizada.
Tabela 2 - Primers utilizados na PCR para amplificação dos genes 16S rRNA, mapA e ceuE e
tamanho dos produtos de amplificação gerados
Genes Primers Sequência dos primers (5’ – 3’) Amplicon (pb)
16S MD16S1 ATC TAA TGG CTT AAC CAT TAA AC
857
rRNA MD16S2 GGA CGG TAA CTA GTT TAG TAT T
MDmapA1 CTA TTT TAT TTT TGA GTG CTT GTG
mapA 589
MDmapA2 GCT TTA TTT GCC ATT TGT TTT ATT A
COL3 AAT TGA AAA TTG CTC CAA CTA TG
ceuE 462
MDCOL2 TGA TTT TAT TAT TTG TAG CAG CG
Reações sem a adição de DNA genômico foram utilizadas como branco, as linhagens
C. jejuni ATCC 33291 e C. coli WHOC 7.2 foram utilizadas como controle positivo e uma
linhagem de Yersinia enterocolitica biotipo 2 foi utilizada como controle negativo. O
termociclador DNAEngine® Peltier Thermal Cycler (Bio-Rad) foi utilizado para a realização
dos experimentos.
Inicialmente o DNA genômico foi desnaturado por aquecimento a 95°C por 10
minutos, seguido de 35 ciclos constituídos de:
Separação das fitas de DNA: 95°C por 30 segundos.
Hibridação dos primers: 59°C por 1 minuto e 30 segundos.
Extensão: 72°C por 1 minuto.
Após os 35 ciclos, foi realizada uma etapa de extensão final a 72°C por 10 minutos.
O produto amplificado foi visualizado em gel de agarose 1,5% preparado em tampão
TAE 1X. O marcador de peso molecular 1 Kb plus DNA Ladder (Invitrogen) foi aplicado ao
gel e a eletroforese foi conduzida a 80 volts por 90 minutos. Após a eletroforese, os géis
foram corados em solução de brometo de etídeo (0,5 µg/mL) por 20 minutos, visualizados em
transluminador ultravioleta (Gel Doc XR, Bio-Rad) e registrados em software fotográfico
(Quantity One 4.6.1, Bio-Rad).
volume final de 20 µL. A Tabela 4 traz de forma detalhada os reagentes utilizados para a
amplificação dos genes de virulência.
Tabela 4 - Descrição dos reagentes utilizados na pesquisa dos genes de virulência por PCR
Componentes Volume (µL) Concentração Final
10X Tampão PCR Buffer a 2 1X
10 mM dNTP Mixture a 0,4 0,2 mM de cada dNTP
Primer forward b 1 25 pmol
Primer reverseb 1 25 pmol
50 mM MgCl2 a 1.6 2 mM
DNA Genômico (10 ng/µL) 2 20 ng
Taq DNA Polimerase a 5U 0.4 1U
H2O destilada ultra pura livre ________________
q.s.p. 20
de DNase e RNase a
a
Produto da Life Technologies; b Produto da Integrated DNA Technologies (IDT)
Tabela 5 - Primers utilizados na PCR para a amplificação dos genes de virulência estudados,
tamanho dos produtos de amplificação gerados e temperatura de hibridação
Amplicon Temp. (°C)
Genes Sequência dos primers (5’ - 3’)
(pb) Hibridação
ATG GGA TTT CGT ATT AAC AC
flaA 1.713 45
CTG TAG TAA TCT TAA AAC ATT TTG
GGA AGC GGC ACT TGG TTT GC
flhA 735 54
GCT GTG AGT GAG ATT ATA GCA GC
TTT CCA AAT TTA GAT GAT GC
ciaB 1.165 48
GTT CTT TAA ATT TTT CAT AAT GC
GCA CAA AAT ATA TCA TTA CAA
iamA 518 52
TTC ACG ACT ACT ATG AGG
CCT TGT GAT GCA AGC AAT C
cdtA 370 55
ACA CTC CAT TTG CTT TCT G
CAG AAA GCA AAT GGA GTG TT
cdtB 620 55
AGC TAA AAG CGG TGG AGT AT
continua
M a t e r i a l e m é t o d o s | 56
conclusão
Amplicon Temp. (°C)
Genes Sequência dos primers (5’ - 3’)
(pb) Hibridação
CGA TGA GTT AAA ACA AAA AGA TA
cdtC 182 55
TTG GCA TTA TAG AAA ATA CAG TT
TTG AAG GTA ATT TAG ATA TG
cadF 400 45
CTA ATA CCT AAA GTT GAA AC
ATA AGG TGC GGT TTT GGC
docA 725 50
GTC TTT GCA GTA GAT ATG
TGC TGG GTA TAC AAA GGT TGT G
wlaN 330 60
AAT TTT GGA TAT GGG TGG GG
GAA CAG GAA GTG GAA AAA CTA GC
virB11 708 60
TTCCGCATTGGGCTATATG
GAT GAT CCT GAC TTT G
racR 584 45
TCT CCT ATT TTT ACC C
AAG GCT TTG GCT CAT C
dnaJ 720 46
CTT TTT GTT CAT CGT T
ATG ATA CCA ATG CTT TTG GTG ATT T
sodB TAA TAC GAC TCA CTA TAG GGC ATT TGC 638 50
ATA AAA GCT AAC TGA TCC
CAC AGT CAG TGA AGG TGC TT
csrA 878 58
ACT CGC ACA ATC GCT ACT TC
AAG CTT ATG CGT TTT T
pldA 913 45
TAT AAG GCT TTC TCC A
Reações sem a adição do DNA genômico foram utilizadas como branco, as linhagens
C. jejuni ATCC 33291 e C. coli WHOC 7.2 foram utilizadas como controle positivo. O
termociclador DNAEngine® Peltier Thermal Cycler (Bio-Rad) foi utilizado para a realização
dos experimentos.
Inicialmente o DNA genômico foi desnaturado por aquecimento a 94°C por 5 minutos,
seguido de 30 ciclos constituídos de:
Separação das fitas de DNA: 94°C por 45 segundos.
Hibridação dos primers: X°C por 45 segundos.
Extensão: 72°C por 1minuto.
Após os 30 ciclos, foi realizada uma etapa de extensão final a 72°C por 15 minutos.
A temperatura X°C foi estabelecida de acordo com a temperatura de hibridação dos
primers de cada um dos 16 genes pesquisados. O produto amplificado foi visualizado em gel
de agarose 1,5% preparado em tampão TAE 1X. O marcador de peso molecular 1 Kb plus
DNA Ladder (Invitrogen) foi aplicado ao gel e a eletroforese foi conduzida a 80 volts por 90
minutos. Após a eletroforese, os géis foram corados em solução de brometo de etídeo (0,5
M a t e r i a l e m é t o d o s | 57
µg/mL) por 20 minutos, visualizados em transluminador ultravioleta (Gel Doc XR, Bio-Rad)
e registrados em software fotográfico (Quantity One 4.6.1, Bio-Rad).
até que atingisse uma D.O.610nm de 1,0 (faixa de 0,8 a 1,0). Em seguida, 200 µL dessa
suspensão de células foram transferidos para um tubo plástico cônico de 2,0 mL, colocados
em gelo para cessar o crescimento bacteriano e os passos descritos a seguir foram iguais tanto
para as linhagens de C. jejuni do estudo quanto para a linhagem de S. Braenderup utilizada
como padrão de peso molecular.
A cada tubo contendo 200 µL da suspensão de células, foram adicionados 10 µL de
proteinase K (20 mg/mL) e então os tubos foram colocados em banho seco a 60°C. Em
seguida foram adicionados 200 µL de agarose 1% Seakem Gold (Lonza) em cada tubo e
aproximadamente 70 µL dessa mistura foram transferidos para cada poço do molde
apropriado para a confecção dos plugs de agarose.
Após a solidificação dos plugs, estes foram transferidos para tubos de prolipropileno
de fundo cônico de 15 mL contendo 5 mL de tampão de lise celular (50 mM Tris; 50 mM
EDTA pH 8,0; 1% Sarcosil) e 25 µL de proteinase K (20 mg/mL) e incubados em banho de
água a 54°C por duas horas. Após isso, os tubos foram agitados em agitador por 30 minutos.
Em seguida, o tampão de lise celular foi removido e os plugs foram lavados duas vezes com
10 mL de água MilliQ pré-aquecida a 54°C por 15 minutos em cada lavagem. Posteriormente
às lavagens com água MilliQ, os plugs foram lavados quatro vezes com 10 mL de tampão de
lavagem TE (10 mM Tris; 1 mM EDTA, pH 8,0) pré-aquecido a 54°C por 15 minutos cada
lavagem. Após o término das lavagens, os plugs foram estocados em 1 mL de tampão de
lavagem TE em tubo plástico cônico de 2 mL a 4°C.
e os plugs foram incubados por duas horas a 25°C para a enzima SmaI e a 37°C para a enzima
XbaI.
utilizando-se o método UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic mean) e o
cálculo de similaridade utilizando-se o índice DICE, segundo as instruções do manual do
programa.
µL sendo, 4 µL de água destilada ultra pura livre de DNase e RNase (Life Technologies), 2
µL de Big Dye terminator v 1.1, v 3.1-5X Sequencing Buffer (Life Technologies), 2 µL de
Big Dye terminator v 3.1 (Life Technologies), 1 µL do amplicon e 1 µL do primer 5’-CTA
TGG ATG AGC AAT T(AT)A AAA T-3’ e 5’-CAA G(AT)C CTG TTC C(AT)A CTG AAG
-3’, conforme descrito por Meinersmann et al. (1997). Em seguida, a reação foi submetida à
amplificação no termociclador DNAEngine® Peltier Thermal Cycler (Bio-Rad), onde as
condições de corrida foram as seguintes: 95º por 1 minuto, 95ºC por 10 segundos, 51ºC por 5
segundos, 60ºC por 4 minutos, repetindo essas três últimas condições por 35 vezes.
O DNA foi precipitado, seguindo-se o protocolo de precipitação sugerido pelo manual
do kit de sequenciamento. O sequenciamento foi realizado no Hemocentro de Ribeirão Preto
no sequenciador ABI 3500xL (Life Technologies) e os resultados foram salvos em
eletroferogramas na extensão ab1.
Os eletroferogramas são as representações gráficas dos sequenciamentos realizados,
sendo que cada pico no gráfico representa a intensidade luminosa emitida pelas bases
fluorescentes quando ocorre a incidência do laser de leitura, detectadas pela câmara de
cromatografia em camada delgada (CCD), havendo assim a montagem das sequências em
bases.
Para cada uma das linhagens estudadas foi feita uma reação de sequenciamento com o
primer forward e uma reação com o primer reverse.
foi utilizado o valor de bootstrap (1.000 replicatas) para agregar maior confiança ao
dendrograma de similaridade genética construído.
Tabela 7 - Descrição dos reagentes utilizados para as reações de PCR em tempo real
Componentes Volume (µL)
a
MeltDoctor™ HRM Master Mix 10,0
Primer Forward (5 pmol/µL) b 1,2
b
Primer Reverse (5 pmol/µL) 1,2
DNA genômico (4,5 - 5,5 ng/µL) 4,0
a
Água destilada ultra pura livre de DNase e RNase 3,6
a
Produto Life Technologies; b Produto Integrated DNA Technologies (IDT)
O par de primer utilizado foi 5´-GCA ACC TCC TTT TAG TGG AGT AAT TAG-3´e
5´-AAG CGG TTT TAG GGG ATT GTA AC-3´ (Integrated DNA Technologies, Inc),
conforme descrito por Price et al. (2007). As condições das reações de qPCR foram as
seguintes:
Desnaturação e ativação enzimática: 95ºC por 10 minutos
Em seguida, 45 ciclos constituídos de:
Desnaturação: 95ºC por 15 segundos
Hibridação e extensão: 58ºC por 1 minuto
Todas as reações foram realizadas em duplicata. Reações sem DNA foram utilizadas
como branco.
A etapa de HRMA foi realizada imediatamente após a reação de qPCR. Os amplicons
foram aquecidos a 95ºC por 10 segundos e, então, resfriados a 60ºC por 1 minuto. As curvas
de melting de cada amplicon foram geradas a partir do aumento gradual de temperatura de
60ºC a 95ºC com incrementos de 1,6ºC/s e detecção da fluorescência a cada 0,1 segundo. A
fim de uniformizarem-se os dados, as curvas de melting brutas anteriormente obtidas foram
M a t e r i a l e m é t o d o s | 63
normalizadas a partir da seleção manual de duas regiões, uma delas ocorrendo anteriormente
ao início da dissociação do amplicon (100% de fluorescência) e outra, após a completa
separação da dupla fita de DNA (0% de fluorescência). As curvas de melting normalizadas
foram analisadas com o software HRM versão 2.0.1 (Life Technologies) de acordo com as
instruções do fabricante. O software agrupa amplicons que possuem curvas de melting
normalizadas similares e, dessa maneira, as diferenças entre grupos de amplicons distintos
podem ser facilmente identificadas.
selou-se a placa com adesivo Microseal B que foi novamente centrifugada a 400 rpm por 1
minuto a 20ºC. Por fim, a placa foi mantida em temperatura ambiente por 5 minutos.
cada poço. A placa foi selada e colocada em agitador a 1800 rpm por 30 minutos. Após a
agitação, a placa foi colocada sob a estante magnética por 2 minutos e o sobrenadante foi
removido e descartado. Retirou-se a placa da estante magnética, adicionou-se 45 µL de
LNW1 (library normalization wash 1) e então a placa foi selada e colocada em agitador a
1800 rpm por 30 minutos. Após a agitação, a placa foi colocada sob a estante magnética por 2
minutos e o sobrenadante foi removido e descartado. Essa lavagem com LNW1 foi feita
novamente. A placa foi removida da estante magnética e foram adicionados em cada poço 30
µL de NaOH 0,1N. A placa foi selada, submetida a agitação a 1800 rpm por 5 minutos e
colocada sob a estante magnética por 2 minutos. Em uma nova placa de 96 poços foram
adicionados 30 µL do sobrenadante e 30 µL de LNS1 (library normalization storage buffer
1), e então a placa foi selada e centrifugada a 1400 rpm por 1 minuto.
5. RESULTADOS
R e s u l t a d o s | 69
5. RESULTADOS
5.1. Extração e verificação da pureza do DNA genômico
Todas as 121 linhagens de C. jejuni listadas na Tabela 1, bem como as linhagens de C.
jejuni ATCC 33291 e C. coli WHOC 7.2 utilizadas como controle positivo na reconfirmação
da espécie e pesquisa dos genes de virulência por PCR apresentaram DNA íntegro após a
extração. A Figura 1 traz um gel representativo de uma eletroforese para a avaliação da
integridade do DNA genômico.
Todas as linhagens de C. jejuni estudadas apresentaram pureza ≥1,8 e os DNAs foram
utilizados na reconfirmação da espécie por multiplex PCR, na pesquisa dos genes de
virulência por PCR, no sequenciamento da pequena região variável (SVR) do gene flaA,
análise do locus CRISPR por HRMA e sequenciamento do genoma completo.
M: marcador de peso molecular 1 Kb plus DNA Ladder (Invitrogen). Canaletas de 1 a 18, linhagens
representativas de C. jejuni estudadas: Cj 01 (1), Cj 06 (2), Cj 12 (3), Cj 18 (4), Cj 22 (5), Cj 26 (6), Cj
28 (7), Cj 30 (8), Cj 31 (9), CCAMP 81 (10), CCAMP 159 (11), CCAMP 480 (12), CCAMP 481 (13),
CCAMP 512 (14), CCAMP 612 (15), CCAMP 700 (16), CCAMP 1013 (17), CCAMP 1266 (18).
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 70
850 pb
650 pb
500 pb
850 pb
650 pb
500 pb
M: Marcador de peso molecular 1 Kb Plus DNA Ladder (Invitrogen). Branco (1); Controle positivo C.
coli WHOC 7.2 (2); Controle positivo C. jejuni ATCC 33291 (3); Canaletas de 4 a 14, linhagens
representativas de C. jejuni estudadas: Cj 07 (4), Cj 13 (5), Cj 22 (6), Cj 28 (7), Cj 32 (8), CCAMP
162 (9), CCAMP 163 (10), CCAMP 472 (11), CCAMP 674 (12), CCAMP 700 (13), CCAMP 1020
(14).
Fonte: o autor
linhagem de alimentos. Somente uma (0,8%) linhagem de origem humana apresentou o gene
virB11 (Tabela 8).
Tabela 8 - Frequência dos genes de virulência pesquisados nas 121 linhagens de C. jejuni
estudadas
Número de linhagens positivas (%)
Genes Total Humano Animal Alimentos Ambiente
n = 121 n = 51 n = 35 n = 33 n = 02
flaA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
flhA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
cadF 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
docA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
cdtA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
cdtB 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
cdtC 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
sodB 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
dnaJ 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
pldA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
racR 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
csrA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
ciaB 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
iamA 121 (100) 51 (100) 35 (100) 33 (100) 02 (100)
wlaN 15 (12,4) 07 (13,7) 07 (20) 01 (3) ND
virB11 01 (0,8) 01 (1,9) ND ND ND
ND: não detectado
60
Número de linhagens
50
40
30
20
10
0 Alimentos
Animal
Humano
Antimicrobianos
Fonte: o autor
1.135 Kb
244,4 Kb
20,5 Kb
M: marcador de peso molecular (Salmonella Braenderup H9812) digerido com XbaI. Canaletas de 1 a
12, linhagens representativas de C. jejuni estudadas: Cj 02 (1), CCAMP 489 (2), CCAMP 1497 (3), Cj
24 (4), Cj 25 (5), Cj 26 (6), Cj 30 (7), Cj 34 (8), CCAMP 621 (9), CCAMP 689 (10), CCAMP 470
(11) e CCAMP 1478 (12).
Fonte: o autor
PFGE-SmaI
Linhagens Material Ano Estado flaA alelo CRISPR Perfil resistência
100
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
94.1
...
CCAMP 588 fezes diarreicas 2001 RJ 9 9 - .
PFGE-A1 80.1 ... 04
Cj fezes diarreicas 2003 SP 36 5 - .
... 11
Cj fezes diarreicas 2003 SP 14 5 Cip-Dox-Tet .
73.3 94.7
...
CCAMP 698 fezes diarreicas 2004 RJ 1651 7 - .
91.5 ...
CCAMP 699 fezes diarreicas 2004 RJ 190 5 - .
PFGE-A2 ...
CCAMP 730 fezes não diarreicas 2000 RJ 190 5 - .
82.5
...
CCAMP 1574 fezes não diarreicas 2016 RJ 190 5 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 601 fezes diarreicas 2003 RJ 190 7 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 678 fezes diarreicas 2006 RJ XXX 7 Cip-Dox-Tet .
69.6
...
CCAMP 1493 fezes não diarreicas 2013 RJ 551 11 Cip .
93.3 ... 02
Cj fezes diarreicas 2002 SP 551 3 Dox-Tet-Ery .
91.4 ...
CCAMP 480 fezes não diarreicas 2004 MG 551 5 Cip-Dox-Tet .
90.4
...
CCAMP 481 fezes não diarreicas 2004 MG 551 5 Cip-Dox-Tet .
PFGE-A3 89.8
...
CCAMP 991 fezes não diarreicas 1999 RJ 11 12 - .
76.3 ... 03
Cj fezes diarreicas 2003 SP 49 2 Dox-Tet-Ery .
PFGE-A4 ...
CCAMP 830 esgoto 1999 RJ 595 4 - .
63.2
...
CCAMP 980 fezes não diarreicas 1999 RJ 595 4 - .
...
CCAMP 1039 cortes de frango 2008 MG 855 14 Cip-Dox-Tet .
PFGE-A5 94.1 ...
CCAMP 1048 cortes de frango 2008 MG 855 14 Cip .
79.9 ... 12
Cj fezes diarreicas 2003 SP 975 3 Cip .
... 19
Cj fezes diarreicas 2006 SP 48 11 Cip .
...
CCAMP 1266 fezes não diarreicas 2009 RJ 49 14 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 1497 fezes diarreicas 2014 RJ 49 22 Cip .
60.7
74.0
...
CCAMP 489 fezes diarreicas 1997 RJ 49 2 Dox-Tet .
... 23
Cj fezes diarreicas 2007 SP 49 7 - .
... 24
Cj fezes diarreicas 2007 SP 49 7 - .
... 31
Cj fezes diarreicas 2010 SP 49 2 - .
54.1 PFGE-A6 93.3
... 33
Cj fezes diarreicas 2012 SP 49 9 - .
...
CCAMP 506 fezes diarreicas 2000 RJ 260 11 Cip-Dox-Tet .
78.3
... 16
Cj fezes diarreicas 2005 SP 153 2 - .
... 17
Cj fezes diarreicas 2005 SP 49 5 - .
...
CCAMP 1065 cortes de frango 2010 RJ 23 11 - .
PFGE-A7 85.7 ...
CCAMP 612 fezes diarreicas 2005 RJ 161 15 Dox-Tet .
78.6 ... 09
Cj fezes diarreicas 2003 SP 161 1 Dox-Tet .
... 32
Cj fezes diarreicas 2011 SP 161 8 - .
66.7
93.3
... 14
Cj fezes diarreicas 2004 SP 274 1 - .
53.4
PFGE-A8 82.9 ... 25
Cj fezes diarreicas 2007 SP 274 8 Cip .
... 30
Cj fezes diarreicas 2009 SP 239 1 - .
60.1
93.3
...
CCAMP 672 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
PFGE-A9 90.4 ...
CCAMP 674 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
73.3 ...
CCAMP 675 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
PFGE-A10 ...
CCAMP 512 fezes diarreicas 2001 RJ 49 11 Cip .
67.3
...
CCAMP 700 fezes diarreicas 2004 RJ 51 12 - .
...
CCAMP 789 fezes não diarreicas 1997 RJ 198 6 - .
PFGE-A ...
CCAMP 621 fezes não diarreicas 1996 RJ 51 7 - .
48.4 55.5
85.7 ...
CCAMP 770 fezes não diarreicas 1996 RJ 51 5 - .
...
CCAMP 159 fezes não diarreicas 2003 RJ 51 12 - .
48,4% PFGE-A11 ...
CCAMP 497 fezes diarreicas 1998 RJ 230 4 - .
80.8
...
CCAMP 687 fezes não diarreicas 1997 RJ 230 4 - .
...
CCAMP 689 fezes não diarreicas 1997 RJ 230 4 - .
73.0
94.1
...
CCAMP 696 fezes diarreicas 2002 RJ 230 4 - .
64.8 ...
CCAMP 845 fezes não diarreicas 1998 RJ 230 4 - .
... 18
Cj fezes diarreicas 2006 SP 51 7 - .
... 21
Cj fezes diarreicas 2006 SP 24 16 - .
...
CCAMP 685 fezes não diarreicas 2000 RJ 1379 3 - .
87.5
85.7
94.1
90.0
79.2
80.8
73.0
94.1
R e s u l t a d o s | 76
64.8
...
CCAMP 1518 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
...
CCAMP 1520 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
...
CCAMP 1521 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
87.5
...
CCAMP 1523 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
...
CCAMP 1538 fezes não diarreicas 2015 RS 287 23 Cip-Dox-Tet .
PFGE-B1 ...
CCAMP 1478 fezes diarreicas 2010 RJ 45 2 Cip .
85.7
...
CCAMP 488 fezes diarreicas 1996 RJ 45 2 - .
94.1 ...
CCAMP 501 fezes diarreicas 1999 RJ 1440 13 Cip .
90.0
...
CCAMP 1519 carcaça de frango 2015 RS 54 19 Cip-Dox-Tet .
79.2
...
CCAMP 594 fezes diarreicas 2001 RJ 45 14 Dox-Tet .
...
CCAMP 470 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 471 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
PFGE-B2 94.1 ...
CCAMP 472 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
... 20
Cj fezes diarreicas 2006 SP 162 8 - .
73.6
...
CCAMP 1014 cortes de frango 2008 MG 45 3 - .
46.9 ...
CCAMP 1050 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
...
CCAMP 1051 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
...
CCAMP 1056 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
65.0
97.5
...
CCAMP 1060 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
PFGE-B3 82.4
...
CCAMP 1052 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
60.9 ... 15
Cj fezes diarreicas 2004 SP 45 5 Cip-Dox-Tet .
PFGE-B PFGE-B4 ... 06
Cj fezes diarreicas 2003 SP 45 6 - .
52.3 ... 07
Cj Sangue 2003 SP 45 6 Cip .
... 28
Cj fezes diarreicas 2009 SP 1336 5 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 1057 cortes de frango 2009 MG 45 3 Cip .
52,3%
... 01
Cj fezes diarreicas 2002 SP 5 5 - .
... 27
Cj fezes diarreicas 2008 SP 57 8 - .
... 26
Cj fezes diarreicas 2008 SP 57 8 - .
...
CCAMP 1018 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 1019 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
98.0
...
CCAMP 1023 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 1024 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 1032 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
84.8
...
CCAMP 1047 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
... 22
Cj fezes diarreicas 2007 SP 57 5 Dox-Tet .
PFGE-C1
80.0
...
CCAMP 1058 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 473 fezes não diarreicas 2004 MG 100 8 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 828 fezes não diarreicas 1997 RJ 100 4 - .
...
CCAMP 1061 cortes de frango 2009 MG 49 17 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 1015 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
...
CCAMP 1016 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
50.4
...
CCAMP 1020 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
76.7
...
CCAMP 1021 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
...
CCAMP 1025 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
...
CCAMP 1491 sangue 2011 RJ 21 3 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 476 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
67.8
...
CCAMP 478 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
85.7
...
CCAMP 479 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
81.7
...
CCAMP 1555 fezes não diarreicas 2015 RJ 1661
1661 16 Cip .
PFGE-C2
...
CCAMP 764 esgoto 1996 RJ 149 3 - .
63.3
...
CCAMP 493 fezes diarreicas 1998 RJ 2 8 - .
85.7
...
CCAMP 1013 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
PFGE-C3 80.0 ...
CCAMP 1054 cortes de frango 2009 MG 57 3 - .
74.3 ...
CCAMP 1055 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
60.0
PFGE-C4 ...
CCAMP 1053 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 1059 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
...
CCAMP 1080 fezes não diarreicas 2009 RJ 100 18 Cip .
PFGE-C5 85.7 ... 29
Cj fezes diarreicas 2009 SP 100 5 - .
66.7 ...
CCAMP 487 fezes diarreicas 1996 RJ 100 11 - .
59.0
...
CCAMP 1466 fezes não diarreicas 2009 RJ 22 21 - .
PFGE-C ...
CCAMP 1140 fezes não diarreicas 2009 RJ 57 20 Cip .
...
CCAMP 162 fezes não diarreicas 2003 RJ 57 10 - .
MG: Minas Gerais; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; RS: Rio Grande do Sul; Cip: Ciprofloxacina; Dox:
Doxiciclina; Tet: Tetraciclina; Ery: Eritromicina; XXX: aguardando envio do número do alelo; vermelho:
humano; azul: animal; amarelo: alimentos; verde: ambiente.
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 77
Figura 6 - Dendrograma gerado a partir dos dados do sequenciamento das SVR (small
variable region) do gene flaA utilizando o modelo de correção de distância de dois parâmetros
de Jukes & Cantor e o algoritmo UPGMA
flaA Linhagens Material Ano Estado flaA alelo CRISPR Perfil resistência
100
82
84
86
88
90
92
94
96
98
...
CCAMP 1574 fezes não diarreicas 2016 RJ 190 5 Cip-Dox-Tet .
100
100
...
CCAMP 601 fezes diarreicas 2003 RJ 190 7 Cip-Dox-Tet .
100 ...
CCAMP 699 fezes diarreicas 2004 RJ 190 5 - .
96.5
54 ...
CCAMP 730 fezes não diarreicas 2000 RJ 190 5 - .
95.1
43 ... 19
Cj fezes diarreicas 2006 SP 48 11 Cip .
...
CCAMP 678 fezes diarreicas 2006 RJ XXX 7 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 612 fezes diarreicas 2005 RJ 161 15 Dox-Tet .
94
94
... 09
Cj fezes diarreicas 2003 SP 161 1 Dox-Tet .
94.0
30
... 32
Cj fezes diarreicas 2011 SP 161 8 - .
99.1
82 ...
CCAMP 1493 fezes não diarreicas 2013 RJ 551 11 Cip .
100
100
...
CCAMP 480 fezes não diarreicas 2004 MG 551 5 Cip-Dox-Tet .
93.2
92 97.9
99 94 ...
CCAMP 481 fezes não diarreicas 2004 MG 551 5 Cip-Dox-Tet .
... 02
Cj fezes diarreicas 2002 SP 551 3 Dox-Tet-Ery .
89.2
... 21
Cj fezes diarreicas 2006 SP 24 16 - .
67
...
CCAMP 830 esgoto 1999 RJ 595 4 - .
100
SVR-A 88.0
...
CCAMP 980 fezes não diarreicas 1999 RJ 595 4 - .
99
...
CCAMP 698 fezes diarreicas 2004 RJ 1651 7 - .
... 14
Cj fezes diarreicas 2004 SP 274 1 - .
100
99.4
100
... 25
Cj fezes diarreicas 2007 SP 274 8 Cip .
88,0% ... 30
Cj fezes diarreicas 2009 SP 239 1 - .
...
CCAMP 1518 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
100
100
...
CCAMP 1520 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
100 ...
CCAMP 1521 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
100 ...
CCAMP 1523 carcaça de frango 2015 RS 287 3 Cip-Dox-Tet-Ery .
97.5
12 ...
CCAMP 1538 fezes não diarreicas 2015 RS 287 23 Cip-Dox-Tet .
... 28
Cj fezes diarreicas 2009 SP 1336 5 Cip-Dox-Tet .
98.7
...
CCAMP 1065 cortes de frango 2010 RJ 23 11 - .
36
...
CCAMP 501 fezes diarreicas 1999 RJ 1440 13 Cip .
...
CCAMP 1014 cortes de frango 2008 MG 45 3 - .
100
100
...
CCAMP 1050 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
100 ...
CCAMP 1051 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
100 ...
CCAMP 1052 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
100 ...
CCAMP 1056 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
100 ...
CCAMP 1057 cortes de frango 2009 MG 45 3 Cip .
98.4
20
97.2
83 ...
CCAMP 1060 cortes de frango 2009 MG 45 3 - .
0
83 ...
CCAMP 1478 fezes diarreicas 2010 RJ 45 2 Cip .
83 ...
CCAMP 488 fezes diarreicas 1996 RJ 45 2 - .
83 ...
CCAMP 594 fezes diarreicas 2001 RJ 45 14 Dox-Tet .
83 ... 06
Cj fezes diarreicas 2003 SP 45 6 - .
83 ... 07
Cj Sangue 2003 SP 45 6 Cip .
99.4
42 ... 15
Cj fezes diarreicas 2004 SP 45 5 Cip-Dox-Tet .
98.8
34 ...
CCAMP 1466 fezes não diarreicas 2009 RJ 22 21 - .
... 16
Cj fezes diarreicas 2005 SP 153 2 - .
...
CCAMP 1039 cortes de frango 2008 MG 855 14 Cip-Dox-Tet .
100
99.7
54
...
CCAMP 1048 cortes de frango 2008 MG 855 14 Cip .
98.0
6 ... 12
Cj fezes diarreicas 2003 SP 975 3 Cip .
...
CCAMP 1061 cortes de frango 2009 MG 49 17 Cip-Dox-Tet .
85
85
...
CCAMP 1266 fezes não diarreicas 2009 RJ 49 14 Cip-Dox-Tet .
83 ...
CCAMP 1497 fezes diarreicas 2014 RJ 49 22 Cip .
83 ...
CCAMP 489 fezes diarreicas 1997 RJ 49 2 Dox-Tet .
83 ...
CCAMP 512 fezes diarreicas 2001 RJ 49 11 Cip .
99.3
44 83 ...
CCAMP 672 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
83 ...
CCAMP 674 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
96.9
0
83 ...
CCAMP 675 fezes não diarreicas 2006 RJ 49 10 Dox-Tet .
81 ... 03
Cj fezes diarreicas 2003 SP 49 2 Dox-Tet-Ery .
81 ... 17
Cj fezes diarreicas 2005 SP 49 5 - .
98.6
15
81 ... 23
Cj fezes diarreicas 2007 SP 49 7 - .
81 ... 24
Cj fezes diarreicas 2007 SP 49 7 - .
81 ... 31
Cj fezes diarreicas 2010 SP 49 2 - .
... 33
Cj fezes diarreicas 2012 SP 49 9 - .
...
CCAMP 470 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
96
96
...
CCAMP 471 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
...
CCAMP 472 fezes não diarreicas 2004 MG 53 5 Cip-Dox-Tet .
99
99
99
80.9
98
98.4
21
98.0
10
99.4
96.7
97.3 51
4 3
99.1
56
99.3
44 83
83
96.9
0
83
81
98.6
15
81
81
R e s u l t a d o s | 80
81
81
96
...
CCAMP 159 fezes não diarreicas 2003 RJ 51 12 - .
99
99
...
CCAMP 621 fezes não diarreicas 1996 RJ 51 7 - .
99 ...
CCAMP 700 fezes diarreicas 2004 RJ 51 12 - .
80.9
98 ...
CCAMP 770 fezes não diarreicas 1996 RJ 51 5 - .
98.4
21 ... 18
Cj fezes diarreicas 2006 SP 51 7 - .
98.0
10 ... 04
Cj fezes diarreicas 2003 SP 36 5 - .
...
CCAMP 764 esgoto 1996 RJ 149 3 - .
96.7
99.4
51
...
CCAMP 1555 fezes não diarreicas 2015 RJ 1661 16 Cip .
97.3
4 3
99.1
56
... 34
Cj fezes diarreicas 2015 SP 67 11 Cip .
...
CCAMP 789 fezes não diarreicas 1997 RJ 198 6 - .
...
CCAMP 497 fezes diarreicas 1998 RJ 230 4 - .
98.2 100
31
100
...
CCAMP 687 fezes não diarreicas 1997 RJ 230 4 - .
100 ...
CCAMP 689 fezes não diarreicas 1997 RJ 230 4 - .
99 ...
CCAMP 696 fezes diarreicas 2002 RJ 230 4 - .
...
CCAMP 845 fezes não diarreicas 1998 RJ 230 4 - .
98.4
...
CCAMP 506 fezes diarreicas 2000 RJ 260 11 Cip-Dox-Tet .
30
...
CCAMP 588 fezes diarreicas 2001 RJ 9 9 - .
...
CCAMP 1015 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
100
100
...
CCAMP 1016 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
100 ...
CCAMP 1020 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
100 ...
CCAMP 1021 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
97.9
14
100 ...
CCAMP 1025 cortes de frango 2008 MG 21 3 Dox-Tet .
94 ...
CCAMP 1491 sangue 2011 RJ 21 3 Cip-Dox-Tet .
94 ...
CCAMP 476 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
94 ...
CCAMP 478 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
99.1
55 ...
CCAMP 479 fezes não diarreicas 2004 MG 21 3 Cip-Dox-Tet .
97.0
498.5 50 ...
CCAMP 1519 carcaça de frango 2015 RS 54 19 Cip-Dox-Tet .
... 20
Cj fezes diarreicas 2006 SP 162 8 - .
...
CCAMP 1080 fezes não diarreicas 2009 RJ 100 18 Cip .
100
96.3 100
...
CCAMP 473 fezes não diarreicas 2004 MG 100 8 Cip-Dox-Tet .
9
100 ...
CCAMP 487 fezes diarreicas 1996 RJ 100 11 - .
100 ...
CCAMP 828 fezes não diarreicas 1997 RJ 100 4 - .
... 29
Cj fezes diarreicas 2009 SP 100 5 - .
...
CCAMP 1013 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100
100
...
CCAMP 1018 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1019 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1023 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1024 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1032 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1047 cortes de frango 2008 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1053 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
95.9
94
100 ...
CCAMP 1054 cortes de frango 2009 MG 57 3 - .
100 ...
CCAMP 1055 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1058 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1059 cortes de frango 2009 MG 57 3 Cip .
100 ...
CCAMP 1140 fezes não diarreicas 2009 RJ 57 20 Cip .
100 ...
CCAMP 162 fezes não diarreicas 2003 RJ 57 10 - .
63 ...
CCAMP 163 fezes não diarreicas 2003 RJ 57 10 - .
93.2
92
63 ...
CCAMP 81 fezes não diarreicas 2003 RJ 57 10 - .
63 ... 22
Cj fezes diarreicas 2007 SP 57 5 Dox-Tet .
63 ... 26
Cj fezes diarreicas 2008 SP 57 8 - .
99.7
99 ... 27
Cj fezes diarreicas 2008 SP 57 8 - .
SVR-B 90.6
100
...
CCAMP 685 fezes não diarreicas 2000 RJ 1379 3 - .
... 01
Cj fezes diarreicas 2002 SP 5 5 - .
... 11
Cj fezes diarreicas 2003 SP 14 5 Cip-Dox-Tet .
99
... 13
Cj fezes diarreicas 2003 SP 14 11 Cip-Dox-Tet .
90,6% 98.1
100
...
CCAMP 991 fezes não diarreicas 1999 RJ 11 12 - .
...
CCAMP 493 fezes diarreicas 1998 RJ 2 8 - .
O valor do Bootstrap encontra-se na frente dos nós enquanto que os valores de similaridade estão atrás
do nó. MG: Minas Gerais; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; RS: Rio Grande do Sul; Cip:
Ciprofloxacina; Dox: Doxiciclina; Tet: Tetraciclina; Ery: Eritromicina. XXX: aguardando envio do
número do alelo; vermelho: humano; azul: animal; amarelo: alimentos; verde: ambiente.
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 81
Figura 7 - Gráfico representativo das curvas de melting das variantes V1, V2, V3, V4, V5,
V8, V10, V15 e V19 das 121 linhagens de C. jejuni estudadas
Fonte: o autor
Figura 8 - Gráfico representativo das curvas de melting das variantes V6, V7, V9, V12, V16,
V18, V20 e V22 das 121 linhagens de C. jejuni estudadas
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 82
Figura 9 - Gráfico representativo das curvas de melting das variantes V11, V13, V14, V17,
V21, e V23 das 121 linhagens de C. jejuni estudadas
Fonte: o autor
Tabela 11- Distribuição das 121 linhagens de C. jejuni estudadas entre as 23 variantes obtidas
Var. Linhagens Local Origem Período Total
V1 Cj09, Cj14 e Cj30 SP Humano 2003 a 2009 3
CCAMP 488, Cj03, Cj16, SP e
V2 Humano 1996 a 2010 6
Cj31, CCAMP 489 e CCAMP 1478 RJ
Cj02, Cj12, CCAMP 476,
CCAMP 478, CCAMP 479, CCAMP 685,
CCAMP 764, CCAMP 1013, CCAMP 1014,
CCAMP 1015, CCAMP 1016, CCAMP 1018,
CCAMP 1019, CCAMP 1020, CCAMP 1021, SP, Humano,
CCAMP 1023, CCAMP 1024, CCAMP 1025, MG, Animal
V3 1996 a 2015 36
CCAMP 1032, CCAMP 1047, CCAMP 1050, RJ e Alimento,
CCAMP 1051, CCAMP 1052, CCAMP 1053, RS Ambiente
CCAMP 1054, CCAMP 1055, CCAMP 1056,
CCAMP 1057, CCAMP 1058, CCAMP 1059,
CCAMP 1060, CCAMP 1491, CCAMP 1518,
CCAMP 1520, CCAMP 1521 e CCAMP 1523
CCAMP 497, CCAMP 687, CCAMP 689, Humano,
V4 CCAMP 696, CCAMP 828, CCAMP 830, RJ Animal, 1997 a 1999 8
CCAMP 845 e CCAMP 980 Ambiente
Cj01, Cj04, Cj11, Cj15,
Cj17, Cj22, Cj28, Cj29, SP,
Humano,
V5 CCAMP 470, CCAMP 471, CCAMP 472, MG e 1996 a 2016 17
Animal
CCAMP 480, CCAMP 481, CCAMP 699, RJ
CCAMP 730, CCAMP 770 e CCAMP 1574
SP e Humano,
V6 Cj06, Cj07 e CCAMP 789 1997 a 2003 3
RJ Animal
Cj18, Cj23, Cj24, CCAMP 601, SP e Humano,
V7 1996 a 2006 7
CCAMP 621, CCAMP 678 e CCAMP 698 RJ Animal
continua
R e s u l t a d o s | 83
conclusão
Var. Linhagens Local Origem Período Total
SP,
Humano,
V8 Cj20, Cj25, Cj26, Cj27, MG 1998 a 2011 7
Animal
Cj32, CCAMP 473 e CCAMP 493 e RJ
SP e
V9 Cj33 e CCAMP 588 RJ Humano 2001 e 2012 2
CCAMP 81, CCAMP 162, CCAMP 163,
V10 RJ Animal 2003 a 2006 6
CCAMP 672, CCAMP 674 e CCAMP 675
Cj13, Cj19, Cj34, CCAMP 487, CCAMP 506, Humano,
SP e
V11 Animal, 1996 a 2015 8
CCAMP 512, CCAMP 1065 e CCAMP 1493 RJ
Alimento
Humano,
V12 CCAMP 159, CCAMP 700 e CCAMP 991 RJ 1999 a 2004 3
Animal
V13 CCAMP 501 RJ Humano 1999 1
CCAMP 594, CCAMP 1039, Humano,
MG e
V14 Animal, 2001 a 2009 4
RJ
CCAMP 1048 e CCAMP 1266 Alimento
V15 CCAMP 612 RJ Humano 2005 1
SP e Humano,
V16 Cj21 e CCAMP 1555 2006 e 2015 2
RJ Animal
V17 CCAMP 1061 MG Alimento 2009 1
V18 CCAMP 1080 RJ Animal 2009 1
V19 CCAMP 1519 RS Alimento 2015 1
V20 CCAMP 1140 RJ Animal 2009 1
V21 CCAMP 1466 RJ Animal 2009 1
V22 CCAMP 1497 RJ Humano 2014 1
V23 CCAMP 1538 RS Animal 2015 1
Var.: Variante; MG: Minas Gerais; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; RS: Rio Grande do Sul
Figura 10 - Distribuição por fonte de isolamento das 121 linhagens de C. jejuni estudadas
dentre as 23 variantes obtidas
40
35
Número de linhagens
30
25
Ambiente
20
Alimentos
15
Animal
10 Humano
5
0
V10
V11
V12
V13
V14
V15
V16
V17
V18
V19
V20
V21
V22
V23
V7
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V8
V9
Variantes
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 84
SNP-A
SNP-A1
SNP-A2
SNP-B
MG: Minas Gerais; SP: São Paulo; RJ: Rio de Janeiro; RS: Rio Grande do Sul
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 86
Tabela 12 - Combinação dos alelos obtidos e dos 46 STs gerados nas 116 linhagens de C.
jejuni tipadas por MLST
Linhagens aspA glnA gltA glyA pgm tkt uncA ST CC
CCAMP 487 8 2 2 2 11 345 6 3852 ST-354
CCAMP 488 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 489 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
CCAMP 493 4 7 10 4 1 7 1 45 ST-45
CCAMP 497 10 27 59 19 10 5 7 1775 ST-403
CCAMP 501 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 506 62 4 5 2 74 1 5 332 ST-48
CCAMP 512 83 84 5 10 11 3 46 1071 NA
CCAMP 588 2 1 1 3 2 1 5 21 ST-21
CCAMP 594 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
Cj 01 7 2 2 2 11 5 6 6257 ST-354
Cj 02 2 4 5 25 11 1 5 2086 ST-206
CCAMP 696 10 27 59 19 10 5 7 1775 ST-403
Cj 03 83 84 1 10 11 3 46 2289 NA
Cj 04 2 1 12 3 2 1 5 50 ST-21
Cj 06 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
Cj 07 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
Cj 09 1 3 6 4 54 91 3 660 ST-22
Cj 11 8 2 5 53 11 3 1 607 ST-607
Cj 12 2 1 52 10 11 1 5 9081 ST-21
Cj 13 7 669 5 2 11 1 5 9082 NA
CCAMP 601 2 4 5 93 11 3 6 1398 ST-658
CCAMP 699 2 4 52 93 11 3 6 8745 ST-658
CCAMP 700 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
Cj 15 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
Cj 16 7 17 571 2 89 710 6 9083 ST-353
Cj 17 7 97 5 2 135 68 26 791 NA
CCAMP 612 1 3 6 4 54 91 3 660 ST-22
CCAMP 678 2 4 5 93 11 3 6 1398 ST-658
Cj 18 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
continua
R e s u l t a d o s | 87
continuação
Linhagens aspA glnA gltA glyA pgm tkt uncA ST CC
Cj 19 7 84 5 2 11 203 6 1522 ST-353
Cj 20 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
Cj 22 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
Cj 23 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
Cj 24 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
Cj 25 1 2 3 4 5 9 6 469 ST-42
Cj 26 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
Cj 27 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
Cj 29 8 10 2 2 11 12 6 354 ST-354
Cj 30 1 2 3 4 457 9 3 3997 ST-42
Cj 31 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
CCAMP 1478 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1491 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
Cj 32 1 3 6 4 54 91 3 660 ST-22
Cj 33 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
CCAMP 1497 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
Cj 34 9 2 2 10 10 3 1 8742 ST-464
CCAMP 770 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
CCAMP 621 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
CCAMP 687 10 27 59 19 10 5 7 1775 ST-403
CCAMP 689 10 27 59 19 10 5 7 1775 ST-403
CCAMP 789 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
CCAMP 828 8 17 5 2 11 12 6 8747 ST-354
CCAMP 845 10 27 59 19 10 5 7 1775 ST-403
CCAMP 980 7 21 5 2 4 61 44 8748 NA
CCAMP 991 3 1 5 10 11 3 6 8749 ST-49
CCAMP 730 2 4 52 93 11 3 6 8745 ST-658
CCAMP 685 2 2 42 4 90 25 8 2042 NA
CCAMP 81 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
CCAMP 159 10 27 16 19 10 5 7 403 ST-403
CCAMP 162 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
CCAMP 163 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
CCAMP 470 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 471 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 472 9 17 5 2 10 3 6 8743 ST-353
CCAMP 473 8 17 2 2 11 12 6 1723 ST-354
CCAMP 476 7 17 2 15 23 3 12 51 ST-443
CCAMP 478 7 17 2 15 23 3 12 51 ST-443
CCAMP 479 7 17 2 15 23 3 12 51 ST-443
CCAMP 480 2 4 5 25 11 3 5 2304 NA
CCAMP 481 2 4 5 25 11 3 5 2304 NA
continua
R e s u l t a d o s | 88
continuação
Linhagens aspA glnA gltA glyA pgm tkt uncA ST CC
CCAMP 672 2 4 5 2 882 1 5 8744 ST-48
CCAMP 674 2 4 5 2 882 1 5 8744 ST-48
CCAMP 675 2 4 5 2 882 1 5 8744 ST-48
CCAMP 1080 8 10 2 2 11 12 6 354 ST-354
CCAMP 1140 9 25 2 10 22 3 6 52 ST-52
CCAMP 1266 2 4 1 4 19 62 5 475 ST-48
CCAMP 1466 55 172 21 49 125 83 51 1962 NA
CCAMP 1493 2 4 5 25 11 203 5 6091 NA
CCAMP 1538 7 17 5 724 11 3 6 8752 ST-353
CCAMP 1555 9 25 5 2 10 11 26 8753 NA
CCAMP 1574 2 4 5 93 11 3 6 1398 ST-658
CCAMP 1013 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1014 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1015 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
CCAMP 1016 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
CCAMP 1018 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1019 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1020 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
CCAMP 1021 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
CCAMP 1023 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1024 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1025 24 17 2 15 23 12 12 463 ST-443
CCAMP 1032 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1039 2 1 5 10 2 1 5 1359 ST-21
CCAMP 1047 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1048 2 1 5 10 2 1 5 1359 ST-21
CCAMP 1050 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1051 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1052 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1053 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1054 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1055 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1056 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1057 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1058 2 17 5 10 482 3 6 9084 ST-353
CCAMP 1059 2 17 5 10 11 3 6 8741 ST-353
CCAMP 1060 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1061 462 4 5 10 11 3 46 8751 NA
CCAMP 1518 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1519 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1520 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
continua
R e s u l t a d o s | 89
conclusão
Linhagens aspA glnA gltA glyA pgm tkt uncA ST CC
CCAMP 1521 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 1523 7 17 5 2 10 3 6 353 ST-353
CCAMP 764 55 21 2 10 11 37 6 8746 NA
CCAMP 830 7 21 5 2 4 61 44 8748 NA
NA: não associado a nenhum complexo clonal; ST: Sequence Type; CC: Complexo Clonal
Alelos / STs novos: escrito em itálico, negrito e sublinhado
A combinação dos sete alelos para cada uma das 116 linhagens de C. jejuni tipadas por
esta metodologia gerou 46 STs, dos quais 30 já existiam no banco de dados. Dezesseis STs
(8741, 8742, 8743, 8744, 8745, 8746, 8747, 8748, 8749, 8751, 8752, 8753, 9081, 9082, 9083
e 9084) não haviam sido descritos no banco de dados e foram, portanto, descritos pela
primeira vez. Ademais, seis novos alelos pertencentes aos genes aspA (CCAMP 1061), glyA
(CCAMP 1538), pgm (CCAMP 672, CCAMP 674 e CCAMP 675), gltA (Cj 16), tkt (Cj 16) e
glnA (Cj 13) foram obtidos (Tabela 12).
O ST mais prevalente nas linhagens estudadas foi o ST 353, composto por 22 (19%)
linhagens (Cj 06, Cj 07, Cj 15, Cj 20, CCAMP 470, CCAMP 471, CCAMP 488, CCAMP
501, CCAMP 594, CCAMP 1014, CCAMP 1050, CCAMP 1051, CCAMP 1052, CCAMP
1056, CCAMP 1057, CCAMP 1060, CCAMP 1478, CCAMP 1518, CCAMP 1519, CCAMP
1520, CCAMP 1521, CCAMP 1523) isoladas de humanos e alimentos, entre os anos de 1996
e 2015, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em
seguida, o ST 8741 compreendeu 12 (10%) linhagens (Cj 22, CCAMP 1013, CCAMP 1018,
CCAMP 1019, CCAMP 1023, CCAMP 1024, CCAMP 1032, CCAMP 1047, CCAMP 1053,
CCAMP 1054, CCAMP 1055 e CCAMP 1059) isoladas de humano e alimentos entre os anos
de 2007 e 2009 nos estados de São Paulo e Minas Gerais. O ST 475 foi composto por sete
linhagens (Cj 23, Cj 24, Cj 31, Cj 33, CCAMP 489, CCAMP 1266 e CCAMP 1497) isoladas
de humanos e animal de 1997 a 2014 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Os STs 52, 403 e 463 compreenderam seis linhagens cada um, sendo que, o ST 52 foi
composto por linhagens isoladas de humanos e animais de 2003 a 2009 nos estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, o ST 403 compreendeu linhagens isoladas de humanos e animais de
1996 a 2004 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e o ST 463 foi composto por linhagens
isoladas de alimentos e humano nos anos de 2008 e 2011 nos estados de Minas Gerais e Rio
de Janeiro. O ST 1775 foi composto por cinco linhagens, isoladas de animais e humanos nos
anos de 1997 a 2002 no estado do Rio de Janeiro. Os STs 51, 660, 1398 e 8744
compreenderam três linhagens cada um deles, enquanto que os STs 354, 1359, 2304, 8745 e
R e s u l t a d o s | 90
8748 foram compostos por duas linhagens. E, finalmente, os STs 21, 45, 50, 332, 469, 607,
791, 1071, 1522, 1723, 1962, 2042, 2086, 2289, 3852, 3997, 6091, 6257, 8742, 8743, 8746,
8747, 8749, 8751, 8752, 8753, 9081, 9082, 9083 e 9084 foram STs únicos e compreenderam,
portanto, somente uma linhagem (Tabela 12).
Dentre os 46 STs obtidos, 34 STs estavam relacionados a algum complexo clonal e 12
STs não estavam relacionados a nenhum complexo clonal. O complexo clonal ST-353 foi o
mais frequente abrangendo sete STs. O complexo clonal ST-354 compreendeu cinco STs. O
complexo clonal ST-21 abrangeu quatro STs e o complexo clonal ST-48 compreendeu três
STs. Já os complexos clonais, ST-42, ST-403, ST-443 e ST-658 compreenderam dois STs
cada um, e por fim, os complexos clonais ST-22, ST-45, ST-49, ST-52, ST-206, ST-464 e ST-
607 apresentaram somente um ST em cada um deles (Tabela 13).
Tabela 13 - Distribuição dos complexos clonais (CC) e sequence types (ST) das 116
linhagens de C. jejuni estudadas de acordo com a fonte de isolamento
Humano Animal Alimentos Ambiente Total
CC ST
n=47 n=35 n=32 n=2 n=116
21 21 1 5
50 1
1359 2
9081 1
22 660 3 3
42 469 1 2
3997 1
45 45 1 1
48 332 1 11
475 6 1
8744 3
49 8749 1 1
52 52 2 4 6
206 2086 1 1
353 353 8 2 12 39
1522 1
8741 1 11
8743 1
8752 1
9083 1
9084 1
354 354 1 1 6
1723 1
3852 1
6257 1
8747 1
continua
R e s u l t a d o s | 91
conclusão
Humano Animal Alimentos Ambiente Total
CC ST
n=47 n=35 n=32 n=2 n=116
403 403 2 4 11
1775 2 3
443 51 3 9
463 1 5
464 8742 1 1
607 607 1 1
658 1398 2 1 5
8745 1 1
NA 791 1 1
NA 1071 1 1
NA 1962 1 1
NA 2042 1 1
NA 2289 1 1
NA 2304 2 2
NA 6091 1 1
NA 8746 1 1
NA 8748 1 1 2
NA 8751 1 1
NA 8753 1 1
NA 9082 1 1
NA: não associado a nenhum complexo clonal; STs novos: escrito em itálico, negrito e sublinhado
Figura 12 - Diagrama de similaridade genética gerado pelo programa eBURSTv3 com os dados de todas as 60.830 linhagens de C. jejuni e C.
coli e 9.083 perfis disponíveis no banco de dados
Em rosa estão representados os 46 STs das 116 linhagens de C. jejuni estudadas; azul, STs centrais de complexos clonais; amarelo, são subgrupos centrais;
preto, demais linhagens de C. jejuni e C. coli. OBS: Dados com linhagens depositadas até 22 de janeiro de 2018.
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 93
Figura 13 - Diagrama de similaridade genética gerado pelo programa eBURSTv3 com os 46 STs das 116 linhagens de C. jejuni tipadas no
presente estudo, destacadas em rosa, em conjunto com linhagens do banco de dados
Em rosa estão representados os 46 STs das 116 linhagens de C. jejuni estudadas; azul, STs centrais de complexos clonais; amarelo, são subgrupos centrais;
preto, demais linhagens de C. jejuni. OBS: Dados com linhagens depositadas até 22 de janeiro de 2018.
Fonte: o autor
R e s u l t a d o s | 94
6. DISCUSSÃO
D i s c u s s ã o | 98
6. DISCUSSÃO
C. jejuni é o principal patógeno bacteriano que causa gastroenterite relacionada à
ingestão de alimentos contaminados em vários países (ALLOS, 2001; CDC, 2015; EFSA,
2017a). No entanto, esse patógeno tem sido sub-diagnosticado e pouco estudado no Brasil, e
estudos moleculares que caracterizaram a diversidade genotípica de C. jejuni são escassos no
país (SCARCELLI et al., 2009; MELO et al., 2013; SILVA et al., 2016; FRAZÃO et al.,
2017). A maioria dos estudos realizados no Brasil investigou a ocorrência e o perfil de
resistência a antimicrobianos de isolados desse patógeno (AQUINO et al., 2002; FRANCHIN
et al., 2007; QUETZ et al., 2010; VAZ et al., 2014; KONELL et al., 2014).
O presente estudo utilizou as técnicas de PFGE, sequenciamento da SVR do gene flaA,
análise do locus CRISPR por HRMA, MLST e sequenciamento do genoma completo para
tipar genotipicamente 121 linhagens de C. jejuni isoladas de humanos, animais, alimentos e
ambiente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, entre
os anos de 1996 e 2016. O perfil de resistência foi avaliado pela concentração inibitória
mínima obtida por Etest® frente a quatro antimicrobianos e pela análise in silico de genes de
resistência e pontos de mutação conhecidos. Ademais, a presença de 16 genes de virulência
foi analisada por PCR para verificar o potencial patogênico das linhagens de C. jejuni
estudadas.
Todas as 121 linhagens de C. jejuni estudadas apresentaram a grande maioria dos
genes pesquisados. Os genes flaA, flhA, cadF, docA, cdtA, cdtB, cdtC, iamA, ciaB, sodB,
dnaJ, pldA, racR e csrA foram detectados em todas as linhagens estudadas. O gene wlaN foi
detectado em 15 (12,4%) linhagens e o gene plasmidial virB11 foi encontrado em apenas uma
(0,8%) linhagem (Tabela 8). Assim, a alta frequência da maioria dos 16 genes de virulência
pesquisados evidenciou o potencial patogênico das linhagens de C. jejuni estudadas no
presente estudo (FRAZÃO et al., 2017).
Corroborando com nosso estudo, os mesmos genes de virulência foram detectados em
alta frequência em linhagens de C. jejuni isoladas em outros países (DATTA et al., 2003;
WIECZOREK e OSEK, 2008; BISWAS et al., 2011; KOOLMAN et al., 2015). Em um
estudo realizado por Datta e colaboradores (2003), foram pesquisados 11 genes de virulência
em 111 linhagens de C. jejuni isoladas de humanos, carne de frango, fezes de frango e fezes
bovinas no Japão. Os genes flaA, cadF, cdtA, cdtB e cdtC foram detectados em todas as
linhagens. A maioria das linhagens apresentou os genes dnaJ, ciaB, racR e pldA, enquanto
que os genes wlaN e virB11 foram detectados em baixas taxas. Wieczorek e Osek (2008)
mostraram a alta prevalência dos genes flaA, cdtA, cdtB, cdtC e cadF em 92 linhagens de C.
D i s c u s s ã o | 99
jejuni isoladas de humanos, sendo 60,8% das linhagens resistentes à ciprofloxacina e 44,6%
das linhagens resistentes à tetraciclina (EFSA, 2017b).
O uso indiscriminado de antimicrobianos, particularmente fluoroquinolonas, na
produção animal, está intimamente associado à propagação de linhagens resistentes de
Campylobacter, trazendo potenciais efeitos na segurança alimentar, bem como, na saúde
humana, visto que a ciprofloxacina é um antimicrobiano de escolha quando o tratamento faz-
se necessário (SILVA et al., 2011; SKARP; HANNINEN; RAUTELIN, 2016).
No presente trabalho, dentre as 121 linhagens de C. jejuni estudadas, 68 (56,2%)
linhagens foram resistentes a pelo menos um dos antimicrobianos testados (Tabela 9). A
resistência à ciprofloxacina, doxiciclina, tetraciclina e eritromicina foi observada em 53
(43.8%), 42 (34.7%), 42 (34.7%) e 06 (4.9%) linhagens, respectivamente (Tabela 10).
Estudos realizados em diversos países corroboraram com os nossos resultados e
também relataram uma maior taxa de resistência à ciprofloxacina e à tetraciclina em
comparação a uma menor taxa de resistência à eritromicina em linhagens de C. jejuni
(GOUALIÉ et al., 2012; POLLETT et al., 2012; DUARTE et al., 2014; SIERRA-
ARGUELLO et al., 2016; CAREV et al., 2017). Duarte e colaboradores (2014) estudaram 89
linhagens de C. jejuni isoladas de humanos, animais e alimentos em Portugal e observaram
resistência à ciprofloxacina, tetraciclina e eritromicina em 82, 59 e seis linhagens,
respectivamente. Em 39 linhagens de C. jejuni isoladas de frangos na Costa do Marfim, 15
(38,5%) linhagens foram resistentes à ciprofloxacina e sete (17,9%) linhagens resistentes à
eritromicina (GOUALIÉ et al., 2012). Um estudo realizado em três diferentes regiões do Peru,
além de retratar a resistência à ciprofloxacina em linhagens de C. jejuni isoladas de humanos,
também mostrou o aumento da resistência a este antimicrobiano entre os anos de 2001 a 2010,
que variou de 72,6% a 82,8% em Cusco, 24,1% a 48,9% em Iquitos e 73,1% a 89.8% em
Lima, Peru (POLLETT et al., 2012). Carev e colaboradores (2017) estudaram 153 linhagens
de C. jejuni isoladas de humanos na Croácia e relataram 60% das linhagens resistentes à
ciprofloxacina, 24% de resistência à tetraciclina e uma baixa porcentagem (0.7%) de
linhagens resistentes à eritromicina. No Brasil, Sierra-Arguello e colaboradores (2016)
estudaram 50 linhagens de C. jejuni isoladas de frangos de abatedouros no estado do Rio
Grande do Sul e a porcentagem de resistência observada por esses autores à ciprofloxacina e
eritromicina foi de 94% e 2%, respectivamente.
Assim, a resistência à ciprofloxacina, tetraciclina e doxiciclina encontradas em uma
porcentagem significativa nas linhagens de C. jejuni estudadas no presente estudo, é
preocupante, pois, são os antimicrobianos de escolha para o tratamento da campylobacteriose
D i s c u s s ã o | 101
verificada através das metodologias de PFGE, sequenciamento de SVR do gene flaA, análise
do locus CRISPR por HRMA, MLST e sequenciamento do genoma completo.
Dentre tantos métodos de tipagem molecular, a técnica de PFGE é atualmente
considerada uma das metodologias mais discriminatórias para a tipagem de linhagens de C.
jejuni (RIBOT et al., 2001; WASSENAAR e NEWELL, 2000; AHMED et al., 2012). No
presente estudo, a metodologia de PFGE revelou 71 PFGE tipos e agrupou as 121 linhagens
de C. jejuni em três grupos, denominados PFGE-A, PFGE-B e PFGE-C, com similaridade
genotípica maior que 46,9%. Apesar desta análise ter demonstrado uma alta diversidade
genômica entre todas as linhagens estudadas, 107 (88.4%) linhagens isoladas de diferentes
fontes, estados e anos de isolamento, apresentaram uma alta similaridade genotípica de mais
de 80% entre elas e foram agrupadas em 21 diferentes subgrupos (Figura 5). Desta forma,
podemos dizer que os resultados obtidos pela técnica de PFGE sugerem que uma possível
contaminação possa ter ocorrido entre linhagens de C. jejuni de origem clínica e não clínica, e
entre linhagens de humanos e animais durante duas décadas no Brasil (FRAZÃO et al., 2017).
Em contraste, alguns estudos realizados em outros países revelaram uma alta
diversidade genotípica entre linhagens de C. jejuni pela metodologia de PFGE (OPORTO et
al., 2011; SCHWEITZER et al. 2011; ABAY et al., 2014; PEDONESE et al., 2017). Oporto e
colaboradores (2011) tiparam 87 linhagens de C. jejuni isoladas de animais nos Países Bascos
entre os anos de 2003 a 2006 e revelaram 55 PFGE tipos com uma diversidade genotípica de
mais de 30%, com apenas dez linhagens apresentando uma similaridade maior que 80%. O
estudo de Schweitzer et al. (2011) mostrou uma diversidade genotípica maior que 50% entre
60 linhagens de C. jejuni isoladas de animais na Hungria. De acordo com Abay e
colaboradores (2014), 115 diferentes perfis foram obtidos de 174 linhagens de C. jejuni
isoladas de humanos e frangos na Turquia com similaridade genotípica maior que 27,1%. No
estudo de Pedonese e colaboradores (2017), 36 linhagens de C. jejuni isoladas de carne de
frango na Itália apresentaram similaridade genotípica maior que 31,3%.
No Brasil há poucos estudos que genotiparam linhagens de C. jejuni por PFGE. Um
recente trabalho feito no sul do país por Silva et al. (2016) mostrou a alta diversidade de 61
linhagens de C. jejuni isoladas de carne de frango, fezes de frango e de humanos. Neste
trabalho, o dendrograma de similaridade genética foi construído com uma tolerância de 3%, e
as linhagens apresentaram similaridade genética maior que 30%, enquanto que a tolerância
utilizada para a construção do dendrograma de similaridade genética com os dados do PGFE
no nosso estudo foi de 1,5%. Ademais, linhagens isoladas de humanos não apresentaram
nenhuma correlação com as linhagens isoladas de frango. Desta forma, o nosso trabalho
D i s c u s s ã o | 103
distintos foram identificados em isolados contendo uma única sequência repetida, sendo que
perfis contendo sequências idênticas foram indistinguíveis. Dessa forma, esses autores
demonstraram a capacidade da técnica de HRMA em discriminar em perfis iguais ou
diferentes os genótipos do CRISPR (PRICE et al., 2007).
No nosso estudo foram obtidos 23 diferentes variantes pela análise do locus CRISPR
por HRMA para as 121 linhagens de C. jejuni estudadas. Algumas variantes agruparam
linhagens isoladas de diferentes fontes. A variante V3, a mais prevalente, compreendeu 36
linhagens isoladas de humanos, animais, alimentos e ambiente, dentre os anos de 1996 a
2015, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A
variante V5, a segunda mais prevalente, agrupou 17 linhagens isoladas de humanos e animais,
dentre os anos de 1996 a 2016, nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A
variante V4 agrupou linhagens isoladas de ambiente, animais e humanos, as variantes V11 e
V14 compreenderam linhagens isoladas de humanos, animais e alimentos, e as variantes V5,
V6, V7, V8, V12 e V16 agruparam linhagens isoladas de humanos e animais. Nove variantes
apresentaram perfis únicos (Tabela 11 e Figura 10). Apesar desta técnica ter apresentado o
menor índice de discriminação (0,874) dentre todas as técnicas de tipagem realizadas no
presente estudo (item 5.11), os resultados aqui obtidos, assim como foi observado pelas
técnicas de PFGE e sequenciamento da SVR do gene flaA, sugerem que uma possível
contaminação possa ter ocorrido entre fontes clínicas e não clínicas e entre humanos e
animais, ao longo de 20 anos no Brasil, visto que algumas variantes agruparam linhagens
isoladas de diferentes fontes, anos e locais de isolamento (Tabela 11).
Vale mencionar que não houve uma concordância na distribuição das linhagens de C.
jejuni estudadas entre os PFGE tipos, flaA alelos e CRISPR tipos obtidos, ou seja, como pode
ser observado na Figura 5, o mesmo flaA alelo e/ou mesmo CRISPR tipo pertenceram a
diferentes PFGE tipos (Apêndice C).
Com o advento do sequenciamento de nova geração, a pesquisa genômica tem sido
revolucionada através da possibilidade do sequenciamento de genomas inteiros de diversos
organismos (GILMOUR et al., 2013; VAN DIJK et al., 2014). Assim, a metodologia de
sequenciamento do genoma completo vem sendo utilizada com sucesso em linhagens de C.
jejuni, tanto na investigação de surtos, quanto em estudos filogenéticos para avaliar a
diversidade genética dessa espécie bacteriana (BIGGS et al., 2011; REVEZ et al., 2014;
CLARK et al., 2016; DEARLOVE et al., 2016; CODY et al., 2017; LAHTI et al., 2017;
LLARENA; TABOADA; ROSSI, 2017).
D i s c u s s ã o | 106
presente estudo, a técnica de análise de SNPs no genoma completo foi a mais adequada em
discriminar as linhagens de C. jejuni estudadas. Porém, conjuntamente com tal técnica, e
também pelo alto valor do índice de discriminação e pelas evidências epidemiológicas
concordantes, podemos considerar a técnica de PFGE também muito eficiente em discriminar
as linhagens de C. jejuni do presente estudo.
Similar ao nosso resultado do índice de discriminação obtido para a técnica de PFGE,
Sails e colaboradores (2003) tiparam 47 linhagens de C. jejuni isoladas de humanos usando
PFGE, sequenciamento da SVR do gene flaA e MLST e observaram que o PFGE apresentou o
melhor índice de discriminação dentre as técnicas utilizadas. Oporto et al. (2011) usaram
PFGE, MLST e PCR-RFLP do gene flaA para tipar 71 linhagens de C. jejuni isoladas de
humanos, e observaram que o PFGE foi a técnica mais discriminatória. O mesmo resultado
foi descrito por Behringer e colaboradores (2011) que tiparam 49 linhagens de C. jejuni
isoladas de frangos nos Estados Unidos, e mostraram que o PFGE foi a técnica com o maior
poder discriminatório em comparação com PCR-RFLP do gene flaA, MLST e REP-PCR.
A alta frequência da maioria dos 16 genes de virulência pesquisados evidenciou o
potencial patogênico das linhagens de C. jejuni estudadas no presente estudo. A resistência
aos antimicrobianos de primeira escolha para o tratamento da campylobacteriose em algumas
linhagens de C. jejuni estudadas no presente estudo é preocupante, podendo levar à falha
terapêutica quando o tratamento da campylobacteriose é necessário. Os resultados obtidos
pelas cinco metodologias de tipagem molecular utilizadas sugerem que uma possível
contaminação possa ter ocorrido entre fontes clínicas e não clínicas e entre humanos e
animais, ao longo de 20 anos no Brasil. Pelos resultados obtidos no presente estudo por
MLST, podemos ainda observar que não houve a predominância de um ST dentre as
linhagens de C. jejuni estudadas e isoladas no Brasil. Ademais, a análise de SNPs no genoma
completo sequenciado foi capaz de diferenciar linhagens pertencentes ao mesmo ST. Pelo
índice de discriminação, as metodologias de análise de SNPs no genoma completo e PFGE,
em comparação com as outras técnicas de tipagem, foram as mais eficientes em discriminar as
linhagens de C. jejuni do presente estudo.
Tomados em conjunto, os resultados obtidos no presente estudo possibilitaram ampliar
os conhecimentos sobre o potencial patogênico, o perfil de resistência frente a diferentes
antimicrobianos, a epidemiologia e a diversidade genética de linhagens de C. jejuni isoladas
de humanos, animais, alimentos e ambiente, entre os anos de 1996 e 2016 no Brasil.
C o n c l u s õ e s | 110
7. CONCLUSÕES
C o n c l u s õ e s | 111
7. CONCLUSÕES
O potencial patogênico das linhagens de C. jejuni estudadas foi evidenciado devido à alta
frequência da maioria dos genes de virulência pesquisados;
Pela análise dos alelos obtidos a partir do sequenciamento da SVR do gene flaA podemos
concluir que os alelos prevalentes obtidos nas linhagens de C. jejuni do presente estudo são
diferentes daqueles encontrados em outros países;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1
________________________
1
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023
R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s | 113
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A p ê n d i c e s | 131
APÊNDICES
A p ê n d i c e s | 132
Apêndice A - Genes de resistência, pontos de mutação e concentração inibitória mínima (CIM) frente a antibióticos das 121 linhagens de C.
jejuni estudadas
CIM (µg/mL)
Resistência
Linhagens Genes de resistência Pontos de mutação conhecidos Cip Dox Tet Eri
Etest®
(R≥4) (R≥8) (R≥16) (R≥32)
CCAMP 487 blaOXA-61 ND ND 0,064 0,047 0,125 0,125
CCAMP 488 ND ND ND 0,25 0,125 0,094 0,25
CCAMP 489 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,094 8 32 0,38
CCAMP 493 ND ND ND 0,125 0,094 0,25 0,5
CCAMP 497 ND ND ND 0,064 0,25 0,19 1,5
CCAMP 501 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,5 2 2
CCAMP 506 blaOXA-61; aadE gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 12 64 0,75
CCAMP 512 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip 12 1 0,25 3
CCAMP 588 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,125 0,25 0,75
CCAMP 594 tet(O) ND Dox-Tet 0,125 8 48 0,25
Cj 01 ND ND ND 0,25 0,125 0,064 1
Cj 02 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet-Eri 0,64 8 32 38
CCAMP 696 ND ND ND 0,125 0,064 0,25 0,75
Cj 03 tet(O) ND Dox-Tet-Eri 0,125 16 ≥256 38
Cj 04 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,125 0,125 0,75
Cj 06 aadE gyrA p. T86I ND 0,94 1 4 2
Cj 07 aadE gyrA p. T86I Cip ≥32 0,125 0,25 1
Cj 09 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,064 8 24 0,25
Cj 11 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 8 32 0,75
Cj 12 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,25 0,25
Cj 13 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 8 64 0,25
CCAMP 601 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 32 ≥256 1
CCAMP 698 NR NR ND 0,19 0,125 0,5 1
CCAMP 699 blaOXA-61 ND ND 0,064 0,094 0,19 1
CCAMP 700 ND ND ND 0,125 0,125 0,125 0,75
continua
A p ê n d i c e s | 133
continuação
CIM (µg/mL)
Resistência
Linhagens Genes de resistência Pontos de mutação conhecidos Cip Dox Tet Eri
Etest®
(R≥4) (R≥8) (R≥16) (R≥32)
Cj 14 NR NR ND 0,094 2 0,047 1,5
Cj 15 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 12 ≥256 0,25
Cj 16 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I ND 0,125 0,064 0,125 0,125
Cj 17 blaOXA-184; aph(3`)III ND ND 0,125 1 4 0,75
CCAMP 612 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,125 8 24 0,5
CCAMP 678 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 8 ≥256 1
Cj 18 ND ND ND 0,064 0,064 0,125 0,25
Cj 19 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,064 0,25
Cj 20 tet(O) ND ND 0,125 0,032 0,064 2
Cj 21 NR NR ND 0,125 0,064 0,25 4
Cj 22 tet(O) ND Dox-Tet 0,125 8 32 1
Cj 23 blaOXA-61 ND ND 0,38 0,25 0,25 2
Cj 24 blaOXA-61 ND ND 0,5 0,5 0,75 2
Cj 25 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,19 0,75
Cj 26 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,064 0,125 1
Cj 27 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,125 0,125 1,5
Cj 28 NR NR Cip-Dox-Tet ≥32 12 ≥256 1,5
Cj 29 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,25 0,38 0,75
Cj 30 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,094 0,25 0,38
Cj 31 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,094 0,125 0,75
CCAMP 1478 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,19 0,38
CCAMP 1491 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 12 ≥256 0,5
Cj 32 blaOXA-61 ND ND 0,125 1 3 8
Cj 33 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,064 0,125 0,5
CCAMP 1497 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip ≥32 0,125 0,38 1
Cj 34 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 1 0,5 1
continua
A p ê n d i c e s | 134
continuação
CIM (µg/mL)
Resistência
Linhagens Genes de resistência Pontos de mutação conhecidos Cip Dox Tet Eri
Etest®
(R≥4) (R≥8) (R≥16) (R≥32)
CCAMP 770 ND ND ND 0,125 0,094 0,125 1,5
CCAMP 621 ND ND ND 0,19 0,125 0,094 1,5
CCAMP 687 ND ND ND 0,125 0,064 0,25 0,75
CCAMP 689 ND ND ND 0,19 0,125 0,5 1
CCAMP 789 ND ND ND 0,094 0,125 0,125 0,25
CCAMP 828 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,19 0,38 0,75
CCAMP 845 ND ND ND 0,047 0,064 0,19 0,75
CCAMP 980 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,064 0,094 1
CCAMP 991 blaOXA-61 ND ND 0,094 0,125 0,19 0,25
CCAMP 730 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,19 0,5 1
CCAMP 685 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,064 0,125 0,5
CCAMP 81 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,064 0,094 1
CCAMP 159 ND ND ND 0,094 0,064 0,125 0,25
CCAMP 162 blaOXA-61 ND ND 0,25 0,064 0,094 0,5
CCAMP 163 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,047 0,19 1
CCAMP 470 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 12 ≥256 0,5
CCAMP 471 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 16 ≥256 0,75
CCAMP 472 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 24 96 0,75
CCAMP 473 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 32 ≥256 0,5
CCAMP 476 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 32 ≥256 0,5
CCAMP 478 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 48 ≥256 1
CCAMP 479 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 64 ≥256 1,5
CCAMP 480 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 64 ≥256 1
CCAMP 481 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 32 128 0,75
CCAMP 672 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,125 12 32 0,5
CCAMP 674 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,125 12 32 0,5
continua
A p ê n d i c e s | 135
continuação
CIM (µg/mL)
Resistência
Linhagens Genes de resistência Pontos de mutação conhecidos Cip Dox Tet Eri
Etest®
(R≥4) (R≥8) (R≥16) (R≥32)
CCAMP 675 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet 0,25 12 32 0,25
CCAMP 1080 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip ≥32 0,25 1,5 1,5
CCAMP 1140 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,032 0,125
CCAMP 1266 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 8 16 0,19
CCAMP 1466 blaOXA-449 ND ND 0,125 0,064 0,5 1
CCAMP 1493 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip ≥32 0,25 0,25 1
CCAMP 1538 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 ≥256 ≥256 0,5
CCAMP 1555 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,125 0,25 1,5
CCAMP 1574 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 16 64 1,5
CCAMP 1013 ND gyrA p. T86I Cip 8 0,023 0,032 0,25
CCAMP 1014 ND ND ND 0,19 0,064 0,125 0,5
CCAMP 1015 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet 0,19 32 ≥256 1,5
CCAMP 1016 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet 0,25 16 ≥256 1,5
CCAMP 1018 tet(O) gyrA p. T86I Cip ≥32 0,032 0,125 0,5
CCAMP 1019 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,25 0,5
CCAMP 1020 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet 0,125 12 ≥256 1,5
CCAMP 1021 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet 0,25 16 ≥256 1,5
CCAMP 1023 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,125 0,25
CCAMP 1024 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,023 0,064 0,25
CCAMP 1025 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet 0,25 32 ≥256 2
CCAMP 1032 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,38 0,38
CCAMP 1039 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 128 ≥256 1,5
CCAMP 1047 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,032 0,19 1
CCAMP 1048 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip ≥32 0,032 0,047 0,25
CCAMP 1050 ND ND ND 0,125 0,064 0,19 0,5
CCAMP 1051 ND ND ND 0,19 0,25 0,125 6
continua
A p ê n d i c e s | 136
conclusão
CIM (µg/mL)
Resistência
Linhagens Genes de resistência Pontos de mutação conhecidos Cip Dox Tet Eri
Etest®
(R≥4) (R≥8) (R≥16) (R≥32)
CCAMP 1052 ND ND ND 0,094 0,064 0,19 1
CCAMP 1053 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,032 0,064 0,064
CCAMP 1054 ND gyrA p. T86I ND 0,125 0,25 1,5 0,5
CCAMP 1055 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,094 0,125 0,5
CCAMP 1056 ND ND ND 0,064 0,094 0,25 0,5
CCAMP 1057 ND ND Cip ≥32 0,064 0,125 0,25
CCAMP 1058 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,064 0,25 0,75
CCAMP 1059 ND gyrA p. T86I Cip ≥32 0,032 0,19 1
CCAMP 1060 ND ND ND 0,125 0,064 0,25 0,5
CCAMP 1061 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 24 ≥256 0,5
CCAMP 1065 NR NR ND 0,25 0,064 1 2
CCAMP 1518 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I; 23S rRNA A2075G Cip-Dox-Tet-Eri ≥32 12 ≥256 ≥256
CCAMP 1519 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet ≥32 32 ≥256 1
CCAMP 1520 tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I; 23S rRNA A2075G Cip-Dox-Tet-Eri ≥32 24 ≥256 ≥256
CCAMP 1521 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I; 23S rRNA A2075G Cip-Dox-Tet-Eri ≥32 24 ≥256 ≥256
CCAMP 1523 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I; 23S rRNA A2075G Cip-Dox-Tet-Eri ≥32 24 ≥256 ≥256
CCAMP 764 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,125 0,5 0,75
CCAMP 830 blaOXA-61 ND ND 0,125 0,25 0,5 2
ND: não detectado, NR: não realizado, R: resistente, Cip: ciprofloxacina, Dox: doxiciclina, Tet: tetraciclina, Eri: eritromicina; CIM: Concentração Inibitória
Mínima
A p ê n d i c e s | 137
Apêndice B - Características dos assemblies oriundos do sequenciamento do genoma completo de 116* linhagens de C. jejuni
Linhagens No. Contigs Menor Contig Maior Contig Genoma (Mb) No. genes C+G (%) No. Reads Cobertura
CCAMP 487 63 160 302.741 1.685.038 1.773 30,2 1.362.580 117X
CCAMP 488 109 151 189.893 1.683.207 1.770 30,3 798.098 66X
CCAMP 489 34 201 324.951 1.685.408 1.765 30,4 1.176.706 95X
CCAMP 493 38 326 204.679 1.611.209 1.690 30,5 1.226.474 101X
CCAMP 497 116 151 172.286 1.716.424 1.808 30,2 925.700 77X
CCAMP 501 49 242 288.652 1.689.341 1.767 30,3 1.843.828 163X
CCAMP 506 53 187 356.086 1.687.457 1.784 30,5 1.054.076 90X
CCAMP 512 35 200 468.372 1.611.698 1.686 30,4 1.854.156 163X
CCAMP 588 65 151 477.421 1.634.101 1.716 30,5 3.563.972 317X
CCAMP 594 80 149 299.118 1.748.723 1.836 30,2 3.720.046 330X
Cj 01 49 220 483.434 1.678.925 1.765 30,2 2.445.034 209X
Cj 02 42 208 193.839 1.652.297 1.730 30,4 1.253.008 96X
CCAMP 696 83 143 302.102 1.728.963 1.801 30,2 4.617.776 410X
Cj 03 48 210 226.273 1.668.078 1.749 30,4 2.395.764 209X
Cj 04 51 210 303.613 1.707.150 1.824 30,5 2.057.066 179X
Cj 06 55 215 345.375 1.804.215 1.923 30,3 3.629.784 306X
Cj 07 49 147 345.085 1.802.410 1.917 30,3 2.664.666 216X
Cj 09 46 201 335.215 1.687.215 1.779 30,3 2.583.932 220X
Cj 11 68 203 340.554 1.806.596 1.910 30,1 3.149.224 263X
Cj 12 48 228 355.927 1.734.641 1.830 30,2 3.119.752 269X
Cj 13 27 235 463.564 1.702.285 1.814 30,4 2.746.920 237X
CCAMP 601 58 151 278.637 1.768.624 1.865 30,2 4.563.180 401X
CCAMP 699 244 137 134.214 1.778.240 1.898 30,4 1.653.092 240X
CCAMP 700 89 175 235.670 1.783.490 1.860 30,2 2.619.260 233X
Cj 15 48 208 309.710 1.761.819 1.872 30,3 2.716.856 239X
continua
A p ê n d i c e s | 138
continuação
Linhagens No. Contigs Menor Contig Maior Contig Genoma (Mb) No. genes C+G (%) No. Reads Cobertura
Cj 16 77 211 319.599 1.803.006 1.902 30,1 3.155.320 275X
Cj 17 118 151 300.720 1.769.104 1.858 30,4 1.859.748 154X
CCAMP 612 61 173 373.525 1.694.670 1.783 30,5 3.787.078 337X
CCAMP 678 54 112 278.315 1.767.906 1.866 30,3 3.857.704 343X
Cj 18 47 208 302.747 1.771.462 1.855 30,2 1.893.318 156X
Cj 19 24 206 227.147 1.705.617 1.805 30,4 2.891.238 242X
Cj 20 51 204 322.748 1.772.036 1.883 30,2 2.492.038 216X
Cj 22 37 261 462.854 1.658.649 1.730 30,4 1.499.118 130X
Cj 23 39 209 491.057 1.636.095 1.714 30,5 1.934.502 166X
Cj 24 37 209 472.481 1.637.517 1.714 30,4 2.621.968 222X
Cj 25 190 147 317.957 1.654.857 1.691 30,6 2.540.596 221X
Cj 26 31 240 299.899 1.595.918 1.663 30,5 2.064.460 176X
Cj 27 33 207 450.336 1.596.189 1.657 30,5 2.177.564 192X
Cj 29 67 166 179.498 1.727.160 1.845 30,3 797.052 68X
Cj 30 29 219 224.723 1.594.811 1.666 30,6 1.819.210 158X
Cj 31 36 201 472.140 1.636.720 1.710 30,5 2.970.404 258X
CCAMP 1478 109 40 310.086 1.708.613 1.778 30,3 618.646 93X
CCAMP 1491 105 139 405.635 1.729.770 1.804 30,3 853.630 128X
Cj 32 35 215 335.332 1.636.458 1.728 30,6 3.357.334 300X
Cj 33 31 201 491.069 1.637.414 1.707 30,5 3.140.800 250X
CCAMP 1497 115 151 491.943 1.663.987 1.711 30,5 1.205.354 178X
Cj 34 42 223 308.335 1.683.573 1.769 30,2 2.768.248 231X
CCAMP 770 73 151 324.727 1.784.355 1.857 30,1 4.681.444 419X
CCAMP 621 74 148 324.850 1.785.086 1.859 30,1 3.816.978 341X
CCAMP 687 185 140 95.859 1.727.948 1.827 30,3 909.246 79X
continua
A p ê n d i c e s | 139
continuação
Linhagens No. Contigs Menor Contig Maior Contig Genoma (Mb) No. genes C+G (%) No. Reads Cobertura
CCAMP 689 101 148 302.434 1.738.975 1.793 30,3 3.849.024 343X
CCAMP 789 93 150 322.196 1.859.503 1.974 30,1 3.056.696 271X
CCAMP 828 66 156 317.028 1.688.461 1.753 30,3 5.854.690 521X
CCAMP 845 81 149 302.532 1.732.437 1.799 30,2 4.659.532 412X
CCAMP 980 60 149 294.616 1.610.707 1.676 30,4 4.917.036 438X
CCAMP 991 53 135 482.926 1.621.260 1.688 30,4 3.627.012 321X
CCAMP 730 43 151 550.932 1.683.506 1.763 30,3 4.554.038 405X
CCAMP 685 67 191 237.292 1.634.518 1.714 30,4 4.685.336 418X
CCAMP 81 47 169 327.522 1.635.800 1.717 30,5 1.130.758 88X
CCAMP 159 38 183 324.914 1.812.324 1.917 30,2 1.940.014 156X
CCAMP 162 35 203 358.478 1.599.331 1.661 30,5 3.358.572 271X
CCAMP 163 38 211 358.478 1.599.208 1.658 30,6 3.542.138 292X
CCAMP 470 41 211 325.007 1.760.234 1.870 30,3 2.919.076 260X
CCAMP 471 46 211 325.022 1.759.697 1.869 30,3 1.725.292 148X
CCAMP 472 40 211 325.002 1.760.447 1.870 30,2 2.402.938 207X
CCAMP 473 42 204 311.792 1.713.063 1.798 30,3 2.115.242 184X
CCAMP 476 29 201 544.965 1.704.094 1.801 30,3 2.241.662 197X
CCAMP 478 31 233 406.385 1.703.651 1.807 30,3 1.926.114 160X
CCAMP 479 37 201 369.321 1.706.050 1.807 30,3 2.078.788 184X
CCAMP 480 26 181 325.038 1.651.015 1.732 30,4 1.082.648 96X
CCAMP 481 25 208 191.552 1.649.512 1.726 30,4 1.785.478 159X
CCAMP 672 81 151 419.469 1.735.916 1.819 30,4 4.580.696 407X
CCAMP 674 75 114 537.697 1.735.575 1.820 30,3 4.717.492 419X
CCAMP 675 79 202 531.106 1.734.937 1.817 30,4 3.635.708 318X
CCAMP 1080 308 149 363.385 1.852.898 1.922 30,2 5.554.528 489X
continua
A p ê n d i c e s | 140
continuação
Linhagens No. Contigs Menor Contig Maior Contig Genoma (Mb) No. genes C+G (%) No. Reads Cobertura
CCAMP 1140 66 164 457.082 1.608.933 1.664 30,5 2.634.134 239X
CCAMP 1266 64 135 489.917 1.698.726 1.768 30,3 3.952.038 353X
CCAMP 1466 80 199 336.586 1.641.107 1.706 30,4 4.867.806 419X
CCAMP 1493 126 62 476.901 1.632.513 1.677 30,6 2.746.608 350X
CCAMP 1538 241 38 191.166 1.855.211 1.962 30,3 1.117.044 163X
CCAMP 1555 236 42 405.957 1.806.342 1.884 30,4 1.548.628 215X
CCAMP 1574 192 57 395.419 1.806.801 1.877 30,4 1.161.714 163X
CCAMP 1013 71 130 456.073 1.676.660 1.757 30,5 2.653.854 239X
CCAMP 1014 70 148 315.505 1.736.018 1.831 30,3 3.014.172 271X
CCAMP 1015 48 147 527.081 1.712.819 1.800 30,3 1.853.528 163X
CCAMP 1016 46 194 332.262 1.713.751 1.806 30,3 2.476.682 221X
CCAMP 1018 338 149 352.102 1.841.107 1.928 30,4 2.737.422 248X
CCAMP 1019 73 149 352.931 1.618.523 1.674 30,5 2.908.054 260X
CCAMP 1020 60 150 369.083 1.718.399 1.804 30,3 3.814.812 342X
CCAMP 1021 53 170 543.879 1.715.372 1.802 30,3 4.717.596 412X
CCAMP 1023 74 144 462.585 1.620.071 1.674 30,4 4.863.392 429X
CCAMP 1024 67 173 462.583 1.619.031 1.665 30,5 4.869.424 428X
CCAMP 1025 61 187 331.827 1.716.643 1.800 30,3 1.982.220 178X
CCAMP 1032 69 151 462.671 1.619.042 1.672 30,5 2.154.138 194X
CCAMP 1039 86 151 505.331 1.763.753 1.878 30,3 3.217.522 288X
CCAMP 1047 59 167 352.879 1.614.893 1.663 30,4 1.471.116 133X
CCAMP 1048 78 150 506.239 1.760.602 1.874 30,3 3.846.246 344X
CCAMP 1050 72 148 304.697 1.737.009 1.835 30,3 5.107.920 441X
CCAMP 1051 74 198 304.842 1.739.722 1.830 30,3 5.603.160 486X
CCAMP 1052 78 149 314.928 1.740.214 1.830 30,3 4.460.332 396X
continua
A p ê n d i c e s | 141
conclusão
Linhagens No. Contigs Menor Contig Maior Contig Genoma (Mb) No. genes C+G (%) No. Reads Cobertura
CCAMP 1053 86 151 363.311 1.682.879 1.768 30,5 2.779.916 247X
CCAMP 1054 87 137 473.419 1.681.930 1.766 30,5 3.663.754 327X
CCAMP 1055 87 149 463.330 1.685.406 1.778 30,5 4.911.630 431X
CCAMP 1056 83 145 315.014 1.742.202 1.833 30,3 4.504.158 393X
CCAMP 1057 94 149 188.084 1.745.619 1.834 30,2 3.890.604 350X
CCAMP 1058 75 210 245.665 1.680.673 1.775 30,5 5.389.692 468X
CCAMP 1059 81 150 352.478 1.680.464 1.772 30,5 4.958.462 435X
CCAMP 1060 59 144 315.012 1.735.059 1.832 30,2 5.170.744 456X
CCAMP 1061 81 201 355.306 1.731.243 1.842 30,4 3.574.262 314X
CCAMP 1518 124 81 347.923 1.805.069 1.891 30,3 1.076.160 159X
CCAMP 1519 132 58 305.999 1.767.168 1.834 30,3 1.286.230 190X
CCAMP 1520 217 77 286.827 1.836.048 1.939 30,4 1.212.414 168X
CCAMP 1521 185 35 292.851 1.819.069 1.892 30,3 813.774 116X
CCAMP 1523 185 49 344.874 1.816.718 1.893 30,3 1.111.892 153X
CCAMP 764 69 147 347.609 1.676.314 1.767 30,5 5.251.602 473X
CCAMP 830 53 201 573.016 1.610.333 1.674 30,4 4.705.146 422X
Mb: Megabases; C+G: Contéudo de Citosina + Guanina; X: vezes; *corresponde às 121 linhagens de C. jejuni listadas na Tabela 1 com exceção das cinco
linhagens Cj 14, Cj 21, Cj 28, CCAMP 698 e CCAMP 1065, para as quais o sequenciamento não funcionou.
A p ê n d i c e s | 142
Apêndice C - Correlação entre os grupos obtidos pela análise dos SNPs do sequenciamento do genoma completo e todos os outros grupos obtidos pelas
técnicas moleculares, acrescido dos resultados fenotípicos e genotípicos de resistência antimicrobiana de 116* linhagens de C. jejuni estudadas
SVR flaA HRMA
Linhagens Origem Local Ano PFGE ST CC SNPs Genes de resistência Pontos de mutação Etest®
flaA alelo CRISPR
CCAMP 830 Ambiente RJ 1999 A4 A 595 4 8748 NA A blaOXA-61 ND ND
CCAMP 980 Animal RJ 1999 A4 A 595 4 8748 NA A blaOXA-61 ND ND
Cj 17 Humano SP 2005 A B 153 2 791 NA A blaOXA-184; aph(3`)III ND ND
CCAMP 991 Animal RJ 1999 A3 B 11 12 8749 ST-49 A blaOXA-61 ND ND
Cj 03 Humano SP 2003 A3 B 49 2 2289 NA A1 tet(O) ND Dox-Tet-Eri
CCAMP 512 Humano RJ 2001 A10 B 49 11 1071 NA A1 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1061 Alimentos MG 2009 C1 B 49 17 8751 NA A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 13 Humano SP 2003 C6 B 14 11 9082 NA A1 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 480# Animal MG 2004 A3 A 551 5 2304 NA A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 481# Animal MG 2004 A3 A 551 5 2304 NA A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1493# Animal RJ 2013 A3 A 551 11 6091 NA A1 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
Cj 02# Humano SP 2002 A3 A 551 3 2086 ST-206 A1 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet-Eri
CCAMP 699 Humano RJ 2004 A2 A 190 5 8745 ST-658 A1 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 730 Animal RJ 2000 A2 A 190 5 8745 ST-658 A1 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 1574 Animal RJ 2016 A2 A 190 5 1398 ST-658 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 601 Humano RJ 2003 A2 A 190 7 1398 ST-658 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 678 Humano RJ 2006 A2 A XXX 7 1398 ST-658 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 19# Humano SP 2006 A A 48 11 1522 ST-353 A1 ND gyrA p. T86I Cip
Cj 12 Humano SP 2003 A5 B 975 3 9081 ST-21 A1 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1039 Alimentos MG 2008 A5 B 855 14 1359 ST-21 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1048 Alimentos MG 2008 A5 B 855 14 1359 ST-21 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip
Cj 04# Humano SP 2003 A1 B 36 5 50 ST-21 A1 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 588 Humano RJ 2001 A1 B 9 9 21 ST-21 A1 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 674 Animal RJ 2006 A9 B 49 10 8744 ST-48 A1 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 672 Animal RJ 2006 A9 B 49 10 8744 ST-48 A1 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 675 Animal RJ 2006 A9 B 49 10 8744 ST-48 A1 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 506 Humano RJ 2000 A6 B 260 11 332 ST-48 A1 blaOXA-61; aadE gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 23 Humano SP 2007 A6 B 49 7 475 ST-48 A1 blaOXA-61 ND ND
Cj 24 Humano SP 2007 A6 B 49 7 475 ST-48 A1 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 1266 Animal RJ 2009 A6 B 49 14 475 ST-48 A1 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 31 Humano SP 2010 A6 B 49 2 475 ST-48 A1 blaOXA-61 ND ND
Cj 33 Humano SP 2012 A6 B 49 9 475 ST-48 A1 blaOXA-61 ND ND
continua
A p ê n d i c e s | 143
continuação
SVR flaA HRMA
Linhagens Origem Local Ano PFGE ST CC SNPs Genes de resistência Pontos de mutação Etest®
flaA alelo CRISPR
CCAMP 489 Humano RJ 1997 A6 B 49 2 475 ST-48 A1 blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1497 Humano RJ 2014 A6 B 49 22 475 ST-48 A1 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1538 Animal RS 2015 B1 B 287 23 8752 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 22 Humano SP 2007 C1 B 57 5 8741 ST-353 A2 tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1023 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1055 Alimentos MG 2009 C3 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1019 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1054 Alimentos MG 2009 C3 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I ND
CCAMP 1053 Alimentos MG 2009 C4 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1024 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1059 Alimentos MG 2009 C4 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1058 Alimentos MG 2009 C1 B 57 3 9084 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1047 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1013 Alimentos MG 2008 C3 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1032 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1018 Alimentos MG 2008 C1 B 57 3 8741 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip
CCAMP 476 Animal MG 2004 C2 B 21 3 51 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 478 Animal MG 2004 C2 B 21 3 51 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 479 Animal MG 2004 C2 B 21 3 51 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1491 Humano RJ 2011 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1025 Alimentos MG 2008 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1016 Alimentos MG 2008 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1021 Alimentos MG 2008 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1020 Alimentos MG 2008 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 1015 Alimentos MG 2008 C2 B 21 3 463 ST-443 A2 blaOXA-184; tet(O) ND Dox-Tet
Cj 11 Humano SP 2003 A1 B 14 5 607 ST-607 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1140 Animal RJ 2009 C6 B 57 20 52 ST-52 A2 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
CCAMP 163 Animal RJ 2003 C6 B 57 10 52 ST-52 A2 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 81 Animal RJ 2003 C6 B 57 10 52 ST-52 A2 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 162 Animal RJ 2003 C6 B 57 10 52 ST-52 A2 blaOXA-61 ND ND
Cj 26 Humano SP 2008 C1 B 57 8 52 ST-52 A2 blaOXA-61 ND ND
Cj 27 Humano SP 2008 C1 B 57 8 52 ST-52 A2 blaOXA-61 ND ND
Cj 01 Humano SP 2002 C1 B 5 5 6257 ST-354 A2 ND ND ND
continua
A p ê n d i c e s | 144
continuação
SVR flaA HRMA
Linhagens Origem Local Ano PFGE ST CC SNPs Genes de resistência Pontos de mutação Etest®
flaA alelo CRISPR
CCAMP 764 Ambiente RJ 1996 C2 B 149 3 8746 NA A2 blaOXA-61 ND ND
Cj 16# + Humano SP 2005 A B 23 11 9083 ST-353 A2 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I ND
CCAMP 473 Animal MG 2004 C1 B 100 8 1723 ST-354 A2 blaOXA-61; tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 828 Animal RJ 1997 C1 B 100 4 8747 ST-354 A2 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 487 Humano RJ 1996 C5 B 100 11 3852 ST-354 A2 blaOXA-61 ND ND
Cj 29 Humano SP 2009 C5 B 100 5 354 ST-354 A2 blaOXA-61 ND ND
CCAMP 1080 Animal RJ 2009 C5 B 100 18 354 ST-354 A2 blaOXA-61 gyrA p. T86I Cip
Cj 34 Humano SP 2015 C6 B 67 11 8742 ST-464 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1555# Animal RJ 2015 C2 B 1661 6 8753 NA A2 ND gyrA p. T86I Cip
Cj 06 Humano SP 2003 B4 B 45 6 353 ST-353 A2 aadE gyrA p. T86I ND
Cj 07 Humano SP 2003 B4 B 45 6 353 ST-353 A2 aadE gyrA p. T86I Cip
gyrA p. T86I; 23S
CCAMP 1520 Alimentos RS 2015 B1 B 287 3 353 ST-353 A2 tet(O); aph(3`)III Cip-Dox-Tet-Eri
rRNA A2075G
gyrA p. T86I; 23S
CCAMP 1523 Alimentos RS 2015 B1 B 287 3 353 ST-353 A2 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III Cip-Dox-Tet-Eri
rRNA A2075G
gyrA p. T86I; 23S
CCAMP 1518 Alimentos RS 2015 B1 B 287 3 353 ST-353 A2 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III Cip-Dox-Tet-Eri
rRNA A2075G
gyrA p. T86I; 23S
CCAMP 1521 Alimentos RS 2015 B1 B 287 3 353 ST-353 A2 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III Cip-Dox-Tet-Eri
rRNA A2075G
#
CCAMP 501 Humano RJ 1999 B1 B 1440 13 353 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 1519# Alimentos RS 2015 B1 B 54 19 353 ST-353 A2 blaOXA-61; tet(O); aph(3`)III gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
Cj 20# Humano SP 2006 B2 B 162 8 353 ST-353 A2 tet(O) ND ND
CCAMP 1478 Humano RJ 2010 B1 B 45 2 353 ST-353 A2 ND gyrA p. T86I Cip
CCAMP 594 Humano RJ 2001 B1 B 45 14 353 ST-353 A2 tet(O) ND Dox-Tet
Cj 15 Humano SP 2004 B3 B 45 5 353 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 488 Humano RJ 1996 B1 B 45 2 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 470# Animal MG 2004 B2 B 53 5 353 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 471# Animal MG 2004 B2 B 53 5 353 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 472# Animal MG 2004 B2 B 53 5 8743 ST-353 A2 tet(O) gyrA p. T86I Cip-Dox-Tet
CCAMP 1050 Alimentos MG 2009 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 1052 Alimentos MG 2009 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 1051 Alimentos MG 2009 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 1057 Alimentos MG 2009 B B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND Cip
continua
A p ê n d i c e s | 145
conclusão
SVR flaA HRMA
Linhagens Origem Local Ano PFGE ST CC SNPs Genes resistência Pontos de mutação Etest®
flaA alelo CRISPR
CCAMP 1060 Alimentos MG 2009 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 1014 Alimentos MG 2008 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 1056 Alimentos MG 2009 B3 B 45 3 353 ST-353 A2 ND ND ND
CCAMP 789 Animal RJ 1997 A B 198 6 403 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 159 Animal RJ 2003 A11 B 51 12 403 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 700 Humano RJ 2004 A10 B 51 12 403 ST-403 B ND ND ND
Cj 18 Humano SP 2006 A11 B 51 7 403 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 770 Animal RJ 1996 A11 B 51 5 403 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 621 Animal RJ 1996 A11 B 51 7 403 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 696 Humano RJ 2002 A11 B 230 4 1775 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 497 Humano RJ 1998 A11 B 230 4 1775 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 689 Animal RJ 1997 A11 B 230 4 1775 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 687 Animal RJ 1997 A11 B 230 4 1775 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 845 Animal RJ 1998 A11 B 230 4 1775 ST-403 B ND ND ND
CCAMP 493 Humano RJ 1998 C B 2 8 45 ST-45 B ND ND ND
CCAMP 1466 Animal RJ 2009 C B 22 21 1962 NA B blaOXA-449 ND ND
CCAMP 685 Animal RJ 2000 A B 1379 3 2042 NA B blaOXA-61 ND ND
Cj 32 Humano SP 2011 A A 161 15 660 ST-22 B blaOXA-61 ND ND
Cj 09 Humano SP 2003 A7 A 161 1 660 ST-22 B blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
CCAMP 612 Humano RJ 2005 A7 A 161 8 660 ST-22 B blaOXA-61; tet(O) ND Dox-Tet
Cj 25# Humano SP 2007 A8 A 274 8 469 ST-42 B ND gyrA p. T86I Cip
Cj 30 Humano SP 2009 A8 A 239 1 3997 ST-42 B blaOXA-61 ND ND
ND: não detectado; MG: Minas Gerais; SP: São Paulo, RJ: Rio de Janeiro; ST: Sequence Type; CC: Complexo Clonal; NA: não associado; Cip:
Ciprofloxacina; Tet: Tetraciclina; Dox: Doxiciclina; Eri: Eritromicina; STs novos: escrito em itálico, negrito e sublinhado; XXX: aguardando envio do flaA
alelo pelo banco de dados; *corresponde às 121 linhagens de C. jejuni listadas na Tabela 1 com exceção das cinco linhagens Cj 14, Cj 21, Cj 28, CCAMP 698
e CCAMP 1065, para as quais o sequenciamento não funcionou; # Linhagens que apresentaram o gene wlaN; + linhagem que apresentou o gene virB11.
A n e x o s | 146
ANEXOS
A n e x o s | 147
ANEXOS
Esterilizar por filtração em Seitz ou Milipore. Manter em frasco âmbar por até 30 dias em
geladeira (4ºC).
Neo-peptona 1,0 g
Glicerol 25 mL
Cloreto de sódio 0,5 g
Água destilada 75 mL