Tese Diogo Silva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

TESE DE DOUTORADO

Geoquímica e geocronologia sedimentar no estudo das sequências


paleozoica e pré-rifte de bacias do nordeste brasileiro

DIOGO RODRIGUES ANDRADE DA SILVA

ORIENTADORA – Profª. Drª. Ana Maria Pimentel Mizusaki (UFRGS/IG)


COORIENTADOR - Dr. Edison José Milani (PETROBRAS)

2011 - Porto Alegre/RS


Silva, Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Geoquímica e geocronologia sedimentar no estudo das sequências
paleozoica e pré-rifte de bacias do nordeste brasileiro./. Diogo Rodrigues
Andrade da Silva. – Porto Alegre: IGEO/UFRGS, 2011.
[146 f.]. il.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Instituto de Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geociências,
Porto Alegre, RS - BR, 2011.
Orientação: Prof.ª Drª. Ana Maria Pimentel Mizusaki
Coorientação: Dr. Edison José Milani

1. Rocha sedimentar. 2. Sequência pré-rifte. 3. Geologia isotópica. 4.


GeoquímicaTectônica. I. Título.
CDU 551.3.051:550.4
CDD 552.1
_____________________________
Catalogação na Publicação
Biblioteca do Instituto de Geociências - UFRGS
Miriam Alves CRB 10/1947
AGRADECIMENTOS

Sou grato à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao Instituto de


Geociências e ao Serviço Geológico do Brasil/CPRM pela oportunidade de cursar e
concluir o curso de doutorado em Geociências.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pela concessão de minha bolsa de estudos até minha nomeação no Serviço
Geológico do Brasil/CPRM. Ao Serviço Geológico do Brasil/CPRM e a PETROBRAS
pela colaboração e apoio no desenvolvimento da tese.
Agradeço aos meus orientadores Profª. Drª. Ana Maria Pimentel Mizusaki e
Dr. Edison José Milani por acreditarem no meu trabalho e aos co-autores dos artigos
apresentados: Paulo Milhomem, Marcio Pimentel e Colombo Tassinari.
Ao Laboratório de Geologia Isotópica da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul e o Centro de Pesquisas Geocronológicas da Universidade de São Paulo, em
especial ao Prof. Koji Kawashita que na hora do aperto sempre tem uma solução.
Aos meus grandes amigos e quase irmãos: Benno, Cleitão, Fabiano, Flávio,
Kelson, Parceirinho, Mateus, Ricardo e Zerbes, pela amizade que já vem de anos e
a Clarissa, Zé Carlos e Nena pelo incentivo.
Por fim, aos meus pais Carlos e Cida por me aguentarem por todo esse
tempo, pelo incentivo e oportunidade que me deram, sem o que nada disso seria
possível e aos meus irmãos Roberta e Rafael.
RESUMO

O presente trabalho demonstra a aplicação de geoquímica e geocronologia


sedimentar em amostras de rochas pelíticas da seção basal das bacias do nordeste
da margem continental brasileira, em especial aquelas das sequências paleozoica e
pré-rifte. Como resultado deste trabalho são apresentados três artigos técnicos que
desenvolvem o assunto. Nos dois primeiros artigos foi utilizado o método das
isócronas Rb-Sr em rocha total que tem sido aplicado, com sucesso, em rochas
sedimentares de granulometria fina visando à obtenção de idades deposicionais.
Foram analisadas amostras das seções paleozoica e pré-rifte das bacias do
Recôncavo e Sergipe-Alagoas, pertencentes às formações Afligidos (Membro
Cazumba), Aliança (Membro Capianga), Bananeiras e Itaparica. Os resultados
obtidos para as formações Aliança e Itaparica da Bacia do Recôncavo e Bananeiras
da Bacia de Sergipe-Alagoas, trazem importantes implicações aos esquemas
paleogeográficos anteriormente estabelecidos para as bacias estudadas e outras
bacias correlatas, uma vez que essas unidades sedimentares eram tradicionalmente
consideradas como tendo idade neojurássica. O terceiro artigo aborda a integração
de composições químicas e relações isotópicas do Sr e do Nd em cinco
afloramentos de rochas sedimentares da Bacia de Camamu. A interação dessas
ferramentas analíticas tem sido considerada como parâmetros úteis para estimar-se
não só a proveniência como também obter inferências sobre o ambiente
deposicional e processos intempéricos. Através da análise da composição química
das amostras, inferiu-se que os afloramentos estudados representam uma mesma
unidade sedimentar, podendo ser correlacionados com o Membro Capianga da
Formação Aliança, da Bacia do Recôncavo. O cálculo do índice IAQ (índice de
alteração química) mostrou atuação de condições associadas a um clima
tropical/temperado, úmido. Aplicação de isótopos de Nd para fins de proveniência
indicou as rochas paleoproterozoicas do Cráton do São Francisco como área fonte.
Assim, mostra-se que a aplicação conjunta de análises químicas e isotópicas pode
ser útil para a caracterização e a correlação de sequências litologicamente
homogêneas. Por fim, este trabalho enfatiza que a amplitude espacial e a
abrangência temporal das bacias sedimentares implícitas neste conceito deverão ser
revistas à luz da constatação de idades triássicas extensivamente distribuídas no
nordeste brasileiro e suas correlatas no nordeste africano.
ABSTRACT

Integrated application of geochemical and sedimentary geochronology in pelitic rock


samples from the basal section of the northeastern Brazilian continental margin,
especially those of the Paleozoic and pre-rift sequences is the main goal of this
thesis. The results are presented and discussed in three technical articles. Two of
these articles present the Rb-Sr methodology applied to fine-grained sedimentary
rocks in order to determine the depositional age. Samples of the Paleozoic and pre-
rift sections of the Recôncavo and Sergipe-Alagoas Basin, stratigraphically
positioned at the basal portion of the Afligidos (Cazumba Member), Aliança
(Capianga Member), Bananeiras and Itaparica formations, were analyzed.
Concerning the obtained data for samples of the Aliança and Itaparica formations
(Recôncavo Basin) and Bananeiras Formation (Sergipe-Alagoas Basin) there are
significant implications to the paleogeographic schemes earlier established for these
basins and also other correlated basins. These sedimentary units were traditionally
considered as being of Neojurassic age and know a Neotriassic age is proposed. The
third article discusses the integration of chemical compositions and isotopic ratios of
Sr and Nd in samples of five outcrops of pelitic rocks of the Camamu Basin.
Interactions of these analytical tools have been considered as useful parameters to
estimate not only their provenance but also to make inferences about the
depositional environment and weathering processes. By analyzing the chemical
composition of the samples, it was inferred that the outcrops studied represented the
same sedimentary unit and that they might be correlated to the Capianga Member of
the Aliança Formation of the Recôncavo Basin. The values obtained to chemical
index of alteration (CIA) can be related to conditions associated with a humid
tropical/subtropical climate. Nd isotopes indicated the Paleoproterozoic rocks of the
Sao Francisco craton as source area. So the association of chemical and isotopic
analyses is useful to characterize and correlate homogeneous sedimentary
sequences. Finally, this study emphasizes that some of the tectonic and stratigraphic
concepts actually accepted to these basins should be reviewed in the light of these
Triassic ages proposed and extensively distributed in northeastern Brazil and their
northwestern African counterparts.
SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 1

ABSTRACT ................................................................................................................. 2

LEGENDA DE FIGURAS ............................................................................................ 5

LEGENDA DE TABELAS ............................................................................................ 6

ESTRUTURA DA TESE .............................................................................................. 7

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 11

3. ESTADO DA ARTE ............................................................................................... 12

4. ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................... 14

4.1. Contexto Geológico ........................................................................................ 14

4.1.1. Seção Pré-rifte da Bacia de Camamu ...................................................... 18

4.1.2. Seção Paleozoica e Pré-rifte da Bacia do Recôncavo ............................. 20

4.1.3. Seção Pré-rifte da Bacia de Sergipe-Alagoas .......................................... 22

5. MÉTODO RADIOMÉTRICO Rb-Sr ....................................................................... 25

6. MÉTODO RADIOMÉTRICO Sm-Nd ...................................................................... 28

6. METODOLOGIA .................................................................................................... 31

6.1. Amostragem e preparação das amostras ....................................................... 31

6.2. Difratometria de raios-X (DRX) ....................................................................... 31

6.4. Fluorescência de raios-X ................................................................................ 32

6.5. Espectrometria de massas ............................................................................. 36

6.5.1. Análise Isotópica ...................................................................................... 36

6.6. Análise Estatística .......................................................................................... 42

7. RESULTADOS OBTIDOS ..................................................................................... 44

7.1. ARTIGO I ........................................................................................................ 44

7.2. ARTIGO II ....................................................................................................... 56

7.3. ARTIGO III ...................................................................................................... 94

8. SÍNTESE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................. 136


8.1. Idade Deposicional / Evolução Geológica..................................................... 136

8.2. Integração de ferramentas analíticas ............................................................ 138

9. CONCLUSÕES ................................................................................................... 140

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 141


LEGENDA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de situação das bacias sedimentares estudadas. ........................... 14


Figura 2 - Carta estratigráfica da Bacia de Camamu (modificado de Caixeta et al.,
2007). ........................................................................................................................ 19
Figura 3 - Carta estratigráfica da Bacia do Recôncavo (modificado de Silva et al.,
2007). ........................................................................................................................ 21
Figura 4 - Carta estratigráfica da Sub-bacia de Sergipe (modificado de Neto et al.,
2007). ........................................................................................................................ 23
Figura 5 - Modelo de construção de um diagrama isocrônico (modificado de
Mizusaki, 1992). ........................................................................................................ 27
Figura 6 - Exemplo de curva analítica experimental do Laboratório de Fluorescência
de Raios X, utilizada para a avaliação do teor de SiO2 na análise de materiais cuja
concentração em sílica é superior a 50% do peso total da amostra (neste caso a
concentração de SiO2 esta na forma de porcentagem em massa da pastilha).
Observar o índice de correlação dos pontos experimentais de 0,999. Os pontos no
gráfico são constituídos por padrões com certificação internacional, neste caso foram
empregados os padrões JR-2, JG-2, JG-1A, AC-E, JA-1, JA-2 e MA-N. .................. 33
Figura 7 - Exemplo de curva analítica experimental do Laboratório de Fluorescência
de Raios X, utilizada para a avaliação do teor de Sr em amostras. Observar o índice
de correlação dos pontos experimentais de 0,9991. Os pontos no gráfico são
constituídos por padrões com certificação internacional, neste caso foram
empregados 11 padrões de rocha. As intensidades dos picos estão corrigidas do
efeito matriz. .............................................................................................................. 35
Figura 8 - Fluxograma do processo de abertura de amostra (modificado de Silva,
2005). ........................................................................................................................ 37
Figura 9 - Chapa quente com savilex. ....................................................................... 38
Figura 10 - Fluxograma da separação química das colunas de Rb-Sr (modificado de
Silva, 2005). .............................................................................................................. 40
Figura 11 - Colunas de Rb-Sr.................................................................................... 40
Figura 12 - Fluxograma da separação químicas nas colunas de Sm-Nd (modificado
de Silva, 2005). ......................................................................................................... 41
Figura 13 - Colunas de Sm-Nd. ................................................................................. 42
LEGENDA DE TABELAS

Tabela 1- Exemplo de resultados obtidos na análise de uma amostra e de sua


duplicata. Os valores de concentração estão em porcentagem, sendo que a
diferença obtida mostra a reprodutibilidade da metodologia empregada no
Laboratório de Fluorescência de Raios X. ................................................................ 34
ESTRUTURA DA TESE

Esta tese de Doutorado está estruturada em torno de um artigo publicado em


periódico nacional e dois artigos submetidos a periódicos internacionais.
Consequentemente, sua organização compreende as seguintes partes principais:

a) introdução sobre o tema e descrição do objeto da tese de Doutorado, onde estão


sumarizados os objetivos e a filosofia da pesquisa desenvolvida, o estado da arte
sobre o tema de pesquisa, os métodos e a metodologia aplicada;

b) um artigo publicado e dois submetidos a periódicos com corpo editorial


permanente e revisores independentes, escritos pelo autor durante o
desenvolvimento de seu Doutorado;

c) síntese integradora contendo os principais resultados e interpretações deles


derivadas e as conclusões sobre os resultados obtidos.
8

1. INTRODUÇÃO

A análise de bacia sedimentar, ou seja, a reconstrução dos processos


evolutivos ao longo do tempo geológico é imprescindível especialmente para o caso
de prospecção de hidrocarbonetos. Verifica-se que para a análise de bacias
sedimentares, há necessidade do detalhamento do registro estratigráfico.
O registro estratigráfico preserva evidências da evolução biológica, trocas na
química dos oceanos e da atmosfera, mudanças climáticas, flutuações do nível do
mar, soerguimentos e erosões bem como processos de subsidência. Contudo, o
registro estratigráfico nas bacias sedimentares é complexo e incompleto e,
consequentemente exige um arcabouço temporal preciso e detalhado.
Além disso, há necessidade da obtenção de outros dados auxiliares pois as
bacias, em sua maioria, têm afloramentos restritos ou simplesmente não afloram.
Assim, a integração de ferramentas analíticas diversas, sensíveis a processos e
eventos geológicos distintos, tem sido uma tendência crescente no campo da
análise de bacias sedimentares (Borba, 2001; Pierini et al., 2002; Borba, 2006;
Mizusaki, 2008).
Neste sentido, a possibilidade de obtenção de dados com aplicação da
geoquímica e da geocronologia sedimentar torna-se interessante e fundamental.
Pode-se dizer que a estratigrafia e a geocronologia sedimentar apresentam uma
intersecção no sentido de que a estratigrafia de uma determinada área seja
perfeitamente calibrada com a coluna de tempo geológico. A geoquímica e a
geocronologia sedimentar também apresentam um ponto comum, que é possibilitar
uma melhor correlação estratigráfica nos diferentes intervalos de tempo geológico
em áreas complexas e nos estudos de proveniência.
A Geoquímica envolve a aplicação de dados geoquímicos (tanto elementos
como isótopos) para caracterizar, correlacionar estratos e também nos estudos de
proveniência dos sedimentos. O estudo quimioestratigráfico pode ser aplicado em
diversas áreas que necessitam correlação estratigráfica. No entanto, o principal
enfoque dado a esta técnica tem sido como ferramenta de auxilio na estratigrafia e
na análise de bacias (Borba, 2006). Pode também ser aplicada a estudos de
proveniência visando reconstruir e interpretar a história sedimentar, desde o inicio da
erosão da rocha fonte até o soterramento.
O estudo da proveniência de rochas sedimentares clásticas, especialmente
aquelas de granulometria mais fina ou nas quais a identificação confiável dos
9

fragmentos já não seja possível (efeito da diagênese ou metamorfismo), deve


concentrar-se em outras ferramentas. Análises geoquímicas de elementos maiores,
traços e terras raras permitem relacionar, através de trends de covariância, as
assinaturas geoquímicas das rochas-fonte e dos sedimentos focalizados. O
comportamento imóvel de alguns elementos-traço e terras raras (ETR), durante o
ciclo sedimentar (Taylor & McLennan, 1985), também favorece sua utilização como
indicadores de proveniência.
Em relação à aplicação da geocronologia em sequências sedimentares
observa-se que as rochas sedimentares podem ser datadas a partir de fósseis nelas
existentes ou por correlação estratigráfica. No entanto, quando estas são estéreis ou
a correlação não é conclusiva, torna-se difícil a obtenção de sua idade. Neste
sentido, a geocronologia sedimentar, ou seja, aplicação de métodos radiométricos
em rochas sedimentares (Banner, 2004; Hamilton, 2003) tem sido de grande
importância e tem possibilitado a obtenção de idades deposicionais especialmente
de pelitos e, informações a respeito da proveniência. (Mizusaki et al., 1990;
Zwingmann et al. 1998; Maraschin et al., 2010).
A datação radiométrica de rochas sedimentares, pelo método Rb-Sr, é uma
das metodologias que tem fornecido resultados geologicamente significativos, desde
que sejam obedecidos alguns pré-requisitos, tais como: excelente controle
estratigráfico da amostragem, baixa relação silte/argila e mineralogia na fração fina
das amostras enriquecida em argilominerais expansivos (esmectita, interestratificado
ilita-esmectita e ilita degradada) (Whitney & Hurley, 1964; Byscae & Dasch, 1971;
Cordani et al., 1978; Morton, 1985; Mizusaki et al., 1998). No entanto, ainda
persistem dúvidas em relação a esta metodologia uma vez que rochas sedimentares
são misturas de fragmentos de rochas pré-existentes, consequentemente, já
contendo um registro isotópico da rocha fonte.
Dentre os questionamentos existentes pode-se citar: o papel da composição
mineralógica, a uniformização isotópica do Sr, o ambiente deposicional, as frações
granulométrica, e as oxidações, entre outros. Neste sentido, foram analisadas
amostras de clásticos terrígenos finos, provenientes da Bacia do Paraná, região com
excelente conhecimento geológico e possibilidade de amostragem diversa (Silva,
2006). Tal procedimento permitiu o controle de variáveis como ambientes e
processos deposicionais, litologias, amostragem de forma convencional e também
não convencional, mineralogia entre outros fatores críticos para a aplicação do
10

método Rb-Sr. Os resultados obtidos têm permitido o aprimoramento do método


isocrônico Rb-Sr quando aplicado a rochas sedimentares.
Em relação ao método Sm-Nd, verifica-se que hoje é ferramenta fundamental
para auxílio na determinação da proveniência das rochas sedimentares. Dois
parâmetros são utilizados nestes estudos: o εNd, que compara a composição
isotópica da rocha estudada com a composição ideal de um manto terrestre de
composição condrítica (CHUR); e a idade modelo TDM, que reflete a época de
extração do magma formador de uma determinada suíte ígnea a partir do manto
depletado.
A inferência de prováveis áreas fonte de sedimentos é possível pelo fato de
que cada associação petrotectônica tem uma assinatura isotópica distinta de Nd. Por
exemplo, as rochas vulcânicas diretamente derivadas do manto, como num
ambiente de arco de ilhas, provavelmente fornecerão parâmetros isotópicos
diferentes (εNd positivo, TDM jovem) daquelas de uma região cratônica formada por
gnaisses antigos (εNd negativo, TDM antiga). O importante é que a assinatura
isotópica aparentemente se mantém inalterada, mesmo quando da atuação dos
processos de intemperismo, transporte e deposição nas bacias sedimentares
(McLennan et al. 1990). Este enfoque é crucial para o perfeito entendimento de
processos atuantes em bacias sedimentares.
A aplicação integrada destas técnicas poderá fornecer dados concretos e
consequentemente, uma ideia mais completa sobre os eventos responsáveis pela
geração destes depósitos sedimentares e dos seus processos evolutivos em bacias
sedimentares.
Assim, a geoquímica e a geocronologia sedimentar foram utilizadas em
seções basais das bacias do nordeste do Brasil. Mais especificamente, foram
analisadas unidades sedimentares das seções Paleozoica e pré-rifte das bacias de
Camamu, Recôncavo e Sergipe-Alagoas.
11

2. OBJETIVOS

Os objetivos principais da tese foram à aplicação do método radiométrico Rb-


Sr em rochas sedimentares pelíticas visando a obtenção de idades deposicionais e a
interação entre a geoquímica e a geocronologia, aplicadas em rochas sedimentares
da seção basal de bacias do nordeste brasileiro. Os resultados obtidos permitirão um
aprimoramento do modelo evolutivo proposto para as bacias estudadas.
Secundariamente espera-se:
• obter critérios para a aplicação conjunta de técnicas geoquímicas e
geocronológicas em rochas sedimentares siliciclásticas de granulometria fina;
• aprimorar os procedimentos analíticos e melhor definir os parâmetros ideais
para avaliação dos resultados e a interpretação mais segura de resultados
(geoquímicos e geocronológicos) em conjunto com a estratigrafia e a
tectônica regional ocorrida na área de estudo.
12

3. ESTADO DA ARTE

Inúmeros trabalhos de datação Rb-Sr em rochas sedimentares argilosas têm


mostrado resultados compatíveis com as idades atribuídas à deposição das rochas
ou a eventos diagenéticos posteriores à sedimentação (Compston & Pidgeon, 1962;
Bonhomme et al., 1965; Cordani et al., 1985a, 1985b; Morton, 1985; Mizusaki et al.,
2002).
Os primeiros trabalhos de pesquisa sobre a aplicação do método de datação
radiométrica Rb-Sr nas rochas sedimentares argilosas, em especial, folhelhos, foram
publicados no início da década de 60 (Compston & Pidgeon, 1962).
No Brasil, os trabalhos de Kawashita (1972) e de Thomaz Filho (1976)
mostraram, em certos casos especiais, ser possível aplicar a metodologia
radiométrica Rb-Sr para datação de folhelhos paleozoicos e eomesozoicos das
bacias sedimentares brasileiras.
No entanto, apesar destes resultados, ainda existiam algumas dúvidas
especialmente no tocante a possibilidade de homogeneização isotópica do Sr em
rochas sedimentares (Cordani et al., 1978; 1985a, 1985b). Neste sentido, Mizusaki
(1992) trabalhando com sedimentos recentes conseguiu identificar as condições
necessárias para que a homogeneização isotópica seja observada em ambiente
sedimentar. Foi possível então apresentar as variáveis sedimentares influentes neste
processo bem como identificar critérios básicos para a seleção de amostras visando
datação Rb-Sr. Com base nestes critérios, Mizusaki et al. (1998, 2002) conseguiram
excelentes resultados em unidades sedimentares diversas com a obtenção de
idades absolutas para o evento deposicional.
Thomaz Filho et al. (1976) e Silva et al. (2006) aplicando o método
radiométrico Rb-Sr em rochas sedimentares da Bacia do Paraná, determinaram
idades da sedimentação, concordantes com as definidas pelo conteúdo
paleontológico.
Mizusaki et al. (2002) trabalhando com amostras da Formação Vila Maria
aliada a dados de palinologia conseguiram uma excelente idade absoluta para o
evento deposicional desta unidade. Silva & Mizusaki (2002) e Silva et al. (2002)
mostraram a aplicabilidade do método em amostras da Formação Santa Maria,
Bacia do Paraná.
Com relação à metodologia Sm-Nd, esta vem sendo aplicada a rochas
sedimentares há pouco tempo, visando obter informações sobre as possíveis áreas-
13

fonte das unidades sedimentares estudadas. O trabalho de Mearns (1988) focaliza o


sistema Sm-Nd de sistemas fluviais e estuarinos da Escócia e norte da Inglaterra,
para comparação entre os resultados de áreas-fonte e os sedimentos coletados.
Os trabalhos de Gleason et al. (1994, 1995) focalizam integradamente dados
geoquímicos de elementos terras raras (ETR) e a assinatura isotópica de Nd em
rochas sedimentares depositadas em um contexto marinho profundo, caracterizado
por uma transição entre margem passiva e convergente, durante o Paleozoico (do
Ordoviciano ao Carbonífero).
O trabalho de Andersson et al. (2003) utiliza dados de paleocorrentes,
petrografia de arenitos, assembleias de minerais pesados e dados do sistema Sm-
Nd em seis amostras da Formação Skoorsteenberg da Bacia Tanqua Karoo na
África do Sul (Permiano, cerca de 270 Ma) para traçar um panorama de possíveis
áreas-fonte para estas rochas.
143
Borba et al. (2003) utilizam a razão Nd/144Nd em siltitos de origem
fluviolacustre pertencentes ao Grupo Camaquã, com vistas à inferência das
possíveis áreas-fonte de depósitos disponíveis durante o Paleozoico inferior para
aquela sedimentação.
A abordagem integrada, utilizando diferentes técnicas analíticas, foi aplicada
por Van de Kamp & Leake (1995) onde estes integraram análises petrográficas e
geoquímicas em rocha total, sugerindo que, para fragmentos ultramáficos alterados
e de identificação duvidosa, concentrações elevadas de Co, Cr e Ni, correlacionados
a MgO, podem constituir bons traçadores de proveniência ofiolítica.
Pierini et al. (2002) utilizou várias técnicas análiticas (petrografia, estratigrafia,
geoquímica, entre outras) no estudo do Membro Alemoa (Formação Santa Maria) e
Formação Caturrita (Bacia do Paraná) para fazer uma avaliação da evolução das
condições paleoambientais.
Borba et al. (2007a) comprovou que utilizando ferramentas estratigráficas,
petrográficas, isotópicas e geocronológicas, sensíveis a diversos processos e
temperaturas, têm o potencial de fornecer uma visão muito mais detalhada da
evolução geológica de uma bacia sedimentar. Esta abordagem, aplicada à
Formação Maricá (Bacia do Camaquã, RS), aportou informações importantes sobre
diversos aspectos da história geológica desta unidade.
Borba et al. (2007b) focaliza a proveniência das rochas sedimentares do
Grupo Bom Jardim (Bacia do Camaquã, RS), de idade Neoproterozoica, utilizando
dados de petrografia, geoquímica de rochas pelíticas e do sistema Sm-Nd.
14

4. ÁREA DE ESTUDO

As amostras utilizadas neste trabalho foram coletadas em diferentes pontos


das seções paleozoica e pré-rifte das porções terrestres das Bacias de Camamu,
Recôncavo e Sergipe-Alagoas, nordeste do Brasil (Fig. 01).

Figura 1 - Mapa de situação das bacias sedimentares estudadas.

4.1. Contexto Geológico

As bacias marginais brasileiras compartilham, de uma forma geral, grandes


semelhanças quanto à evolução tectônica e história do preenchimento sedimentar.
Essas semelhanças devem-se à gênese comum, resultante dos processos que
culminaram com a ruptura do Gondwana a partir do final do Jurássico.
Analisando-se a sucessão sedimentar das diversas bacias da margem leste e
equatorial brasileira, observa-se que o pacote sedimentar existente nessas bacias
poderia ser agrupado em sequências geneticamente correlatas, geograficamente
contínuas, relacionadas a estágios evolutivos termomecânicos distintos. Com base
no estudo dessas sequências, cinco estágios tectônicos foram diferenciados nessas
15

bacias: sinéclise, pré-rifte, rifte, transicional e deriva (Ponte et al., 1976; Ojeda,
1982). Desses estágios, os três últimos correspondem àqueles que ocorrem
sucessivamente em bacias que evoluem de uma fase rifte para uma fase de deriva
(margem passiva). Os dois primeiros, sinéclise e pré-rifte não ocorrem
necessariamente (Souza-Lima & Hamsi Junior, 2003).
O estágio de sinéclise (seção paleozoica) corresponde às sucessões
sedimentares relacionadas ao preenchimento de grandes depressões, em geral
associadas às bacias intracratônicas. A gênese dessas depressões pode estar
relacionada a ciclos de desequilíbrio térmico crustal (Sleep, 1971), sendo, contudo,
de origem e evolução complexa. No Brasil, destacam-se as grandes sinéclises
paleozoicas das bacias do Amazonas, Solimões, Parnaíba, e Paraná. Os
sedimentos desse estágio, que ocorrem nas bacias marginais brasileiras,
correspondem, na verdade, à extensão geográfica dessas sinéclises: assim, os
sedimentos de idade paleozoica que ocorrem em algumas dessas bacias são
relictos de bacias mais antigas, de idade paleozoica (Souza-Lima & Hamsi Junior,
2003).
O estágio de pré-rifte está provavelmente relacionado ao soerguimento crustal
resultante do aquecimento induzido pela presença de hotspots no Gondwana central
(Morgan, 1983), embora se tenha também aproveitado das antigas depressões das
sinéclises paleozoicas. A ação desses hotspots auxiliou o enfraquecimento crustal
da junção entre as placas sul-americana e africana, causando sua posterior ruptura.
O início ou final desse estágio, bem como a intensidade de soerguimento, variou de
um local a outro, porém, em geral, ocorreu entre o final do Jurássico e o início do
Cretáceo (Berriasiano a Valanginiano) (Souza-Lima & Hamsi Junior, 2003).
Associado ao soerguimento crustal ocorreu o desenvolvimento de depressões
periféricas que, junto às depressões paleozoicas, atuaram como áreas de captação
sedimentar de origem fluviolacustre. A sedimentação deste estágio é
caracteristicamente composta por sedimentos oxidados, de coloração avermelhada.
No nordeste brasileiro, a sedimentação desse estágio se desenvolveu na Depressão
Afro-Brasileira (Estrella, 1972), que englobava a região hoje ocupada pelas bacias
de Sergipe-Alagoas, Camamu e Almada, na costa sul do Estado da Bahia, incluindo
também as bacias do Recôncavo, Tucano e Jatobá e suas contrapartes africanas.
No estágio rifte, a distensão atingiu o limite elástico da crosta e, finalmente,
conduziu à ruptura da placa litosférica. Nas bacias da margem leste, o início do rifte
foi mais ou menos simultâneo, ocorrendo entre o Berriasiano e o Valanginiano (145
16

– 135 Ma, início do Cretáceo), havendo algum retardo localizado (p. ex., na bacia do
Jequitinhonha), provavelmente relacionado ao comportamento reológico crustal
diferenciado. O avanço da evolução crustal foi, contudo, distinto nas bacias situadas
mais ao sul (bacias do Espírito Santo a Pelotas), onde o estiramento crustal esteve
associado a vulcanismo basáltico já na fase rifte. Nas bacias da margem equatorial,
o rifteamento ocorreria mais tarde, entre o Barremiano e o final do Albiano (130 - 100
Ma).
Durante o estágio rifte, a sedimentação consistiu praticamente na
colmatagem da calha gerada pelos falhamentos novos ou reativados pelos esforços
distensivos que aconteceram ao longo da atual margem continental brasileira. Essa
grande calha era compartimentada em blocos altos (horsts) e baixos (grabens), que
condicionaram a sedimentação em seu interior. Os processos predominantes
estiveram relacionados a leques aluviais ou subaquosos, controlados principalmente
pelas falhas normais das bordas das bacias e sistemas fluviais predominantemente
coaxiais, ou seja, acompanhando o eixo longitudinal da estrutura rifte.
A evolução da ruptura continental esteve condicionada às direções estruturais
impostas pelo arcabouço dos crátons e das faixas móveis que serviram de
embasamento às bacias, bem como pelos principais lineamentos e falhas existentes
na região. Analisando-se a atual margem continental, nota-se que praticamente todo
o litoral leste brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, desenvolveu-se
condicionado aos alinhamentos derivados da orogenia brasiliana, ocorrida no final
do Proterozoico (Almeida, 1971). O tectonismo de idade eocretácea, conhecido
como "Reativação Wealdeniana", foi responsável pela reativação tectônica das
estruturas brasilianas, gerando o rifte estreito e alongado que ocupou essa área.
A partir da Faixa de Dobramentos Sergipana, as direções estruturais passam
a ser transversais àquelas existentes a sul, de modo que a região tornou-se uma
área resistente à ruptura norte-sul. Essa região corresponde à Província Borborema,
onde destacam-se os lineamentos pré-cambrianos de Pernambuco e de Patos,
antigas falhas transcorrentes, cuja continuidade pode ser acompanhada também na
África. Essa anisotropia estrutural permitiu, dentre outras coisas, que a região
apresentasse uma subsidência muito mais lenta que as regiões adjacentes,
limitando ainda a distensão crustal da região, confinando o sistema de riftes da
margem oriental brasileira. Além disto, por ser uma área menos adequada à
propagação da ruptura, a Província Borborema permaneceu como um dos pontos
finais da ruptura crustal entre a placa sul-americana e africana.
17

O rifte abortado do Recôncavo-Tucano-Jatobá ilustra bem a atuação das


anisotropias estruturais, onde a falha de Ibimirim, componente do lineamento de
Pernambuco, constitui o limite norte da bacia de Jatobá, desviando a ruptura norte-
sul para leste.
A propagação da ruptura, que ocorreu preferencialmente de sul para norte na
margem leste, foi mais complexa na margem equatorial. Nesta região, as principais
feições estruturais são paralelas à costa, estando, muitas vezes, relacionadas a
falhas de transferência. A rotação diferencial das placas sul-americana e africana,
mais rápida a sul, ocasionou compressão e distensão localizada na margem
equatorial e interior, causadas pela reativação do complexo sistema nordestino de
lineamentos e falhas de direção predominante este-oeste e nordeste-sudeste
(Szatmari et al., 1987). Destes processos resultaram também as diversas bacias
interiores do Nordeste do Brasil.
O estágio rifte marca o fim da evolução do sistema Recôncavo-Tucano-
Jatobá. Embora o rifteamento tivesse sido iniciado no Berriasiano (cerca de 145 Ma),
as anisotropias estruturais do embasamento presentes naquela região, associadas à
dificuldade de propagação dos esforços através dos lineamentos transversais na
região da Faixa de Dobramentos Sergipana e da Província Borborema,
provavelmente favoreceram a ruptura através de outra trajetória. Assim, a partir do
Hauteriviano (cerca de 135 Ma), a ruptura crustal foi iniciada na região da bacia de
Sergipe-Alagoas, onde evoluiu de forma mais eficaz, e onde efetivamente ocorreu a
separação das placas tectônicas.
O progresso da separação entre as placas sul-americana e africana permitiu a
entrada intermitente de água marinha no estreito e alongado golfo moldado durante
a fase rifte. Essa incursão marinha marcou o início do estágio transicional. O influxo
de água marinha no golfo do proto-oceano Atlântico esteve controlado por uma
importante feição estrutural que hoje se estende entre o litoral sul do Brasil e a costa
da Namíbia, na África: a cadeia de Rio Grande-Walvis. Esse alto atuou como uma
barreira à comunicação efetiva entre o oceano Atlântico Austral e o golfo Brasil-
África, de modo que o influxo de água controlado e as altas taxas de evaporação
existentes devido ao clima quente então vigente favoreceram a concentração dos
sais nesses mares. Permitiu-se o acúmulo de uma espessa sequência evaporítica,
cuja influência foi muito importante para a evolução tectono-sedimentar subsequente
dessas bacias. Esse estágio começou mais cedo também nas bacias da margem
leste, ocorrendo predominantemente durante o Aptiano. Nas bacias da margem
18

equatorial ocorreu entre o final do Aptiano e o Cenomaniano. A fase transicional


corresponde à diminuição dos falhamentos por distensão crustal, mas taxas de
sedimentação ainda altas ocorreram no início desta fase devido à subsidência
térmica.
Com o avanço da separação entre as placas sul-americana e africana, a
cadeia de Rio Grande-Walvis teve seu papel progressivamente reduzido no controle
das incursões marinhas para o golfo, de modo que essa assumiu caráter
permanente. Iniciou-se, então, o estágio de deriva continental. Esse estágio foi
inicialmente marcado, nas bacias marginais, pelo desenvolvimento de amplas
plataformas carbonáticas. O progresso da separação, associado às modificações
climáticas induzidas pelo extenso oceano gerado, posteriormente inibiu a gênese e
deposição carbonática, de modo que as sequências sedimentares evoluíram para
um sistema predominantemente siliciclástico que persiste até hoje.

4.1.1. Seção Pré-rifte da Bacia de Camamu


A Bacia de Camamu está situada na faixa costeira do estado da Bahia, entre
os paralelos 13° e 14° S, constituindo o prolongame nto sul do sistema rifte
Recôncavo-Tucano-Jatobá. Com uma área de cerca de 13.000 km2 (dos quais 2.000
km2 emersos), a Bacia de Camamu contém algumas acumulações de óleo e gás em
terra e no mar, todas consideradas como originadas a partir das rochas geradoras
lacustres eocretáceas da Formação Morro do Barro (Gonçalves et al., 2000).
A Bacia de Camamu, ao norte, faz limite com as bacias do Recôncavo e
Jacuípe que é dado pela Falha da Barra, uma importante feição regional que corta a
bacia na direção leste-oeste. Ao sul, o limite é apenas geográfico com a Bacia de
Almada, observando-se uma continuidade tanto estrutural quanto estratigráfica entre
ambas as bacias.
A origem da Bacia de Camamu, assim como das demais bacias meso-
cenozoicas da margem continental brasileira, está relacionada ao processo de
estiramento crustal que culminou com a ruptura do continente Gondwana e a
formação do Oceano Atlântico, seguindo o modelo da margem continental brasileira
(Ponte & Asmus, 1976; Asmus & Guazelli, 1981; Chang et al., 1992).
Segundo Caixeta et al. (2007), o pacote sedimentar da Bacia de Camamu
constitui-se de cinco supersequências: paleozoica, pré-rifte, rifte, pós-rifte e drifte. A
supersequência pré-rifte, porção basal da bacia, corresponde ao intervalo
estratigráfico estudado (Fig. 2).
19

Figura 2 - Carta estratigráfica da Bacia de Camamu (modificado de Caixeta et al., 2007).

A evolução tectono-sedimentar da Bacia de Camamu pode ser descrita como


uma sucessão dos seguintes estágios: (1) sinéclise, engloba sedimentos
continentais e marinhos de idade permiana e correspondentes, em termos
20

litoestratigráficos, à Formação Afligidos; (2) pré-rifte, que agrupa os sedimentos


fluviolacustres de idade Jurássica/Eocretácea das formações Aliança, Sergi e Itaípe;
(3) rifte, representado pelas depósitos lacustres Eocretáceos das formações Morro
do Barro e Rio de Contas; (4) pós-rifte que se deu no âmbito de bacia do tipo sag
representadas por sedimentos transicionais aptianos da Formação Taipus-Mirim e
(4) drifte, que compreende os estratos marinhos de idade Cretácea a Terciária, das
formações Algodões, Urucutuca, Rio Doce e Caravelas (Netto & Ragagnin, 1990;
Gonçalves et al., 2000).
A sequência do pré-rifte, de idade Dom João – Eorio da Serra (Neojurássico),
foi distribuída originalmente sobre uma grande extensão geográfica, controlada pela
Depressão Afro-Brasileira (Estrella, 1972).
Em termos litoestratigráficos, a seção pré-rifte da Bacia do Camamu
corresponde ao Grupo Brotas e Grupo Santo Amaro. O Grupo Brotas inclui as
formações Aliança (membros Boipeba e Capianga) e Sergi enquanto o Grupo Santo
Amaro é composto pelas formações Itaparica, Água Grande e Candeias.
A sedimentação desta sequência é caracterizada por sedimentos clásticos
arenosos e folhelhos depositados por rios entrelaçados com retrabalhamento eólico.
Transgressões lacustres de caráter regional são expressas pela sedimentação
dominantemente pelítica que caracterizam o Membro Capianga (Formação Aliança)
e a Formação Itaparica (Caixeta et al. (2007).

4.1.2. Seção Paleozoica e Pré-rifte da Bacia do Recôncavo


A Bacia do Recôncavo situa-se na região nordeste do Brasil e compreende
uma área de 11.500 km². Seus limites são representados pelo Alto de Aporá, a norte
e noroeste; pelos sistema de falhas da Barra, a sul; pela Falha de Maragogipe, a
oeste; e pelo sistema de falhas de Salvador, a leste.
A configuração estrutural da bacia relaciona-se aos esforços distensionais
que resultaram na fragmentação do Supercontinente Gondwana durante o
Eocretáceo, promovendo a abertura do Oceano Atlântico e o desenvolvimento da
margem continental brasileira.
Segundo Silva et al. (2007), o pacote sedimentar da Bacia do Recôncavo
constitui-se de quatro supersequências: paleozoica, pré-rifte, rifte e pós-rifte (Fig. 3).
As unidades sedimentares das supersequências paleozoica e pré-rifte, porção basal
da bacia, fazem parte do estudo realizado neste trabalho.
21

Figura 3 - Carta estratigráfica da Bacia do Recôncavo (modificado de Silva et al., 2007).


22

Na supersequência paleozoica a unidade estudada é representada pelo


membro Cazumba da Formação Afligidos. Depositadas sob paleoclima árido e em
contexto de bacia intracratônica, as associações faciológicas que caracterizam as
unidades do Paleozoico ilustram uma tendência regressiva, com transição de uma
sedimentação marinha rasa, marginal, a bacias evaporíticas isoladas, ambientes de
sabkha continental e, por fim, sistemas lacustres (Aguiar & Mato, 1990). No Membro
Cazumba, predominam pelitos e lamitos vermelhos lacustres, com nódulos de
anidrita na base da seção. A idade do Membro Cazumba é objeto de discussão
devido à pobreza do seu registro fossilífero. Segundo Caixeta et al. (1994), a
deposição da Formação Afligidos restringe-se ao Permiano.
A Supersequência pré-rifte reúne depósitos relacionados ao estágio inicial de
flexura da crosta e ali se depositaram sedimentos de natureza continental
correspondentes a depósitos fluviais, localmente retrabalhados eolicamente, e
lacustres muito rasos, todos com características de red beds.
Em termos litoestratigráficos, a seção pré-rifte da Bacia do Recôncavo
corresponde ao Grupo Brotas e parte do Grupo Santo Amaro. O Grupo Brotas inclui
as formações Aliança (membros Boipeba e Capianga) e Sergi enquanto o Grupo
Santo Amaro é composto pelas formações Itaparica e Água Grande.
Segundo Silva et al. (2007), a sedimentação pré-rifte engloba três grandes
ciclos fluvio-eólicos, representados, na base para o topo, pelo Membro Boipeba e
pelas formações Sergi e Água Grande. Transgressões lacustres de caráter regional
separam esses ciclos e são expressas pela sedimentação dominantemente pelítica
que caracterizam o Membro Capianga (Formação Aliança) e a Formação Itaparica.

4.1.3. Seção Pré-rifte da Bacia de Sergipe-Alagoas


A Bacia de Sergipe-Alagoas situa-se na região nordeste do Brasil e
compreende uma área de 35.000 km2, sendo aproximadamente dois terços destes
na porção da plataforma continental e em águas profundas. Dentre as bacias da
margem continental brasileira, a de Sergipe-Alagoas é a que abriga o registro
estratigráfico mais completo. Localmente, preservados da erosão pelo abatimento de
blocos ocorrido durante o rifteamento, aparecem unidades do Neoproterozoico e
Paleozoico como remanescentes da ampla sedimentação que outrora recobriu
grandes extensões do paleocontinente Gondwana. Estão também documentadas na
bacia as seções completas das clássicas sequências pré-rifte, rifte e drifte (Fig. 4).
23

Figura 4 - Carta estratigráfica da Sub-bacia de Sergipe (modificado de Neto et al., 2007).

Em termos litoestratigráficos, a seção pré-rifte da Bacia de Sergipe-Alagoas


corresponde ao Grupo Perucaba (Feijó, 1994) que inclui as formações Candeeiro,
Bananeiras e Serraria. Nessa concepção, a Formação Candeeiro, arenosa, é a
unidade basal que se sobrepõe discordantemente aos remanescentes sedimentares
24

pré-mesozoicos ou diretamente sobre o embasamento pré-cambriano, e que é


recoberta de maneira transicional pela Formação Bananeiras, predominantemente
pelítica. Onde a Formação Candeeiro está ausente, é a Formação Bananeiras que
assenta em discordância sobre unidades mais antigas. O ciclo pré-rifte culmina com
a Formação Serraria, de natureza arenosa e que exibe contato gradacional com a
unidade anterior.
A Formação Bananeiras, unidade estudada, é constituída por folhelho
vermelho, vermelho acastanhado e arroxeado, mosqueado de verde claro, síltico,
por vezes micromicáceo e com fissilidade pouco definida. A espessura da Formação
Bananeiras varia até um máximo de 200 m, com uma tendência regional de
adelgaçamento no sentido norte.
25

5. MÉTODO RADIOMÉTRICO Rb-Sr

O rubídio (Rb) juntamente com o lítio (Li), sódio (Na), potássio (K), césio (Cs)
e frâncio (Fr) compõe o grupo I (metais alcalinos) da tabela periódica. Trata-se de
um elemento químico que, na natureza, não forma minerais próprios. Assim sendo,
sempre é encontrado como impureza nos minerais potássicos (muscovita, biotita,
lepidolita e feldspato potássico). Esse comportamento resulta do fato do raio iônico
do Rb (1,48 Å) ser muito semelhante ao do raio do K (o do Rb é cerca de 11% maior
do que o do K). O Rb apresenta propriedades mais alcalinas do que o K, fato esse
importante quando da adsorção desses elementos pelos argilominerais. Ele
85 87
apresenta dois isótopos de ocorrência natural: Rb (isótopo estável) e Rb (isótopo
instável).
O estrôncio (Sr) é um elemento químico do grupo II da tabela periódica, que
inclui os elementos alcalinos terrosos: berílio (Be), cálcio (Ca), bário (Ba) e rádio
(Ra). O raio iônico do Sr (1,13 Å) tem valor próximo do íon Ca (0,99 Å), sendo o Sr
aproximadamente 13% maior que o Ca. Assim sendo torna-se possível a
substituição do íon Ca pelo íon Sr em minerais como plagioclásio, apatita e calcita. O
elemento Sr pode formar diversos minerais próprios, dos quais somente a
estroncianita (SrCO3) e a celestita (SrSO4) são volumetricamente importantes. O Sr
84 86 88
apresenta quatro isótopos de ocorrência natural: Sr, Sr e Sr que são isótopos
87
não radiogênicos e o Sr isótopo radiogênico.
O método radiométrico Rb-Sr baseia-se na desintegração radioativa do
87 87
isótopo Rb que se transforma em Sr. Esta desintegração radioativa se processa
segundo uma constante de decaimento λ, de valor conhecido, da ordem de 1,42 x
10-11.ano-1, que corresponde a uma meia-vida de 48,8 Ga.
O método radiométrico Rb-Sr é tradicionalmente aplicado para determinação
de idades absolutas de rochas ígneas, devido as condições de formação deste
87
material serem em alta temperatura. No caso da cristalização de um magma, o Sr
radiogênico possui considerável mobilidade, e migra entre as fases minerais
enquanto a temperatura for superior a 300 ou 350°C. Como resultado, ocorre um
fenômeno chamado “homogeneização isotópica” do Sr, o qual é interrompido pelo
resfriamento da rocha considerada. Assim, a idade Rb-Sr estará relacionada a este
processo de fechamento do sistema obtido no evento de cristalização da rocha. Uma
particularidade que deve ser levada em consideração reside no fato de que em
qualquer processo de cristalização a partir de um magma, existem quantidades de
26

Sr inicial, que conferem àquele sistema uma proporção isotópica ou razão inicial
87
Sr/86Sr. Assim, para rochas cuja razão inicial 87
Sr/86Sr for conhecida ou
convencionada, análises individuais fornecem a idade convencional da amostra.
Alternativamente, se o conhecimento das condições de geração do magma não for
preciso, não podem ser arbitradas razões isotópicas iniciais, e a idade resultará da
linha de melhor ajuste entre diversos pontos plotados num “diagrama isocrônico”
87
(Fig. 5), que possui no eixo X as razões Rb/86Sr e no eixo Y as proporções
87
Sr/86Sr das amostras consideradas.
No ambiente sedimentar, caracterizado por temperaturas mais baixas, o
comportamento dos íons de Rb e Sr é diferenciado. O Rb é mais facilmente
adsorvido pelos argilominerais, enquanto que o Sr tende a ser liberado da estrutura
cristalina dos minerais para os fluidos intersticiais. Supõe-se que esta característica
favoreça o processo de uniformização isotópica do Sr (ou seja, a homogeneização
isotópica em ambiente sedimentar), no momento da deposição dos sedimentos
numa determinada bacia (Compston & Pidgeon, 1962; Faure, 1986), condição
necessária para a datação radiométrica Rb-Sr.
Considerando-se válida a suposição da uniformização isotópica do Sr nos
sedimentos, no momento da deposição, o sucesso de uma datação radiométrica
pelo método Rb-Sr em rochas sedimentares resulta, como salientam Mizusaki (1992)
e Mizusaki et al. (1998), da obtenção das amostras com alto teor de fração argila,
composta por argilominerais expansivos como a esmectita e o interestratificado ilita-
esmectita, e de uma amostragem de preferência segundo as recomendações de
Thomaz Filho & Lima (1979).
27

Figura 5 - Modelo de construção de um diagrama isocrônico (modificado de Mizusaki, 1992).


28

6. MÉTODO RADIOMÉTRICO Sm-Nd

O sistema Sm-Nd tem por base o decaimento de um isótopo radioativo de


samário (147Sm) para um isótopo radiogênico de neodímio (143Nd) por emissão de
partículas α. O decaimento ocorre à taxa muito lenta, com uma meia-vida de 106 Ga,
ou seja, mais de 23 vezes a idade da Terra.
Tanto o Sm como o Nd são elementos do grupo terras raras (ETR)
intermediários. O alto estado de valência de praticamente todos os ETR (geralmente
+3, com exceção do Ce e Eu), somada à tendência de hidrolização do íon, faz com
que os ETR estabeleçam ligações fortes (covalentes) com os ânions aos quais estão
combinados. Estas características fazem com que estes elementos tenham baixa
taxa de solubilidade e mobilização e, portanto, não sofram modificações substanciais
devido a processos de alteração, intemperismo e diagênese. Além disso, os ETR
são refratários e por esta razão, estima-se que as suas concentrações a Terra
Global (Bulk Earth – BE) são próximas às medidas das concentrações em meteoritos
condríticos.
Devido a estas características, o sistema Sm-Nd pode auxiliar na
determinação do tempo que uma determinada rocha reside na crosta. Este modelo
considera a evolução de uma rocha por fusão parcial a partir de um reservatório
condrítico, denominado CHUR, gerando dois outros reservatórios: um reservatório
empobrecido em elementos “magmatófilos”, o manto depletado (DM) e um
reservatório enriquecido nestes elementos, as rochas crustais (CR). Dessa forma,
pode-se calcular a idade de formação da rocha crustal em relação:
• ao reservatório CHUR (TCHUR), baseando-se na afirmação que a evolução do Sm-
Nd no manto é similar a evolução desse sistema em meteoritos condríticos;
• ao DM (TDM), assumindo-se que o Sm-Nd evolui em um manto que se torna
empobrecido em elementos incompatíveis devido às várias fusões causadas pela
formação e extração da crosta. Este cálculo é realizado a partir da seguinte equação
1:
29

Onde as razões isotópicas da amostra e do DM são as razões atuais.


Alternadamente pode-se substituir o DM por CHUR e calcular o tempo de formação
da rocha em relação ao CHUR.
143
Da mesma forma, pode-se calcular o desvio da razão Nd/144Nd entre a
rocha considerada e o reservatório CHUR (ou reservatório DM) em um determinado
tempo t. Este tempo pode ser uma idade qualquer, que geralmente é assumida
como sendo a idade de cristalização da rocha. Este desvio é definido com εNd e
calculado através da expressão 2:

Para todos estes cálculos, é necessário estimar a composição do manto


empobrecido (DM). Para isto, existem vários modelos que dependem de fatores
como: a idade considerada para a formação da crosta; se a formação da crosta foi
contínua ou episódica, ou se deve ser considerada ou não a existência de uma
heterogeneidade no manto primordial. Sendo assim, o modelo escolhido deve ser
mencionado durante qualquer trabalho isotópico. O Laboratório de Geologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Centro de Pesquisas
Geocronológicas da Universidade de São Paulo utilizam o modelo proposto por
DePaolo (1981) por ser um modelo mais amplamente utilizado. Neste caso, o DM é
147
considerado como uma média das razões Sm/144Nd e 143
Nd/144Nd de MORB
(basalto de cordilheiras meso-oceânicas) iguais a 0,222 e 0,513114,
respectivamente. Já para o CHUR, considera-se 0,512638 e 0,1967 para as razões
143
Nd/144Nd e 147Sm/144Nd, e que são idênticas às da Terra Global.
Devido às características geoquímicas do Sm e do Nd supracitadas, a idade
modelo calculada (seja TCHUR, TDM, ou por qualquer outro modelo de evolução da
Terra) não é afetada pelos processos de intemperismo, uma vez que a rocha está
colocada na crosta. Por esta razão, a idade modelo (TDM) pode ser utilizada para
estudos de proveniência dos sedimentos (McDaniel et al., 1997; Goldstein et al.,
1997). Se as rochas sedimentares estudadas foram originadas de uma fonte
apenas, o TDM destas rochas será idêntico ao da fonte dos seus sedimentos. Caso
haja mais de uma fonte, o valor de TDM obtido para a rocha sedimentar situar-se-á
dentro de uma linha de mistura entre valores de TDM das possíveis fontes de seus
sedimentos.
30

Além do TDM, pode-se também utilizar o εNd relativo ao CHUR, mas neste
caso, necessita inferir uma idade ao qual este fator está sendo calculado. O εNd se
torna uma ferramenta ainda mais poderosa, quando associado ao TDM, pois com
esse fator, pode-se distinguir a origem das rochas fonte dos sedimentos. εNd
positivos geralmente são associados a rochas oriundas por fusão mantélica do
manto DM, enquanto que εNd negativo refletem rochas oriundas de fusão,
retrabalhamento ou contaminação crustal. Sendo assim, ao se ter dúvidas sobre
duas rochas de TDM idênticos que poderiam ser fontes dos sedimentos de uma
determinada bacia, pode-se analisar o εNd para verificar se há alguma diferença.
Um outro fator que pode ser utilizado na diferenciação de áreas-fonte é a
147
ƒSm/Nd, que relaciona as razões entre o isótopo radioativo Sm pelo radiogênico
144
Nd em relação ao CHUR (Equação 3):
31

6. METODOLOGIA
6.1. Amostragem e preparação das amostras
Para a amostragem utilizou-se a forma convencional proposta por Thomaz
Filho & Lima (1979), onde em cada afloramento, há a coleta de no mínimo quatro
amostras de rocha, com distanciamento de cerca de 1 m no sentido horizontal e de
10 a 50 cm no sentido vertical. As amostras coletadas foram imediatamente
acondicionadas em sacos plásticos e estes lacrados para evitar possível
contaminação e/ou perda de material.
As amostras foram descritas macroscopicamente, ressaltando-se os
seguintes parâmetros: cor, granulometria, argilosidade, saturação de água, presença
de micro-organismos, sais, carbonatos, micas, feldspatos e matéria orgânica.
Em seguida, procede-se à secagem das amostras em estufa com temperatura
controlada, atingindo, no máximo, 70°C. Tal procedi mento visa evitar riscos de
danos na estrutura e, consequentemente, possíveis mudanças nas propriedades dos
argilominerais. Segue-se a desagregação das amostras em gral de ágata, obtendo-
se assim a amostra do tipo rocha total. Onde necessário, procedeu-se a
subsequente separação dos micro-organismos por meio de técnicas de
micropaleontologia. Justifica-se a separação das carapaças dos micro-organismos,
pois estes são formados por calcita e/ou aragonita, que contêm Sr, o que possibilita
alterações nos resultados das dosagens desse elemento na amostra de rocha total.
As amostras, sob a forma de rocha total, são quarteadas para se obter
frações destinadas às análises por técnicas de difratometria de raios-X (DRX), de
fluorescência de raios-X (FRX) e de espectrometria de massas.

6.2. Difratometria de raios-X (DRX)


Os grupos de argilominerais presentes nas amostras foram identificados, com
base na sua estrutura cristalina, através de técnicas de difratometria de raios-X
(DRX). Utiliza-se um difratômetro Siemens D5000 Diffraktometer pertencente ao
Laboratório de Difratometria de Raios-X do Instituto de Geociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, com radiação KαCu nas condições de 40 kV e 30 mA
de corrente de filamento e no intervalo de 2 a 28° (2θ).
A preparação das amostras para DRX se baseia nos procedimentos descritos
por Alves (1987), onde inicialmente pulverizam-se as amostras com pistilo em um
gral de ágata. Aproximadamente 5 gramas do pó resultante são dispersos em 50 ml
de água destilada e submetidos ao ultra-som, na presença de uma solução de
32

pirofosfato de sódio utilizada como defloculante. Na solução resultante, com o auxílio


da centrífuga, separa-se a fração menor que 2 µm (FF < 2 µm). Esta fração é
depositada em duas lâminas nas quais os argilominerais são orientados segundo a
técnica do esfregaço (Gibbs, 1965). As lâminas assim preparadas são secas em
condições naturais.
Analisa-se inicialmente a lâmina seca ao natural (denominada normal). A
outra lâmina é colocada num dessecador contendo etilenoglicol (CH2OHOH2OH). O
dessecador é colocado em estufa aquecida a 60°C por 8 horas, obtendo-se então a
amostra glicolada. Após a análise no difratômetro desta segunda lâmina, procedeu-
se o seu calcinamento por 2 horas em um forno a 500°C com o objetivo de obter a
lâmina calcinada. A partir da análise conjunta dos difratogramas obtidos com
material normal, glicolado e calcinado, são reconhecidos, de forma geral, os
seguintes argilominerais: ilita, caulinita e interestratificado ilita-esmectita. Além da
fração de quartzo e óxidos de ferro (segundo normas de preparação do Laboratório
de Difratometria de Raios-X do Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica –
CPGq – da Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

6.4. Fluorescência de raios-X


As análises geoquímicas foram realizadas com a técnica da fluorescência de
raios-X no Laboratório de Fluorescência de Raios X do Instituto de Geociências da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Para tanto utilizou-se um Espectrômetro de Fluorescência de Raios-X
RIGAKU RIX 2000 com tubo de Ródio (Rh), aceleração máxima de 60 kV, corrente
máxima 80 mA. O limite de potência foi de 3 kW e os cristais analisadores planos:
LiF200, LiF 220, Ge, TAP, PET e RX 35. Condição de análise elementos pesados:
50kV, 50 mA, cristal analisador LiF 200.
A preparação da amostra para análise de elementos maiores seguiu a técnica
da pastilha vítrea. Utiliza-se um grama de amostra mo moída a 200 mesh tendo com
massa do fundente Li2B4O7: 7g e 10 gotas de peridrol (peróxido de hidrogênio) como
oxidante e NH4I como desmoldante.
Os materiais são fundidos em cadinho de platina durante 3 minutos na
temperatura de 1200°C originando a pastilha vítrea que será posteriormente
analisada no equipamento de espectrometria de fluorescência de raios-X.
O Laboratório de Fluorescência de Raios X possui cerca de 50 padrões de
rocha com certificação internacional (Govindaraju, 1994) a partir dos quais são
33

construídas curvas de calibração para cada elemento químico analisado. Na figura 6


tem-se o exemplo de uma das curvas de calibração para avaliação do teor de SiO2
em amostras com teor de sílica superior a 50% (na figura 4 a concentração de SiO2
esta na forma de porcentagem em massa da pastilha). Esta curva é obtida a partir
dos padrões certificados preparados nas mesmas condições em que as amostras
dos usuários são processadas. Tem-se um especial cuidado com o nível de
correlação entre os pontos, aqui representado pela equação da curva construída
com valores experimentais envolvendo nível de contagem e concentração (Fig. 6),
cujo índice de correlação é sempre melhor ou igual a 0,99.

10

9
SiO2 %

7
y = 0,2421x + 0,4065
R2 = 0,999
6
30 32 34 36 38 40
IP cps
Figura 6 - Exemplo de curva analítica experimental do Laboratório de Fluorescência
de Raios X, utilizada para a avaliação do teor de SiO2 na análise de materiais cuja
concentração em sílica é superior a 50% do peso total da amostra (neste caso a
concentração de SiO2 esta na forma de porcentagem em massa da pastilha).
Observar o índice de correlação dos pontos experimentais de 0,999. Os pontos no
gráfico são constituídos por padrões com certificação internacional, neste caso
foram empregados os padrões JR-2, JG-2, JG-1A, AC-E, JA-1, JA-2 e MA-N.

Com base nos níveis de contagens adquiridos nas amostras e dos obtidos
através dos padrões nas curvas de calibração é avaliado, em porcentagem de
massa, as concentrações dos elementos químicos de interesse.
Por fim, o conteúdo em voláteis, que nas rochas e materiais naturais é
constituído na sua maior parte pela H2O presente nas fases minerais, é determinado
pelo método gravimétrico, denominado de perda ao fogo (PF). No método avalia-se
34

a perda de massa de uma quantidade conhecida de amostra quando submetida a


uma temperatura de 1025°C por um período de 1 hora (ABNT-NBR 8828-abr. 85).

Tabela 1- Exemplo de resultados obtidos na análise de uma amostra e de sua duplicata. Os valores
de concentração estão em porcentagem, sendo que a diferença obtida mostra a reprodutibilidade
da metodologia empregada no Laboratório de Fluorescência de Raios X.
SiO2 Al2O3 TiO2 Fe2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 P.F. Total
amostra 70.25 12.2 0.35 5.49 0.06 0.26 2.58 2.01 5.05 0.1 0.56 98.92
duplicata 70.19 12.18 0.3 5.66 0.06 0.26 2.61 1.93 5.04 0.1 0.56 98.88
diferença 0.06 0.02 0.05 -0.17 0.00 0.00 -0.03 0.08 0.01 0.00 0.00 0.04

A integração dos valores das concentrações individuais de cada elemento


químico com o valor de perda ao fogo (PF) deve compor a totalidade da massa da
amostra (100%), sendo que a influência de pequenos erros ou mesmo a
possibilidade de existência de algum elemento químico não quantificado,
normalmente leva a resultados muito próximos ao valor ideal de 100%. Um dos
parâmetros de avaliação da qualidade de uma análise química é o seu fechamento,
sendo considerada de boa qualidade quando apresenta um somatório das
concentrações dos seus constituintes no intervalo entre 98 e 102% (Tab. 1).
Uma outra avaliação da qualidade dos resultados e da metodologia é o teste
de reprodutibilidade das concentrações. No conjunto de amostras de interesse do
usuário são escolhidas aleatoriamente amostras que serão analisadas em duplicata
(Tab. 1). Não somente a análise é feita em duplicata, mas toda a amostra é
processada de maneira repetida, dando condições para avaliar as variações obtidas
na concentração dos elementos químicos numa mesma amostra (condições do
equipamento e qualidade do método analítico e de preparação das amostras).
Posteriormente utiliza-se uma pastilha prensada para determinação dos
elementos menores. O necessário é uma massa da amostra de 5g moída até 200
mesh misturada com cera para espectroscopia Merck na proporção de 20:1.
Os materiais são prensados em prensa especial com a aplicação de 40
toneladas dando origem a pastilhas prensadas com um diâmetro de 40 mm.
Procedimentos analíticos semelhantes ao realizado com as pastilhas vítreas,
apenas sem a correção de massa realizada na análise dos elementos maiores. Com
os padrões de rocha, são construídas curvas de calibração a partir dos pontos
analíticos. O rigorismo dos resultados obtém-se a partir de curvas que relacionam o
35

nível de contagem com a concentração conhecida dos padrões, cujo grau de


correlação e ajustamento apresenta coeficientes com valores iguais ou superiores a
0,99 (Fig. 7).
Diferentemente ao processo de análise por pastilha fundida, no método da
pastilha prensada, um número maior de interferências entre os elementos atuam no
sentido de intensificar ou diminuir a intensidade das contagens. Neste ponto se
concentra uma das atividades de pesquisa no laboratório, que é a experimentação e
estudo das interferências, produzindo metodologias e avaliando fatores de correção
necessários para a avaliação correta do nível de contagem das linhas dos
elementos.
Após a correção de fatores como a influência da mineralogia, tipo de ligação
e de absorção e emissão de raios-X entre os elementos aplicado no nível de
contagem da fluorescência de raios-X, determina-se as concentrações dos
elementos traços dentro dos limites da técnica. Atualmente, a configuração do
equipamento permite a quantificação da concentração dos elementos Cr, Co, Ni, Cu,
Zn, Ga, Rb, Sr, Y, Zr, Nb, Ba, As e Pb, sendo outra linha de pesquisa, a avaliação da
ampliação do potencial analítico da técnica, estudando-se a dosagem de outros
elementos que compõem a tabela periódica.

60

50

40
Kcps

30

20
y = 0,074x – 0,3109
10
R2 = 0,9991
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Sr ppm

Figura 7 - Exemplo de curva analítica experimental do Laboratório de


Fluorescência de Raios X, utilizada para a avaliação do teor de Sr em
amostras. Observar o índice de correlação dos pontos experimentais de
0,9991. Os pontos no gráfico são constituídos por padrões com certificação
internacional, neste caso foram empregados 11 padrões de rocha. As
intensidades dos picos estão corrigidas do efeito matriz.
36

6.5. Espectrometria de massas


6.5.1. Análise Isotópica
Para a obtenção destas análises, foram realizados trabalhos laboratoriais no
Laboratório de Geologia Isotópica do Instituto de Geociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e no Centro de Pesquisas Geocronológicas do
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, sendo estes divididos em
quatro fases: pesagem (1), abertura (2), separação química (3) e espectrometria de
massa (4).
Na pesagem (1) de cada amostra, foi utilizada uma balança com precisão de
cinco casas decimais. Inicialmente, foi definido o peso de um recipiente plástico de
teflon (Savilex) com capacidade de 15 ml e de um papel especial para pesagem.
Terminado este procedimento, foi pesado aproximadamente um grama de amostra
no papel especial e esta foi transferida para o Savilex, sendo posteriormente o
conjunto amostra + Savilex pesado. Neste conjunto, adicionou-se 0,1 ml do traçador
(spike) misto 87Rb/84Sr (RS 5), pesou-se.
Após a fase 1, iniciou-se o processo de abertura (2) das amostras (Fig. 8).
37

Figura 8 - Fluxograma do processo de abertura de amostra (modificado de Silva, 2005).


38

Neste estágio, acrescentou-se 1 ml de ácido nítrico (HNO3) e 4 ml de ácido


fluorídrico (HF), ambos concentrados, no Savilex preparado na fase 1 e
homogeneizou-se a mistura. O Savilex (aberto) foi colocado em processo de
secagem na chapa elétrica (Fig. 9) com temperatura inferior a 125°C para evitar que
a mistura, aí contida, borbulhasse. Concluída a secagem, adicionou-se 1ml de ácido
nítrico (HNO3) e 6ml de ácido fluorídrico (HF), ambos concentrados, no resíduo,
homogeneizou-se e o Savilex (fechado) foi novamente colocado na chapa quente
pelo período de três dias. Então, o Savilex foi aberto e processou-se a secagem.
Depois deste processo de secagem, adicionou-se 7 ml de ácido clorídrico (HCl) 6N
no resíduo e homogeneízou-se. Novamente, o Savilex foi colocado fechado na
chapa quente e aí permaneceu por mais três dias, quando foi aberto e posto para
secar. Por fim, concluída esta última etapa de secagem, adicionou-se 3 ml de ácido
clorídrico (HCl) 2,5N no resíduo, homogeneizou-se a mistura, obtendo-se a chamada
solução de amostra. Esta solução foi transferida para um tubo de ensaio plástico,
que foi vedado com parafilme e permaneceu por quinze minutos na Centrífuga
Excelsa Baby I modelo 206.

Figura 9 - Chapa quente com savilex.

A fase de separação química (3) propriamente dita foi dividida em: i) coleta
das alíquotas de Rb e Sr e elementos terras raras (ETR); ii) coleta das alíquotas de
Sm e Nd.
A primeira parte (i) foi realizada nas colunas de Rb-Sr (Fig. 10) que contêm
uma resina catiônica AG–50W–X8 de 200 a 400 mesh (Fig. 11). Para tanto,
condicionou-se a resina das colunas, adicionando-se 20 ml de ácido clorídrico (HCl)
2,5N. Em seguida, acrescentou-se 1 ml da solução de amostra nas colunas
(preparada na fase 2). E adicionou-se por três vezes seguidas 1 ml de ácido
39

clorídrico (HCl) 2,5N e depois mais 12 ml do mesmo ácido. Este procedimento visa a
eluição da amostra, sendo que todos os eluidos obtidos até este momento devem
ser desprezados. Findo este processo, chamado de lavagem da amostra, iniciou-se
a coleta da alíquota de Rb em Savilex (7 ml) através de nova adição de 6ml de ácido
clorídrico (HCl) 2,5N nas colunas. Depois da coleta da alíquota de Rb no Savilex,
foram adicionadas duas gotas de ácido nítrico (HNO3) 7N. O Savilex (alíquota de Rb
+ ácido) aberto foi seco na chapa quente.
Nas colunas inicia-se nova fase de separação, quando são colocados 17 ml
de ácido clorídrico (HCl) 2,5N que serão desprezados. Concluída a passagem
destes 17 ml, pôde-se começar a coleta da alíquota de Sr pela adição de 14 ml de
ácido clorídrico (HCl) 2,5N (serão coletados em Savilex de 15 ml). No Savilex
(alíquota de Sr + ácido) foram adicionadas duas gotas de ácido nítrico (HNO3) 7N. O
Savilex aberto, foi colocado em processo de secagem.
No último processo de separação (ETR), colocou-se nas colunas 7 ml de
ácido clorídrico (HCl) 6N. Finalizada a passagem dos 7 ml, iniciou-se a coleta da
alíquota dos ETR em Savilex (15 ml) através da adição de 15 ml de ácido clorídrico
(HCl) 6N nas colunas. Finda a coleta, duas gotas de ácido nítrico (HNO3) 7N foram
adicionadas no material coletado; Savilex aberto foi colocado em processo de
secagem.
Por fim, descompactou-se a resina das colunas ao acrescentar-se 5 ml de
ácido clorídrico (HCl) 6N e agitá-las, e logo adicionou-se mais 15 ml do mesmo ácido
para a sua lavagem. Após a passagem do ácido na resina, as colunas foram postas
em repouso dentro de um tubo de ensaio com ácido clorídrico (HCl) 6N.
40

Figura 10 - Fluxograma da separação química das colunas de Rb-Sr (modificado de Silva, 2005).

Figura 11 - Colunas de Rb-Sr.

A segunda parte (ii) da separação química (Fig. 12) foi realizada nas colunas
de Sm/Nd preenchidas por uma resina aniônica LN-B50-A de 100 a 200 µm (Fig.
13). O processo se iniciou quando os Savilex onde foram coletados os elementos
terras raras (ETR) ficaram completamente secos. Adicionou-se 0,2 ml de ácido
clorídrico (HCl) 0,18N no resíduo aí contido, obtendo-se a chamada solução de
amostra de ETR. Paralelamente, colocou-se 10 ml de ácido clorídrico (HCl) 6N nas
41

colunas para umedecer a resina e em seguida por duas vezes foram adicionados 2
ml de ácido clorídrico (HCl) 0,18N, com a finalidade do condicionamento da mesma.
Depois, adicionou-se 0,2 ml da solução da amostra de ETR (do Savilex) e por três
vezes seguidas, colocou-se 0,2 ml de ácido clorídrico (HCl) 0,18N e, uma vez, 14 ml
do mesmo ácido nas colunas para eluição das amostras. Terminado este processo,
iniciou-se a coleta da alíquota de Nd em Savilex (15 ml) adicionando-se 11 ml de
ácido clorídrico (HCl) 0,18N. No Savilex contendo a alíquota de Nd, colocaram-se
duas gotas de ácido nítrico (HNO3) 7N e iniciou-se a secagem.
Para a separação do Sm, foram adicionados 2 ml de ácido clorídrico (HCl)
0,5N nas colunas. Após a passagem dos 2 ml pela resina, começou-se a coleta da
alíquota de Sm em Savilex (7 ml) acrescentando-se 4 ml de ácido clorídrico (HCl)
0,5N. No Savilex contendo esta alíquota, colocaram-se duas gotas de ácido nítrico
(HNO3) 7N e como nas fases anteriores iniciou-se o processo de secagem.
Também após esta separação, a resina das colunas foi umedecida pela
adição de 10ml de ácido clorídrico (HCl) 6N e após a passagem destes, elas foram
postas em repouso dentro de tubos de ensaio com ácido clorídrico (HCl) 6N.

Figura 12 - Fluxograma da separação químicas nas colunas de Sm-Nd (modificado de Silva, 2005).
42

Figura 13 - Colunas de Sm-Nd.

Concluída a fase de separação química (i e ii) os Savilex contendo as


alíquotas de Rb, Sr, Sm e Nd, foram totalmente secos e levados para a sala de
espectrometria de massa do onde foram determinadas as razões isotópicas em um
espectrômetro Micromass VG SECTOR 54 Multi-collector. Os elementos separados
foram depositados em filamentos apropriados (simples de Ta para Rb, Sr, Sm e
triplo de Ta, Re, Ta para Nd) com ácido fosfórico (H3PO4) 0,25N e analisados no
chamado modo estático. Foram medidas 100 razões com feixe de íons da ordem de
1 V e com precisão externa baseada em padrão interno que é medido repetidamente
sendo da ordem de 20 ppm (1 desvio padrão).
Todas as análises foram ajustadas baseando-se nos padrões interno e
externo NBS-987 (Carbonato de Estrôncio), com média de 0,71026 ± 0,000014 e La
Jolla Nd, com média de 0,511859 ± 0,00001. Durante as separações químicas
processadas, os brancos de Sr e Sm, foram inferiores a 150 pg enquanto que os de
Rb e Nd foram menores que 750 pg, valores considerados ideais.

6.6. Análise Estatística

87
Os valores das razões isotópicas Rb/86Sr e 87
Sr/86Sr determinados na fase
de espectrometria são plotadas em um gráfico denominado diagrama isocrônico (ver
87
Fig. 5), no qual o eixo das ordenadas representa as razões Sr/86Sr e o eixo das
43

87
abscissas contém os valores de Rb/86Sr. A inclinação da reta que melhor se ajusta
aos pontos plotados neste gráfico representa a idade obtida para este sistema.
Para o cálculo da idade através do método Rb-Sr é utilizado o programa
Isoplot de Ludwig (2003, fornecido pelo Centro de Pesquisas Geocronológicas
(CPGeo) do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), no qual a
regressão utiliza o algoritmo de York (1969), com propagação de erros segundo o
algoritmo de Titterington & Halliday (1979). Inseridos os dados das razões
isotópicas, o programa calcula a probabilidade de ajuste segundo um “Modelo 1”,
que considera que os erros associados aos valores são a única razão pela qual os
pontos se afastam da linha de melhor ajuste fornecendo então pesos para os valores
conforme o inverso do quadrado de seus erros. Se a probabilidade de ajuste do
“Modelo 1” é inferior a 15%, o programa sugere o cálculo pelo “Modelo 3”, que
considera que o afastamento dos pontos em relação à linha de melhor ajuste é
causada também por uma variável desconhecida, porém de distribuição normal dos
valores de Y (McIntyre et al., 1966).
44

7. RESULTADOS OBTIDOS

7.1. ARTIGO I

Título:
Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas): uma
aplicação do método radiométrico Rb-Sr em rochas sedimentares

Autores:
Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Ana Maria Pimentel Mizusaki
Edison José Milani
Colombo Celso Gaeta Tassinari

Publicação:
Maio de 2006

Revista:
Boletim de Geociências da Petrobras, 14 (2): 235 – 245.
Idade deposicional da Formação Bananeiras
(Bacia de Sergipe-Alagoas): uma aplicação do método
radiométrico Rb-Sr em rochas sedimentares

Depositional age of the Bananeiras Formation (Sergipe-Alagoas Basin): an attempt to apply the Rb-Sr radiometric
method to sedimentary rocks

Diogo Rodrigues Andrade da Silva | Ana Maria Pimentel Mizusaki | Edison José Milani |
Colombo Celso Gaeta Tassinari

resumo deposicional desde que sejam observados alguns pré-


requisitos em relação à amostragem, granulometria,
As rochas sedimentares podem ser datadas de ma- ambiente deposicional e composição mineralógica das
neira relativa a partir dos fósseis nelas existentes ou amostras, entre outros. Para aprimorar a metodologia
por correlação estratigráfica. Quando estas não têm e obter novos parâmetros para a datação radiométri-
um conteúdo fossilífero diagnóstico ou quando a cor- ca Rb-Sr em rochas sedimentares, foram analisadas
relação não é possível nem conclusiva, a tarefa de esti- amostras de folhelho da seção pré-rifte da Bacia de
mar a época de deposição de uma determinada rocha Sergipe-Alagoas, estratigraficamente posicionadas na
fica inviável. O método das isócronas Rb-Sr em rocha porção inferior da Formação Bananeiras. A isócrona
total tem sido aplicado, com sucesso, em rochas sedi- obtida indicou valor de 227,1 ± 2,2 Ma (Neotriássico)
mentares de granulometria fina visando à obtenção que foi interpretado como idade deposicional. Este
de idades deposicionais. Em muitos casos, apesar dos dado, inédito, traz importantes implicações aos esque-
resultados geologicamente significativos, ainda persis- mas paleogeográficos anteriormente estabelecidos,
tem dúvidas em relação à extensão e interpretação uma vez que essa unidade sedimentar era tradicional-
dos dados obtidos. Isto ocorre porque as rochas sedi- mente considerada como tendo idade neojurássica.
mentares resultam da mistura de fragmentos detríti-
cos de diversas proveniências com diferentes sistemas (originais recebidos em 08.08.2006)
isotópicos, conseqüentemente, já contendo um regis-
tro isotópico da rocha fonte. No entanto, verifica-se Palavras-chave: Formação Bananeiras | Bacia de Sergipe-Alagoas |
que é possível obter idades absolutas para o evento idade deposicional | método Rb-Sr

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 235-245, maio/nov. 2006 235


abstract mente utilizados visando à definição de idades
deposicionais e/ou de fases diagenéticas de rochas
The Rb-Sr whole rock isochron methodology has sedimentares (Cordani et al. 1978; Thomaz Filho
been successfully applied to estimate the age of e Lima, 1979; Silva et al. 2006).
argillaceous, fine grained sedimentary rocks. In many A datação radiométrica de rochas sedimenta-
cases age values obtained by this methodology seem res pelo método Rb-Sr é uma das técnicas que
to have geological significance, because this method- tem fornecido resultados geologicamente signifi-
ology provides ages in fair agreement with fossil con-
cativos desde que sejam respeitados alguns pré-
tent or with biostratigraphic interpretations. In spite
requisitos, tais como: excelente controle estrati-
of these promising results, some concerns regarding
gráfico da amostragem, baixa relação silte/argila e
the extension and interpretation of the data still
remain. This is due to the fact that sedimentary rocks mineralogia na fração fina das amostras enri-
result from the mixing of associated detrital frag- quecida em argilominerais expansivos (esmectita,
ments with different origins. Nevertheless, reasonable interestratificado ilita-esmectita e ilita degradada)
absolute ages of the depositional event can be (Whitney e Hurley, 1964; Byscae e Dasch, 1971;
obtained when criteria such as sampling, granulation, Cordani et al. 1978; Morton, 1985; Mizusaki et al.
depositional environment and mineralogical composi- 1998). Entretanto, ainda persistem questiona-
tion of the samples are observed. In order to improve mentos em relação à possibilidade desta aplicação
the methodology application to sedimentary rocks in e à validade dos resultados quando obtidos, uma
the search for answers to some questions samples vez que rochas sedimentares são misturas de
were collected from the Bananeiras Formation - the fragmentos de rochas pré-existentes, conseqüen-
pre-rift shale section of the Sergipe-Alagoas Basin.
temente, já contendo um registro isotópico da ro-
The use of the Rb-Sr whole rock isochron methodol-
cha fonte primordial.
ogy suggests that 227.1 ± 2.2 Ma (Late Triassic) is the
Dentre os questionamentos existentes po-
depositional age of the unit. This unprecedented
result has important implications to the paleogeo- dem-se citar: o papel da composição mineralógi-
graphic schemes previously established, consider- ca, a uniformização isotópica do estrôncio no
ing that this pre-rift unit has been traditionally con- ambiente deposicional, as frações granulométri-
sidered Late Jurassic in age. cas e as oxidações, dentre outros. Pela importân-
cia e significado dos resultados de idade absolu-
(expanded abstract available at the end of the paper)
ta em seções sedimentares, servindo como elo de
amarração a seções de referência internacionais,
Keywords: Bananeiras Formation | Sergipe-Alagoas Basin | é necessário investir-se nesta linha de pesquisa,
depositional age | Rb-Sr method visando consolidar a geocronologia isotópica em
rochas sedimentares.
Neste sentido, foram aqui analisadas amos-
tras de rochas siliciclásticas de granulação fina
provenientes de uma região geologicamente
introdução bem conhecida, visando à obtenção de sua ida-
de deposicional.
As rochas sedimentares podem ser datadas de
maneira relativa a partir dos fósseis nelas existen-
tes ou por correlação estratigráfica. Quando estas
não têm um conteúdo fossilífero diagnóstico ou a seção pré-rifte da Bacia
quando a correlação não é possível nem conclu-
siva, a tarefa de estimar a época de deposição de
de Sergipe-Alagoas
uma determinada rocha fica inviável. Em tais ca- A Bacia de Sergipe-Alagoas situa-se na região
sos, os métodos radiométricos, usualmente apli- Nordeste do Brasil e compreende uma área de
cados em rochas ígneas e metamórficas para ob- 35 000 km2, sendo aproximadamente dois ter-
tenção de idades absolutas, têm sido tentativa- ços destes na porção da plataforma continental

236 Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas) - Silva et al.


e em águas profundas (fig 1). Dentre as bacias rasa bacia de origem flexural; tal depressão tem
da margem continental brasileira, a de Sergipe- sua origem associada tectonicamente ao proces-
Alagoas é a que abriga o registro estratigráfico so distensivo em ampla escala, que culminaria a
mais completo. Localmente, preservados da ero- seguir na fase rifte e na separação continental. Figura 1
são pelo abatimento de blocos ocorrido durante Ao tempo da sedimentação pré-rifte, os falha- Mapa de situação da
o rifteamento, aparecem unidades do Neoprote- mentos normais eram ainda pouco freqüentes e Bacia de Sergipe-Alagoas
e localização do aflo-
rozóico e Paleozóico como remanescentes da de rejeitos pouco expressivos. Esta ampla bacia ramento da Formação
ampla sedimentação que outrora recobriu gran- foi denominada “Depressão Afro-Brasileira” por Bananeiras na rodovia
des extensões do paleocontinente Gondwana. Cesero et al. (1972, apud Cesero et al. 1997) BR-101 – proximidades
da Vila Bananeiras (SE) –
Estão também documentadas na bacia as seções e ali se depositaram sedimentos de natureza
local de coleta das
completas das clássicas seqüências pré-rifte, rifte continental correspondentes a depósitos fluviais, amostras analisadas neste
e drifte (fig. 2). localmente retrabalhados eolicamente, e lacus- trabalho (Latitude
A evolução tectono-sedimentar da margem tres muito rasos, todos com características de 10º18’52”S – Longitude
36º53’43”W).
continental brasileira, a partir da fragmentação red beds.
mesozóica do Gondwana (Reativação Wealde- Em termos litoestratigráficos, a seção pré-rifte Figure 1
niana, Almeida, 1967), tem sido interpretada por da Bacia de Sergipe-Alagoas corresponde ao Gru- Map of the Sergipe-
diferentes autores (e.g., Asmus e Porto, 1980; po Perucaba (Feijó, 1994) que inclui as formações Alagoas Basin and posi-
tion of the Bananeiras
Chang et al. 1990). Um aspecto comum a todos Candeeiro, Bananeiras e Serraria. Nessa concep-
Formation outcrop at
os modelos propostos é a presença de uma ção, a Formação Candeeiro, arenosa, é a unida- BR-101 road – near Vila
seção pré-rifte. Por pré-rifte – aí se incluem as de basal que se sobrepõe discordantemente aos Bananeiras (SE) – location
rochas estudadas neste trabalho – se entende o remanescentes sedimentares pré-mesozóicos ou of the collected samples
(Lat. 10º18´52”S – Long.
pacote sedimentar acumulado numa ampla e diretamente sobre o embasamento pré-cambri- 36º53´43”W).

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 235-245, maio/nov. 2006 237


Figura 2
Intervalo inferior da ano, e que é recoberta de maneira transicional caso da seção pré-rifte, Arai et al. (1989) asse-
carta estratigráfica da
pela Formação Bananeiras, predominantemente guram que “... não existe elemento de datação
Sub-bacia de Sergipe
(adaptado de Mendes,
pelítica. Onde a Formação Candeeiro está au- para assegurar a idade neojurássica para o Andar
1994; Feijó, 1994 e sente, é a Formação Bananeiras que assenta em Dom João...”. Esses mesmos autores lembram
Carvalho, 2001). discordância sobre unidades mais antigas. O ci- que unidades equivalentes na Bacia do Gabão
Figure 2 clo pré-rifte culmina com a Formação Serraria, foram datadas como Jurássico médio pela Pali-
Lower interval of the
de natureza arenosa e que exibe contato grada- nologia (Wenger, 1973, apud Arai et al. 1989).
stratigraphic column, cional com a unidade anterior. O fato é que as características endógenas do
Sergipe Sub-basin A Formação Bananeiras, unidade sedimentar conteúdo micropaleontológico de ostracodes
(adapted from Mendes,
que é o foco deste trabalho, foi definida por não-marinhos, sobre as quais se apóia o esque-
1994; Feijó, 1994 and
Carvalho, 2001). Schaller (1969) na Revisão Estratigráfica da Bacia ma bioestratigráfico da Série do Recôncavo, as-
de Sergipe-Alagoas, embora já houvesse sido sociado a um conteúdo pouco variado e pouco
citada de maneira informal por Perrella et al. abundante de palinomorfos, não se prestam a
(1963, apud Schaller, 1969). É constituída por um avanço maior do que aquele já obtido em
folhelho vermelho, vermelho acastanhado e ar- termos de correlação a seções de referência e
roxeado, mosqueado de verde claro, síltico, por definição de idades. É fundamental persegui-
vezes micromicáceo e com fissilidade pouco de- rem-se tentativas de datar as rochas dessa seção,
finida. A espessura da Formação Bananeiras va- como forma de se obter determinações geocro-
ria até um máximo de 200 m, com uma tendên- nológicas, e definir a questão do seu posiciona-
cia regional de adelgaçamento no sentido norte mento em termos de idade absoluta.
(fig. 3). Estratigraficamente correlata à Formação
Aliança da Bacia do Recôncavo, são ambas uni-
dades consideradas de idade neojurássica com
base em seu conteúdo de ostracodes não-mari-
nhos que neste caso correspondem à biozona
o método radiométrico
RT-001, Andar Dom João da Série do Recôncavo
(Viana et al. 1971).
Rb-Sr em rochas
A correlação do zoneamento bioestratigráfico
da Série do Recôncavo a esquemas internacio-
sedimentares
nais de referência, buscando definir a idade da O rubídio (Rb), juntamente com o lítio (Li),
seção, é tema bastante discutido e com inúme- sódio (Na), potássio (K), césio (Cs) e frâncio (Fr),
ras questões ainda em aberto (Regali e Viana, compõem o grupo I (metais alcalinos) da tabela
1989; Arai et al. 1989). Particularmente para o periódica. Trata-se de um elemento químico que,

238 Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas) - Silva et al.


na natureza, não forma minerais próprios. Assim mento λ, de valor conhecido, da ordem de 1,42
sendo, sempre é encontrado como impureza nos X 10-11.ano-1, que corresponde a uma meia-vida
minerais potássicos (muscovita, biotita, lepidolita, de 48,8 Ga no caso do 87Rb.
ilita e feldspato potássico). Esse comportamento O método radiométrico Rb-Sr é tradicio-
resulta do fato do raio iônico do Rb (1,48 Å) ser nalmente aplicado para determinação de idades
muito semelhante ao raio do K (cerca de 11% absolutas de rochas ígneas, pelo fato das condi-
maior que o do K). O Rb apresenta propriedades ções de formação destas serem de alta tempera-
mais alcalinas do que o K, fato este importante tura. No caso da cristalização de um magma, o
quando da adsorção desses elementos pelos ar- 87
Sr radiogênico possui considerável mobilidade
gilominerais. Ele apresenta dois isótopos de ocor- e migra entre as fases minerais enquanto a tem-
rência natural: 85Rb (isótopo estável) e 87Rb (isó- peratura for superior a 350° C. Como resultado,
topo instável). ocorre um fenômeno chamado homogeneização
O estrôncio (Sr) é um elemento químico do isotópica do Sr, o qual é interrompido pelo resfri-
grupo II da tabela periódica que inclui os elemen- amento da rocha considerada. Assim, a idade
tos alcalinos terrosos: berílio (Be), cálcio (Ca), bá- Rb-Sr estará relacionada a este processo de fe-
rio (Ba) e rádio (Ra). O raio iônico do Sr (1,13 Å) chamento do sistema obtido no evento de cris-
tem valor próximo do íon Ca (0,99 Å), sendo o talização da rocha.
Sr aproximadamente 13% maior que o Ca. Assim Uma particularidade que deve ser levada em
sendo, torna-se possível a substituição do íon Ca consideração reside no fato de que, em qualquer
pelo íon Sr em minerais como plagioclásio, apati- processo de cristalização a partir de um magma,
ta e calcita. O elemento Sr pode formar diversos existem quantidades de Sr inicial que conferem
minerais próprios, dos quais somente a estron- àquele sistema uma proporção isotópica ou ra-
cianita (SrCO3) e a celestita (SrSO4) são impor- zão inicial 87Sr/86Sr. Assim, para rochas cuja razão
tantes pela massa que perfazem. O Sr apresenta inicial 87Sr/86Sr for conhecida ou convencionada,
quatro isótopos de ocorrência natural: 84Sr, 86Sr e análises individuais fornecem a idade convencio- Figura 3
88
Sr – isótopos não radiogênicos – e 87Sr – isóto- nal da amostra. Alternativamente, se o conheci-
Mapa de isópocas
po radiogênico. mento das condições de geração do magma não (em metros) da Formação
O método radiométrico Rb-Sr relaciona-se ao for preciso, não podem ser arbitradas razões iso- Bananeiras, Bacia de

processo de desintegração radioativa de um isó- tópicas iniciais. A idade resultará então da linha Sergipe-Alagoas (simplifi-
cado de Schaller, 1969).
topo pai ou radioativo (Rb de massa 87) que se de melhor ajuste entre diversos pontos plotados O polígono refere-se à
transforma em um isótopo filho ou radiogênico num diagrama isocrônico, que possui no eixo X localização da área de
(Sr de massa 87). Esta desintegração radioativa as razões 87Rb/86Sr e no eixo Y as proporções coleta das amostras
analisadas (mostrada na
se processa segundo uma constante de decai- 87
Sr/86Sr das amostras consideradas.
figura 1). O traço A-B
indica a posição da seção
de correlação mostrada
na figura 4.

Figure 3
Isopachs map
(in meters) of the
Bananeira Formation,
Sergipe-Alagoas Basin
(simplified of Schaller,
1969). The polygon
indicates the area where
the analyzed samples
were collected (shown
on figure 1). Trace A-B
indicates the position of
the correlation section
showed on Figure 4.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 235-245, maio/nov. 2006 239


No ambiente sedimentar, caracterizado por (Latitude: 10º18’52”S e Longitude: 36º53’43”W)
temperaturas mais baixas, o comportamento dos para serem analisadas pelo método radiométrico
íons de Rb e Sr é diferenciado. O Rb é mais facil- Rb-Sr. Os critérios de Thomaz Filho e Lima (1979)
mente adsorvido pelos argilominerais, enquanto e Mizusaki (1992) foram seguidos, ou seja, amos-
o Sr tende a ser liberado da estrutura cristalina tragem em intervalos regulares, centimétricos,
dos minerais para os fluidos intersticiais. Supõe- ausência de carbonatos e de minerais potássicos
se que esta característica favoreça o processo de tais como micas e feldspatos potássicos.
homogeneização isotópica do Sr no momento Das 12 amostras originais, foram seleciona-
da deposição dos sedimentos numa determina- das seis com base nos resultados das análises de
da bacia, condição necessária para a datação ra- difratometria de raios X (DRX) e nas característi-
diométrica Rb-Sr (Compston e Pidgeon, 1962; cas macroscópicas visuais. Neste caso, foram as
Faure, 1986; Mizusaki, 1992). amostras com maior teor semiquantitativo de ar-
Considerando-se válida a suposição da homo- gilominerais expansivos bem como ausência de
geneização isotópica do Sr nos sedimentos, no carbonatos, micas e feldspatos potássicos. Em
momento da deposição, o sucesso de uma data- seguida, procedeu-se à análise isotópica das seis
ção radiométrica pelo método Rb-Sr em rochas amostras que também apresentaram variadas
sedimentares depende – como salientam Mizu- razões Rb/Sr, conforme sugerido por Mizusaki et
saki (1992), Mizusaki et al. (1998) e Cordani et al. (1998). A análise isotópica visou à determi-
al. (2004) – da seleção de amostras com alto nação dos teores em ppm dos elementos Rb e Sr
teor de fração argila, composta por argilomine- e das razões 87Sr/86Sr e 87Rb/86Sr. Tais análises
rais expansivos como a esmectita e o interestrati- foram realizadas no Centro de Pesquisas Geo-
ficado ilita-esmectita amostradas segundo as re- cronológicas do Instituto de Geociências da Uni-
Figura 4 comendações de Thomaz Filho e Lima (1979). versidade de São Paulo (USP/IG/CPGeo).
Seção de correlação de Inicialmente, as amostras foram secas em es-
poços (ver localização na tufa com temperatura controlada, atingindo no
figura 3), ilustrando a
distribuição da Formação
Bananeiras em subsuper-
amostragem e técnicas máximo 70° C, evitando-se assim danos na es-
trutura dos argilominerais, que poderiam prejudi-
fície (modificado de
Schaller, 1969). analíticas car a análise isotópica. Em seguida procedeu-se:
• Determinação semiquantitativa e quantita-
Figure 4 As amostras estudadas neste trabalho provêm tiva dos teores de Rb e Sr pela técnica da fluo-
Wells correlation section da seção pré-rifte da Bacia de Sergipe-Alagoas, rescência de raios X;
(see location on Figure estratigraficamente posicionadas na porção infe- • Dissolução total das amostras por digestão
3), illustrating the
distribution of the
rior da Formação Bananeiras (fig. 4). Foram cole- química e separação dos elementos Rb, Sr pe-
Bananeiras Formation tadas 12 amostras em afloramento na rodovia la passagem em colunas com resina catiônica
in subsurface (modified BR-101, nas proximidades da Vila Bananeiras (SE), AG-50W-X8 da Bio Rad;
from Schaller, 1969).

SERRARIA

BANANEIRAS

CO
ÓI
EOZ
L
PA

240 Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas) - Silva et al.


• Análises das razões isotópicas em um espec-
trômetro Micromass VG 354 Multi-collector.
Os elementos, separados nas colunas cati-
ônicas, foram depositados em filamentos
apropriados (simples de Ta para Rb e Sr) com
ácido fosfórico (H3PO4) 0,25N e analisados no
chamado “modo estático”. Foram medidas
100 razões com feixe de íons da ordem de 1 V
e com precisão externa baseada em padrão in-
terno que é medido repetidamente sendo da
ordem de 20 ppm (2 σ). Todas as análises
foram ajustadas baseando-se nos padrões in-
terno e externo NBS-987 (carbonato de es-
trôncio), com média de 0,71028 ± 0,00006.
Durante as separações químicas processadas,
os brancos de Sr foram inferiores a 150 pico-
gramas (pg) enquanto os de Rb foram meno-
res que 750 pg, valores considerados ideais.
• Construção do diagrama isocrônico com os
resultados isotópicos obtidos para as amos- Figura 5
tras da Formação Bananeiras por meio do gia Rb-Sr em rocha total encontram-se na tabela 1.
Diagrama isocrônico para
programa estatístico Isoplot (Ludwig, 2003). Os valores das amostras de Rb variam entre 86,8 e as amostras da Formação
102,3 ppm e de Sr entre 187,4 e 564,4 ppm. Os Bananeiras (modificado
valores da razão 87Sr/86Sr vão de 0,7133 a 0,7167 e de Ludwig, 2003).

os da razão 87Rb/86Sr ficam entre 0,383 e 1,422. Figure 5


resultados As razões isotópicas obtidas para as amostras
FB-02 C40, FB-05 C40, FB-11 C40 e FB-12 C40
Isochron diagram of the
Bananeiras Formation
As amostras analisadas podem ser macroscopi- da Formação Bananeiras foram plotadas no pro- samples (modified from

camente caracterizadas como folhelhos de coloração grama estatístico Isoplot (Ludwig, 2003), definin- Ludwig, 2003).

avermelhada a esverdeada. As análises pela técnica do uma isócrona que aponta para uma idade da
da difratometria de raios X (na fração fina (FF) < 2 µm) rocha em 227,1 ± 2,2 Ma (fig. 5). As amostras
permitiram identificar o predomínio do interestratifi- FB-01 C40 e FB-09 C40 não foram utilizadas para
cado ilita-esmectita com traços de ilita, esmectita e o traçado por terem razões muito próximas às
caolinita. Os resultados da aplicação da metodolo- das demais já presentes no diagrama.
Tabela 1
Razões isotópicas das
amostras da Formação
Bananeiras (Bacia de
Sergipe-Alagoas).
Os valores dos erros das
razões isotópicas estão
em SD absoluto.

Table 1
Isotopic ratios of the
Bananeiras Formation
sample (Sergipe-Alagoas
Basin). Error values of the
isotopic ratios are pre-
sented in absolute SD.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 235-245, maio/nov. 2006 241


discussão dos resultados - rão ser revistas à luz da constatação de idades
triássicas extensivamente distribuídas no Nordes-

implicações te brasileiro.
O prosseguir das investigações, ampliando a

paleogeográficas amostragem da seção pré-rifte, em curso na pes-


quisa de doutorado do primeiro autor, deverá
consolidar estes novos conceitos geocronológicos
A idade isocrônica de 227,1 ± 2,2 Ma (Neo-
na evolução da margem continental brasileira.
triássico) obtida a partir das amostras da Forma-
ção Bananeiras é considerada como representa-
tiva da idade deposicional desta unidade; admi-
te-se que o processo de uniformização isotópica
agradecimentos
do Sr foi penecontemporâneo ao processo de se- Diogo Rodrigues Andrade da Silva agradece à
dimentação. A ausência de alterações diagené- Petrobras pela bolsa de Mestrado concedida e
ticas significativas da mineralogia original corro- ao Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) pela
bora a validação do resultado como idade depo- bolsa de Doutorado (em andamento).
sicional. Além disso, o reduzido erro estatístico
(1%) registrado para as amostras analisadas é
compatível com a aplicação do método Rb-Sr em
rochas sedimentares, conforme discutido em Mi-
zusaki (1992).
referências bibliográficas
A idade absoluta de 227,1 ± 2,2 Ma (Neo- AGUIAR, G. A. G.; MATO, L. F. Definição e relações
triássico) agora obtida, em caráter pioneiro, traz estratigráficas da Formação Afligidos nas Bacias do
importantes implicações aos esquemas paleo- Recôncavo, Tucano Sul e Camamu, Bahia. In: CON-
geográficos anteriormente estabelecidos. A seção GRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., 1990, Natal.
pré-rifte da Bacia de Sergipe-Alagoas era tradi- Anais... Natal: Sociedade Brasileira de Geologia,
cionalmente considerada como tendo idade neo- 1990. v. 1, p. 157-170.
jurássica. A Formação Bananeiras é classicamen-
te correlacionada à Formação Aliança da seção ALMEIDA, F. F. M. Origem e evolução da platafor-
pré-rifte da Bacia do Recôncavo, Bahia. ma brasileira. Rio de Janeiro: Departamento Nacio-
A Formação Aliança originalmente incluía três nal de Produção Mineral. Divisão de Geologia e Mine-
membros: Afligidos, Boipeba e Capianga. Aguiar ralogia, 1967. 36 p. (DNPM. DGM. Boletim, 241).
e Mato (1990), com base em correlações regio-
nais, conteúdo paleontológico e geocronologia, ARAI, M.; HASHIMOTO, A. T.; UESUGUI, N. Significa-
elevaram o Membro Afligidos à categoria de for- do cronoestratigráfico da associação microflorística do
mação, individualizando os membros Pedrão (Per- Cretáceo Inferior do Brasil. Boletim de Geociências
miano) e Cazumba (Permiano a Triássico ?) e pro- da PETROBRAS, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 87-
pondo uma sedimentação extensa e contínua 103, 1989.
para a região.
O resultado geocronológico agora obtido pa- ASMUS, H. E.; PORTO, R. Diferenças nos estágios ini-
ra a Formação Bananeiras indica a possibilidade ciais da evolução tectônica da margem continental
da presença de uma seção de idade triássica brasileira: possíveis causas e implicações. In: CONGRES-
também na Bacia de Sergipe-Alagoas, amplian- SO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 31., 1980, Camboriú.
do a ocorrência de tal sedimentação na região Anais... Florianópolis: Sociedade Brasileira de Geolo-
abrangida pela “Depressão Afro-Brasileira” gia, 1980. v. 1, p. 225-239.
(Cesero et al. 1972 apud Cesero et al. 1997). A
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242 Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas) - Silva et al.


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244 Idade deposicional da Formação Bananeiras (Bacia de Sergipe-Alagoas) - Silva et al.


expanded abstract which the Rb-Sr whole-rock isochron methodology
was to be applied mainly due to the presence of
The Rb-Sr whole rock isochron methodology has expansive clay minerals and to the Rb/Sr ratio.
been successfully applied when dealing with ages of The selected samples were prepared for 87Rb/86Sr
argillaceous fine grained sedimentary rocks. In many and 87Sr/86Sr isotopic ratios determination; which were
cases, the age values obtained with the methodology plotted in specific statistical software named Isoplot.
seem to be of some geological significance, yielding The result indicates an isochron of 227.1 ± 2.2 Ma
ages in fair agreement with fossil content or with bios- (Late Triassic); which was considered as the deposi-
tratigraphic interpretations. Although these good tional age of the Bananeiras Formation. This unprece-
results, some doubts concerning the extension and dented result has important implications to the paleo-
interpretation of the data are registered. These occur geographic schemes previously established, as this
as sedimentary rocks results from the mixing of detri- pre-rift unit has been traditionally considered as Upper
tal fragments associated with diverse provenance. Jurassic.
Nevertheless, absolute ages of the depositional event The Aliança Formation (Recôncavo Basin) strati-
can be reasonably obtained if criteria such as sam- graphically correlated with the Bananeiras Formation
pling, granulation, depositional environment and min- initially included three members: Afligidos, Boipeba and
eralogical composition of the samples are observed. In Capianga. The Afligidos Member, based on regional
order to improve the application of the methodology correlation, paleontological content and geochronology
to sedimentary rocks and searching for answers to was individualized as Afligidos Formation and Pedrão
some doubts, the Bananeiras Formation, pre-rift sec- (Permian) and Cazumba (Permian to Triassic?) Members
tion of the Sergipe-Alagoas Basin was sampled. were defined indicating an extensive sedimentation
The evolution of the Sergipe-Alagoas Basin can be process in the region. The result obtained for the
roughly divided into four main phases: pre-rift, rift, Bananeiras Formation indicates the possibility of a
transitional and drift. The pre-rift phase is characterized Triassic section also occurring in the Sergipe-Alagoas
by the deposition of continental sections composed by Basin. This new concept for the region is strongly sug-
fluvial-deltaic-lacustrine deposits. These units were gestive of Triassic ages and the use of the Rb-Sr whole-
deposited in a huge basin associated with the initial rock isochron methodology to sedimentary fine grained
tectonic process that led to the Gondwana breakup rocks is the doctorate research project of the first
and the evolution of the Brazilian continental margin. author.
This initial basin is recognized as the “Depressão Afro-
Brasileira” (Afro-Brazilian Depression).
The pre-rift section of the Sergipe-Alagoas Basin is
represented by the Perucaba Group which includes
Candeeiro, Bananeiras and Serraria formations. In
the Bananeiras Formation we are mainly interested in
the pelitic unit of this phase; which is represented by
autor principal
red shales with eventual silt fraction. This formation
has been considered as Upper Jurassic when correlat- Diogo Rodrigues Andrade da Silva
ed with the Aliança Formation of the Recôncavo Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Basin. These pre-rift formations of the “Depressão Instituto de Geociências
Afro-Brasileira” are considered as Upper Jurassic
e-mail: [email protected]
based on the fossiliferous record (non-marine ostra-
cods, biozone RT-001, Dom João Stage).
Twelve samples of the Bananeiras Formation were Diogo Rodrigues Andrade da Silva graduou-se em geologia pela Universi-
collected according to the following criteria: close sam- dade Federal do Rio Grande do Sul em 2004. Obteve o título de Mes-
pling (centimeter), no visual presence of carbonates tre em Estratigrafia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em
and potassium minerals as micas and feldspars. After 2006, defendendo tema de dissertação sobre a aplicação do método
this initial procedure samples were analyzed using X- radiométrico Rb-Sr em rochas pelíticas da Bacia do Paraná. Durante
ray diffraction and X-ray fluorescence techniques and seu mestrado, foi bolsista da Petrobras. Iniciou o doutorado em estra-
afterwards they have been macroscopically described. tigrafia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2006, como
The results of these analyses appointed six samples to bolsista do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas (CNPq).

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 235-245, maio/nov. 2006 245


56

7.2. ARTIGO II

Título:
Determination of depositional age of Paleozoic and pre-rift supersequences of
the Recôncavo Basin in northeastern Brazil by applying Rb-Sr radiometric
dating technique to sedimentary rocks

Autores:
Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Ana Maria Pimentel Mizusaki
Edison José Milani
Paulo da Silva Milhomem
Márcio Pimentel

Submissão:
Fevereiro de 2010

Revista:
Journal of South America Earth Sciences
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GH 
Elsevier Editorial System(tm) for Journal of South American Earth Sciences
Manuscript Draft

Manuscript Number: SAMES-D-11-00022

Title: Determination of depositional age of Paleozoic and pre-rift supersequences of the Recôncavo
Basin in northeastern Brazil by applying Rb Sr radiometric dating technique to sedimentary rocks

Article Type: Full Length Article

Keywords: Recôncavo Basin


Sedimentary rocks
Pre-rift supersequence
Paleozoic supersequence
Rb-Sr method
Depositional age

Corresponding Author: Msc. Diogo Rodrigues Andrade da Silva,

Corresponding Author's Institution: Serviço Geológico do Brasil/CPRM

First Author: Diogo R Silva, Msc

Order of Authors: Diogo R Silva, Msc; Mizusaki P Ana Maria, Doctor; Edison J Milani, Doctor; Paulo S
Milhomem, Doctor; Pimentel Marcio, Doctor

Abstract: The relative dating of sedimentary rocks can be done either from fossils found in them or by
stratigraphic correlation. When they do not have a fossil content diagnostics, or when a correlation is
neither possible nor conclusive, the task of estimating the depositional age of a particular rock is not
possible. The method of Rb Sr isochrons in total rock has been successfully applied to fine-grained
sedimentary rocks in order to determine the depositional age. Despite geologically significant results,
in many cases, there still are about the extent and the interpretation of the data thus obtained. This is
because sedimentary rocks result from the mixing of detrital fragments from different sources with
different isotope systems, already containing an isotope record of the source rock. However, it is
possible to obtain the absolute age of the depositional event provided some prerequisites with regard
to sampling, granulometry, depositional environment and mineral composition of the samples,
amongst others, are observed. Samples of argillite and siltstone of the Paleozoic and pre-rift sections of
the Recôncavo Basin, stratigraphically positioned at the basal portion of the Afligidos (Cazumba
Member), Aliança (Capianga Member) and Itaparica formations, were analyzed. The isochrons thus
obtained yielded ages of 290 ± 21 Ma (Permian), 224 ± 32 Ma, and 226 ± 6 Ma (Neotriassic),
respectively, which were interpreted as being the depositional ages. Results obtained for the units of
the pre-rift section (Aliança and Itaparica formations) offer significant implications to the
paleogeographic schemes established earlier for the Recôncavo Basin and other correlated basins,
since these sedimentary units were traditionally considered as being of Neojurassic age.

Suggested Reviewers: Antonio Thomaz Filho Doctor


Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo –, Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-
080 – São Paulo (SP)- Brazil
[email protected]
Is the most important brazilian researcher concerning application of Rb-Sr methodology to
sedimentary rocks.

Umberto Cordani Doctor


Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo – Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-
080 – São Paulo (SP)- Brazil
[email protected]
Is the most important brazilian researcher concerning geotectonics of the south american platform

Colombo C. G. Tassinari Doctor


Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo – Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-
080 – São Paulo (SP)- Brazil
[email protected]
Is one of the most important brazilian researcher concerning geochronology of the south american
platform

Andre W. Borba Doctor


MP- Ministério Público do RS-Rua Andrade Neves 106 - 17 andar - Centro - 90010-210 - Porto Alegre
(RS)
[email protected]
Has a long experience with geochronology and basin analysis

Opposed Reviewers:
*Cover Letter

Porto Alegre (RS, Brazil), February 25, 2011

Dr. James N. Kellog


Editor-in-Chief
Journal of South American Earth Sciences

Dear Dr. Kellog,

Please, find attached the revised manuscript “Determination of depositional


age of Paleozoic and pre-rift supersequences of the Recôncavo Basin in
northeastern Brazil by applying Rb-Sr radiometric dating technique to
sedimentary rocks”, authors: Diogo Rodrigues da Silva, Ana Maria Mizusaki, Edison
Jose Milani, Paulo Milhomen e Márcio Pimentel.
The manuscript was prepared following the JSAES guide authors.
As reviewers we propose:
- Dr. Anthonio Thomaz Filho (is the most important brazilian researcher
concerning application of Rb-Sr methodology to sedimentary rocks) – Universidade de
São Paulo – Instituto de Geociências, Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-
080 – São Paulo (SP)- Brazil – [email protected]
- Dr. Umberto Cordani (is the most important brazilian researcher concerning
geotectonics of the south american platform) – Universidade de São Paulo – Instituto de
Geociências, Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-080 – São Paulo (SP)-
Brazil – [email protected]
- Dr. Colombo C. G. Tassinari (is one of the most important brazilian researcher
concerning geochronology of the south american platform) – Universidade de São Paulo
– Instituto de Geociências, Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-080 – São
Paulo (SP)- Brazil – [email protected]
- Dr. Andre Weissheimer de Borba (has a long experience with geochronology and
basin analysis) - MP- Ministério Público do RS-Rua Andrade Neves 106 - 17 andar -
Centro - 90010-210 - Porto Alegre (RS) - [email protected]

Thanks for your interest and please let us know if you need more information or
have any doubt.
Sincerely,
Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Geologist, Msc
*Research Highlights

1. Determination of depositional age of Paleozoic and pre-rift supersequences of the


Recôncavo Basin;
2. Rb-Sr radiometric dating of sedimentary rocks;
3. Pre-rift sedimentation in the Afro-Brazilian Depression;
4. Potential occurrence of a Triassic section in the region comprising the Afro-Brazilian
Depression.
*Manuscript
Click here to view linked References

1 Determination of depositional age of Paleozoic and pre-rift supersequences of the Recôncavo


1
2 Basin in northeastern Brazil by applying Rb-Sr radiometric dating technique to sedimentary
2
3 3 rocks
4
5 4
6
5 Silva, D. R.1,2,*; Mizusaki, A.M.P.1,5; Milani, E.J.3; Milhomen, P. S.4; Pimentel, M.1,5
7
8 6
9
10 7 ¹ Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências (IG-UFRGS) - Avenida Bento Gonçalves,
11 8 9500 – CEP 91501-970 – Porto Alegre (RS), Brazil; Tel: +55 51 3308-6379 / Fax: +55 51 3308-6340
9 ([email protected]; [email protected])
12 10 ² Serviço Geológico do Brasil/CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre – Rua Banco da Província,
13 11 105 – CEP 90840-030 – Porto Alegre (RS), Brazil ([email protected])
14 12 ³ PETROBRAS – Cenpes – Avenida Horácio Macedo, 950, Cidade Universitária. Rio de Janeiro (RJ), Brazil
15 13 ([email protected])
16 14 - Rio de Janeiro/RJ – Brazil
4
17 15 PETROBRAS – Unba - Avenida Antônio Carlos Magalhães, 1113 – CEP 40.280-000 – Salvador (BA), Brazil
18 16 ([email protected])
5
19 17 CNPq Researcher
*
20 18 Corresponding author
21 19
22
20 ABSTRACT
23
24 21
25
26 22 The relative dating of sedimentary rocks can be done either from fossils found in them or by
27
28 23 stratigraphic correlation. When they do not have a fossil content diagnostics, or when a
29 24 correlation is neither possible nor conclusive, the task of estimating the depositional age of a
30
31 25 particular rock is not possible. The method of Rb-Sr isochrons in total rock has been
32
33 26 successfully applied to fine-grained sedimentary rocks in order to determine the depositional
34 27 age. Despite geologically significant results, in many cases, there still are about the extent and
35
36 28 the interpretation of the data thus obtained. This is because sedimentary rocks result from the
37
38 29 mixing of detrital fragments from different sources with different isotope systems, already
39 30 containing an isotope record of the source rock. However, it is possible to obtain the absolute
40
41 31 age of the depositional event provided some prerequisites with regard to sampling,
42
43 32 granulometry, depositional environment and mineral composition of the samples, amongst
44 33 others, are observed. Samples of argillite and siltstone of the Paleozoic and pre-rift sections of
45
46 34 the Recôncavo Basin, stratigraphically positioned at the basal portion of the Afligidos
47
48 35 (Cazumba Member), Aliança (Capianga Member) and Itaparica formations, were analyzed. The
49 36 isochrons thus obtained yielded ages of 290 ± 21 Ma (Permian), 224 ± 32 Ma, and 226 ± 6 Ma
50
51 37 (Neotriassic), respectively, which were interpreted as being the depositional ages. Results
52
53 38 obtained for the units of the pre-rift section (Aliança and Itaparica formations) offer significant
54 39 implications to the paleogeographic schemes established earlier for the Recôncavo Basin and
55
56 40 other correlated basins, since these sedimentary units were traditionally considered as being of
57
58 41 Neojurassic age.
59
42
60
61
62
63
64
65
43
1
44 1. Introduction
2
3 45
4
5 46 The relative dating of sedimentary rocks can be done either from fossils found in them
6
7 47 or by stratigraphic correlation. When they do not have a fossil content diagnostics, or when a
8 48 correlation is neither possible nor conclusive, the task of estimating the depositional age of a
9
10 49 particular rock is not possible. In such cases, the radiometric dating techniques usually applied
11
12 50 to igneous and metamorphic rocks to obtain absolute ages have been tentatively used with the
13 51 purpose of determining the depositional ages and/or the diagenetic phases of the sedimentary
14
15 52 rocks (Cordani et al., 1978; Thomaz Filho & Lima, 1979; Silva et al., 2006a).
16
17 53 Rb-Sr radiometric dating of sedimentary rocks is a technique which has achieved
18 54 geologically significant results, provided some prerequisites are observed, such as: excellent
19
20 55 stratigraphic control of the sampling, low silt/clay ratio, and mineralogy of the fine fraction of
21
22 56 samples rich in expansive clay minerals (smectite, interstratified illite-smectite and degraded
23 57 illite) (Whitney & Hurley, 1964; Byscae & Dasch, 1971; Cordani et al., 1978; Morton, 1985;
24
25 58 Mizusaki, 1992). Although there still are some questions regarding the use of this technique
26
27 59 with sedimentary rocks, many significant results have been obtained (Mizusaki et al., 1998;
28 60 Silva et al., 2006b).
29
30 61 The Brazilian continental margin is an example of passive continental margin, in which
31
32 62 the tectono-sedimentary phases of pre-rift, rift, and drift are described. A classical pre-rift
33 63 example is the basal section of the Recôncavo Basin, which does not include any elements to
34
35 64 support a precise biostratigraphic dating of the sedimentary units due to the endogenous features
36
37 65 of the non-marine ostracod micropaleontological content, associated with sparsely varied and
38 66 low palynomorph content (Arai et al., 1989).
39
40 67 A Paleozoic sequence is also found in this basin (Silva et al., 2007), with units
41
42 68 deposited under arid paleoclimate and a context of intracratonic basin developed before the pre-
43
69 rift stage. The ages assigned to the Paleozoic are also subject of discussion due to their poor
44
45 70 fossil records (Milani et al., 2007).
46
47 71 Given the importance and significance of obtaining absolute ages of the Paleozoic and
48
72 pre-rift sedimentary sections, which serve as a link to sections with international references, it
49
50 73 seems to be interesting to follow this line of research.
51
52 74 In this regard, we analyzed samples of fine-grained siliciclastic rocks from the
53
75 Paleozoic and pre-rift sections of the Recôncavo Basin, a geologically well-known region, but
54
55 76 with large gaps of knowledge about depositional ages.
56
57 77
58
59
78
60 79
61
62
63
64
65
80
1
81 2. Basal Section of the Recôncavo Basin
2
3 82
4
5 83 The Recôncavo Basin is located in the northeastern region of Brazil and it spreads over
6
7 84 an area of 11,500 km2. It is limited to the north and northwest by the Alto de Aporá, to the south
8 85 by the Barra fault system, to the west by the Maragogipe Fault, and to the east by the Salvador
9
10 86 fault system.
11
12 87 The structural configuration of the basin is related to extensional efforts that resulted in
13 88 the breakup of the Gondwana supercontinent during the Eocretaceous, bringing about the
14
15 89 opening of the Atlantic Ocean and the development of the Brazilian continental margin.
16
17 90 The tectono-sedimentary development of the Brazilian continental margin, from the
18 91 Gondwana Mesozoic breakup (called Wealdenian Reactivation, Almeida, 1967) on, has been
19
20 92 interpreted by different authors (e.g. Asmus & Porto, 1980; Chang et al., 1990).
21
22 93 According to Silva et al. (2007), the sedimentary package of the Recôncavo Basin is
23 94 formed of four supersequences: Paleozoic, pre-rift, rift, and post-rift. The sedimentary units of
24
25 95 the Paleozoic and pre-rift supersequences, the basal portion of the basin, are part of the present
26
27 96 study (Fig. 1).
28 97 INSERT FIGURE 1
29
30 98 In the Paleozoic supersequence, the studied unit is represented by the Cazumba Member
31
32 99 of the Afligidos Formation. Having been deposited during an arid paleoclimate and an
33 100 intracratonic basin context, the facies associations that characterize the Paleozoic units show a
34
35 101 regressive trend, with transition from a shallow, marginal marine sedimentation to isolated
36
37 102 evaporite basins, continental sabkha environments and, ultimately, lacustrine systems (Aguiar &
38 103 Mato, 1990). In the Cazumba Member, red lacustrine pelites and mudstones prevail, with
39
40 104 anhydrite nodules at the base of the section. The age of the Cazumba Member is subject of
41
42 105 discussion due to its poor fossil record. According to Caixeta et al. (1994), the deposition of the
43
106 Afligidos Formation is limited to the Permian.
44
45 107 The pre-rift supersequence comprises deposits related to the initial stage of the crustal
46
47 108 flexure. By pre-rift one understands the sedimentary package accumulated in a broad and
48
109 shallow basin of flexural origin; the origin of this depression is tectonically associated with the
49
50 110 large-scale extensional process, subsequently culminating in the rift phase and continental
51
52 111 rifting. At the time of the pre-rift sedimentation, the normal faultings were still rare and
53
112 contained not very significant debris. Cesero et al. (1972, apud Cesero et al., 1997) called this
54
55 113 broad basin the Afro-Brazilian Depression, and sediments of continental source, corresponding
56
57 114 to fluvial deposits locally reworked by the wind, and from very shallow lacustrine deposits, all
58
59
115 with red bed features, were deposited in it.
60
61
62
63
64
65
116 According to the lithostratigraphy, the pre-rift section of the Recôncavo Basin
1
117 corresponds to the Brotas Group and partially to the Santo Amaro Group. The Brotas Group
2
3 118 includes the Aliança (Boipeba and Capianga members) and Sergi formations, while the Santo
4
5 119 Amaro Group is composed of the Itaparica and Água Grande formations.
6
120 According to Silva et al. (2007), the pre-rift sedimentation comprises there big fluvial-
7
8 121 aeolian cycles, represented from the basement to the top by the Boipeba Member and the Sergi
9
10 122 and Água Grande formations. Lacustrine transgressions of regional nature separate these cycles
11
12
123 and are expressed by a predominantly pelitic sedimentation, which characterizes the Capianga
13 124 Member (Aliança Formation), and the Itaparica Formation, which are the units studied herein.
14
15 125 Stratigraphically correlated to the Bananeiras Formation of the Sergipe-Alagoas Basin,
16
17
126 the Aliança Formation is considered a Neojurassic unit, due to its non-marine ostracod content,
18 127 which in this case corresponds to the RT-001 biozone, Dom João Stage of the Recôncavo Series
19
20 128 (Viana et al., 1971). According to Silva et al. (2007), the Itaparica and Água Grande formations
21
22 129 are of Eocretaceous (Eoberriasian) age, as indicated by micropaleontological analyses.
23 130 The correlation of the biostratigraphic zoning of the Recôncavo Series with
24
25 131 international reference schemes to determine the section's age is a widely discussed issue, and
26
27 132 several questions remain unanswered (Regali & Viana, 1989; Arai et al., 1989). Particularly in
28 133 the case of the pre-rift, Arai et al. (1989) postulate that “... there is no dating data which allow
29
30 134 us to assign a Neojurassic age to the Dom João Stage...”. The same authors remind that
31
32 135 equivalent units in the Gabon Basin were dated as Middle Jurassic by palynology (Wenger,
33 136 1973, apud Arai et al., 1989). The fact is that the endogenous characteristics of the
34
35 137 micropaleontological content of non-marine ostracods, upon which the biostratigraphic scheme
36
37 138 of the Recôncavo Series is based, and combined with sparsely varied and sparsely abundant
38 139 content in palynomorphs, do not lend themselves to a greater progress than that already
39
40 140 achieved in terms of correlation with reference sections and age determination. It is crucial to
41
42 141 try to date the rocks of this section in order to obtain absolute geochronological determinations.
43 142
44
45 143 3. The Rb-Sr radiometric technique applied to sedimentary rocks
46
47 144
48
145 The Rb-Sr radiometric technique is based on the radioactive decay of the 87Rb isotope,
49
50 146 which is change into 87Sr. This radioactive decay takes place according to a decay constant l of
51
52 147 known value, at a rate of 1.42 X 10-11.year-1, which corresponds to a half-life of 48.8 Ga.
53
54 148 This method has been traditionally used for determining the absolute ages of igneous
55 149 rocks, as they were formed under conditions of high temperature. In the case of magma
56
87
57 150 crystallization, radiogenic Sr has considerable mobility and migrates between the mineral
58
59 151 phases so long as the temperature remains above 350 °C. As a result, the phenomenon of Sr
60 152 isotope standardization takes place, which is interrupted by the cooling of that particular rock.
61
62
63
64
65
153 Therefore, the Rb-Sr age will be related to this closing process of the system obtained in the
1
154 rock crystallization event.
2
3 155 In a sedimentary environment, characterized by lower temperatures and material from
4
5 156 various sources, the Rb and Sr ion behavior varies. Rb is more easily adsorbed by clay minerals,
6
157 whilst Sr tends to be released from the crystalline structure of minerals into the interstitial
7
8 158 fluids. It is assumed that this characteristic favors the process of Sr isotope homogenization
9
10 159 during sediment deposition in a particular basin, a condition required for Rb-Sr radiometric
11
12
160 dating (Compston & Pidgeon, 1962; Faure, 1986; Mizusaki, 1992).
13 161 If the assumption of Sr isotope homogenization in sediments during their deposition is
14
15 162 valid, a successful radiometric dating by Rb-Sr technique in sedimentary rocks depends – as
16
17
163 pointed out by Mizusaki (1992), Mizusaki et al. (1998) and Cordani et al. (2004) – of selecting
18 164 samples with a high content of clay composed of expansive clay minerals such as smectite and
19
20 165 interstratified illite-smectite sampled according to the recommendations of Thomaz Filho &
21
22 166 Lima (1979).
23 167
24
25 168 4. Methodology
26
27 169
28 170 4.1. Sampling
29
30 171 The samples used in the present study were collected at the Paleozoic and pre-rift
31
32 172 sections of the Recôncavo Basin, which are stratigraphically positioned at the basal portion of
33 173 the Afligidos (Cazumba Member), Aliança (Capianga Member) and Itaparica formations (Fig.
34
35 174 1)
36
37 175 This section also includes the Sergi Formation and the Boipeba and Pedrão members of
38 176 the Aliança and Afligidos formations, respectively. However, since these units are texturally
39
40 177 formed of very fine-grained siltstones and sandstones, and in view of the chosen criteria, they
41
42 178 were not deemed suitable for applying the Rb-Sr radiometric technique (Mizusaki, 1992;
43 179 Cordani et al., 2004)
44
45 180 Forty-three (43) samples were collected from outcrops along the BR-101 and BR-324
46
47 181 highways, near the city of Salvador (Bahia, Brazil). The precise location of the sampling sites
48 182 can be seen in Figure 2 and Table 1. At each point, 500 to 700 g of rocks were sampled in their
49
50 183 natural state. The traditional sampling technique (Thomaz Filho & Lima, 1979) was used,
51
52 184 whereby a minimum of four samples was collected from each outcrop, at a distance of
53 185 approximately 1 m horizontally and 10-50 cm vertically.
54
55 186 INSERT FIGURE 2
56
57 187 INSERT TABLE 1
58
59
60
61
62
63
64
65
188 The sampling sites were chosen during previous field studies. These studies identified
1
189 those outcrops with the least weathering, and amongst these, the sites with reliable stratigraphic
2
3 190 control.
4
5 191
6
7 192 4.2 Analytical procedures
8 193 The samples were described macroscopically, with homogeneous portions of each
9
10 194 sample being selected for analysis by X-ray diffraction (XRD), X-ray fluorescence (XRF) and
11
12 195 mass spectrometry techniques.
13 196 For the X-ray diffraction analysis, we used the Siemens D5000 diffractometer of the
14
15 197 Laboratory of X-ray Diffractometry of the Geosciences Institute of the Federal University of
16
17 198 Grande do Sul (UFRGS), with KaCu radiation set at 40 kV and 30 mA of filament current and a
18
19
199 2 to 28° (2q) range.
20 200 Sample preparation for XRD followed procedures described by Alves (1987), with the
21
22 201 samples being first powdered with a pestle and an agate mortar. Approximately 5 g of the
23
24 202 resulting powder were dispersed in 50 mL of distilled water and put to ultrasound, in the
25 203 presence of a sodium pyrophosphate solution used as deflocculating agent. The < 2 μm fraction
26
27 204 (FF < 2 μm) was separated from the resulting solution with a centrifuge. This fraction was
28
29 205 placed on two slides, where clay minerals were directed by using the smear technique (Gibbs,
30 206 1965). The prepared slides are dried under ambient conditions.
31
32 207 First, the slide dried under ambient conditions (standard slide) was analyzed. The
33
34 208 second slide was soaked with ethylene glycol (CH2OHOH2OH) and forms the glycolated
35 209 sample. After analyzing the glycolated slide in the diffractometer, it was calcined for 2 h in an
36
37 210 oven at 500 °C in order to obtain the calcined slide. From the combined analysis of the
38
39 211 diffractograms obtained with the standard, glycolated and calcined material, the clay minerals in
40 212 the samples were identified.
41
42 213 Sample analyses were performed in the Laboratory of X-ray Fluorescence of the
43
44 214 Geosciences Institute of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS) using a Rigaku
45 215 Model RIX 2000 device set at 40 kV, 20 mA. The samples were prepared in the form of
46
47 216 compressed tablets obtained from 10 g of rock powder. The purpose of the analysis was to
48
49 217 determine Rb and Sr mean values.
50 218 With regard to mass spectrometry analysis, we chose to use only the < 2 μm-fraction
51
52 219 (clay fraction separated according to procedures described previously) of the samples from the
53
54 220 Aliança (Capianga Member) and Itaparica formations, since the coarse fraction of the samples
55 221 contained a high level of detrital micaceous rock fragments, which could contribute with source
56
57 222 area Sr.
58
59
60
61
62
63
64
65
223 Analyses by mass spectrometry to determine the isotope ratios were performed in the
1
224 Laboratory of Isotope Geology of the Geosciences Institute of the Federal University of Rio
2
3 225 Grande do Sul (UFRGS).
4
5 226 First, the selected samples were dried in an oven under controlled, maximal temperature
6
227 of 70 °C, thus avoiding damage to the structure of clay minerals, which would have impaired
7
8 228 isotope analysis. Then, following procedures took place:
9
10 229 · Semi-quantitative and quantitative measuring of Rb and Sr content by X-ray
11
12 230 fluorescence
13 231 · Total dissolution of the samples by chemical digestion and separation of the elements
14
15 232 Rb and Sr through AG-50W-X8 cation-exchange resin columns from Bio Rad.
16
17 233 · Analysis of isotope ratios by Micromass VG 354 Multi-collector spectrometer through
18 234 isotope dilution technique. The elements, separated in the cation-exchange columns,
19
20 235 were deposited on suitable filaments (Ta single filament for Rb and Sr) with 0.25N
21
22 236 phosphoric acid (H3PO4) and analyzed in a "static mode". One-hundred ratios were
23
237 measured with 1-V ion beam and external precision based on repeated measurements of
24
25 238 an internal standard (20 ppm, 2 σ). All analyses were adjusted according to NBS-987
26
27 239 internal and external standards (strontium carbonate), with a mean of 0.71028 ±
28
240 0.00006. During chemical separation, Sr blanks were < 150 pg, while Rb blanks were
29
30 241 < 750 pg (ideal values).
31
32 242 · Preparation of isochron charts with isotope data obtained from the samples of
33 243 sedimentary units from the basal section of the Recôncavo Basin by using Isoplot
34
35 244 software (Ludwig, 2003).
36
37 245
38
246 5. Results
39
40 247
41
42 248 5.1. Itaparica Formation
43
249 The analyzed samples of the Itaparica Formation can be macroscopically characterized
44
45 250 as reddish argillites, with significant presence of micaceous mineral fragments. Analyzes by X-
46
47 251 ray diffraction in the fine fraction (FF < 2 μm) allowed identifying the prevalence of the clay
48
252 minerals kaolinite, smectite, illite with quartz traces, and interstratified illite-smectite. Results of
49
50 253 the application of the Rb-Sr technique to the < 2 μg fraction are shown in Table 2.
51
52 254 INSERT TABLE 2
53
54
255 Rb values found in samples of the Itaparica Formation ranged from 54.44 to 94.02 ppm,
55 256 and Sr values from 14.46 to 326.15 ppm. Values of the 87Sr/86Sr ratio ranged from 0.71736 to
56
57 257 0.76715 and the 87Rb/86Sr ratio from 0.553 to 18.14. The isotope ratios obtained were plotted
58
59 258 with the Isoplot statistical software (Ludwig, 2003), resulting in an isochron of 224 ± 32 Ma for
60 259 the basal portion of the Itaparica Formation (Fig. 3).
61
62
63
64
65
260 INSERT FIGURE 3
1
261
2
3 262 5.2. Aliança Formation – Capianga Member
4
5 263 The samples from the Capianga Member can be macroscopically characterized as
6
264 reddish siltstones, with significant presence of micaceous mineral fragments identified as
7
8 265 muscovite. Analyzes by X-ray diffraction in the fine fraction (FF < 2 µm) allowed identifying
9
10 266 the prevalence of the clay minerals illite and smectite, with traces of interstratified illite-
11
12
267 smectite. Results of the application of the Rb-Sr technique to the < 2 µg fraction are shown in
13 268 Table 2.
14
15 269 Rb values in these samples ranged from 84.03 to 106.60 ppm. Sr ranged from 10.69 to
16
17
270 56.98 ppm. Values of the 87Sr/86Sr ratio ranged from 0.73452 to 0.79995 and the 87Rb/86Sr ratio
18 271 from 5.066 to 23.88. The isotope ratios obtained for the samples of the Capianga Member,
19
20 272 Aliança Formation, were plotted with the Isoplot statistical software (Ludwig, 2003), resulting
21
22 273 in an isochron of 226 ± 6 Ma (Fig. 4).
23 274 INSERT FIGURE 4
24
25 275
26
27 276 5.3. Afligidos Formation – Cazumba Member
28 277 The samples of the Cazumba Member can be macroscopically characterized as reddish
29
30 278 argillites. Analyzes by X-ray diffraction in the fine fraction (FF < 2 μm) allowed identifying the
31
32 279 prevalence of illite, smectite and kaolinite. Results from the application of the Rb-Sr technique
33 280 to total rock are shown in Table 2.
34
35 281 Rb values ranged from 124.86 to 153.22 ppm, while those of Sr ranged from 51.60 to
36
37 282 68.30 ppm. Values of the 87Sr/86Sr ratio ranged from 0.73756 to 0.74122 and of the 87
Rb/86Sr
38 283 ratio ranged from 6.223 to 7.133. The isotope ratios obtained for the samples of the Capianga
39
40 284 Member, Aliança Formation, were plotted with the Isoplot statistical software (Ludwig, 2003),
41
42 285 resulting in an isochron of 290 ± 21 Ma (Fig. 5).
43 286 INSERT FIGURE 5
44
45 287
46
47 288 6. Discussion
48 289
49
50 290 With the final stages of the Brazilian/Pan-African Cycle (early Paleozoic) and
51
52 291 cratonization of the South-American platform, we see the beginning of tectonics, which
53
292 delineated the sites of future Paleozoic syneclises recognized in Gondwana. The great Brazilian
54
55 293 Paleozoic basins or syneclises are well defined (e.g. the Solimões, Amazonas, Parnaíba and
56
57 294 Paraná basins) and show extensive, predominantly continental, sedimentation. Paleozoic
58
59
295 sedimentary basins are also recognized in the African portion of Gondwana (Figure 6). The area
60 296 corresponding to the Paleozoic basins, particularly with regard to the Parnaíba Basin in
61
62
63
64
65
297 northeastern Brazil, has been subject of discussion, as it is assumed that they had different
1
298 extensions and forms during the depositional cycles (Zalán et al., 1990).
2
3 299 INSERT FIGURE 6
4
5 300 Small areas with sedimentary remnants have been observed there, which are considered
6
301 remnants from earlier depositional cycles of varying ages. Several of these sections have a
7
8 302 significant geographic expression as they were covered by younger sedimentary successions,
9
10 303 which have preserved them. Milani et al. (2007) report the local presence of Paleozoic units
11
12
304 under the Meso-Cenozoic sediments of the marginal basins and in their aborted branches. The
13 305 Paleozoic section can be easily observed in the Recôncavo, Tucano, Jatobá and Sergipe-Alagoas
14
15 306 basins. The Recôncavo, Tucano and Jatobá basins are examples of aborted intracontinental rift,
16
17
307 having been formed together with the Sergipe-Alagoas Basin by the crustal stretching
18 308 responsible for the breakup of the Gondwana supercontinent and the development of the
19
20 309 Brazilian marginal basins. The basins are located in the so-called Afro-Brazilian Depression
21
22 310 (Cesero et al., 1972, apud Cesero et al., 1997) as shown in Figure 7. By Afro-Brazilian
23 311 Depression one understands this broad NW-SE intracontinental rift associated with crustal
24
25 312 stretching, which resulted in the separation of South America from Africa during the formation
26
27 313 of the South Atlantic Ocean and the Brazilian continental margin. It is considered that at the end
28 314 of the Lower Cretaceous the western branch of the rift was aborted, allowing the preservation of
29
30 315 this trench at stage prior to the total breakup of the crust and, therefore, not allowing the
31
32 316 deposition of marine sediments inside its flume (Santos et al., 1990).
33 317 INSERT FIGURE 7
34
35 318 The infill included a so-called pre-rift package (Fig. 1) constituted of shallow
36
37 319 continental alluvial, aeolian and lacustrine sediments. These are the so-called Aliança, Sergi and
38 320 Itaparica formations.
39
40 321 Before this period, Paleozoic sedimentation has also been described in the area relative
41
42 322 to the basins of the interior rift, which would form the future Afro-Brazilian Depression,
43 323 associated with an extended stage of subsidence, which might have contributed to the
44
45 324 development of an intracratonic-type basin. In the case of the Recôncavo Basin, it is the
46
47 325 Afligidos Formation (with the Pedrão and Cazumba members).
48 326 The Paleozoic sequence in this region has been widely discussed, but its recognition and
49
50 327 extension is impaired due to lack of dating. Moreover, how much time elapsed between the
51
52 328 conditions of Paleozoic sedimentation and the beginning of conditions that would give rise to
53 329 the Afro-Brazilian Depression?
54
55 330 Concerning the Recôncavo Basin, palynological data have assigned a Permian age to
56
57 331 the Pedrão Member (Afligidos Formation), which correlates with the Ingá Member of the Santa
58 332 Brígida Formation (Northern Tucano) and the Aracaré (Sergipe-Alagoas Basin) and Pedra de
59
60 333 Fogo (Parnaíba Basin) formations (Fig. 8).
61
62
63
64
65
334 INSERT FIGURE 8
1
335 The age of the Cazumba Member is a point of discussion due to its poor fossil record.
2
3 336 Equally based on palynological analyses, Aguiar & Mato (1990) admitted a potential extension
4
5 337 of this unit into the Triassic. For these authors, its contact with the Boipeba Member (Aliança
6
338 Formation) is inconsistent in most parts of the Recôncavo Basin, but considered transitional in
7
8 339 the southwestern area of the basin, which would reinforce the question of interval's
9
10 340 chronostratigraphic positioning. Caixeta et al. (1994) restrict the deposition of the Afligidos
11
12
341 Formation to the Permian.
13 342 The absolute age of 290 ± 21 Ma obtained for the Cazumba Member of the Afligidos
14
15 343 Formation based on Rb-Sr radiometric dating confirms a Permian age for this interval.
16
17
344 However, with regard to the pre-rift phase, assuming that the location of the future
18 345 depression was a slightly depressed region (?), whose sedimentation conditions were
19
20 346 continental, there is also much discussion about its relationship with the Paleozoic sequence and
21
22 347 about when its development began. In that time interval, the conditions were lacustrine, and the
23 348 few fossils found were of endemic ostracods, which do not allow a correlation with other
24
25 349 regions of the Earth. Considering that the sedimentation in this period was predominantly
26
27 350 continental and characterized by the presence of ostracods, it is not possible to make a
28 351 correlation with intervals in other areas. Therefore, we decided to use a regional time division
29
30 352 characterized by stages, with the big question being which time intervals to assign to these
31
32 353 stages.
33 354 Thus, the name Dom João Local Stage was adopted where it is represented by the
34
35 355 Aliança and Sergi formations (pre-rift sequence) in the Recôncavo Basin. With regard to age,
36
37 356 Viana et al. (1971) assumed in a simplistic way that the ostracods found in the Aliança
38 357 Formation are indicative of Jurassic age. However, according to Arai et al. (1989), there is no
39
40 358 dating element to attest a Neojurassic age for the Dom João Stage.
41
42 359 In the present study, the application of the Rb-Sr radiometric technique obtained
43 360 isochronic ages of 224 ± 32 Ma (Neotriassic) and 226 ± 6 Ma (Neotriassic) for the samples of
44
45 361 the Itaparica e Aliança (Capianga Member) formations. These values are considered
46
47 362 representative of the depositional age of these units, since it is assumed that the Sr isotope
48 363 standardization process was penecontemporaneous with the sedimentation process, according to
49
50 364 criteria pointed out by Mizusaki (1992), Mizusaki et al. (1998), and Cordani et al. (2004),
51
52 365 mentioned earlier.
53 366 The absence of significant diagenetic alterations in the original mineralogy validates the
54
55 367 result obtained as depositional age. In addition, the reported uncertainty is compatible with the
56
57 368 application of the Rb-Sr technique to sedimentary rocks, as discussed by Mizusaki (1992). In
58 369 the case of the Itaparica Formation, despite the error of the isochronous age being greater than
59
60
61
62
63
64
65
370 that of the remaining units, the age is significant when compared to the age measured for the
1
371 Capianga Member.
2
3 372 However, the absolute ages of 224 ± 32 Ma and 226 ± 6 Ma (Neotriassic) now obtained
4
5 373 for the first time raise important implications regarding the paleographic schemes established
6
374 earlier. The pre-rift section of the Recôncavo Basin was traditionally considered of Neojurassic
7
8 375 age (Silva et al., 2007).
9
10 376 However, a similar age had already been obtained for the Bananeiras Formation (Silva
11
12
377 et al., 2006b) from the Sergipe-Alagoas Basin. According to Figures 8 and 9, it is assumed that
13 378 the Bananeiras Formation correlates with the Aliança Formation.
14
15 379 INSERT FIGURE 9
16
17
380 Therefore, the geochronological results obtained for the Itaparica Formation, the
18 381 Capianga Member (Aliança Formation), and the Bananeiras Formation (Sergipe Basin) indicate
19
20 382 that sedimentation in the broad sedimentary basin (?) that developed in northeastern Brazil,
21
22 383 known as Afro-Brazilian Depression (Cesero et al., 1972, apud Cesero et al., 1997) began at a
23 384 Neotriassic age, possibly continuing till the Jurassic. This finding extends to other sedimentary
24
25 385 units of the Brazilian and African Basins, since continental sediments of the formations Sergi
26
27 386 and Aliança (Recôncavo, Tucano and Camamu, and Almada basins), Serraria and Bananeiras
28 387 (Sergipe-Alagoas Basin), Brejo Santo and Missão Velha (Araripe Basin) and their correlate
29
30 388 formations M’Vone and N’Dombo (Gabon Basin) (Cesero & Ponte, 1972, apud Cesero &
31
32 389 Ponte, 1997) (Fig. 10) were deposited in this broad basin.
33 390 INSERT FIGURE 10
34
35 391 Another very important fact that should be highlighted is that the pre-rift sedimentation
36
37 392 in the Afro-Brazilian Depression occurred in an intracratonic basin, as a combined system of
38 393 alluvial fans and interior lakes, under stable tectonic conditions, with no influence from the
39
40 394 Gondwana breakup processes. Milani (1987), when describing the evolutionary model of the
41
42 395 Recôncavo and southern Tucano rifts, in northeastern Brazil, reports that there are no evidences
43 396 of crustal arching previous to the rift phase of these basins. The pre-rift sedimentation geometry
44
45 397 characterizes a slow and gradual subsidence process of that region, typical of passive rifting.
46
47 398 One could also assume a previous association with a broader area of the Parnaíba
48 399 Paleozoic basin. In this context, one might think of an integrated scheme for the northeastern
49
50 400 region (Fig. 11) associated with earlier and concurring stages to the Gondwana rifting. The
51
52 401 events associated with this process would have operated differently inside this region. With
53 402 regard to the Parnaíba Basin – whose remnants are seen in areas where the northeastern interior
54
55 403 basins (e.g. the Araripe Basin) and the Jatobá Basin developed –, it is known that during the
56
57 404 Silurian it spread beyond its eastern boundary (Ghignone, 1972; Caputo & Crowell, 1985).
58 405 Couldn't the same have taken place during other geological intervals? Most likely yes.
59
60 406 INSERT FIGURE 11
61
62
63
64
65
407 Milani & Thomaz Filho (2000) showed that the Atlantic rifting (at about 200 Ma) broke
1
408 the connection of the Parnaíba syneclise with similar basins presently found in northwestern
2
3 409 Africa.
4
5 410 In addition, this basin shows Permian sedimentation, represented by the Pedra de Fogo
6
411 Formation (Dino et al., 2002). When taking this dating for the Pedra de Fogo Formation into
7
8 412 account, the Motuca Formation (Fig. 8) would have extended until the end of the Eotriassic. The
9
10 413 Sambaíba Formation, superimposed on the Motuca Formation and underlying the Mosquito
11
12
414 basalts (approximately 200 Ma, Mizusaki et al., 2002) is classified by Lima & Leite (1978) as
13 415 Medium-Upper Triassic. This deposition coincided with profound environmental and tectonic
14
15 416 changes in the region of the Parnaíba Basin associated with an early opening of the North
16
17
417 Atlantic (Vaz et al., 2007). Extensional events, remobilization of ancient faults, and magmatism
18 418 in particular characterized this period in the geological evolution of the area (Almeida, 2004).
19
20 419 Therefore, during the Neotriassic, there was substantial magmatism (flows and sills) which, in
21
22 420 the case of the Parnaíba Basin, was called Mosquito Formation.
23 421 The datings of the Bananeiras and Itaparica formations and the Capianga Member of the
24
25 422 Aliança Formation were classified in this interval, represented by magmatism in the Parnaíba
26
27 423 Basin, indicating that there was continental sedimentation in the area of the future rift. This
28 424 could indicate that basic magmatism would be reported during the Neotriassic in those portions
29
30 425 most affected by the beginning of the North Atlantic rifting, with depocenters of the Parnaíba
31
32 426 Basin migrating to distant areas.
33 427
34
35 428 7. Conclusions
36
37 429
38 430 The geochronological results obtained for the Aliança and Itaparica formations of the
39
40 431 Recôncavo Basin reinforce the potential occurrence of a Triassic section in the region
41
42 432 comprising the Afro-Brazilian Depression (Cesero et al., 1972, apud Cesero et al., 1997) while
43
433 the age dated for the Afligidos Formation confirms the Paleozoic age previously measured for
44
45 434 that unit.
46
47 435 Data from the Aliança and Itaparica formations combined with results obtained by Silva
48
436 et al. (2006b) raise important implications for the paleographic schemes established earlier, as
49
50 437 these sedimentary units were traditionally considered being of Neojurassic age.
51
52 438 The spatial extent and temporal reach of the sedimentary basins implicit in this notion
53
439 should be reviewed in light of the determination of Triassic ages extensively distributed in
54
55 440 northeastern Brazil and their correlates in northwest Africa. // in view of Triassic ages found
56
57 441 widely spread over Brazil's northeastern region and its correlated regions in northwestern
58
59
442 Africa.
60 443
61
62
63
64
65
444 8. Acknowledgements
1
445
2
3 446 The first author is grateful to all who contributed to this work. Special thanks are due to
4
5 447 the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) for the grant
6
7 448 awarded at the early period of this doctorate program; to Petrobras for their help and support in
8 449 the field studies; to the Laboratory of Isotope Geology (LGI) of the Geosciences Institute of the
9
10 450 Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS); and to CPRM/Serviço Geológico do Brasil.
11
12 451
13
14
15
16
17
18
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56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
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18 571
19
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65
572 Caption Figures
1 573 Figure 1 – Stratigraphic chart of the Recôncavo Basin (modif. by Pierini et al., 2010).
2 574
3 575 Figure 2 – Map of the Recôncavo Basin and location of the sampling sites.
4 576
5
6
577 Figure 3 – Isochron diagram for the samples of the Itaparica Formation, according to Ludwig's
7 578 model (2003).
8 579
9 580 Figure 4 – Isochron diagram for the samples of the Capianga Member, Aliança Formation,
10 581 according to Ludwig's model (2003).
11 582
12 583 Figure 5 – Isochron diagram for the samples of the Cazumba Member, Afligidos Formation,
13
584 according to Ludwig's model (2003).
14
15 585
16 586 Figure 6 – Paleogeological map of the Paleozoic (modif. by Cesero et al., 1997).
17 587
18 588 Figure 7 – Map of the Afro-Brazilian Depression.
19 589
20 590 Figure 8 – Stratigraphic correlation among the Parnaíba, Recôncavo and Sergipe-Alagoas basins
21
591 during the Paleozoic.
22
23 592
24 593 Figure 9 - Stratigraphic correlation among the Parnaíba, Recôncavo and Sergipe-Alagoas basins
25 594
26 595 Figure 10 – Regional distribution of sedimentary records of the pre-rift sequence in northeastern
27 596 Brazil and surrounding regions of the African shore (modif. by Da Rosa, 1996).
28 597
29
30
598 Figure 11 - Paleogeological map of the Triassic (modif. by Cesero et al., 1997).
31 599
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600 Caption Tables
1 601
2 602 Table 1 – Location of the sampling sites in UTM coordinates and their stratigraphic positioning.
3 603
4 604 Table 2 – Isotope ratios of the fine fraction separated from the samples of the Recôncavo Basin.
5
6
605 Error values of the isotope ratios are expressed as absolute SD.
7
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Figure1
Figure2
Figure3
Figure4
Figure5
Figure6
Figure7
Figure8
Figure9
Figure10
Figure11
Table 1

Sample Location
Sample Sedimentary Unit
1 Collection UTM N UTM E
2 Point 01 IT-01 a 10 546870 8655130 Itaparica Formation
3 Point 02 CP-01 a 12 534571 8431110 Aliança Formation – Capianga Member
4 Point 03 CP-20 a 31 533706 8642640 Aliança Formation – Capianga Member
5 Point 04 CP-40 a 50 529503 8625302 Aliança Formation – Capianga Member
6 Point 05 CZ-01 a 11 528556 8626290 Afligidos Formation – Cazumba Member
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65
Table 2

Rb 87
Sedimentary Unit Sample Sr (ppm) Rb/86Sr Error 87
Sr/86Sr Error
1 (ppm)
2 01 239.85 239.85 0.6614 0.0066 0.71746 0.00005
3 03 326.15 326.15 0.5534 0.0086 0.71736 0.00002
Itaparica
4
Formation 06 70.06 70.06 3.9159 0.0386 0.72831 0.00001
5
(IT) 08 14.46 14.46 18.1422 0.3938 0.76715 0.00002
6
7 10 313.41 313.41 0.7420 0.0099 0.71771 0.00005
8 21 101.39 16.62 17.9126 0.1725 0.77707 0.00001
9 23 93.67 10.69 25.8180 0.3847 0.79995 0.00001
10
25 104.72 14.28 21.5586 0.2224 0.78826 0.00002
11 Aliança Formation
12 26 106.60 13.13 23.8824 0.3283 0.79281 0.00002
Capianga Member
13 40 91.78 30.47 8.8091 0.0779 0.74648 0.00001
(CP)
14 42 98.85 56.98 5.0662 0.0443 0.73452 0.00000
15 43 93.66 22.31 12.2991 0.1111 0.75746 0.00001
16 47 84.03 32.98 7.4495 0.1149 0.74237 0.00000
17
18 06 153.22 62.76 7.133 0.063 0.74122 0.00002
19 07 124.86 51.60 7.071 0.056 0.74094 0.00003
20 Afligidos Formation 08 128.57 57.17 6.570 0.055 0.73879 0.00002
21 Cazumba Member
09 145.53 68.30 6.223 0.052 0.73756 0.00002
22 (CZ)
10 150.16 63.94 6.862 0.058 0.74036 0.00001
23
24 11 138.77 60.45 6.707 0.055 0.73960 0.00001
25 
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65
94

7.3. ARTIGO III

Título:
Whole rock geochemistry and isotopic compositions of Sr and Nd in pre-rift
samples of the Camamu Basin, northeastern Brazil

Autores:
Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Ana Maria Pimentel Mizusaki
Edison José Milani
Paulo da Silva Milhomem
Koji Kawashita

Submissão:
Março de 2010

Revista:
Journal of South America Earth Sciences
Elsevier Editorial System(tm) for Journal of South American Earth Sciences
Manuscript Draft

Manuscript Number: SAMES-D-11-00032

Title: Whole rock geochemistry and isotopic compositions of Sr and Nd in pre-rift samples of the
Camamu Basin, northeastern Brazil

Article Type: Full Length Article

Keywords: pre-rift; sedimentary rocks; geochemistry; isotopes; provenance.

Corresponding Author: Msc. Diogo Rodrigues Andrade da Silva, Msc

Corresponding Author's Institution: Serviço Geológico do Brasil/CPRM

First Author: Diogo Rodrigues Andrade da Silva, Msc

Order of Authors: Diogo Rodrigues Andrade da Silva, Msc; Ana Maria P Mizusaki, Doctor; Edison J
Milani, Doctor; Paulo S Milhomem, Doctor; Koji Kawashita, Doctor

Abstract: Chemical compositions in whole rock, together with isotopic correlations of Sr and Nd in
samples of sedimentary rocks, have been considered useful parameters to estimate not only their
provenance but also to make inferences about the depositional environment and weathering
processes. The sedimentary units of the basal portion of the northeastern basins of the Brazilian
continental margin, particularly those of the pre-rift sequence, have become subject of interest for a
study based on chemical and isotopic data, since they lack fossil content to establish their age. The
chemical composition in total rock in terms of major and trace elements, and Sr and Nd isotopic
compositions of five outcrops attributed to the pre-rift supersequence of the Camamu Basin was
analyzed with the purpose of characterizing and obtaining further information that would allow a
better correlation amongst the sites studied. By analyzing the chemical composition of the samples, it
was inferred that the outcrops studied represented the same sedimentary unit and that they might be
correlated to the Capianga Member of the Aliança Formation of the Recôncavo Basin. The chemical
index of alteration (CIA) showed the presence of conditions associated with a humid
tropical/subtropical climate. The use of Nd isotopes for provenance purposes indicated the
Paleoproterozoic rocks of the Sao Francisco craton as source area. This shows that the combined
chemical and isotopic analyses can be useful to characterize and correlate lithologically homogeneous
sequences.

Suggested Reviewers: Anderson Maraschin Doctor


Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (CEPAC), Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
[email protected]
has a long experience with geochemistry and radiometric dating applied to sedimentary rocks

Antônio Thomaz Filho Doctor


Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo (USP)
[email protected]
is the most important brazilian researcher concerning application of Rb-Sr methodology to
sedimentary rocks
André W. Borba Doctor
MP - Ministério Público do RS
[email protected]
has a long experience with geochronology and basin analysis

Carla Klein Doctor


Geological Survey of Brazil/CPRM
[email protected]
has a long experience with geochemistry and isotope geology

Opposed Reviewers:
Cover Letter

Porto Alegre (RS, Brazil), March 28, 2011

Dr. James N. Kellog


Editor-in-Chief
Journal of South American Earth Sciences

Dear Dr. Kellog,

Please, find attached the revised manuscript “Whole rock geochemistry and isotopic
compositions of Sr and Nd in pre-rift samples of the Camamu Basin, northeastern
Brazil”, authors: Diogo Rodrigues da Silva, Ana Maria Mizusaki, Edison Jose Milani,
Paulo da Silva Milhomen and Koji Kawashita.
The manuscript was prepared following the JSAES guide authors.
As reviewers we propose:

- Dr. Anderson Maraschin (has a long experience with geochemistry and


radiometric dating applied to sedimentary rocks) – Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de
Carbono (CEPAC) - Av. Ipiranga, 6681 Prédio 96J - Partenon - 90619-900 - Porto
Alegre (RS) - Brazil – e-mail: [email protected]
- Dr. Anthonio Thomaz Filho (is the most important brazilian researcher
concerning application of Rb-Sr methodology to sedimentary rocks) – Universidade de
São Paulo – Instituto de Geociências, Rua do Lago 562, Cidade Universitária – 05508-
080 – São Paulo (SP) - Brazil – e-mail: [email protected]
- Dr. Andre Weissheimer de Borba (has a long experience with geochronology
and basin analysis) – MP - Ministério Público do RS – Rua Andrade Neves 106 – 17º
andar - Centro - 90010-210 - Porto Alegre (RS) – Brazil – e-mail:
[email protected]
- Dr. Carla Klein (has a long experience with geochemistry and isotope geology) -
Geological Survey of Brazil/CPRM – Rua Banco da Província, 105 – Santa Teresa –
90840-030 – Porto Alegre (RS) – Brazil – e-mail: [email protected]

Thanks for your interest and please let us know if you need more information or
have any doubt.
Sincerely,
Diogo Rodrigues Andrade da Silva
Geologist, Msc
*Research Highlights

1. Chemical compositions in total rock, together with isotopic correlations of Sr and Nd in


samples of sedimentary rocks;
2. Pre-rift sequence in the Camamu Basin;
3. Samples analyzed can be classified as Fe-shales;
4. High chemical index of alteration (CIA) values could be associated with a humid tropical
or temperate climate with heavy rains;
5. The use of Nd isotopes for provenance purposes indicated the Paleoproterozoic rocks
of the Sao Francisco craton as source area.
*Manuscript
Click here to view linked References

1 Whole rock geochemistry and isotopic compositions of Sr and


1
2 2 Nd in pre-rift samples of the Camamu Basin, northeastern
3 3 Brazil
4 1,2,* 1,6 3 4 5
4 Silva, D.R.A. ; Mizusaki, A.M.P. ; Milani, E. J. ; Milhomen, P. & Kawashita, K.
5
6 5
7 6 ¹ Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências (IG-UFRGS) - Avenida Bento Gonçalves,
8
7 9500 – CEP: 91501-970 – Porto Alegre (RS), Brazil; Tel: +55-51-3308-6379 / Fax: +55-51-3308-6340
8 ([email protected])
9 9 ² CPRM/Serviço Geológico do Brasil – Superintendência Regional de Porto Alegre – Rua Banco da Província,
10 10 105 – CEP: 90840-030 – Porto Alegre (RS), Brazil ([email protected])
11 11 ³ PETROBRAS – Cenpes – Avenida Horácio Macedo, 950, Cidade Universitária. Rio de Janeiro (RJ), Brazil
12 12 ([email protected])
13 13 - Rio de Janeiro/RJ – Brazil
4
14 14 PETROBRAS – Unba - Avenida Antônio Carlos Magalhães, 1113 – CEP: 40.280-000 – Salvador (BA), Brazil
15 15 ([email protected])
5
16 16 Universidade de São Paulo – Instituto de Geociências – Centro de Pesquisas Geocronológicas - Rua do Lago,
17 17 562 – Cidade Universitária – Butantã – CEP: 05508-080 – São Paulo (SP) – Brazil
18 18 ([email protected])
6
19
19 CNPq Researcher
*
20 Corresponding author
20 21
21
22
22
23 23 Abstract
24 24
25 25 Chemical compositions in whole rock, together with isotopic correlations of Sr and Nd in
26
27 26 samples of sedimentary rocks, have been considered useful parameters to estimate not only
28 27 their provenance but also to make inferences about the depositional environment and
29
30 28 weathering processes. The sedimentary units of the basal portion of the northeastern basins of
31 29 the Brazilian continental margin, particularly those of the pre-rift sequence, have become
32
33 30 subject of interest for a study based on chemical and isotopic data, since they lack fossil content
34
31 to establish their age. The chemical composition in total rock in terms of major and trace
35
36 32 elements, and Sr and Nd isotopic compositions of five outcrops attributed to the pre-rift
37
33 supersequence of the Camamu Basin was analyzed with the purpose of characterizing and
38
39 34 obtaining further information that would allow a better correlation amongst the sites studied. By
40
35 analyzing the chemical composition of the samples, it was inferred that the outcrops studied
41
42 36 represented the same sedimentary unit and that they might be correlated to the Capianga
43
44 37 Member of the Aliança Formation of the Recôncavo Basin. The chemical index of alteration
45 38 (CIA) showed the presence of conditions associated with a humid tropical/subtropical climate.
46
47 39 The use of Nd isotopes for provenance purposes indicated the Paleoproterozoic rocks of the
48 40 Sao Francisco craton as source area. This shows that the combined chemical and isotopic
49
50 41 analyses can be useful to characterize and correlate lithologically homogeneous sequences.
51 42
52
53 43 Keywords: pre-rift, sedimentary rocks, geochemistry, isotopes, provenance.
54 44
55
45 1. Introduction
56
57 46 Chemical compositions in total rock, together with isotopic correlations of Sr and
58
47 Nd in samples of sedimentary rocks, have been considered useful parameters to
59
60 48 estimate not only their provenance but also to obtain inferences about the depositional
61
62
63
64
65
49 environment and weathering processes. The complexity of this system has been
1
50 discussed by several authors (Roser, 2000; Taylor, 1985), and the results obtained are
2
3 51 interesting especially to help characterize sections of complex stratigraphy.
4
5 52 In this sense, due to wide gaps in knowledge about depositional ages and their
6
7
53 complexity in terms of correlation and stratigraphic knowledge, the sedimentary units of
8 54 the lower portion of the passive continental margin of the Brazilian Northeast have
9
10 55 become subject of interest for a study based on chemical and isotopic data. This
11
12
56 situation is in the most basal portion and corresponds to the Paleozoic and pre-rift
13 57 supersequences of the Brazilian marginal basins.
14
15 58 The units of these supersequences are usually homogeneous and (void) lack of
16
17 59 diagnostic fossils, making difficult their identification and stratigraphic characterization.
18 60 The chemical compositions in total rock in terms of major and trace elements, as well
19
20 61 as the isotopic compositions of Sr and Nd of five outcrops attributed to the pre-rift
21
22 62 supersequence of the Camamu Basin were analyzed. In this basin, it is hard to identify
23 63 the units associated with the pre-rift, since they are formed of red pelites with incipient
24
25 64 lamination and locally with the presence of carbonate nodules. The purpose of the
26
27 65 present study was to characterize the outcrops and to obtain further data to allow a
28 66 better correlation amongst them.
29
30 67
31
32 68 2. Geologic context
33 69
34
35 70 The Camamu Basin is located in the coastline of the Brazilian state of Bahia,
36
37 71 between parallels 13° and 14° S, and it forms the southern extension of the
38
72 Recôncavo-Tucano-Jatobá rift system (Fig. 1) With an area of about 13,000 km2 (of
39
40 73 which emerged 2,000 km2), the Camamu Basin contains some accumulations of oil and
41
42 74 gas accumulations on land and at sea, all considered to originate from Eocretaceous
43
75 lacustrine source rocks of the Morro do Barro Formation (Gonçalves, 2000).
44
45 76 INSERT FIGURE 1
46
47 77 To the north, the border of the Camamu Basin with the Recôncavo and Jacuípe
48
78 basins is marked by the Barra Fault, an important regional feature that crosses the
49
50 79 basin from east to west. The Camamu and Jacuípe basins bound the Sao Francisco
51
52 80 craton in its eastern portion. To the south, the border with the Almada Basin is only
53
54
81 geographic, where a both structural and stratigraphic continuity between these basins
55 82 is observed.
56
57 83 The origin of the Camamu Basin, as well as of the remaining Meso-Cenozoic
58
59
84 basins of the Brazilian continental margin, is correlated with the process of crustal
60 85 stretching, which climaxed in the Gondwana breakup and the formation of the Atlantic
61
62
63
64
65
86 Ocean, following the model of the Brazilian continental margin (Ponte & Asmus, 1976;
1
87 Asmus & Guazelli, 1981; Chang et al., 1992).
2
3 88 The crystalline basement of the Camamu Basin is part of the Sao Francisco
4
5 89 craton (Almeida, 1977). It is characterized by the geotectonic units called Jequié Block
6
7
90 and Itabuna-Salvador-Curaçá Block (Barbosa & Sabaté, 2002, 2003). These units are
8 91 potential source areas of the basin and they are formed by a set of Archean and
9
10 92 Paleoproterozoic rocks.
11
12
93 According to Caixeta et al., (2007), the sedimentary package of the Camamu
13 94 Basin is formed of five supersequences: Paleozoic, pre-rift, rift, post-rift, and drift (Fig.
14
15 95 2).
16
17 96 INSERT FIGURE 2
18 97 The tectono-sedimentary evolution of the Camamu Basin might be described as
19
20 98 a succession of stages: (1) syneclyse, which precedes the beginning of the
21
22 99 development of the continental margin and comprises continental and marine
23 100 sediments of Permian age and which correspond, in lithostratigraphic terms, to the
24
25 101 Afligidos Formation; (2) pre-rift, which comprises the fluvial-lacustrine sediments of
26
27 102 Jurassic/Eocretaceous age of the Aliança, Sergi and Itaípe formations; (3) rift,
28 103 represented by Eocretaceous lacustrine deposits of the Morro do Barro and Rio de
29
30 104 Contas formations; (4) post-rift, which occurred in an environment of a sag-type basin,
31
32 105 represented by Aptian transitional sediments of the Taipus-Mirim Formation; and (4)
33 106 drift, which comprises the marine strata of Cretaceous to Tertiary age of the Algodões,
34
35 107 Urucutuca, Rio Doce and Caravelas formations (Netto & Ragagnin, 1990; Gonçalves et
36
37 108 al., 2000).
38 109 The pre-rift sequence – of Dom João – Rio da Serra (Neojurassic) age – was
39
40 110 originally distributed over a great geographic extension, controlled by the Afro-Brazilian
41
42 111 Depression (Estrela, 1972). Lithostratigraphically, the pre-rift section of the Camamu
43 112 Basin corresponds to the Brotas Group and to the Santo Amaro Group. The Brotas
44
45 113 Group includes the Aliança (Boipeba and Capianga members) and Sergi formations,
46
47 114 while the Santo Amaro Group is composed of the Itaparica, Água Grande, and
48 115 Candeias formations.
49
50 116 According to Caixeta et al. (2007), the sedimentation of this sequence is
51
52 117 characterized by sandy clastic sediments and shales deposited by interlaced rivers and
53 118 with aeolian rework. Lacustrine transgressions of regional nature are expressed by a
54
55 119 predominantly pelitic sedimentation, which characterizes the Capianga Member
56
57 120 (Aliança Formation) and the Itaparica Formation, units of interest because of their
58
121 lithology.
59
60
61
62
63
64
65
122 The sedimentation of this stage is characteristically formed of oxidized, reddish
1
123 sediments. In the Brazilian Northeast, the pre-rift sedimentation developed in the Afro-
2
3 124 Brazilian Depression, named by Cesero et al. (1972 apud Cesero et al., 1997) and
4
5 125 which comprised the area currently occupied by the Sergipe-Alagoas, Camamu and
6
7
126 Almada basins, in the south coast of the state of Bahia, including the Recôncavo,
8 127 Tucano and Jatobá basins and their African counterparts. Stratigraphically, the units of
9
10 128 the pre-rift sequence of the basins that developed in the Afro-Brazilian Depression are
11
12
129 considered correlated and of Neojurassic age.
13 130
14
15 131 4. Methodology
16
17 132
18 133 4.1. Samples analyzed and analytical procedures
19
20 134 The samples used in the present study were collected at five different outcrops
21
22 135 in the Camamu Basin (called Camamu 1, 2, 3, 4, and 5). These outcrops have been
23 136 considered correlated and belonging to the same sedimentary unit, an assumption that
24
25 137 will be investigated. The precise location of the sampling sites is shown in figure 3.
26
27 138 INSERT FIGURE 3
28 139 It must be highlighted that due to its stratigraphic location the Camamu 4
29
30 140 outcrop (Fig. 4) was deemed to belong to the Aliança Formation, Capianga Member
31
32 141 (pre-rift supersequence). As shown in figure 4, there is a local contact with sediments
33 142 identified as belonging to the Sergi Formation (Figure 2).
34
35 143 In the remaining outcrops, there is neither a contact nor a correlation with other
36
37 144 units. In all outcrops, the rock is described as being a reddish pelite with incipient
38 145 plane-parallel lamination, locally with carbonate nodules and associated with a fluvial-
39
40 146 lacustrine depositional environment.
41
42 147 INSERT FIGURE 4
43 148 Efforts were made to collect pelites that visually showed a lesser degree of
44
45 149 weathering alterations. However, the samples always showed evidence of intensive
46
47 150 weathering processes and oxidations. Macroscopically, the samples collected at the
48 151 five sampling sites were reddish argillites, locally with carbonate nodules always with
49
50 152 presence of white mica fragments.
51
52 153 Around 500 to 700 g of rocks were collected from each sampling site. Care was
53 154 taken not to contaminate the samples with fragments from other units; carbonate
54
55 155 nodules were rejected. A minimum of four samples was collected at each outcrop,
56
57 156 always maintaining a minimum distance of 1 m horizontally between each sampling
58
157 site, according to the methodology by Thomaz Filho & Lima (1979).
59
60
61
62
63
64
65
158 After being collect in the field, the samples were pounded in an agate mortar
1
159 and dried at < 70 0C, to obtain the so-called whole rock (WR) sample. The TR samples
2
3 160 were quartered in order to obtain fractions for X-ray diffractometry (XRD), X-ray
4
5 161 fluorescence (XRF), and mass spectrometry analyses.
6
162
7
8 163 4.2. Chemical analysis
9
10 164 Major elements and all trace elements, except for Sr and Nd, were determined
11
12
165 in 67 samples by X-ray fluorescence (XRF) technique by using a Rigaku Model RIX
13 166 2000 device set at 50 kV and 50 mA, in the Laboratory of X-ray Fluorescence of the
14
15 167 Geosciences Institute of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The
16
17 168 samples were prepared as compressed tablets obtained from 10 g of rock powder. The
18 169 chemical composition (major elements and trace elements) of the samples and their
19
20 170 corresponding averages are shown in Tables 1 and 3.
21
22 171
23 172 4.3. Isotopic analysis
24
25 173 Sm-Nd isotopic analyses were performed in the Center of Geochronological
26
27 174 Research of the University of Sao Paulo (CPGeo/USP). Rb-Sr analyses were
28 175 performed in the Laboratory of Isotopic Geology of the Federal University of Rio
29
30 176 Grande do Sul (LGI/UFRGS). Initially, the samples were dried under controlled
31
32 177 temperature (up to 70 ºC) in order to avoid damage to the structure of the clay
33 178 minerals. The semi-quantitative and quantitative determination of the Rb, Sr, Sm and
34
35 179 Nd contents was achieved by X-ray fluorescence. About 0.1 to 0.2 g of powdered rock
36
37 180 from each sample was dissolved with HNO3 and HF in Savilex vials, with the addition of
38 181 isotopic tracers. Rb, Sr and REEs were separated in cationic exchange AG-50W-X8
39
40 182 resin columns (200 to 400 mesh), and Sm was separated from Nd with anionic
41
42 183 exchange LN-B50-A resin columns (100 to 200 μm). Isotopic ratios were obtained
43 184 using a VG SECTOR 54 mass spectrometer, with multi-collection system and 1.0 V ion
44
45 185 beam, and Rb-Sr and Sm-Nd results were calibrated respectively against NBS-987
46
47 186 (Strontium carbonate, mean 0.71026 ± 0.000014) and La Jolla (mean 0.511859 ±
48 187 0.00001) standards. Blank values were lower than 150 pg for Sr and Sm and 750 pg
49
50 188 for Rb and Nd. The isotopic ratios obtained are shown in Tables 2 and 4.
51
52 189
53 190 4.3. Analysis by X-ray diffractometry
54
55 191 In the present work, X-ray diffractometry was used in order to help in the
56
57 192 chemical and isotopic interpretations, with the purpose of identifying clay minerals
58
193 present in the samples.
59
60
61
62
63
64
65
194 Analyses were performed in the Laboratory of X-ray Diffractometry of the
1
195 Institute of Geosciences of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The
2
3 196 equipment used was a Siemens diffractometer model Bruker aXS D500 equipped with
4
5 197 copper anode, nickel filter, 1° slits, 40 mA current, and 30 KV beam current.
6
7
198 Sample preparation followed the procedures described by Alves (1987), with
8 199 the slides undergoing three preparations, from which three spectra were obtained
9
10 200 (standard, glycolated, and calcined); their combined interpretation was used to identify
11
12
201 the clay minerals present in the samples, since their physical and chemical
13 202 characteristics show different responses to the treatments.
14
15 203 After these procedures, we performed the analyses, compared the
16
17 204 diffractograms, and identified the clay minerals by standard procedure according to
18 205 Brown & Brindley (1980) from the measure of the height of the major peaks.
19
20 206
21
22 207 5. Results
23 208
24
25 209 5.1. Classification and composition of the rocks analyzed
26
27 210 Macroscopically and as described previously, the samples collected were
28 211 reddish pelites, locally with carbonate nodules, always with white mica fragments.
29
30 212 The mineralogical composition of the clay fraction of the Camamu 2, 3, 4, and 5
31
32 213 samples is constituted mainly of illite (I), smectite (S), interstratified illite-smectite (IS)
33 214 as traces, and possibly quartz and K-feldspar. Kaolinite (K), illite (I), and quartz traces
34
35 215 prevailed in the Camamu 1 samples.
36
37 216 The rocks analyzed were classified according to the method proposed by
38 217 Herron (1988), which, according to Roddaz et al. (2006), is appropriate for clastic clay
39
40 218 rocks (Figure 5).
41
42 219 INSERT FIGURE 5
43 220 In the present proposition, most samples analyzed can be classified as Fe-
44
45 221 shales. These samples are characterized by high levels of Fe2O3 (8–12 %, Tab. 1).
46
47 222 INSERT TABLE 1
48 223
49
50 224 5.2. 87Sr/86Sr isotopic ratios and the "pseudo-isochrones"
51 87
52 225 Initially, the Sr/86Sr and 87
Rb/86Sr results of the samples were plotted in an
53 226 isochron chart (according to Ludwig's model, 2003). The purpose was the verify the
54
55 227 possibility of establishing the depositional age, since this method has been applied to
56
57 228 basal sections of basins of the Brazilian continental margin, with results that can be
58
229 correlated with depositional age (Silva et al., 2011a; Silva et al., 2006).
59
60
61
62
63
64
65
230 The Rb-Sr radiometric method is traditionally used to measure the absolute
1
231 ages in igneous rocks. In a sedimentary environment, characterized by lower
2
3 232 temperatures, the behavior of Rb and Sr ions varies. Rb is more easily adsorbed by
4
5 233 clay minerals, whilst Sr tends to be released from the crystalline structure of minerals
6
7
234 into interstitial fluids. It is assumed that this feature favors the process of Sr isotope
8 235 homogenization (i.e., isotope homogenization in sedimentary environment) during
9
10 236 sediment deposition (Compston & Pidgeon, 1962; Faure, 1986), a condition required
11
12
237 for Rb-Sr radiometric dating to be applied to sedimentary rocks.
13 238 If the assumption of Sr isotope homogenization in sediments during their
14
15 239 deposition is valid, a successful radiometric dating by Rb-Sr technique in sedimentary
16
17 240 rocks depends – as pointed out by Mizusaki (1992) and Mizusaki et al. (1998) – on
18 241 selecting samples with a high content of clay fraction formed primarily of expansive
19
20 242 clay minerals such as smectite and interstratified illite-smectite, preferably sampled
21
22 243 according to the recommendations of Thomaz Filho & Lima (1979).
23 244 As shown in figure 6, no isochron chart could be plotted with all results from the
24
25 245 isotopic ratios obtained for the five outcrops, due to their great dispersion. Therefore, a
26
27 246 selection of points was performed as proposed by Thomaz Filho & Lima (1979). The
28 247 points selected were plotted once more with the Isoplot statistical software (Ludwig,
29
30 248 2003), resulting in an isochrone of 470 ± 17 Ma (Fig. 7). As shown in figure 7, the
31
32 249 isotopic values used for obtaining the chart are represented mainly by samples from
33 250 the Camamu 2, 3, and 4 outcrops.
34
35 251 INSERT FIGURE 6
36
37 252 INSERT FIGURE 7
38 253 Possible reasons for the non-alignment of points of the Camamu 1 and 5
39
40 254 samples are:
41
42 255 · sediment provenance
43
256 · high level of chemical alteration (Tab. 1) when compared to the remaining
44
45 257 points
46
47 258 · slightly different mineralogical composition, especially of the Camamu 1
48
49 259 samples. XRD analyses of these samples did not show expansive clay
50 260 minerals, which favor isotopic homogenization of Sr.
51
52 261 In order to obtain preliminary information about the provenance of the units, we
53
54 262 plotted a 87Sr/86Sr x 1/Sr chart, which is being used to indicate contributions from mixed
55 263 sources. Figure 8 shows that the samples were usually located on the same straight
56
57 264 line, indicating a common source. However, some samples of the Camamu 1 and 5
58
59 265 outcrops did not fit in and drew a new straight line. This might indicate a contribution
60 266 from a new source.
61
62
63
64
65
267 INSERT FIGURE 8
1
268 With regard to the measured age of 470 ± 17 Ma (Fig. 7), it is deemed too old
2
3 269 as depositional age, due to the tectonic models proposed for the Camamu Basin
4
5 270 (Caixeta et al., 2007).
6
7
271 Therefore, one may hypothesize a "pseudo-isochrone", i.e., the points were
8 272 aligned in the chart, but this result has no geochronological significance. Even for the
9
10 273 samples collected at the different outcrops and positioned in individual isochrones, no
11
12
274 actual value was obtained for the sedimentation age. The values obtained were always
13 275 higher than expected, considering the current knowledge on this sedimentary section.
14
15 276 The results obtained can be associated with the abundant presence of detritic
16
17 277 muscovite in the samples, even in the fine fraction. Mica contributed with Sr from the
18 278 source rock; moreover, its structure does not allow the isotopic homogenization of Sr
19
20 279 (Mizusaki, 1992), thus, contributing to obtain anomalous results. The results obtained
21
22 280 might be further attributed to a possible contribution of K-feldspar, according to results
23 281 of the X-ray diffraction analyses.
24
87
25 282 Table 2 shows that Sr/86Sr values are high, evidencing contributions from
26
27 283 fragments of old continental rocks, whose source will be verified next.
28 284 INSERT TABLE 2
29
30 285
31
32 286 5.2. Characteristics of the total rock geochemistry
33 287 The geochemical composition of sedimentary rocks is a complex function of
34
35 288 various variables such as source material, weathering, transportation, physical sorting,
36
37 289 and diagenesis (Middleton, 1960; Piper, 1974; Bhatia, 1983; McLennan, 1989; Cox &
38 290 Lowe, 1995).Examples of using geochemical data from sediments for understanding
39
40 291 sedimentary processes such as weathering, provenance, diagenesis, sorting, and
41
42 292 recycling are increasing in the literature because of the sensitiveness of some key
43 293 trace elements in identifying minor components that are not readily recognized
44
45 294 petrographically (e.g., Hiscott,1984; Garver et al.,1996).
46
47 295 The chemical composition of samples represents their primary mineralogy,
48 296 which frequently underwent intense pre- and post-depositional chemical weathering
49
50 297 processes (Nesbitt & Young, 1982). According to Button & Tyler (1979), cations such
51
52 298 as Al, K, Mg, and Rb are always retained in weathering profiles, while cations of
53 299 smaller ionic range, such as Na, Ca, and Sr, are rapidly leached and removed from the
54
55 300 system. In addition, the amount of elements that is lost is proportional to the extent of
56
57 301 the weathering. Table 1 shows the results of XRF analyses of samples from selected
58
302 outcrops of the Camamu Basin.
59
60
61
62
63
64
65
303 The charts were initially drawn based on the abundance of Al2O3 and taking into
1
304 account that the samples come from predominantly clay rocks. The variance charts for
2
3 305 the samples show some trends, as seen in figures 9 and 10.
4
5 306 INSERT FIGURE 9
6
307 INSERT FIGURE 10
7
8 308 This suggests that the abundance of elements is controlled by the content of
9
10 309 clay minerals. Pelites have higher K2O and are depleted of Na2O, revealing a higher
11
12
310 proportion of clay minerals, especially illite and interstratified illite-smectite, according
13 311 to XRD analyses.
14
15 312 Although potassium is thought to be highly soluble in water, it tends to be
16
17 313 conserved in some pelites because of the chemical stability of illite (Norrish &
18 314 Pickering, 1983). Illite is relatively resistant to weathering and is potentially stable in
19
20 315 soils except under extreme weathering conditions.
21
22 316 CaO values are very low (Table 1), which might indicate a very quick alteration
23 317 of plagioclase, according to criteria of Roser (2000). No traces of plagioclase were
24
25 318 found in the fine fraction of the samples.
26
27 319 TiO2 and Al2O3 are refractory oxides that are highly resistant to weathering in all
28 320 but the most extreme environments, for example in long-lived weathering profiles in hot
29
30 321 and humid conditions (Hill et al., 2000). This geochemical information contrasts with
31
32 322 CaO, Na2O and Sr, which are relatively mobile and can be easily lost from pelites, Rb
33 323 tends to be incorporated into clay minerals by adsorption and cation exchange during
34
35 324 chemical weathering of fresh continental rock (Nesbitt et al., 1980). There is a strong
36
37 325 negative correlation between Na2O and Rb which indicates that clay minerals in the
38 326 clay mineral-rich fraction host the Rb. Elevated Rb and depleted CaO and Sr might
39
40 327 suggest more intense weathering conditions in the hinterland but could alternatively be
41
42 328 explained by a more felsic, Rb-rich source rock. Incompatible elements such as Rb, Y,
43 329 Th and U are preferentially fractionated into melts during crystallization (e.g. Hall, 1996
44
45 330 and references therein) and as a result these elements are enriched in felsic rather
46
47 331 than mafic rocks.
48 332 According to the proposition by Taylor & McLennan (1985), Zr occurs
49
50 333 predominantly in the assembly of heavy minerals. The Camamu 1 samples show a
51
52 334 significantly increased Zr. Due to the mineralogy (prevalence of kaolinite) and their
53 335 chemical contents, these samples form the potentially most weathered set, which
54
55 336 would explain the higher concentration of resistate minerals, such as zircon.
56
57 337 With regard to minor elements, we found that barium (Ba) concentrations are, in
58
338 average, always higher than those of strontium (Sr). These elements usually tend to
59
60
61
62
63
64
65
339 accompany calcium (Ca) in detritic minerals, such as feldspar and mica, but they are
1
340 also found in clay minerals.
2
3 341 As shown in table 3, the average chemical compositions (major and trace
4
5 342 elements) of the sampling sites were compared among them, as well as with the
6
7
343 preliminary results obtained from correlated sedimentary units of Paleozoic and pre-rift
8 344 sections of the Recôncavo Basin (Silva et al., 2011b). We found that the chemical
9
10 345 signatures of the studied Camamu outcrops are very similar not only amongst them,
11
12
346 but also to those of the Aliança Formation (Capianga Member), Recôncavo Basin pre-
13 347 rift (Figure 2, Table 3). This similarity suggests that the sampling points are part of the
14
15 348 same sedimentary unit, which is correlated with the Aliança Formation (Capianga
16
17 349 Member), thus corroborating the assumption for the Camamu 4 outcrop.
18 350 The samples of the Aliança Formation (Capianga Member, Silva et al., 2011b)
19
20 351 of the Recôncavo Basin are pelites and have kaolinite, illite, smectite, and interstratified
21
22 352 illite-smectite as traces in their fine fraction. Based on the average chemical
23 353 composition of the samples of the Capianga Member, they were classified as
24
25 354 Fe-shales (Fig. 5), and according to table 3 the average CIA value is 80.9. These data
26
27 355 are further evidences of similarity with the sampling points of the Camamu Basin.
28 356 INSERT TABLE 3
29
30 357
31
32 358 5.3. Chemical Index of Alteration (CIA)
33 359 The degree of weathering in source rocks can be obtained by various chemical
34
35 360 indices, based on the composition in terms of major elements.
36
37 361 Herein, in order to measure the degree of weathering, we used the CIA index
38 362 (Nesbitt & Young, 1982), which is based on the proposition that during chemical
39
40 363 weathering the prevailing processes are feldspar degradation and clay minerals
41
42 364 formation. The CIA (calculated as CIA= 100xAl2O3/Al2O3+CaO*+Na2O+K2O) of pelites
43 365 of the Camamu Basin is given in table 1 and shows that a progressive weathering
44
45 366 leads to loss of Na, Ca and K and increases Al values, as highlighted by Andersson et
46
47 367 al. (2004).
48 368 The CIA, therefore, could potentially be a useful index to characterize pelites in
49
50 369 terms of the degree of weathering of the sediment source and in terms of variable
51
52 370 source terrains for the Camamu samples. Worldwide average shale CIA values range
53 371 between about 70 and 75; fresh granites give values of around 50 (Visser & Young,
54
55 372 1990) while extreme weathering could produce values approaching 100. Camamu
56
57 373 samples have CIA between 71.63 and 91.03 indicative of a high degradation. The
58
374 average CIA of Camamu 1 samples is higher, suggesting stronger weathering
59
60
61
62
63
64
65
375 processes, which is evidenced by the mineralogical composition, in which kaolinite and
1
376 illite prevail.
2
3 377 For Goldberg & Humayun (2010), high CIA values could be associated with a
4
5 378 humid tropical or temperate climate with heavy rains, favoring the development of
6
7
379 extensive vegetation. Therefore, such could have been the climatic conditions during
8 380 the pre-rift deposition, since CIA values are elevated and the mineralogical composition
9
10 381 indicates high chemical weathering.
11
12
382 When plotting the Al/Na ratio x CIA (Fig. 11), the samples are positioned in
13 383 fields corresponding to intermediate to extreme weathering, although under almost
14
15 384 anomalous conditions, since they showed near zero values for Na2O.
16
17 385 Kaolinite-enriched sediments (Camamu 1) coupled with high Sr ratios and low
18 386 εNd suggest intense chemical weathering in the hinterland concerning Kessarkar et al.
19
20 387 (2003).
21
22 388 INSERT FIGURE 11
23 389
24
25 390 5.4. Correlations amongst Nd, provenance and geochemistry
26
27 391 The relatively immobile character of rare earth elements (REE) in most
28 392 sedimentary processes (DePaolo, 1988; McLennan et al., 1990) allows the application
29
30 393 of the Sm-Nd isotopic system to provenance research, even considering a possible
31
32 394 slight modification of parameters during the sedimentary cycle (Awwiller & Mack, 1991;
33 395 Zhao et al., 1992). According to McLennan et al. (1990), erosion, transport and
34
35 396 deposition processes hardly affect the Sm-Nd system, and the measured ratios and
36
37 397 calculated parameters in sedimentary rocks will faithfully reflect the characteristics of
143
38 398 the source rock. Therefore, Nd/144Nd isotopic ratios, model age (TDM) and
39
40 399 parameters such as εNd have been used as provenance tracers in recent sediments
41
42 400 (McLennan et al., 1990), Paleozoic turbidites (Gleason et al., 1995), and
43 401 Neoproterozoic siltstones and sandstones (Farmer et al., 2001).
44
143
45 402 Relatively lower Nd/144Nd ratios (144Nd is the reference stable isotope) indicate
46 143
47 403 crustal sources, while higher Nd/144Nd ratios suggest the input of mantle-derived
48 404 juvenile material (DePaolo, 1988). The difficult visualization of the meaning of Nd ratios
49
50 405 is overcome by the εNd parameter and by mantle extraction ages TDM. Positive or near-
51
52 406 zero εNd values, and TDM values near the crystallization age of an igneous suite,
53 407 correspond to juvenile, mantle-derived components. On the other hand, negative
54
55 408 results and significant difference between ages of extraction (T DM) and crystallization
56
57 409 point to contamination by inherited, crustal material.
58
59
60
61
62
63
64
65
410 Weathering does not influence Nd isotopes and εNd correlates well with the clay
1
411 mineral associations, indicating source rock composition or mixing of source
2
3 412 sediments.
4
5 413 The TDM model ages for the samples analyzed (Table 4) did not show any
6
7
414 directly proportional correlation with εNd values.
8 415 INSERT TABLE 4
9
10 416 Sometimes, the explanation for this non-correlation is the fact that calculation of
11
12
417 the TDM model age is based on the idea that the 147Sm/144Nd ratio of the Earth's crust is
13 418 more or less homogeneous (including granitic rocks and detritic sediments) of
14
15 419 approximately 0.12 ± 0.02.
16 147
17 420 Therefore, in the case of the studied samples, whose Sm/144Nd ratios did not
18 421 fit this assumption, there might have been a fractionation between Sm and Nd. This
19
20 422 means that the TDM model age, calculated based on this ratio, cannot be considered as
21
22 423 the age of the Earth's crust formation.
23 424 As shown in the chart εNd versus TDM age (Fig. 12), the results show that the
24
25 425 samples originate from Paleoproterozoic rocks of the São Francisco craton. This
26
27 426 interpretation is based on εNd values at the time of deposition of the sediments
28 427 (approximately 150 Ma), since their values are around -25 and -15, a characteristic
29
30 428 signature of Paleoproterozoic rocks of the São Francisco craton from the Itabuna-
31
32 429 Salvador-Curaçá orogen (Barbosa & Sabaté, 2002; 2003).
33 430 INSERT FIGURE 12
34
35 431
36
37 432 6. Conclusions
38 433 The samples collected from outcrops of the Camamu Basin can be described
39
40 434 as homogeneous, reddish, micaceous pelites showing dispersed carbonate nodules.
41
42 435 They show good chemical and isotopic similarity in terms of total rock and, therefore, it
43 436 is assumed that they are from the same sedimentary unit. Based on the geochemistry
44
45 437 of total rock, this sedimentary unit might also be correlated with the Aliança Formation
46
47 438 (Capianga Member), Recôncavo Basin pre-rift.
48 439 When plotted in classification charts, most of these samples show to be Fe-
49
50 440 shales, since Fe2O3 values are high.
51
52 441 The mineralogical composition based on analyses by X-ray diffractometry
53 442 (XRD) shows illite, interstratified illite-smectite, smectite, kaolinite, and traces of K-
54
55 443 feldspar and quartz. Samples of the Camamu 1 outcrop were kaolinite-enriched,
56
57 444 showing a strong weathering process. The CIA is increased and its results allow
58
445 associating climatic conditions during the depositional age with a humid tropical or
59
60
61
62
63
64
65
446 temperate climate, with heavy rains that favored the development of extensive
1
447 vegetation and strong chemical weathering.
2
3 448 The evidences of provenance obtained with Nd isotopes show a contribution
4
5 449 from Paleoproterozoic rocks of the São Francisco craton of the Itabuna-Salvador-
6
7
450 Curaçá Block (Barbosa & Sabaté, 2002; 2003).
8 451
9
10 452 Acknowledgements
11
12 453 The first author is grateful to all who contributed to this work. Special thanks are
13 454 due to the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) for
14
15 455 the grant awarded at the early period of this doctorate program; to Petrobras for their
16
17 456 help and support in the field studies; to the Laboratory of Geochronological Research
18 457 (LGR) of the Geosciences Institute of the University of São Paulo; and to
19
20 458 CPRM/Serviço Geológico do Brasil.
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44
45 618 921-940.
46
47 619
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
620 Figure Captions
1
621
2
3 622 Figure 1 - Location map of the Camamu Basin, northeast Brazil
4
5 623
6
7 624 Figure 2 – Stratigraphic chart of the Camamu Basin (modified from Caixeta et al.,
8 625 2007).
9
10 626
11
12 627 Figure 3 – Map of the Recôncavo Basin and location of the sampling sites.
13
14
628
15 629 Figure 4 – Detailed photograph of the Camamu 4 outcrop.
16
17 630
18
19 631 Figure 5 – Classification of the rocks analyzed (modified from Herron, 1988).
20
632
21
22 633 Figure 6 – 87Rb/86Sr vs. 87Sr/86Sr chart.
23
24 634
25
26 635 Figure 7 – Refined isochron diagram for the samples of the Camamu Basin, according
27 636 to Ludwig's model (2003).
28
29 637
30
31 638 Figure 8 – Scatter plot of 87 Sr/ 86 Sr vs 1/Sr concentration.
32
639
33
34 640 Figure 9 – Variation of major elements (oxides) with Al2O3.
35
36 641
37
38 642 Figure 10 – Variation of trace elements with Al2O3.
39 643
40
41 644 Figure 11 - Scatter plot of Al/Na ratio versus chemical index of alteration - CIA
42
43 645 (modified from Servaraj and Arthur, 2006).
44
45
646
46 647 Figure 12 - εNd vs. Time (DePaolo, 1981) with the studied samples.
47
48 648
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
649 Table Captions
1
650
2
3 651 Table 1 – Chemical composition of the samples collected at the Camamu Basin.
4
5 652 Oxides in % of weight, trace elements in ppm, and CIA in %.
6
7 653
8 654 Table 2 – Rb and Sr isotopic ratios of the Camamu Basin samples. Error values of the
9
10 655 isotope ratios are expressed as absolute SD.
11
12 656
13
14
657 Table 3 – Average chemical composition of samples of the Camamu Basin and of pre-
15 658 rift sedimentary units of the Recôncavo Basin (Source: Silva et al., 2011b). Oxides in %
16
17 659 of weight, and trace elements in ppm.
18
19 660
20 661 Table 4 – Sm and Nd isotopic ratios of the Camamu Basin samples. Error values of the
21
22 662 isotope ratios are expressed as absolute SD.
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
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35
36
37
38
39
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48
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55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
Figure1
Figure2
Figure3
Figure4
Figure5
Figure6

0.820
Camamu 1
0.800
Sr/ Sr

Camamu 2
86

0.780
Camamu 3
87

0.760 Camamu 4

0.740 Camamu 5

0.720
0 5 10 15 20
87 86
Rb/ Sr
Figure7
Figure8

0.83
camamu 1
camamu 2
0.80
camamu 3
Sr/86Sr

camamu 4
0.77
camamu 5
87

0.74

0.71
0 0.01 0.02 0.03
1/Sr
Figure9
Figure10
Figure11
Figure12
Table1
1
2
3
4 D:KZ>DEd dZ>DEd
SAMPLE /
5 SiO2 Al2O3 TiO2 Fe2O3 (T) MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 P.F. Total Y Pb Ni Co Cu Ga Sr Zr Zn Nb Rb As Cr Ba
6 CAMAMU 1             
7 VA 01 56.1 19.6 1.16 11.31 0.04 1.25 0 0 2.4 0.02 7.3 99.08 81 43 60 107 55 74 40 477 108 132 428 19 266 711 89.30
8 VA 02 54.8 21.4 1.04 9.73 0.02 1.24 0.08 0 1.8 0.06 8.3 98.49 69 65 60 72 50 56 74 528 98 115 355 25 189 1082 92.01
9 VA 03 62 13.8 1.35 12.08 0.04 1.25 0 0.44 2.6 0.02 5.3 98.83 96 35 60 118 51 79 43 578 114 149 460 21 355 810 82.22
10 VA 04 57.7 20.4 1.06 9.75 0.04 1.33 0 0 2.3 0.07 7.8 100.4 88 57 60 78 54 58 86 486 142 119 400 24 226 1075 89.81
11 VA 05 55.5 21.7 0.92 8.74 0.03 1.48 0.09 0 2 0.1 8.3 98.87 85 75 15 57 53 53 105 467 140 105 354 28 167 1134 91.13
12 VA 06 57.5 20.8 1 8.73 0.04 1.32 0 0 2.2 0.06 8 99.7 76 68 16 61 50 56 75 524 138 106 373 25 166 927 90.33
13 VA 07 58.3 20.3 1.01 8.67 0.03 1.15 0 0 2 0.06 7.6 99.1 70 76 15 59 49 52 72 575 139 108 350 27 182 912 91.03
14 VA 08 55.7 21.8 0.93 8.65 0.03 1.59 0.09 0 2.2 0.11 8.2 99.28 87 53 16 57 48 53 112 453 101 103 372 22 151 1333 90.54
15 VA 09 55.4 20.3 1.16 10.9 0.03 1.61 0.08 0 2.5 0.02 7.4 99.32 87 44 60 94 53 72 49 509 113 126 447 19 243 725 88.86
16 VA 10 55.4 20.8 1.06 9.76 0.03 1.61 0.08 0 2.3 0.08 7.8 98.99 91 66 19 74 49 59 91 489 111 120 413 25 213 1030 89.59
17 VA 11 57.5 19.9 1.09 9.51 0.04 1.26 0 0 2.3 0.03 7.3 99 73 43 17 72 47 60 43 523 101 118 398 18 195 716 89.70
18 VA 12 57.9 20.9 0.93 8.01 0.04 1.28 0 0 2.2 0.1 7.8 99.06 69 46 17 49 47 49 93 468 99 97 352 20 176 1066 90.62
19 VA 13 57 22 0.87 7.59 0.04 1.34 0 0 2.2 0.11 8.2 99.29 69 56 17 46 47 46 106 446 102 92 345 22 158 1277 91.03
20 VA 14 56.6 21.5 0.99 8.74 0.05 1.66 0 0 2.6 0.07 7.8 100.1 81 47 20 62 56 53 78 469 129 104 405 20 175 952 89.30
21 VA 15 58.5 19.7 0.94 8.28 0.04 1.4 0 0 2.3 0.02 7.2 98.31 58 39 18 56 46 53 37 367 93 98 374 15 174 649 89.45
22 VA 16 57 21.6 0.91 8.12 0.04 1.38 0 0.49 2.2 0.11 8 99.89 77 59 23 53 49 50 109 464 109 92 357 23 162 1257 88.80
23 CAMAMU 2             
24 VA 17 62.2 18 0.9 7.02 0.1 2.37 0 0 5.2 0.13 5.5 101.3 177 31 77 51 111 42 258 251 219 82 510 17 204 3037 77.64
25 VA 18 60.5 16 1.02 8.07 0.19 2.68 0 0 5.1 0.03 5.1 98.58 186 36 75 70 120 51 158 258 264 95 590 17 262 2707 76.00
26 VA 19 57.6 17.9 0.95 7.63 0.07 2.55 0 0 4.5 0.06 7 98.18 208 35 71 61 117 46 163 246 228 92 557 15 240 2300 79.96
27 VA 20 57.2 19.1 0.95 8.13 0.15 2.82 0 0 4.5 0.08 6.8 99.63 235 38 73 78 129 54 177 239 241 100 563 17 245 2563 81.07
28 VA 21 56.8 18.6 1.02 8.77 0.09 2.56 0 0 4.1 0.04 6.7 98.68 251 35 71 82 133 56 93 245 229 108 568 16 327 1854 81.93
29 VA 22 57.6 18.5 1.06 9.14 0.06 2.6 0 0.44 4.2 0.04 6.9 100.6 255 34 67 89 136 59 86 251 233 116 577 17 279 1788 80.11
30 VA 23 60.5 17.6 1.02 8.52 0.08 2.48 0 0.44 4.1 0.06 6.7 101.4 266 35 60 81 127 54 108 265 206 111 575 17 267 1816 79.60
31 VA 24 56.9 20.2 0.86 7.59 0.12 2.51 0 0 4 0.11 7.2 99.41 287 37 83 68 137 48 151 234 221 104 557 16 206 2703 83.45
32 VA 25 55.4 19.5 0.94 8.43 0.47 2.59 0 0.22 3.9 0.14 7.4 98.93 286 36 84 245 160 55 153 238 217 111 556 17 213 3218 82.71
33 VA 26 55.7 19.2 0.94 9.16 0.47 2.65 0 0.36 3.8 0.09 7.3 99.8 311 46 92 160 177 58 109 238 244 119 572 18 236 2624 82.07
34 VA 27 57 19.7 0.96 7.75 0.14 2.44 0 0 3.7 0.13 7.3 99.2 280 35 77 91 140 49 132 255 227 107 512 14 239 3556 84.25
35 VA 28 56.6 20 0.95 7.69 0.13 2.27 0 0.47 3.5 0.19 7.5 99.35 253 34 71 74 123 50 136 258 201 103 482 14 218 4519 83.30
36 VA 29 56 21.6 0.91 7.78 0.14 2.11 0 0 3.5 0.08 7.7 99.75 160 41 52 139 116 55 107 246 143 94 466 15 240 1904 86.01
37 VA 30 56.2 20.8 1.02 8.23 0.07 2.16 0 0 3.4 0.07 7.2 99.14 159 38 51 98 123 54 106 257 150 98 461 17 247 1615 85.78
38 VA 31 56.8 21 0.93 7.47 0.07 2.08 0 0 3.4 0.13 7.5 99.29 161 37 51 71 120 50 116 262 152 91 455 15 229 2839 86.12
39 CAMAMU 3             
40 VA 32 54.1 20.9 0.89 8.77 0.03 2.33 0 0 4.4 0.11 7.8 99.15 134 40 31 62 99 61 97 246 124 95 573 18 238 3023 82.68
41 VA 33 55.7 20.6 0.9 8.47 0.15 2.4 0 0 4.3 0.15 6.8 99.4 150 45 50 71 120 60 108 243 137 93 561 19 217 3870 82.83
42 VA 34 55.2 20.9 0.92 8.62 0.04 2.57 0 0 4.4 0.1 6.9 99.68 128 36 41 70 115 61 86 238 147 91 576 16 221 2767 82.65
43 VA 35 56.4 19.9 0.9 8.35 0.13 2.62 0 0.48 4.4 0.05 7 100.2 127 36 54 79 137 58 67 235 226 91 585 16 233 2167 80.30
44 VA 36 56.5 18.8 0.96 9.32 0.33 2.89 0.08 0 4.5 0.05 6.4 99.76 142 41 62 136 177 62 73 246 268 98 614 17 247 2438 80.50
45 VA 37 57.1 20.2 0.85 7.9 0.08 2.79 0 0 4.6 0.12 6.8 100.3 167 40 73 55 148 54 130 231 336 90 582 16 223 3349 81.51
46 VA 38 57.1 18.7 0.94 9.36 0.1 2.83 0 0 4.9 0.07 6 99.92 166 43 60 91 117 62 93 240 346 96 653 18 251 2885 79.32
47
48
49
1
2
3
4
5
6
7
8
D:KZ>DEd dZ>DEd
9 SAMPLE /
SiO2 Al2O3 TiO2 Fe2O3 (T) MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 P.F. Total Y Pb Ni Co Cu Ga Sr Zr Zn Nb Rb As Cr Ba
10
CAMAMU 4             
11
VA 39 55.1 21.9 1.01 8.38 0.02 1.91 0 0 3.4 0.11 7.6 99.42 106 87 47 58 67 54 241 270 129 87 438 27 260 1979 86.41
12
VA 40 54.5 22 0.97 8.31 0.03 2.07 0 0 3.7 0.06 7.7 99.3 110 35 53 63 77 57 157 254 145 90 467 16 267 1510 85.68
13
VA 41 56.9 19.7 0.91 7.7 0.06 2.52 0 0 5 0.08 6.1 99.35 193 27 66 57 100 49 237 240 207 92 586 12 240 2963 79.80
14
VA 42 57.7 19.3 0.9 7.73 0.08 2.6 0 0 5.5 0.06 5.7 99.6 193 31 69 60 93 47 223 239 216 91 566 13 218 2558 77.94
15
VA 43 57.9 17.9 0.91 7.77 0.08 2.63 0 0.44 6.3 0.02 4.9 98.85 168 30 71 59 80 46 160 224 221 86 573 13 218 2505 72.62
16
VA 44 59.3 18.3 0.88 7.31 0.05 2.6 0 0 6.6 0.19 5 100.1 195 27 71 49 80 44 368 239 223 89 544 12 202 5074 73.44
17
VA 45 58.4 18.2 0.94 7.88 0.1 2.73 0 0 6.3 0.02 5.1 99.6 151 33 73 62 85 50 160 232 229 86 589 13 235 2500 74.26
18
VA 46 57.7 18 0.91 7.47 0.06 2.62 0 0.43 6.4 0.06 4.8 98.44 144 26 66 51 82 47 240 238 204 84 556 11 211 2653 72.49
19
VA 47 57.8 18.1 0.87 7.76 0.25 2.54 0 0.46 6.7 0.09 4.9 99.37 143 31 72 55 88 47 247 218 208 82 591 13 204 3277 71.63
20
VA 48 56.6 19.3 0.93 7.32 0.02 2.41 0 0.4 5.4 0.12 6 98.47 105 31 54 43 72 47 299 249 179 78 580 13 216 3453 77.01
21
VA 49 57 20.3 1.02 7.33 0.02 2.32 0 0.46 4.1 0.14 6.5 99.19 123 36 59 49 81 50 300 283 176 86 524 13 245 3619 81.70
22
VA 50 56.3 19.8 1.02 8.12 0.03 2.38 0 0 4.4 0.23 6.5 98.68 177 34 61 55 92 53 411 275 195 94 564 15 244 5399 81.96
23
24 VA 51 54.3 20.4 0.93 8.06 0.48 2.5 0 0 4.7 0.33 6.8 98.44 257 34 115 80 114 47 514 252 250 99 575 16 236 8965 81.36
25 VA 52 56.1 19.3 1.06 8.48 0.1 2.57 0 0 4.9 0.05 6.7 99.26 222 29 76 68 106 57 194 259 221 106 590 15 268 2656 79.69
26 VA 53 56 20.4 0.97 7.14 0.04 2.4 0 0 4.6 0.11 6.9 98.52 213 31 69 47 88 47 311 272 183 95 527 12 221 3186 81.66
27 CAMAMU 5             
28 CA 01 56.8 20.5 0.77 8.43 0.02 2.61 0.12 0 3.8 0.1 7.8 100.9 3 26 27 53 61 55 96 253 159 105 569 17 149 853 83.95
29 CA 02 56.9 20.4 0.82 8.49 0.02 2.58 0.12 0 4 0.11 7.7 101.1 150 24 27 52 56 61 195 271 151 105 588 18 153 1673 83.09
30 CA 03 56.8 20.1 0.78 8.79 0.03 2.44 0.12 0 3.7 0.13 7.9 100.8 143 29 21 57 47 54 173 261 136 103 553 18 150 2154 84.20
31 CA 04 61.1 18.1 0.86 7.63 0.09 2.04 0 0 3.3 0 7.3 100.4 105 28 18 45 43 50 121 322 112 100 465 18 137 1264 84.61
32 CA 05 60.1 18.1 0.89 7.96 0.02 2.18 0.08 0.33 3.2 0.08 7.1 100 101 34 17 45 41 54 130 349 117 101 474 18 142 1208 83.43
33 CA 06 57.9 19.6 0.82 7.08 0.02 1.96 0 0 3.1 0.13 7.9 98.55 87 22 15 36 41 48 170 338 114 94 429 14 139 1416 86.25
34 CA 07 59.4 17.4 0.91 9.04 0.02 2.13 0 0 3.6 0.1 6.6 99.15 116 39 20 62 54 57 124 309 161 114 540 21 164 1208 82.78
35 CA 08 61.6 19 0.82 5.99 0.02 2.07 0 0 3 0.14 7.3 99.82 109 36 27 24 64 41 179 355 153 92 426 12 128 1989 86.46
36 CA 09 60.8 19.2 0.82 5.88 0.02 1.93 0 0 2.9 0.13 8 99.78 88 33 25 21 47 40 165 359 116 88 399 14 124 1686 86.94
37 CA 10 59.2 19.1 0.82 6.25 0.02 1.89 0 0 3.2 0.11 7.8 98.39 99 36 17 27 37 48 185 325 129 90 451 14 120 2081 85.71
38 CA 11 56.7 18.7 0.83 8.89 0.02 2.38 0.08 0 3.6 0.08 7.8 98.93 126 33 22 60 62 56 110 273 194 107 623 22 152 1138 83.52
39 CA 12 55.7 18.8 0.84 9.39 0.02 2.18 0.08 0 3.3 0.17 8.1 98.55 155 34 23 67 70 56 298 289 171 113 534 27 149 2330 84.96
40 CA 13 59.4 19.7 0.78 6 0.02 2.24 0 0.42 3.3 0.12 7.3 99.3 101 32 28 29 48 43 194 301 158 84 478 13 124 2395 84.30
41 CA 14 58.8 19.4 0.78 6.32 0.02 2.4 0 0.37 3.5 0.12 7.1 98.85 111 33 40 33 54 46 211 298 190 85 521 14 120 2423 83.32
42
43
44
45
46
47
48
49
Table2
1
2
3
4
5
87 86 87 86 87 86 87 86
6 SAMPLE Rb/ Sr Error Sr/ Sr Error SAMPLE Rb/ Sr Error Sr/ Sr Error
7 CAMAMU 1 CAMAMU 3
8 VA-01 15.469 0.116 0.81945 0.00015 VA-32 9.41782 0.0780 0.77743 0.00003
9 VA-02 6.191 0.043 0.76890 0.00003 VA-33 9.18106 0.1465 0.77625 0.00002
10 VA-03 14.365 0.107 0.81845 0.00002 VA-34 10.81693 0.0907 0.78804 0.00002
11 VA-04 7.543 0.058 0.76933 0.00003 VA-36 13.22064 0.1476 0.80161 0.00002
12 VA-05 7.302 0.067 0.77884 0.00001 VA-37 7.00173 0.0585 0.76673 0.00001
13 VA-06 4.19 0.027 0.72500 0.00004 VA-38 10.78640 0.0946 0.78903 0.00001
14
VA-07 6.804 0.048 0.76858 0.00005 CAMAMU 4
15
VA-08 12.395 0.093 0.80415 0.00004 VA-39 2.70938 0.0207 0.73385 0.00001
16
VA-09 4.553 0.032 0.76059 0.00002 VA-40 4.51921 0.0351 0.74477 0.00001
17
18 VA-10 6.189 0.044 0.76765 0.00002 VA-41 4.06828 0.0352 0.73784 0.00000
19 VA-11 12.313 0.088 0.80169 0.00003 VA-42 4.05274 0.0345 0.74147 0.00001
20 VA-12 5.737 0.047 0.76022 0.00001 VA-43 5.88240 0.0512 0.75513 0.00002
21 VA-13 5.022 0.036 0.76387 0.00001 VA-44 2.45589 0.0213 0.73217 0.00001
22 VA-14 6.895 0.05 0.77663 0.00003 VA-45 5.97469 0.0519 0.75637 0.00001
23 VA-15 14.709 0.115 0.81239 0.00008 VA-46 3.88710 0.0336 0.74028 0.00001
24 VA-16 4.646 0.033 0.75513 0.00012 VA-47 3.97380 0.0352 0.74068 0.00001
25 CAMAMU 2 VA-48 3.25040 0.0282 0.73644 0.00000
26 VA-17 3.37586 0.0296 0.73878 0.00001 VA-49 2.87388 0.02424 0.73581 0.00001
27 VA-18 6.08820 0.0525 0.75574 0.00001 VA-50 2.18201 0.01816 0.73313 0.00000
28 VA-19 5.65505 0.0476 0.75455 0.00001 VA-51 1.82305 0.01573 0.73088 0.00000
29 VA-20 6.34870 0.0748 0.75451 0.00002 VA-53 3.11844 0.02899 0.73541 0.00001
30 VA-21 8.43510 0.0673 0.77884 0.00002 CAMAMU 5
31 VA-22 10.42728 0.0877 0.78566 0.00003 CA-01 10.24895 0.08824 0.76312 0.00001
32
VA-23 8.38790 0.0700 0.77145 0.00002 CA-02 6.76421 0.08485 0.73842 0.00001
33
VA-24 6.10938 0.0509 0.76078 0.00001 CA-03 4.97022 0.03996 0.74723 0.00001
34
35 VA-25 5.69371 0.0474 0.75896 0.00001 CA-04 7.32612 0.25619 0.76025 0.00002
36 VA-26 8.23868 0.0674 0.77485 0.00001 CA-05 7.40417 0.16504 0.74251 0.00001
37 VA-27 6.21649 0.0503 0.76401 0.00002 CA-06 3.99433 0.03054 0.73279 0.00001
38 VA-28 6.66539 0.0555 0.76430 0.00001 CA-07 6.67668 0.05331 0.74140 0.00001
39 VA-29 6.75423 0.0523 0.76818 0.00002 CA-08 6.02965 0.06585 0.78556 0.00002
40 VA-30 6.87681 0.0531 0.76881 0.00002 CA-09 4.39125 0.03402 0.73161 0.00002
41 VA-31 6.24680 0.0487 0.76605 0.00002 CA-10 4.78777 0.03921 0.73422 0.00001
42 CA-12 2.67524 0.02124 0.72494 0.00001
43 CA-13 4.37411 0.03590 0.73156 0.00001
44 CA-14 4.30932 0.03609 0.73125 0.00001
45
46
47
48
49
Table3
1
2
3
4
5
6 OUTCROP CAMAMU BASIN RECÔNCAVO BASIN*
7 RESULT Camamu 1 Camamu 2 Camamu 3 Camamu 4 Camamu 5 Capianga Cazumba Itaparica
8 SiO2 57.0 57.5 56.0 56.8 58.7 54.5 66.7 48.5
9 Al2O3 20.4 19.2 20.0 19.5 19.1 17.8 15.9 18.5
10
11 TiO2 1.0 1.0 0.9 0.9 0.8 1.1 0.8 1.2
12 Fe2O3 (T) 9.3 8.1 8.7 7.8 7.6 11.1 6.8 23.8
13 MnO 0.0 0.2 0.1 0.1 0.0 0.1 0.0 0.0
14 MgO 1.4 2.5 2.6 2.5 2.2 3.6 1.5 0.5
15 CaO 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.3 0.0 0.1
16
Na2O 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.3 0.1 0.1
17
2.2 4.0 4.5 5.2 3.4 3.6 3.0 0.6

MAJOR ELEMENT
18 K2O
19 P2O5 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1
20 P.F. 7.6 6.9 6.8 6.1 7.6 7.3 5.0 7.5
21 Total 99.2 99.5 99.8 99.1 99.6 99.7 99.9 100.7
22 Y 78.6 231.7 144.9 166.7 106.7 125.8 277.6 49.0
23
Pb 54.5 36.5 40.1 34.8 31.4 44.5 72.8 96.0
24
25 Ni 30.8 70.3 53.0 68.1 23.4 88.9 65.1 0.0
26 Co 69.7 97.2 80.6 57.1 43.6 108.1 53.7 221.9
27 Cu 50.3 131.3 130.4 87.0 51.8 209.2 76.2 42.6
28 Ga 57.7 52.1 59.7 49.5 50.6 49.5 33.3 47.0
29
Sr 75.8 136.9 93.4 270.8 167.9 84.1 125.3 306.7
30
31 Zr 488.9 249.5 239.9 249.6 307.4 234.2 380.5 197.4
32 Zn 114.8 211.7 226.3 199.1 147.2 261.8 235.8 36.9
111.5 102.1 93.4 89.7 98.6 56.1 58.3 55.1

TRACE ELEMENT
33 Nb
34 Rb 386.4 533.4 592.0 551.3 503.6 333.1 382.6 69.8
35 As 22.1 16.1 17.1 14.3 17.1 11.2 30.4 31.6
36
Cr 199.9 243.5 232.9 232.3 139.4 236.8 107.0 415.5
37
38 Ba 978.5 2602.9 2928.4 3486.5 1701.3 724.8 670.3 504.4
39 CIA 89.9 82.4 81.3 78.6 84.5 80.9 83.7 95.9
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
Table4

147 144 143 144


SAMPLE Sm/ Nd Erro Nd/ Nd Erro TDM (Ga) İNd(0) İNd(150 Ma)
1
CAMAMU 1
2
3 VA-03 2.7125 0.0161 0.512050 0.000011 -11.48
4 VA-09 0.8126 0.0052 0.511536 0.000009 -21.50
5 CAMAMU 2
6 VA-23 0.1630 0.0016 0.511323 0.000015 -25.66 -25
7 VA-29 0.0900 0.0006 0.511441 0.000008 2.0 -23.35 -21.3
8 CAMAMU 3
9 VA-33 0.0897 0.0006 0.511458 0.000013 2.0 -23.03 -21.0
10 VA-37 0.1085 0.0007 0.511569 0.000008 2.1 -20.84 -19.2
11 CAMAMU 4
12 VA-42 0.1234 0.0008 0.511570 0.000012 2.5 -20.83 -19.4
13
VA-48 0.0734 0.0005 0.511547 0.000012 1.6 -21.29 -18.9
14
15 CAMAMU 5
16 CA-02 0.1437 0.0010 0.511547 0.000011 3.3 -21.28 -20.3
17 CA-12 0.0822 0.0005 0.511677 0.000007 1.6 -18.74 -16.6
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
136

8. SÍNTESE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

8.1. Idade Deposicional / Evolução Geológica


O estudo da seção basal, sequências paleozoica e pré-rifte, das Bacias de
Camamu, Recôncavo e Sergipe-Alagoas foi de grande importância devido a pobreza
do seu registro fossilífero, sendo um tema bastante discutido e com inúmeras
questões ainda em aberto.
A sequência paleozoica nesta região tem sido muito discutida mas seu
reconhecimento e extensão é prejudicado devido à falta de datações. A idade do
Membro Cazumba, unidade da sequência paleozoica estudada, é objeto de
discussão devido à pobreza do seu registro fossilífero. Aguiar & Mato (1990)
admitiram uma possível extensão dessa unidade ao Triássico, também com base em
análises palinológicas. Caixeta et al. (1994) restringem ao Permiano a deposição da
Formação Afligidos.
A idade absoluta de 290 ± 21 Ma obtida para o Membro Cazumba da
Formação Afligidos com base em datação radiométrica Rb-Sr, confirma uma idade
permiana estabelecida para o intervalo.
Já a sequência pré-rifte, foco do trabalho, reúne depósitos relacionados ao
estágio inicial de flexura da crosta. Pré-rifte se entende como sendo o pacote
sedimentar acumulado numa ampla e rasa bacia de origem flexural; tal depressão
tem sua origem associada tectonicamente ao processo distensivo em ampla escala,
que culminaria a seguir na fase rifte e na separação continental. Ao tempo da
sedimentação pré-rifte, os falhamentos normais eram ainda pouco frequentes e de
rejeitos pouco expressivos. Existe uma grande discussão referente a relação com a
sequência paleozoica bem como o início do seu desenvolvimento.
As condições, neste intervalo de tempo, são lacustres e os escassos fósseis
encontrados são ostracodes endêmicos. Devido ao fato da sedimentação neste
período ter sido predominantemente continental e caracterizada pela presença de
ostracodes, não há como se fazer correlação com intervalos de outras áreas onde a
sedimentação já era marinha e os fósseis encontrados são geralmente foraminíferos.
Nesse sentido foi adotada a denominação de Andar Local Dom João, onde
ele é representado pelas formações Aliança, e Sergi (sequência pré-rifte) nas Bacias
do Recôncavo e Camamu e Formação Bananeiras na Bacia de Sergipe-Alagoas. Na
questão da idade, Viana et al. (1971), admitiram de maneira simplista que os
ostracodes encontrados nas formações Aliança e Bananeiras sejam indicativos da
137

idade Jurássica. Porém, segundo Arai et al. (1989) não existe elemento de datação
para assegurar a idade Neojurássica para o Andar Dom João. Neste sentido,
perseguiu-se tentativas de datar rochas desta seção como forma de se obter
determinações geocronológicas absolutas.
As idades absolutas de 224 ± 32 Ma, 226 ± 6 Ma e 227,1 ± 2,2 Ma,
(Neotriássico) agora obtidas para as formações Itaparica, Aliança (Membro
Capianga) e Bananeiras, respectivamente, trazem importantes implicações aos
esquemas paleogeográficos anteriormente estabelecidos. A seção pré-rifte das
Bacias do Recôncavo e de Sergipe eram tradicionalmente considerada como tendo
idade Neojurássica.
Já a idade de 470 ± 17 Ma obtida para as amostras da Formação Capianga
da Bacia de Camamu é considerada como um valor muito antigo para a idade
deposicional. Os resultados obtidos podem ser associados com a presença
abundante da muscovita detrítica verificada nas amostras. A mica contribui com Sr
proveniente da rocha fonte e, além disso, sua estrutura não permite a uniformização
isotópica do Sr (Mizusaki, 1992) consequentemente influindo para obtenção de
resultados anômalos. Pode-se ainda atribuir ao resultado obtido a contribuição
eventual de feldspato potássico.
Assim, com exceção da idade obtida para a unidade sedimentar da Bacia de
Camamu, os resultados geocronológicos obtidos indicam que o início da
sedimentação na ampla bacia sedimentar que se desenvolveu no nordeste
brasileiro, conhecida como “Depressão Afro-Brasileira” (Cesero et al. 1972 apud
Cesero et al. 1997) é de idade Neotriássica, possivelmente entendendo-se até o
Jurássico.
Outra possibilidade é supor-se uma associação pretérita com uma maior
extensão da bacia paleozoica do Parnaíba. Nesse contexto pode-se pensar num
esquema integrado para esta região nordeste associado aos estágios anteriores e
concomitantes ao rifteamento do Gondwana. Os eventos associados a esse
processo teriam atuado de maneira diferenciada no interior da região.
Milani & Thomaz Filho (2000) mostra que o início do rifteamento associado a
abertura do Atlântico Norte (mais ou menos a 200 Ma), quebrou a conexão entre a
sinéclise do Parnaíba com bacias análogas que hoje são observadas no noroeste da
África.
Além disso, nesta bacia há sedimentação permiana representada pela
Formação Pedra de Fogo (Dino et al., 2002). Considerando-se esta datação para a
138

Formação Pedra de Fogo, a Formação Motuca (Fig. 8) teria se prolongado até o final
do Eotriásssico. A Formação Sambaíba, sobreposta a Formação Motuca e
subjacente aos basaltos Mosquito (aproximadamente 200 Ma, Mizusaki et al., 2002)
é classificada por Lima e Leite (1978) como de idade triássica média-superior. Esta
deposição coincidiu com mudanças ambientais e tectônicas profundas na região da
Bacia do Parnaíba associadas a abertura inicial do Atlântico Norte (Vaz et al. 2007).
Eventos distensionais, remobilizações de antigas falhas e, principalmente,
magmatismo caracterizam esse período na evolução geológica da área (Almeida,
2004). Assim, no Neotriássico, há ocorrência de importante magmatismo (derrames
e soleiras) que, no caso da Bacia do Parnaíba, recebem a denominação de
Formação Mosquito.
Neste intervalo, representado por magmatismo na Bacia do Parnaíba,
posicionam-se as datações das formações Bananeiras, Itaparica e Membro
Capianga da Formação Aliança indicando que na região do futuro rifte havia
sedimentação continental. Isto poderia indicar que no Neotriássico, magmatismo
básico seria registrado naquelas porções mais afetadas pelo inicio de abertura do
Atlântico Norte com o depocentro da Bacia do Parnaíba migrando para áreas
distantes.

8.2. Integração de ferramentas analíticas


Composições químicas em rocha total juntamente com relações isotópicas do
Sr e do Nd de amostras sedimentares têm sido consideradas como parâmetros úteis
para estimar não só a proveniência como também obter-se inferência sobre o
ambiente deposicional e processos intempéricos.
Devido às grande lacunas de conhecimento em termos de idade deposicional
e sua complexidade em termos de correlação e conhecimento estratigráfico, as
unidades sedimentares da porção inferior da margem continental passiva do
nordeste brasileiro tornam-se interessante para o estudo com base em dados
químicos e isotópicos.
A interação entre essas ferramentas foi aplicada em rochas sedimentares de
afloramentos da Bacia de Camamu, uma vez que o resultado obtido na aplicação
metodologia Rb-Sr não forneceu subsídios para obtenção de idade deposicional e os
levantamentos técnicos de campo, com exceção do afloramento Camamu 4, não
possibilitaram a identificação de nenhum tipo de correlação com outras unidades.
139

Com o intuito de identificar a unidade estudada e correlacionar com as demais


bacias estudadas, a composição química (elementos maiores e traços) média dos
pontos de coleta foram comparados entre si e com resultados preliminares que vem
sendo obtidos, em amostras de unidades sedimentares correlatas das seções
paleozoicas e pré-rifte da Bacia do Recôncavo (Silva et al., 2011). Observou-se que
a assinatura química dos afloramentos de Camamu estudados são muito
semelhantes não só entre si mas também aos da Formação Aliança (Membro
Capianga), pré-rifte da Bacia do Recôncavo. Portanto, esta semelhança sugere que
os pontos de coleta pertencem a uma mesma unidade sedimentar e que está é
correlacionável com a Formação Aliança (Membro Capianga).
Outros indicativos que levam e essa conclusão são que com base na
composição química média das amostras do Membro Capianga, estas são
classificadas como folhelhos ferrosos e o valor médio do CIA é de 80,9,
características semelhantes ao dos pontos de coleta na Bacia de Camamu.
Além dessas informações, foi possível inferir as condições climáticas da
época deposicional a um clima tropical ou temperado, úmido, com chuvas intensas
que favoreceriam o desenvolvimento de vasta vegetação e intenso intemperismo
químico e as indicações de proveniência obtidas com isótopos de Nd mostram
contribuição das rochas paleoproterozoicas do cráton do São Francisco.
140

9. CONCLUSÕES

O estudo geocronológico de unidades sedimentares da seção pré-rifte das


Bacias de Recôncavo e Sergipe-Alagoas, reforçam a possibilidade da presença de
uma seção de idade triássica na região enquanto que a idade obtida para a
Formação Afligidos confirma a idade Paleozoica pré estabelecida para a unidade.
Estes resultados trazem importantes implicações para o modelo paleogeográfico
anteriormente estabelecido.
A aplicação conjunta de geoquímica e geocronologia são de grande utilidade
para a caracterização de unidades, correlação de sequências litologicamente
homogêneas, bem como para a inferência de possíveis áreas fonte dos sedimentos.
Este trabalho enfatiza que a amplitude espacial e a abrangência temporal das
bacias sedimentares implícitas neste conceito deverão ser revistas à luz da
constatação de idades triássicas extensivamente distribuídas no nordeste brasileiro
e suas correlatas no nordeste africano.
141

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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