279 Dissert Iraima 2017
279 Dissert Iraima 2017
279 Dissert Iraima 2017
Dissertação de Mestrado
Niterói
2017
Universidade Federal Fluminense
Instituto de Ciências Humanas e Filosofia
Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da
Terra
Niterói
2017
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá
BANCA EXAMINADORA
.................................................................
Prof. Cleverson, da Silva Guizan, D.Sc. (Orientador)
Universidade Federal Fluminense
.................................................................
Profª. Mariléa Gomes dos Santos Ribeiro, D.Sc. (Orientadora)
Universidade Federal do Rio de Janeiro – LAGEP/PRH-PB 234
.................................................................
Prof. Alfredo Moisés Vallejos Carrasco, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
.................................................................
Prof. Fábio André Perosi, D.Sc.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais: Nicanor Pereira Mendes (in memorian) e Carolina Amaral
da Silva Mendes, com amor e carinho. Sem eles eu hoje nada seria, se
desejei sempre subir a montanha, foi por eles me mostraram o valor de
cada passo dado o amor e carinho que me proporcionaram ao longo de
minha vida.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................12
1.1 Caracterização do Problema ..........................................................................................19
1.2 Objetivo ........................................................................................................................19
2 CONTEXTO GEOLÓGICO.............................................................................................20
2.1 Bacia de Campos ...........................................................................................................20
2.2 Campo de Marimbá.......................................................................................................21
3 MATERIAL E METODOLOGIA......................................................................................22
3.1 Volume de Argila (Vsh) ...................................................................................................22
3.2 Porosidade (ϕ) ..............................................................................................................23
3.3 Saturação de água (Sw) ..................................................................................................23
3.4 Permeabilidade (K)........................................................................................................25
3.5 Net Pay .........................................................................................................................25
4 Ambiente de perfilagem............................................................................................26
4.1 Perfis Geofísicos...................................................................................................................27
4.1.1 Perfil de Caliper (CAL)....................................................................................................28
4.1.2 Perfil de Raios Gama (GR)..............................................................................................28
4.1.3 Perfil de Porosidade Neutrônica (NPHI) .........................................................................28
4.1.4 Perfil de Densidade (RHOB) ...........................................................................................29
4.1.5 Perfil Sônico (Dt) ...........................................................................................................29
4.1.6 Perfil de Resistividade (ILD/SFLU) ..................................................................................30
5 ZONEAMENTO E CORRELAÇÃO DOS POÇO.................................................................31
5.1 Zoneamento dos poços A e B.........................................................................................31
5.2 CORRELAÇÃO DOS POÇOS A e B ....................................................................................32
6 CÁLCULOS PETROFÍSICOS ..........................................................................................35
6.1 POÇO A .........................................................................................................................35
6.1.1 Histograma e Crossplot do Poço A .................................................................................35
6.1.2 Cálculo do Volume de Argila..........................................................................................36
6.1.3 Cálculo das Porosidades Total e Efetiva .........................................................................37
6.1.4 Cálculo da Saturação de Água........................................................................................41
6.1.5 Cálculo da Permeabilidade ............................................................................................44
6.1.6 Net Pay .........................................................................................................................47
6.2 Poço B ...........................................................................................................................49
6.2.1 Histograma e Crossplot do Poço B .................................................................................49
6.2.2 Cálculo do Volume de Argila..........................................................................................50
6.2.3 Cálculo das Porosidades Total e efetiva .........................................................................52
6.2.4 Cálculo de Saturação de Água........................................................................................55
6.2.5 Cálculo da Permeabilidade ............................................................................................59
6.2.6 Net Pay .........................................................................................................................62
7 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS PETROFÍSICOS DOS POÇOS A com B E COM OUTROS
ANÁLOGOS .......................................................................................................................64
8 CONCLUSÕES.............................................................................................................75
9 Referências bibliográficas..........................................................................................76
TABELAS
Tabela 1. Resumo descrições realizadas em campo dos poços A (calha) e B (testemunho).................................31
Tabela 2. Comparação dos resultados de net pay calculados pelo método de analises de crossplots Contreras et
al (2012) e o praticado nos reservatórios cretáceo da formação Carapebus utilizados para a Formação
Carapebus na Bacia de Campos.............................................................................................................................73
Figuras
Figura 1. A sequência de Bouma e os mecanismos de deposição inferidos para os intervalos Ta a Te para uma
corrente de turbidez de baixa densidade desacelerante (figura modificada de Pickering et al., 1986,
incorporando conceitos de Lower, 1982 e Mutti, 1992) aput d’Avila et al, 2008._________________________13
Figura 2. Esquema de classificação preditiva de fácies turbidíticas; B) principais processos de erosão e deposição
de uma corrente de turbidez com sua evolução talude abaixo (Mutti et al.,1992). Apud Mutti et al, 2009. ____17
Figura 3. Localização da Bacia de Campos (Bruhn, 2003). __________________________________________20
Figura 4. Localização do Campo de Marimba (Milani, 2000). ________________________________________21
Figura 5. Ambiente de perfilagem Log interpretation - Schlumberger, 2009. ____________________________27
Figura 6. Zoneamento dos poços A e B. TechLog® v 2014.3- Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________32
Figura 7. Perfil de correlação entre os poços A e B com as curvas de raios gama (GR). TechLog® v2014.3 -
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. __________________________________________34
Figura 8. Histograma de raios gama do poço A. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________35
Figura 9. Crossplot de litologia do poço A. Os pontos fora da linha do arenito são influência de argilas dispersas.
TechLog® v 2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.___________________________36
Figura 10. Perfil do cálculo de Volume de argila no reservatório do poço A. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 –
zonas, 3 – raios gama (RG) e caliper(CAL), 4 – volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e
sônico, 6 – resistividade profunda9 (ILD, 7 – densidade da matriz (RHOMAA). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________37
Figura 11. Perfil do cálculo de porosidades total e efetiva. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios
gama (RG) e caliper (CAL), 4 – volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e sônico; 6 –
resistividade profunda9 (ILD); 7 – densidade da matriz (RHOMA); 8 – cálculo das porosidades total (PHIt) e
efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. _______________39
Figura 12. Histograma de porosidade efetiva do poço A. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade
Federal Fluminense. ________________________________________________________________________40
Figura 13. Crossplot de densidade da matriz (RHOMA) e porosidade efetiva (PHIe) do poço A. A concentração de
pontos no circulo verde são das camadas de arenito com porosidade média entre 23-30%, Na elipse vermelha
são referentes a camadas desmoronadas. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________41
Figura 14. Perfil composto. Tracks: 1- raios gama (GR) e caliper (CAL), 2 litologia, 3 - curvas de resistividade
profunda (ILD) e rasa (SFLU). A linha vermelha tracejada em 2764m marca a divisão das zonas saturada em
hidrocarboneto e saturada em água. Cedido pela ANP. ____________________________________________42
Figura 15. Perfil do cálculo de saturação. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e caliper
(CAL), 4 – densidade, neutrão (NPHI) e sônico (DT), 5 – volume argila (Vsh), (RHOB), 6 – porosidade efetiva
(PHIe), 7 - saturação de água (sw), 8 – saturação de água irredutível (Swirr), 9 – resistividade profunda (ILD).
TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ___________________________43
Figura 16. Crossplot de saturação de água (Sw) versus porosidade efetiva (PHIe) os intervalos 1, 2 e 3 (pontos
verdes) são as camadas portadoras de hidrocarboneto e 4 é a camada onde ocorre o colapso das paredes do
poço (pontos vermelhos), sendo a porosidade e saturação superestimados neste intervalo. TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. __________________________________________44
Figura 17. Perfil do cálculo de permeabilidade. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e
caliper (CAL), 4 – volume de argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), porosidade neutrônica (NPHI), 6 – resistividade
(ILD), 7 – saturação de água (Sw), 8 – saturação de água irredutível (BVWS), 9 porosidades total (PHIt) e efetiva
(PHIe) e 10 - permeabilidade. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ___45
Figura 18. Crossplot de permeabilidade versus porosidade efetiva. A zona saturada em hidrocarboneto (Pontos
em verde) está bem definida da zona saturada com água (Pontos amarelo) e folhelho (pontos em azul) e as
camadas desmoronadas (Pontos vermelhos). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________46
Figura 19. Crossplot de saturação versus permeabilidade. As zonas saturadas em hidrocarboneto com
permeabilidades de 10 a 13000mD. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
________________________________________________________________________________________47
Figura 20. Perfil com net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama
(RG) e caliper, 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade total (PHIt) 6 – Saturação de água (Sw), 7/8 - net gross
(Verde) e 8/9 – Net pay (Vermelho). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
________________________________________________________________________________________48
Figura 21. Histograma de raios gama do poço B. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________49
Figura 22. Crossplot de litologia do poço B. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense._______________________________________________________________________________50
Figura 23. Perfil do cálculo de volume de argila. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e
caliper (CAL), 4 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e sônico, 5 – volume argila (Vsh), 6 – resistividade profunda
(ILD). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________51
Figura 24. Perfil do cálculo de porosidade. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama e caliper
(CAL), 4 – Volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e sônico, 6 – resistividade profunda (ILD) e
rasa (LL), 7 - densidade da matriz (RHOMA), 7 – porosidade total (PHIt) e efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. __________________________________________53
Figura 25. Crossplot de densidade da matriz versus porosidade efetiva do reservatório do poço B. A intercalação
das litologias de arenito arcosiano, siltíto/arenito fino-muito fino e folhelho. TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________54
Figura 26. Histograma de porosidade efetiva do reservatório do poço B. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido
à Universidade Federal Fluminense.____________________________________________________________55
Figura 27. Perfil composto. Tracks: 1- raios gama (GR) e caliper (CAL), 2 litologia, 3 - curvas de resistividade
profunda (ILD) e rasa (SFLU). A elipse azul e seta azul marcam uma camada delgada onde a curva rasa esta com
leitura maior que a profunda, mas em uma camada de folhelho. Perfil cedido pela ANP.__________________56
Figura 28. Perfil do cálculo de saturação de água. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e
caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade neutrônica (NPHI), densidade (RHOB) e sônico (DT), 6 –
porosidade efetiva (PHIe) e total (PHIt), 7 – saturação água (Sw), 8 – saturação de água (Sw) e saturação de
água irredutível (Swirr), 9 - resistividade profunda (ILD) e rasa (LL). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à
Universidade Federal Fluminense. _____________________________________________________________58
Figura 29. Crossplot de Saturação água (Sw) versus Porosidade efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________59
Figura 30. Perfil do cálculo de permeabilidade (k). Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e
caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade neutrônica (NPHI), densidade (RHOB) e sônico (DT), 6 –
resistividade profunda (ILD) e rasa (LL), 7 – permeabilidade (k), 8 - porosidade efetiva (PHIe) e total (PHIt), 9 –
saturação de água (SW), 10 – saturação de água irredutível (BVW). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à
Universidade Federal Fluminense. _____________________________________________________________60
Figura 31. Crossplot de permeabilidade (K) versus porosidade efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________61
Figura 32. Crossplot de saturação água (Sw) versus permeabilidade (K). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido
à Universidade Federal Fluminense.____________________________________________________________62
Figura 33. Perfil com net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – Caliper e
raios gama, 4 - volume de argila (Vsh), 5 – Porosidade total (PHIt), 6 – Saturação água (Sw), 7/8 - Net Trackss
(Verde) e 9/10 – Net Gross e net pay (Vermelho). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade
Federal Fluminense. ________________________________________________________________________63
Figura 34. Comparação dos perfis calculados de argila dos poços A e B com o volume de argila calculado para o
poço do Campo Socororo pela mesmo método (equação 1). ________________________________________65
Figura 35. Crossplot de resistividade (ILD) versus saturação de água(SW). _____________________________67
Figura 36. Crossplot de saturação de água irredutível (Swirr) versus resistividade (ILD) do poço A. TechLog®
v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ___________________________________68
Figura 37. Crossplot de saturação e água irredutível (Swirr) versus resistividade (ILD) do poço B. TechLog®
v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ___________________________________68
Figura 38. Crossplot saturação de água (SW) versus volume de argila (Vsh). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________70
Figura 39. Crossplot porosidade efetiva (PHIe) versus volume de argila (Vsh). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense. ______________________________________________________72
Figura 40. Comparação dos dois perfis net pay do reservatório do poço A. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 –
zonas, 3 – raios gama (GR) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade efetiva (PHIe), 6 –
saturação água (Sw), 7/8 - net Gross (Verde) e 9/10 - net pay (Vermelho). cut offs: a) mais usado regionalmente
na Bacia de Campos (ϕ > 12%; Sw < 60%; Vsh < 50%), b) método de crossplots (Contreras et al., 2012) (ϕ > 12%;
Sw < 50%; Vsh < 30%). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ________74
Figura 41. Comparação dos dois perfis net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 –
zonas, 3 – raios gama (GR) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade efetiva (PHIe), 6 –
saturação água (Sw), 7/8 – net Gross (Verde) e 9/10- net pay (Vermelho). cut offs: a) mais usado regionalmente
na Bacia de Campos (ϕ > 12%, Sw < 60%; Vsh <50%), b) (Contreras et al., 2012) (ϕ > 12%; Sw < 45%, Vsh < 30%) .
TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense. ___________________________74
12
1 INTRODUÇÃO
1.2 Objetivos
2 CONTEXTO GEOLÓGICO
3 MATERIAL E METODOLOGIA
O método de estudo utiliza os perfis básicos, raios gama (GR), resistividade (ILD
e SFLU), porosidade (NPHI), densidade (RHOB), sônico (DT) e caliper (CAL) no
formato LAS, ainda conta com os perfis compostos e descrições de campo
(amostras de calha e testemunhos). A pesquisa é aplicada a 2 poços do Campo de
Marimbá na Bacia de Campos. Os dados foram cedidos pelo BEDEP/ANP.
Primeiro carregou-se os dados de perfis no software TechLog® v2014.3
Schlumberger, cedido gratuitamente à Universidade Federal Fluminense para fins de
estudos acadêmicos. A análise da qualidade e confiabilidade dos perfis foi realizada
tendo como referência o perfil de caliper.
Elaborou-se o crossplots com as curvas dos perfis de densidade (RHOB) e
porosidade neutrônica (NPHI), identificando as litologias em correlação com
descrições de amostras de calha e testemunho. Em um passo seguinte foi realizado
os cálculos petrofísicos para determinar o volume de argila, porosidade efetiva,
porosidade total e saturação. Por meio da análise petrofísica estima-se os
parâmetros de net pay, que viabilizaram a interpretação dos resultados petrofísicos
obtidos e a correlação destes resultados para os 2 poços. Para melhor
entendimento, um detalhamento das definições e medidas de cada parâmetro foi
realizado, assim como para as fórmulas utilizadas pelo programa TechLog®.
(1)
Onde:
Vsh = Volume de argila
GR= Raio gama do perfil
GRmáx = máximo (Folhelho)
GRmín = mínimo (Arenito)
23
(2)
(3)
Onde:
ϕe= porosidade efetiva
ϕt = porosidade total
ϕsh= porosidade do folhelho
ρma= densidade da matriz
ρbcor= densidade corrigida para hidrocarbonetos
Vsh= volume calculado de argila
DENsh= densidade do folhelho
ρfl= densidade do filtrado da lama
(4)
(5)
Onde
Sw = Saturação de água
Rw = resistividade da água = (0.05 ohm.m) retirado do perfil na zona saturada com
agua.
Rt = resistividade do perfil
ϕe = Porosidade Efetiva
a = 0,81
n = expoente de saturação=2
m = expoente de cimentação =1.81
VSh = Volume de argila = (BQv)
RSh = resistividade do folhelho
Swirr = Saturação de água irredutível
25
(6)
Onde:
Kc =70, constante de correção definida em experimentos laboratoriais
ϕe= porosidade efetiva
ϕt = porosidade total
Swirr = saturação de água irredutível
4 Ambiente de perfilagem
hidrogênio óleo e água são difíceis de diferenciar nesse perfil. Perfil importante para
a detecção de porosidade, litologia, detecção de hidrocarbonetos leves ou gás e
geomecânica. É importante ressaltar que este perfil pode superestimar a porosidade
de rochas argilosa ou micáceas; o índice de hidrogênio também é influenciado por
elementos químicos de cloro, boro e lítio porque funcionam como absorvedores de
nêutrons, sendo que o cloro contido em águas salgadas, além de atuar como
absorvedor de nêutrons, ocupa o espaço do hidrogênio reduzindo o índice de
hidrogênio. A porosidade neutrônica também pode ser influenciada pelo diâmetro do
poço, espessura do reboco, salinidade, peso do fluido de perfuração, pressão e
temperatura do poço.
Este perfil possui uma fonte radioativa de césio-137 que emite para a
formação uma radiação gama de energia, esta energia interage com os elétrons
orbitais dos átomos resultando em radiações. As radiações são captadas por 2
detectores denominados cintilômetros que montado sobre um patim de tungstênio
que minimiza os efeitos do poço. Possui 3 modos distintos de interação: 1) produção
de par: um raio gama de alta energia interage com o átomo produzindo um par de
elétrons (negatron e positron); 2) efeito compton: os Raios gama desalojam elétrons
e são defletidos em relação as trajetórias de colisão proporcionando um
espalhamento dos raios gama na formação; 3) fotoelétrico: o fóton incidente de
baixa energia, transfere toda a sua energia para o elétron atingido. O fóton incidente
desaparece e o elétron e ejetado. Este perfil fornece a densidade das camadas,
permite o cálculo da porosidade que se baseia na detecção de raios gama emitido e
a identificação das zonas com gás (neste caso, combinado com o perfil de nêutrons
ocorre o efeito espelho), identificação de litologias e correlação estratigráfica.
Poço A Poço B
Figura 7. Perfil de correlação entre os poços A e B com as curvas de raios gama (GR). TechLog®
v2014.3 - Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
35
6 CÁLCULOS PETROFÍSICOS
6.1 POÇO A
Figura 9. Crossplot de litologia do poço A. Os pontos fora da linha do arenito são influência de argilas
dispersas. TechLog® v 2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 10. Perfil do cálculo de Volume de argila no reservatório do poço A. Tracks: 1 – profundidade
(m), 2 – zonas, 3 – raios gama (RG) e caliper(CAL), 4 – volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB),
neutrão (NPHI) e sônico, 6 – resistividade profunda9 (ILD, 7 – densidade da matriz (RHOMAA).
TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 11. Perfil do cálculo de porosidades total e efetiva. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3
– raios gama (RG) e caliper (CAL), 4 – volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e
sônico; 6 – resistividade profunda9 (ILD); 7 – densidade da matriz (RHOMA); 8 – cálculo das
porosidades total (PHIt) e efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade
Federal Fluminense.
Figura 12. Histograma de porosidade efetiva do poço A. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à
Universidade Federal Fluminense.
Figura 13. Crossplot de densidade da matriz (RHOMA) e porosidade efetiva (PHIe) do poço A. A
concentração de pontos no circulo verde são das camadas de arenito com porosidade média entre
23-30%, Na elipse vermelha são referentes a camadas desmoronadas. TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 14. Perfil composto. Tracks: 1- raios gama (GR) e caliper (CAL), 2 litologia, 3 - curvas de
resistividade profunda (ILD) e rasa (SFLU). A linha vermelha tracejada em 2764m marca a divisão
das zonas saturada em hidrocarboneto e saturada em água. Cedido pela ANP.
Figura 15. Perfil do cálculo de saturação. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama
(RG) e caliper (CAL), 4 – densidade, neutrão (NPHI) e sônico (DT), 5 – volume argila (Vsh), (RHOB), 6
– porosidade efetiva (PHIe), 7 - saturação de água (sw), 8 – saturação de água irredutível (Swirr), 9 –
resistividade profunda (ILD). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense.
Figura 16. Crossplot de saturação de água (Sw) versus porosidade efetiva (PHIe) os intervalos 1, 2 e
3 (pontos verdes) são as camadas portadoras de hidrocarboneto e 4 é a camada onde ocorre o
colapso das paredes do poço (pontos vermelhos), sendo a porosidade e saturação superestimados
neste intervalo. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 17. Perfil do cálculo de permeabilidade. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios
gama (RG) e caliper (CAL), 4 – volume de argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), porosidade neutrônica
(NPHI), 6 – resistividade (ILD), 7 – saturação de água (Sw), 8 – saturação de água irredutível (BVWS),
9 porosidades total (PHIt) e efetiva (PHIe) e 10 - permeabilidade. TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense.
46
saturada em água, isto devido a influência dos desabamentos que ocorreram nestes
intervalos que podemos observar no perfil caliper.
Figura 20. Perfil com net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 –
raios gama (RG) e caliper, 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade total (PHIt) 6 – Saturação de
água (Sw), 7/8 - net gross (Verde) e 8/9 – Net pay (Vermelho). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense.
49
6.2 Poço B
Figura 21. Histograma de raios gama do poço B. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à
Universidade Federal Fluminense.
Figura 22. Crossplot de litologia do poço B. TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade
Federal Fluminense.
Figura 23. Perfil do cálculo de volume de argila. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios
gama (RG) e caliper (CAL), 4 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e sônico, 5 – volume argila (Vsh),
6 – resistividade profunda (ILD). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal
Fluminense.
52
O Cálculo das porosidades efetiva e total foi realizado a partir das curvas de
densidade (RHOB), neutrão (NPHI), volume de argila (Vsh) e peso do filtrado de
lama com 1,2 g/cm3. Na Figura 24 observa-se os valores das porosidade efetiva e
total onde na camada mais espessa do arenito arcosiano na base do reservatório, a
porosidade efetiva está próxima da porosidade total com variação de 30 a 35%; já
as camadas mais delgadas de arenito intercaladas com arenito argiloso fino/siltíto a
variação ocorre entre 15 a 28% entre os intervalos das profundidades 2825-2826 m
e 2831-2837 m (camadas em rosa) em zona de desmoronamentos como observado
no perfil de caliper (Figura 24). Nestes intervalos as curvas de porosidade neutrônica
(NPHI) e densidade (RHOB) foram afetadas em função do aumento do diâmetro do
poço, como visto anteriormente, apresentando valores elevados de porosidade. A
densidade da matriz (RHOMA) versus porosidade efetiva (PHIe) na Figura 25
observamos a distribuição da porosidade ao longo das camadas. A densidade da
matriz para as camadas de arenito arcosiano foi de 2.6 g/cm3 compativel com o
quartzo, nas intercalações de arenito e siltito/arenito fino a muito fino varia de 2.68 a
2.75 g/cm3 o que mostra a influência do cimento calcífero no arenito e matriz
carbonatica nas camadas de siltito e folhelho. Os indícios de hidrocarbonetos
ocorrem em todas as camadas de arenosas do reservatório descritos em
testemunho (dados cedidos pela ANP). O crossplot não apresentou efeitos de gás
na distribuição dos pontos.
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Figura 24. Perfil do cálculo de porosidade. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios gama e
caliper (CAL), 4 – Volume argila (Vsh), 5 – densidade (RHOB), neutrão (NPHI) e sônico, 6 –
resistividade profunda (ILD) e rasa (LL), 7 - densidade da matriz (RHOMA), 7 – porosidade total (PHIt)
e efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
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Figura 25. Crossplot de densidade da matriz versus porosidade efetiva do reservatório do poço B. A
intercalação das litologias de arenito arcosiano, siltíto/arenito fino-muito fino e folhelho. TechLog®
v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 27. Perfil composto. Tracks: 1- raios gama (GR) e caliper (CAL), 2 litologia, 3 - curvas de
resistividade profunda (ILD) e rasa (SFLU). A elipse azul e seta azul marcam uma camada delgada
onde a curva rasa esta com leitura maior que a profunda, mas em uma camada de folhelho. Perfil
cedido pela ANP.
Figura 28. Perfil do cálculo de saturação de água. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios
gama (RG) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade neutrônica (NPHI), densidade
(RHOB) e sônico (DT), 6 – porosidade efetiva (PHIe) e total (PHIt), 7 – saturação água (Sw), 8 –
saturação de água (Sw) e saturação de água irredutível (Swirr), 9 - resistividade profunda (ILD) e rasa
(LL). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 29. Crossplot de Saturação água (Sw) versus Porosidade efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 30. Perfil do cálculo de permeabilidade (k). Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 – raios
gama (RG) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade neutrônica (NPHI), densidade
(RHOB) e sônico (DT), 6 – resistividade profunda (ILD) e rasa (LL), 7 – permeabilidade (k), 8 -
porosidade efetiva (PHIe) e total (PHIt), 9 – saturação de água (SW), 10 – saturação de água
irredutível (BVW). TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 31. Crossplot de permeabilidade (K) versus porosidade efetiva (PHIe). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 32. Crossplot de saturação água (Sw) versus permeabilidade (K). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 33. Perfil com net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade (m), 2 – zonas, 3 –
Caliper e raios gama, 4 - volume de argila (Vsh), 5 – Porosidade total (PHIt), 6 – Saturação água (Sw),
7/8 - Net Trackss (Verde) e 9/10 – Net Gross e net pay (Vermelho). TechLog® v2014.3 Schlumberger
cedido à Universidade Federal Fluminense.
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Figura 34. Comparação dos perfis calculados de argila dos poços A e B com o volume de argila
calculado para o poço do Campo Socororo pela mesmo método (equação 1).
Figura 36. Crossplot de saturação de água irredutível (Swirr) versus resistividade (ILD) do poço A.
TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 37. Crossplot de saturação e água irredutível (Swirr) versus resistividade (ILD) do poço B.
TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
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Figura 38. Crossplot saturação de água (SW) versus volume de argila (Vsh). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
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Figura 39. Crossplot porosidade efetiva (PHIe) versus volume de argila (Vsh). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
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Tabela 2. Comparação dos resultados de net pay calculados pelo método de analises de crossplots
Contreras et al (2012) e o praticado nos reservatórios cretáceo da formação Carapebus utilizados
para a Formação Carapebus na Bacia de Campos.
Poço A
Parâmetros usados para a F. Carapebus. Metodologia de crossplots (Contreras et al (2012)
Cutt Offs: Φ >12%; Sw <60%; Vsh <50%. Cutt Offs: Φ >15%; Sw< 50%; Vsh <30%.
Net Gross: 91,30m Net Gross: 87,6m
Net Pay: 27,0m Net Pay: 24,8m
Poço B
Parâmetros usados para a F. Carapebus. Metodologia de crossplots (Contreras et al (2012)
Cutt Offs: Ø>12%; Sw < 60%; Vsh <50%. Cutt Offs: Ø >16%; Sw< 45%; Vsh <30%.
Net Gross: 39,0m Net Gross: 35,60m
Net Pay: 32,20m Net Pay: 27,70m
Figura 40. Comparação dos dois perfis net pay do reservatório do poço A. Tracks: 1 – profundidade
(m), 2 – zonas, 3 – raios gama (GR) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade
efetiva (PHIe), 6 – saturação água (Sw), 7/8 - net Gross (Verde) e 9/10 - net pay (Vermelho). cut offs:
a) mais usado regionalmente na Bacia de Campos (ϕ > 12%; Sw < 60%; Vsh < 50%), b) método de
crossplots (Contreras et al., 2012) (ϕ > 12%; Sw < 50%; Vsh < 30%). TechLog® v2014.3
Schlumberger cedido à Universidade Federal Fluminense.
Figura 41. Comparação dos dois perfis net pay do reservatório do poço B. Tracks: 1 – profundidade
(m), 2 – zonas, 3 – raios gama (GR) e caliper (CAL), 4 - volume de argila (Vsh), 5 – porosidade
efetiva (PHIe), 6 – saturação água (Sw), 7/8 – net Gross (Verde) e 9/10- net pay (Vermelho). cut offs:
a) mais usado regionalmente na Bacia de Campos (ϕ > 12%, Sw < 60%; Vsh <50%), b) (Contreras et
al., 2012) (ϕ > 12%; Sw < 45%, Vsh < 30%) . TechLog® v2014.3 Schlumberger cedido à Universidade
Federal Fluminense.
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8 CONCLUSÕES
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bruhn, C. H. L, 1998. Deep Water reservoirs from the eastern Brazilian rift
and Passive margin basins. Petroleum Geology of Rift and Passive Margin Turbidite
Systems: Brazilian and Worldwide Examples. In: 1998 AAPG International
Conference & Exibition, Rio de Janeiro, v. Course#6.
Mutti, E., Bertnoulli, D., Lucchi, F. R. and TinterriI, R. (2009), Turbidites and
turbidity currents from Alpine ‘flysch’ to the exploration of continental margins.
Sedimentology (2009), 56: 267–318. doi:10.1111/j.1365-3091.2008.01019.x
SERRA, O. & L., Well Logging – Data Acquisition and Applications. Ed.
Serralog, Méry Corbon, França, 2004. cap. 1, 10, 26, 31.
Walker, R. G., 1978. Deep water sandstone facies and ancient submarine
fans: Models for exploration for stratigraphic traps. Bull Am. Assoc. Petrol Geol,
62:932-966.