Pedro Smith Menandro
Pedro Smith Menandro
Pedro Smith Menandro
VITÓRIA
2011
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Por
AGRADECIMENTOS
À Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) por
conceder a bolsa de iniciação científica para este projeto, e ao Edital Ciências
do Mar – Capes/UFES/UFRJ/Uerj que possibilitou a coleta dos dados utilizados
nesse trabalho.
Ao meu orientador Alex Bastos, pelas oportunidades, orientações e apoio, além
de servir sempre como referência de conhecimento.
Aos meus familiares, principalmente meu pai, minha mãe e minhas irmãs, que
sempre me apoiaram e acreditaram na minha capacidade. À Mayara,
companheira de todas as horas, pelo carinho, amor e compreensão.
A toda equipe do Labogeo, em especial ao Kleverson e ao Alex Evaristo, que
me ajudaram muito a chegar até aqui.
Agradeço também a Valéria, pelo aceite em participar da banca e por todo
apoio ao longo do curso, sempre disponível em ajudar e aconselhar.
Aos amigos das antigas, e aqueles do curso, que tornaram melhor esses
quatro anos, e que espero que fiquem pro resto da vida. Entre eles, Rubinho
(vulgo Rômulo), Md, Gastão, Lucas Cabral, Guabiroba, Robertinho, Baiana,
Sabrina, Elisa (e a galera do estudo), Flor, Brunin, e todos aqueles que
injustamente eu me esqueci de citar.
Aproveito pra agradecer também a todos aqueles que de alguma forma
ajudaram a completar esse trabalho.
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RESUMO
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 14
4 SISMOESTRATIGRAFIA .............................................................................. 18
6 METODOLOGIA ........................................................................................... 28
9 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 41
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 ÁREA DE ESTUDO
4 SISMOESTRATIGRAFIA
Figura 4: Ilustração dos padrões de reflexão dentro de uma sequência sísmica. Fonte:
Ribeiro, 2000.
Figura 5: Esquema das configurações de fácies sísmicas. Fonte: Mitchum et al, 1977.
5 AMBIENTE DELTAICO
Por definição, deltas estão geralmente associados a rios com grande descarga
sedimentar aportando em bacias nas quais os processos costeiros como ondas
e marés são insuficientes para dispersar os sedimentos (Silva et al., 2004).
A morfologia do ambiente deltaico é resultante da combinação de vários
fatores, dentre os quais podem ser citados o regime fluvial, a ação de
processos costeiros, a área drenada associada com a fonte dos sedimentos, a
morfologia da plataforma continental, a tectônica, entre outros.
A conjugação resultante desses fatores dificulta a definição de uma
classificação que abranja todos essas forçantes. Por vezes, aparecem alguns
padrões de sedimentação que permitem a distinção de tipos deltaicos, além de
possibilitar a identificação de setores. Galloway (1975, apud Mendes, 1984)
propôs três tipos de deltas, conforme a predominância dos atuantes
hidrodinâmicos: i) deltas dominados por rios; ii) deltas dominados por ondas; iii)
deltas dominados por marés (Fig. 7).
6 METODOLOGIA
O estudo sismoestratigráfico foi realizado a partir de registros sísmicos de alta
freqüência obtidos com o perfilador de subfundo modelo Stratabox, o qual
emite pulsos na faixa de 10 kHz. Os dados foram coletados na plataforma
interna adjacente a desembocadura do Rio Doce (Fig. 10), em fevereiro de
2011, e posteriormente analisados no software SonarWizMAP-4, da
Cheasepeak Technology.
A abordagem sismoestratigráfica permitiu a interpretação dos depósitos a partir
do reconhecimento de terminações dos refletores (com base em Mitchum Jr.,
1977), da identificação de ecocaráteres e de fácies sísmicas, e posterior
contextualização cronoestratigráfica dentro do cenário evolutivo do ambiente
deltaico do Rio Doce.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira parte dos resultados consiste no reconhecimento de ecocaráteres a
partir da assinatura sísmica dos registros sísmicos – penetração do sinal,
reflexão superficial e refletores de subfundo (Damuth, 1975), e posteriormente
correlacionar a resposta acústica do registro sísmico com o tipo de sedimento
superficial. Esse tipo de análise auxilia na compreensão dos principais
processos sedimentares atuantes.
Assim, foi possível reconhecer três padrões principais de eco: i) Ecocaráter tipo
1: caracteriza-se pela alta penetração do sinal, com refletor superficial de alta
reflexão e a presença de vários refletores subsuperficiais acompanhando o
fundo; nesse tipo 1 observou-se, eventualmente, a presença de gás e formas
de fundo; ii) Ecocaráter tipo 2: caracterizado pela baixa penetração do sinal
acústico e o refletor superficial de alta reflexão; iii) Ecocaráter tipo 3: refletor
superficial de baixa reflexão associado a um refletor subsuperficial de alta
reflexão; eventualmente aparecem pacotes que parecem indicar a presença de
lama.
Tabela 1: Ecocaráteres
Ecocaráter
Figura 12: Linha sísmica – indicação do ecocaráter 2 (em verde) e do 1 (em marrom),
e presença de gás marcada em círculos amarelos.
Sismoestratigrafia
A partir da análise sismoestratigráfica foram reconhecidas superfícies sísmicas
nos registros que indicam momentos transgressivos e regressivos, e que
permitiram individualizar duas unidades sísmicas do arcabouço estratigráfico.
As superfícies sísmicas foram nomeadas como S1 e S2. A superfície S1
aparece irregular nas regiões mais próximas à costa, sotoposta ao depósito
deltaico, e eventualmente ela aflora nas partes mais profundas, tornando-se o
fundo do mar atual. O sinal sísmico não mostrou boa penetração quando
encontrou essa superfície, além disso, ela desaparece no registro quando há
presença de gás no sedimento. Ela superfície foi interpretada como
transgressiva, limitando, abaixo dela, depósitos pleistocênicos ou de mar baixo.
Já a superfície S2 permitiu maior penetração do sinal acústico, e foi
interpretada como regressiva. Nas partes mais próximas da costa ela
representa o fundo do mar, e se estende até onde vão os depósitos
regressivos, como se observa na Figura 13.
Figura 13: Linha sísmica (com localização indicada na porção superior esquerda) com
indicação das superfícies e unidades sísmicas interpretadas.
Foram identificadas duas unidades sísmicas (U1 e U2). É válido mencionar que
pela hierarquia sísmica, essas unidades aqui definidas poderiam ser tratadas
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linha mais ao sul: 27,3 m. Além disso, o limite traçado mostra relação com a
distribuição dos ecocaráteres definidos anteriormente.
No estudo de Neil & Allison (2005), por meio da análise de transectos sísmicos
e um conjunto de dados sedimentares (análise radioquímica, sedimentológica,
e testemunhagem), os autores conseguiram definir o limite aproximado do delta
submerso do Rio Atchafalaya (Louisiana, EUA). Nos registros sísmicos também
apareceram as clinoformas progradantes e presença de gás nos sedimentos.
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9 REFERÊNCIAS
DAMUTH, J.E. Echo character of western equatorial Atlantic floor and its
relationship to the dispersal and the distribution of the terrigenous sediments.
Mar. Geol. 18:17–45. 1975
MITCHUM JR, R.M.; VAIL, P.R.; SANGREE, J.B. Seismic stratigraphy and
global changes of sea level, Part 6: Stratigraphic Interpretation of Seismic
Reflection Patterns in Deposicional Sequences. In: Payton, C.E. (ed.).
Seismic Stratigraphy – applications to hydrocarbon exploration. AAPG, Memoir
26, p. 117-133. 1977