Formação Ponta Do Mel Albiano Da Bacia Potiguar - UFPA
Formação Ponta Do Mel Albiano Da Bacia Potiguar - UFPA
Formação Ponta Do Mel Albiano Da Bacia Potiguar - UFPA
SILMARA CAMPOS
CURITIBA
2012
SILMARA CAMPOS
CURITIBA
2012
Campos, Silmara
Formação Ponta do Mel – Albiano da Bacia Potiguar: geoquímica na
análise da evolução diagenética / Silmara Campos. – Curitiba, 2012.
189 f. : il.; graf., tab.
CDD 552.58
TERMO DE APROVACAO
SILMARA CAMPOS
//- ~:>-L~
Prof. Dr. Rene ftOd-r-i~tt ·-
-===---
Prof. Dr. Ricardo Jahnert- PETR0BRAS
Uma dissertação não se faz apenas com os olhos grudados nos livros
e com as mãos analisando. É um pedaço da vida da gente que depende de
outras pessoas, às quais nesse momento agradeço.
Ao pessoal do LAMIR: Sr. Carlos que me mostrou o respeito e o rigor
nos procedimentos de preparação das amostras; Sueli e Evelin, pela graça e
sorriso em ensinar o manuseio dos instrumentos; ao Secchi, Clarisse,
Franciele, Keiji e Mikael pela paciência em responder minhas perguntas e
curiosidades e pelas inúmeras repetições de análises, e à Áurea pelo suporte
na administração.
Ao Prof. José Manoel, meu orientador, agradeço pelo incessante
entusiasmo e interminável disposição e por ter me provocado a entrar nessa
jornada, da qual já tenho muito orgulho.
À PETROBRAS, como instituição, e nas pessoas dos gerentes que
permitiram que eu ficasse esse tempo longe das atividades normais: Guilherme
Gontijo, Joelson Falcão, Augusto Franklin e Sylvia Anjos.
Ao pessoal do laboratório da PETROBRAS da Bacia de Santos pela
confecção das lâminas petrográficas, e da Bacia Potiguar pela ajuda na coleta
das amostras, à Miriam do Laboratório da Universidade PETROBRAS e à
Caroline pela ajuda na coleta das amostras dos testemunhos.
Aos meus colegas Bira, Liliane, Maurilo, Elio, Spadini, Cecília, Almério,
Nilo e Marcele, pelas discussões sobre a bacia e sobre carbonatos. Ao Elmo,
Solange, Luiz, Isaac e Renata pela ajuda nas figuras e na pesquisa ao banco
de dados. À Ângela Dieb, Andréia, Josi, meninas da documentação técnica da
PETROBRAS em Natal, por serem sempre tão prestativas e assim fazerem
parte do crescimento do conhecimento científico.
Aos meus colegas e amigos da PETROBRAS: Otaviano, Mariela e
Eugênio pelas palavras decisivas de incentivo e apoio, sensíveis àquele
momento da minha vida.
Ao pessoal do CECAV/ICMBio: Jocy, Uilson, Diego, Darci, Iatagã, Tião
e D. Severina que me proporcionaram as viagens ao mundo das cavernas de
forma divertida, segura e bem alimentada.
À Profa. Dra. Barbara Trzaskos e ao Dr. Pedro Xavier por terem
avaliado a minha qualificação em tempo recorde.
Às minhas jovens colegas de mestrado: Laís, Ana Paula, Márgia, Talita
e Alessandra e à quase-geóloga Fernanda, pelo alegre convívio nesse período.
De forma especial agradeço ao Gerson Terra, pelos preciosos
ensinamentos em carbonatos, pelas ideias, pelas discussões e principalmente
pelo socorro sempre que precisei.
Ao Pedro Xavier, agradeço imensamente pelo incentivo desde o
primeiro momento, pelo fornecimento da vasta bibliografia, pela força em
momentos críticos e pelo acompanhamento constante desse meu caminho.
Aos revisores especiais do meu texto na reta final: Mariela, Gerson e
Pedro. Foi um luxo!
À minha família curitibana agradeço pela compreensão da minha
ausência de convívio, apesar da presença física. À minha família natalense
agradeço pela (im)paciência na espera do meu retorno. Aos meus sobrinhos
queridos, Renata, Henrique, João Pedro e Ana Júlia, foi bonito ver e participar
um pouquinho das vossas descobertas e conquistas.
Ao Seu João que me mostrou que nenhum obstáculo o impede de
aprender mais um pouquinho. À D. Neide que me lembrou que hiperatividade
não tem idade.
E, por causa de todo esse arsenal de pessoas, a quem serei sempre
grata, agora eu sei quartear amostras, usar o moinho excêntrico e o de
panelinhas, fazer catodoluminescência, preparar uma boa amostra de DRX,
usar e limpar a prensa, ver a birrefringência dos carbonatos, usar o Corel-Draw,
usar Alizarina-S, usar o Grapher, colocar amostras no vail, tabelar resultados,
distinguir alga verde de alga vermelha, operar o MEV, lixar lâminas
petrográficas na pasta abrasiva 600, pesar com 4 dígitos, ter mais paciência,
“binarizar” imagens, fazer café de máquina, subir escadas, repetir análises,
lavar moinhos, lavar beckers, não abrir a estufa de 1000ºC, identificar bordas
de reação, pesquisar artigos, pedir artigos, ter dúvidas, capturar imagens...
Agradeço também à saddle dolomite. Não a encontrei por aqui, mas
como a busquei obstinadamente, nesse trilhar acabei encontrando outras
belezas geológicas.
E, enfim, como dizem os nordestinos: “Valeu boi!”
¨...Só as pedras sabiam o formato do silêncio...”
(Manoel de Barros)
RESUMO
The aim of this study was to characterize the diagenetic events identified in the Ponta
do Mel Formation through geochemical analyses coupled with petrographic
description and recognize the processes which can develop or preserve porosity in
carbonate rocks. The Ponta do Mel Formation represents the sedimentary record of
a narrow carbonate platform deposited during the Albian in the Potiguar Basin,
located in the southeastern part of the Brazilian Equatorial Margin. This unit is
composed by mudstones and marls at the base, which grade toward the top into
grainstones and rudstones formed out of oncolites, peloids, calcareous algae and
other bioclasts. Petrographic analyses of core samples and drill cutting samples from
PETROBRAS wells, combined with geochemical analyses of Carbon and Oxygen
stable isotopes, as well as major and minor chemical elements allowed the
characterization of three intervals with distinct evolution. The lowermost sequence is
characterized by deep-sea sediments which were deposited upon fluvial sandstones
of the Açu Formation and presents, at its top, features of paleokarst beneath the
unconformity which bounds the overlying section. The intermediate sequence is
composed of dolomitised grainstones. The dolomites range in composition from near
stoichiometric to calcitic dolomite. The textures span from euhedral to subhedral with
up to 21% of intercrystalline porosity. The dolomitization of this sequence was
multiphasic, with recrystallization by hydrothermal fluids. In the upper sequence the
grainstones were preserved from dolomitization and minor interbedding of siliciclastic
rocks are present. Evidence of epigenic syngenetic karstification were observed,
associated with relative sea level drops. Afterward, tectonic reactivations that
affected the basin from the Campanian onwards developed fractures and faults that
occur mainly over weakness zones of paleocarste. The fractures were partially filled
with calcite through the percolation of hydrothermal fluids, possibly associated with
the thermal effect of Macau igneous event, which lasted from 49 to 6 Ma.
Key words: Ponta do Mel Formation. Potiguar Basin. Geochemistry. Carbon and
oxigen isotopes. Karst. Dolomitization.
LISTA DE FIGURAS
TABELA 4 - Presença e forma dos estilolitos nas amostras dos testemunhos.. 080
TABELA 5 - Critérios petrográficos para caracterização de dolomitização......... 084
TABELA 6 - Descrição das dolomitas do poço P3.............................................. 085
TABELA 7 - Descrição das fraturas dos poços P2 e P3...................................... 093
TABELA 8 - Valores de δ13C e δ18O da rocha matriz dos testemunhos............. 107
TABELA 9 - Valores de δ13C e δ18O das calcitas das fraturas dos poços P2 e
P3.................................................................................................. 110
TABELA 10 - Valores de porosidade medidas por µCT em amostras do poço
P1.................................................................................................. 126
13 18
TABELA 11 - Valores de δ C e δ O das calcitas das fraturas do poço P1...... 138
TABELA 12 - Porosidade da Formação Ponta do Mel....................................... 155
LISTA DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 1: Bacias sedimentares da margem equatorial. Modificado de Milani e Thomaz Filho, 2000.
posições estratigráficas distintas da Formação Ponta do Mel: base (Poço 3), porção
intermediária (Poço 3) e seção superior (Poços 2, 3 e 4) e um poço (Poço 1),
estudado a partir de amostras de calha que abrangem toda a seção carbonática
(FIGURA 2). As análises realizadas permitiram a caracterização química,
mineralógica e isotópica das amostras e a comparação com os estudos das
microfácies e feições diagenéticas observadas nas análises macro e microscópicas.
Esta dissertação foi organizada em três partes: a primeira, dos capítulos 1
ao 5, é constituída pela revisão bibliográfica do conhecimento geológico da Bacia
Potiguar e da Formação Ponta do Mel e a descrição das técnicas e métodos
empregados nas análises e uma revisão de conceitos sobre porosidade cárstica. A
segunda parte, corpo principal do trabalho (capítulos 6 e 7), foi dividida para
apresentar de forma separada os resultados obtidos a partir das análises
petrográficas e químicas dos testemunhos e das amostras de calha, pois estas
amostras têm natureza bastante distintas umas da outras. Finalizando a segunda
parte é apresentada a integração dos dados e as possíveis interpretações para os
resultados. A finalização desta dissertação, terceira parte do trabalho, apresenta no
Capítulo 8 as conclusões alcançadas pelo entendimento de todo esse estudo.
19
2.1 LOCALIZAÇÃO
A Bacia Potiguar ocorre nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, entre
os paralelos 4º50’S e 5º40’S e os meridianos 35º0’S e 38º30’W. Apenas uma parte
desta bacia aflora e é denominada Bacia Potiguar Emersa, a outra parte encontra-se
submersa, sendo conhecida apenas através de dados de subsuperfície (sísmica e
por poços perfurados pela PETROBRAS desde 1970) e é chamada Bacia Potiguar
Submersa (FIGURA 2).
Delimita-se a sul, na porção emersa, pelas rochas do embasamento
cristalino, a Oeste pelo Alto de Fortaleza e a Leste pelo Alto de Touros. O limite
Norte (submerso) é a isóbata de 3.000 metros, segundo a Agência Nacional do
Petróleo (ANP).
3.1 INTRODUÇÃO
No trabalho de Terra (1990a) essa fácies foi caracterizada nas porções mais
distais da Formação Ponta do Mel. Este autor acredita que a profundidade da
deposição foi em torno de 200 metros, ao contrário de Viviers (citado por TERRA,
1990a) que advoga a deposição em lâmina d’água mais rasa, de até 60 metros.
41
3.2.7 Doloespatito
4 MÉTODOS E TÉCNICAS
Descrição macroscópica
Descrição microscópica
Difratografia de Raios‐X (DRX)
Coleta das amostras
Fluorescência de Raios‐X (FRX) Interpretação dos dados
dos testemunhos Isótopos de Carbono e Oxigênio
Microscopia Eletrônica de Varredura
Catodoluminescência
Pesquisa Correlação entre os Definição das feições
Termogravimetria
bibliográfica dados dos dois tipos de pós‐deposicionais e da
amostragem cronologia dos eventos
Descrição macroscópica
Descrição microscópica
Coleta das amostras Difratografia de Raios‐X (DRX)
de calha Fluorescência de Raios‐X (FRX) Interpretação dos dados
Isótopos de Carbono e Oxigênio
Microscopia Eletrônica de Varredura
Catodoluminescência
Termogravimetria
Microtomografia
FIGURA 16: (a) fotografia da mini-broca utilizada na amostragem dos testemunhos e (b) o
local amostrado indicado pela seta amarela.
FIGURA 17: (a) foto da amostra de calha antes da lavagem. As fotomicrografias (b) e (c)
são, respectivamente, as amostras antes da lavagem e após a lavagem (amostra 60 do
Poço-1). A imagem (b) permite observar o material esbranquiçado (setas vermelhas),
resíduo do fluido de perfuração, sobre os fragmentos de rochas.
48
FIGURA 18: Fotos (a) e (b) apresentam a Lavadora Ultra-sônica com o Copo de Becker e a
amostra em agitação.
FIGURA 19: (a) amostra após sair da lavadora, com a água turva
devido às partículas de resíduos do fluido de perfuração retiradas
dos fragmentos de rocha; (b) amostra após três ciclos de lavagem.
49
FIGURA 20: Foto (a) mostra a estufa para secagem das amostras, (b) amostra seca e (c) retirada
de material magnético da amostra através de imã.
13
CO2 + H12CO3 (-) ↔ 12CO2 + H13CO3 (-) (2)
5 POROSIDADE CÁRSTICA
FIGURA 26: Excerto da tabela de classificação de rochas carbonáticas de Terra et al. (2009).
68
FIGURA 28: Fotomicrografias de mudstones do P3. (A) calcisferas (c) e cristais romboédricos
de dolomita (d); (B) calcisfera (c) e gastrópodos (g); (C) calcisfera (c) e foraminífero (f), matriz
micrítica e textura maciça. Profundidade 2.037,00 metros, luz natural. Imagem (D) foraminífero
bisseriado (seta amarela), profundidade 2038,10 m, luz natural.
b) Margas (Mrg)
Com ocorrência pouca expressiva, apresentam-se de coloração cinza
escura, sem laminação aparente, mas com fissilidade comum dos folhelhos.
Compõem-se de quartzo e calcita (FIGURA 27.B). Não foi descrita em Terra
(1990a).
FIGURA 29: Perfil litológico esquemático do testemunho do P4. Imagem (A) é um rudstone
composto por oncolitos, bioclastos de bivalves e pelóides (RudOncBioPel). Imagem (B) é
um grainstone com os mesmos grãos do arcarbouço em (A), porém com granulometria
menor.
72
a b
aS p
p
400 μm
p
50 μm
a b
p aC
aC
Onc
b
aC
aC
250 μm 250 μm
a b
Ool
g
aD
Ool
250 μm 100 μm
a b
aS
Ool
p
50 μm 50 μm
p
FIGURA 34: Fotomicrografias (a) e (b) do GSTBioPel do P2 exibindo oolito (Ool), pelóides
(p) e fragmento de alga vermelha solenoporácea (aS). Luz polarizada em (a) e luz natural
em (b). Profundidades 1.639,95 m (a) e 1640,20 m (b).
a b In
g
f p
p
100 μm 100 μm
FIGURA 35: Fotomicrografias (a) e (b) do GSTBioPel do P2, apresentando foraminífero (f)
do gênero Trocholina, intraclastos (In), gastrópodo (g) e pelóides (p). Luz natural,
profundidades de 1.640,70 m (a) e 1643,90 m (b).
a b
fa
a
fa
250 μm 100 μm
a b
Onc
In t
Ool
100 μm
100 μm 50 μm Onc
a b
e e
p
aS
250 μm 250 μm
FIGURA 38: Fotomicrografias (a) e (b) de GSTPelBio do P3, com equinóides (e), pelóides
(p), alga vermelha solenoporácea (aS). Profundidades 1.649,00 m (a) e 1678,70 m (b), luz
natural.
a b
Onc
100 μm 50 μm
6.1.1.2.1 Estilolitos
6.1.1.2.2 Dolomitização
Sim, bordas
P3.F 1885,70 100 a 150 Unimodal x x x não identificada com dolomitas Sim
euédricas
P3.F 1885,80 50 a 250 Unimodal x x não identificada Ausente Sim
Sim, bordas
GST/Pel
P3.F 1886,23 50 a 120 100 a 200 Polimodal x x x com dolomitas Sim
Pelóides
euédricas
GST/PelBio
P3.G 1886,85 10 a 50 e 40 a 120 Polimodal x x Sim Sim
Gastrópodo
Sim, bordas
GST/Bio
P3.G 1887,25 10 a 120 100 a 220 Polimodal x x x com dolomitas Sim
Alga verde
euédricas
FIGURA 43: Fotomicrografias de dolomitas euédricas com crescimento para o interior do vug, o
qual foi preenchido por calcita. Poço P3, profundidade 1882,20 m. Luz natural em (a) e luz
polarizada em (b).
FIGURA 44: Fotomicrografias. (a) vug preenchido parcialmente por calcita e porosidade
intercristalina (azul); (b) a dolomitização deixa visível a sombra dos pelóides. Porosidade
intercristalina em azul. Poço 3, profundidade 1882,20m, luz natural.
FIGURA 45: Fotomicrografias. (a) dolomitas com textura planar-s com contatos planares entre os
cristais (setas vermelhas), poço P3, profundidade 1885,70m, luz natural; (b) vug com 1mm de
diâmetro, preenchido por calcita (seta amarela) e cristais de dolomita euédrica crescendo para o
seu interior. Poço P3, profundidade 1885,00m, luz polarizada.
88
FIGURA 46: Fotomicrografias.(a) vug preenchido por calcita tingida de vermelho por Alizarina-S
e dolomitas euédricas; (b) vug preenchido por calcita e cristais de dolomita com bordas de
crescimento límpidas para o interior do vug. Poço P3, profundidade 1887,25m, luz natural.
FIGURA 47: Fotomicrografias. (a) vug preenchido por calcita e cristais de dolomita com núcleo
escuro apresentando a sombra dos grãos da rocha precursora (seta amarela) e bordas de
crescimento límpidas; (b) possível grão de alga verde (seta amarela) dolomitizado. A seta
vermelha indica cimento calcítico preenchendo vug. Poço P3, profundidade 1887,25m, luz
natural.
FIGURA 48: Fotomicrografias. (a) parte inferior da imagem apresenta dolomitização com cristais
subédricos/euédricos e a parte superior micrítica não está dolomitizada; (b) textura planar-e com
cristais variando de 50 a 250µm (setas amarelas), núcleos escuros e bordas de crescimento
límpidas. A parte escura entre os cristais é micrítica não dolomitizada. Poço P3, profundidade
1885,80m, luz natural.
89
FIGURA 49: Fotomicrografias do P3, profundidade 1886,85. (a) cristal de dolomita com borda
dissolvida (seta amarela) pelo ataque do cimento calcítico no vug, luz polarizada; (b) cristal de
dolomita com fases de crescimento marcada pela cor escura e borda límpida, cimento calcítico
(tingido por Alizarina-S), luz natural.
FIGURA 51: Fotomicrografias do P3, profundidade 1882,20m. Imagens do mesmo local em luz
natural (a) e catodoluminescência (b). As setas azuis indicam a mesma posição nas duas
imagens. A cor alaranjada em CL representa a dolomita de substituição da calcita deposicional.
As sombras dos grãos aloquímicos na imagem em luz natural não aparecem na imagem em CL.
As dolomitas que cresceram para o interior do vug apresentam zoneamento em cores mais
escuras e de forma gradacional até a borda de crescimento com fraca luminescência, sugerindo
modificação lenta no fluido. A última fase de preenchimento do vug foi um fluido calcítico com
luminescência alaranjada brilhante, idêntica a luminescência da matriz dolomítica.
90
FIGURA 52: Fotomicrografias do P3, profundidade 1885,80m. As setas azuis indicam a mesma
posição nas duas imagens: (a) luz natural e (b) catodoluminescência. As bordas de crescimento
da dolomita são muito finas e de luminescência alaranjada brilhante, muito próxima da coloração
da matriz não dolomitizada. A seta roxa indica um cristal de dolomita que apresenta a sombra do
pelóide na luz natural, mas luminescência homogênea em CL.
6.1.1.2.3 Fraturas
O termo fratura, neste trabalho, é utilizado para descrever uma feição não-
sedimentar, originada por rupturas mecânicas nas rochas. Compreende
microfraturas, juntas e falhas. Quando preenchidas por algum mineral ou
paragênese mineral denomina-se veio. A presença de fraturas em rochas
carbonáticas tem importância na definição do potencial para rocha-reservatório. As
fraturas menores, submilimétricas a centimétricas, denominadas de microfraturas,
são também relevantes, pois fazem parte de um sistema de fraturamento de escala
maior cuja gênese relaciona-se a contexto estrutural regional, além de influenciarem
o caminho da migração de fluidos, a história diagenética e as propriedades
mecânicas da rocha (FLÜGEL, 2004).
As fraturas em rochas carbonáticas podem se formar em vários estágios da
sedimentação e diagênese, tais como durante a compactação, por dissolução por
água meteórica ou na diagênese de soterramento profundo. Em rochas
carbonáticas, os veios são normalmente preenchidos por calcita, dolomita e em
alguns casos minerais de paragêneses hidrotermais. Laubach et al. (2010)
denominam de diagênese estrutural os processos que envolvem a combinação dos
dois processos: a diagênese e a estrutural. Apesar de ocorrerem durante a
diagênese, tratam-se de alterações mecânicas nas rochas carbonáticas e implicam
em processos de abertura da rocha, crescimento dessa abertura e fechamento por
cimentação. O termo diagênese estrutural será utilizado em algumas situações no
decorrer desse trabalho.
Na descrição das fraturas e microfraturas em rochas carbonáticas, alguns
aspectos devem ser caracterizados: a) ocorrência como fratura única ou em
conjunto, sob a mesma orientação; b) morfologia reta, arqueada, ramificada, em
degraus ou deslocada; c) existência de deslocamentos indicando movimentação e
orientação cinemática; c) forma das terminações superiores e inferiores (abruptas,
gradacionais, irregulares); d) orientação da fratura relativamente à orientação das
camadas (vertical, oblíqua, paralela); e) ocorrência de fraturas que cortam os veios;
f) distribuição, espaçamento e densidade das microfraturas e das fraturas maiores;
g) largura e tamanho das fraturas e microfraturas; h) preenchimento das fraturas; i)
relações espaciais das fraturas e microfraturas com os grãos e estruturas
92
P3.J2fr GST Múltiplas Vertical 2 mm Quase Interior da fratura, Baixa e sem Calcita 500 µm Mosaico,contatos planares Bordas de reação Sim 20%
1679,00 PelOncBio total intercristalina conexão
P3.Hfr GST Única Vertical 1,5 mm Total Sem porosidade Nula Calcita Até 1,5 mm Mosaico,contatos planares Sem borda de reação Não 5%
1882,20 dolomitizado
P3.E GST Única Vertical 1,2 mm Total Sem porosidade Nula Calcita Até 1,2 mm Mosaico,contatos planares Sem borda de reação Sim 5%
1885,00 dolomitizado
P3.Afr MudBio Ramificada Vertical e 50 µm a Total Sem porosidade Nula Calcita, Até 400 µm Mosaico contatos planares, Sem borda de reação Sim 5%
2037,00 horizontal 400 µm
94
Figura 54: Perfil litológico composto das amostras de testemunhos e indicações das fraturas.
Fotografias de alguns exemplos das fraturas dos poços P2 e P3.
95
a) Fraturas do poço P2
FIGURA 61: Fotomicrografia composta da fratura do P2 indo desde a rocha matriz até o
preenchimento calcítico. Profundidade 1.639,00m, luz natural.
100
b) Fraturas do poço P3
FIGURA 68: Desenho esquemático da sequência dos eventos de fraturamento dos testemunhos.
106
a) Rocha matriz
Para a rocha matriz foram individualizados 3 intervalos de variação isotópica.
A seção superior da Formação Ponta do Mel, de 1.552,70m a 1.679,00m,
caracterizada pela predominância da fácies GSTPelOncBio, apresentou valores
entre 0,97 e 2,60‰ para o δ13C e entre -6,04 e -3,56‰ para o δ18O. O intervalo
intermediário, de 1.882,20 a 1.886,70m, apresenta valores mais negativos para o
δ13C, entre -0,20 a 1,91‰ para e também para o δ18O, variando de -5,74 e -8,56‰.
107
b) Fraturas
Os resultados para as calcitas do preenchimento das fraturas variam de 2,47
a - 4,39‰ para o δ13C e de -2,13 a -14,83‰ para o δ18O, conforme apresentado na
TABELA 9 e no diagrama do GRÁFICO 4.
TABELA 9: Valores de δ13C e δ18O das calcitas das fraturas dos testemunhos.
13 18
Local Profund. Descrição Mineral Tamanho da Mineral δ C δ O Desvio Desvio
(m) principal fratura principal (‰) (‰)
13 18
δ C(‰) δ O(‰)
da Rocha da fratura
Matriz
P2.G1fr 1.639,50 GSTPelBio Calcita 100µm a 2 cm Calcita 0,81 -7,48 0,04 0,04
P2.G2fr 1.639,50 GSTPelBio Calcita 50µm a 1 cm Calcita 1,94 -7,26 0,04 0,06
P2.I1fr 1.641,50 GSTPelBio Calcita 50µm a 1,5 cm Calcita 1,99 -8,80 0,05 0,07
P2.J1fr 1.642,70 GSTPelBio Calcita 50µm a 0,5cm Calcita -0,66 -14,83 0,02 0,04
P3.Ifr 1.678,00 GSTPelOncBio Calcita 20µm a 1,7 mm Calcita -2,22 -8,16 0,10 0,09
P3.J2fr 1.679,00 GSTPelOncBio Calcita 50µm a 0,5 cm Calcita -4,32 -8,38 0,05 0,06
P3.Hfr 1.882,20 GSTPelBio Dolomita 1,5 mm Calcita -4,39 -9,90 0,03 0,04
dolomitizado
P3.Afr 2.037,00 MudBio Dolomita/ 50 a 400 µm Calcita 2,47 -2,13 0,05 0,04
Calcita
FIGURA 70: Perfil litológico dos poços P2, P3 e P4 associado à variação isotópica do carbono e
oxigênio.
116
FIGURA 71: Perfil químico das amostras de rocha matriz dos testemunhos dos poços P2, P3 e P4.
119
FIGURA 74: Fotomicrografias do intervalo basal da Formação Ponta do Mel. (a) amostra
na profundidade 2.070m; (b) amostra na profundidade 2.034m.
122
6.2.1.2.1 Dolomitização
A coloração das dolomitas apresenta grande variação, indo desde incolor até
creme claro/creme escuro, e grãos com cores amarelo e rosado. As texturas são
maciça a euédrica, onde observa-se porosidade intercristalina (FIGURAS 77.e e
125
6.2.1.2.2 Fraturas
FIGURA 81: Análises por MEV e EDS. (a) fotomicrografia do grão selecionado na
profundidade 1.764m; (b) imagem em MEV do mesmo grão; (c) e (d) imagens do
mapeamento químico dos elementos magnésio e cálcio respectivamente, mostrando a
composição mineralógica entre a parte dolomítica e a parte calcítica; (e) imagem em
MEV do grão na profundidade 1.773m e em (f) o detalhe do contato entre a parte
dolomítica (dol) e a parte calcítica (cal); (g) fotomicrografia do mesmo grão em (e).
130
azul quando existe o elemento cálcio. Desta forma distinguem-se os minerais calcita
e dolomita. As imagens em MEV mostram também os hábitos das calcitas e
dolomitas (FIGURA 81).
6.2.1.2.3 Carstificação
FIGURA 82: Fotomicrografias. (a) grãos vermelhos (pisóides ?) com matriz arenítica,
profundidade 2.016m; (b) profundidade 2.016m, grãos vermelhos, musdtones creme
e folhelho cinza; (c) e (d) detalhe dos grãos vermelhos com matriz arenítica,
profundidade 2.016m; (e) e (f) profundidade 2.052m, grãos marrons e vermelhos e
mudstones creme acinzentado; (g) profundidade 2061m, folhelhos cinza, arenito e
mudstones; (h) profundidade 2.070m aspecto geral de todos os grãos da amostra.
132
FIGURA 83: Desenho esquemático de intervalo carstificado interpretado a partir dos perfis
litológico e mineralógico.
133
a) Rocha matriz
A rocha matriz no poço P1 foi definida como sendo o material pulverizado do
conteúdo total dos grãos de cada amostra (APÊNDICE V). Para toda a seção Ponta
do Mel, os resultados das análises da rocha matriz situam-se entre 0,61 e 3,01‰
para o δ13C e entre -6,13 e -2,84‰ para o δ18O. Os resultados isotópicos estão
apresentados no GRÁFICO 7 e foram agrupados pelas seções superior, composta
predominantemente por grainstones; seção intermediária, composta por rochas
dolomíticas e a seção inferior composta por mudstones e margas.
b) Fraturas
Na análise em lupa binocular das amostras do poço P1 foram identificados
grãos de rochas dolomíticas em contato com cristais de calcita, conforme descrição
no item 6.2.1.2.2 (FIGURA 80). Alguns desses grãos, após a confirmação da
composição por MEV/EDS, foram selecionados para análises isotópicas com a
finalidade de comparação com os valores de rocha matriz.
Os resultados, apresentados na TABELA 11, mostram o sinal isotópico mais
negativo que a rocha matriz desse intervalo, tanto para o carbono como para o
oxigênio. Associando as observações realizadas em lupa binocular e em MEV/EDS
com os resultados isotópicos interpreta-se que as calcitas são de preenchimento de
fraturas por fluido hidrotermal, mesmo não sendo possível a análise de feições
morfológicas das fraturas em fragmentos de amostras de calha.
Esses fragmentos foram encontrados apenas nas rochas dolomíticas,
indicando também, da mesma forma observada nas amostras de testemunho do
poço P3, que o fraturamento e preenchimento das fraturas foram posteriores a
dolomitização.
A presença desses grãos e o resultado isotópico confirmam que o poço P1
atravessou zonas fraturadas, as quais podem ser indicativas de processos de
dissolução em profundidade e carstificação hipogênica.
Os locais onde foram observados esses fragmentos estão sinalizados no
perfil da FIGURA 84 com o símbolo de fraturas.
O perfil químico do poço P1 (FIGURA 85) foi elaborado a partir das análises
por FRX das amostras pulverizadas de rocha total, conforme procedimento descrito
no Capítulo 4 e teve como objetivo a identificação de variações nos elementos
maiores e traços que auxiliassem na definição de mudanças nos parâmetros
deposicionais ou diagenéticos.
Os três intervalos identificados na Formação Ponta do Mel no poço P1 nas
análises macroscópicas e mineralógicas foram detectados pelos perfis químicos,
conforme representação das cores na FIGURA 85, a seguir detalhadas.
A seção basal caracteriza-se por apresentar variações no conteúdo dos
elementos principais de rochas carbonáticas (Ca e Mg) intercalados com os
elementos indicativos de depósitos detríticos, como o Si, Al, Fe e K. Essas variações
representam as intercalações de mudstones, margas e intervalos com rochas
siliciclásticas observados nos perfis litológico e mineralógico. O topo dessa seção é
marcado pela passagem de forma abrupta para a seção sotoposta, com a
diminuição dos elementos detríticos e o aumento do conteúdo de Ca e Mg das
rochas dolomíticas do intervalo intermediário.
A seção de rochas dolomíticas do intervalo intermediário da Formação Ponta
do Mel está bem individualizada no perfil químico principalmente pelo aumento do
Mg. O contato com a seção basal é bem marcado pela diminuição abrupta dos
elementos Si e Al e aumento gradual do Ca e Mg. A passagem desse intervalo para
a seção superior de grainstones é sinalizado pela diminuição do Mg e aumento do
Ca. Esse intervalo pode ser divido em três unidades pelas diferenças dos
parâmetros químicos.
A Unidade I, na base da seção dolomitizada, apresenta aumento gradual do
Mg e Mn e diminuição também gradual do Ca e Sr. Essa unidade exibe valores
maiores de Fe, S, Ti, Al, Si, e K relativamente às outras duas unidades. Representa
uma dolomitização gradual da base para o topo.
A Unidade II apresenta valores estáveis de Mg e Ca, compatíveis com a
presença predominante da dolomita e valores baixos e igualmente estáveis dos
elementos detríticos (Si, Al, K, e Ti), com exceção do intervalo 1.854 a 1.872 m com
alteração pontual desses elementos, denotando a presença de pequeno intervalo
140
a) Arcabouço deposicional
FIGURA 86: Seção geológica esquemática passando pelos poços P1, P2, P3 e P4.
144
b) Rochas dolomíticas
em torno de 300 ppm. As dolomitas no poço P3, apresentam valores para o isótopo
de oxigênio bem mais leves que as rochas do poço P1, estequiometria diferente, e
valor de Sr mais baixo que os valores das dolomitas do P1. Os valores médios o
isótopo de oxigênio, estequiometria e Sr das dolomitas do P3 foram representados
na FIGURA 87 pelo losango rosa.
se esperar uma vez que fluidos hidrotermais são pobres nesse elemento. A
alteração hidrotermal normalmente é localizada na rede de permeabilidade de
percolação dos fluidos e eventualmente, em locais de contraste de pressão, pode
ocorrer o hidrofraturamento.
O intervalo de rochas dolomíticas entre as linhas (2) e (3) da FIGURA 87
apresenta características distintas do intervalo sotoposto. As dolomitas não são
estequiométricas, os valores para o δ18O tendem a ficar mais leves e o Sr inicia a
tendência de aumento para o topo da Formação Ponta do Mel, mas ainda com
valores baixos. A passagem abrupta das dolomitas estequiométricas para dolomitas
não estequiométricas aponta para a possibilidade de existir um contato entre duas
rochas precursoras distintas, com porosidades diferentes o que impediu a
percolação dos fluidos de maneira mais intensa e formação de dolomitas mais
ordenadas. Os valores mais negativos para o δ18O nesse intervalo podem indicar a
influência de fluidos hidrotermais. A curva do isótopo de oxigênio apresenta dois
valores mais negativos, logo acima das linhas 2 e 3 (FIGURA 87) e em níveis onde
foram identificadas fraturas nas amostras (FIGURA 84). Dada a natureza de mistura
de rochas nas amostras analisadas em P1, onde os sinais isotópicos tendem a ficar
atenuados, pode-se inferir que o empobrecimento do isótopo pesado, associado aos
locais onde ocorrem fraturas é correlacionável aos valores entre -8 e -10‰ δ18O das
amostras das rochas dolomíticas do poço P3.
O GRÁFICO 9 apresenta o diagrama de carbono e oxigênio para as
dolomitas dos poços P1 e P3 e a indicação dos eventos a cujos sinais isotópicos
correspondem. Valores do isótopo de oxigênio mais negativos que -7‰ foram
considerados como dolomitas recristalizadas por eventos hidrotermais. Os valores
entre -7 a -5‰, encontrados em amostras dos dois poços (P1 e P3) foram
considerados com influência hidrotermal ou halo de alteração hidrotermal. Os
valores abaixo de -5‰ são as dolomitas formadas durante o soterramento. O valor
médio dos grainstones/rudstones dos poços P2, P3 e P4 foi colocado no gráfico para
permitir a comparação dos campos limites. Esse valor médio reflete também as
alterações identificadas pelo evento hidrotermal, conforme descrito no item 6.2.1.
148
c) Fraturas
d) Carstificação
e) Porosidade
8 CONCLUSÕES
matriz próxima aos intervalos fraturados exibe conteúdo isotópico alterado, o qual foi
denominado de halo de alteração hidrotermal. Pelo tamanho das amostras de
testemunho não é possível afirmar até que distância a alteração ocorre a partir do
local das fraturas. Pelas análises observa-se que a alteração é maior em locais onde
as fraturas são maiores e ramificadas.
A descrição da seção carbonática completa, realizada no poço P1, permitiu
marcar níveis de carstificação epigênica e hipogênica a partir da descrição de
fragmentos das amostras de calha associados à variação isotópica. Esses níveis
foram correlacionados com os poços amostrados por testemunhos. Verificou-se que
os níveis de carstificação epigênica, identificados por fragmentos indicativos de
paleocarste, foram também intervalos preferenciais para a carstificação hipogênica.
Associando as informações de todos os poços foi possível estabelecer 5 níveis de
carstificação, sendo um nível considerado apenas epigênico, no topo da seção basal
e um nível apenas hipogênico, na seção dolomitizada. Os outros 3 níveis, pelas
características apresentadas, foram interpretados como hipogênicos sobrepostos à
carstificação epigênica.
As maiores porosidades observadas nos poços desse trabalho encontram-se
associadas às rochas dolomíticas, aos intervalos alterados por carstificação
epigênica e às zonas de fraturas. As rochas dolomíticas analisadas através de
microtomografia apresentaram porosidade intercristalina de até 21%. São rochas de
ocorrência em intervalo espesso do poço P1 e em intervalos analisados por Terra
(1990a), indicando que pode ter ocorrência pervasiva na Formação Ponta do Mel. As
zonas carstificadas, sejam elas por evento epigênico ou hipogênico, podem
apresentar porosidade associada a brechas como identificada no poço P3 (amostra
L) ou zonas de fraturas abertas. São intervalos onde também ocorrem perdas de
circulação durante a perfuração do poço indicando fluxo heterogêneo para dentro
dos poros da formação rochosa e indicam a presença de megaporosidade.
160
REFERÊNCIAS
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Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v.18, n.1, p.9-29, 2009.
168
APÊNDICES
APÊNDICE III: Tabela com resultados das análises químicas por FRX das
amostras dos poços P2, P3 e P4............................................. 186
APÊNDICE IV: Tabela com resultados das análises químicas por FRX das
amostras do poço P1................................................................. 187
Amostra 11 (1.638m).
Amostra 12 (1.647m).
Amostra 13 (1.656m).
Amostra 14 (1.655m).
Amostra 15 (1.674m).
Amostra 16 (1.683m).
Amostra 17 (1.692m).
Amostra 18 (1.701m).
Amostra 19 (1.710m).
Amostra 20 (1.719m).
Amostra 21 (1.728m).
Amostra 22 (1.737m).
Amostra 23 (1.746m).
Amostra 24 (1.755m).
Amostra 25 (1.764m).
Amostra 26 (1.773m).
Amostra 27 (1.782m).
Amostra 28 (1.791m).
Amostra 29 (1.800m).
Amostra 30 (1.809m).
Amostra 31 (1.818m).
Amostra 32 (1.827m).
Amostra 33 (1.836m).
Amostra 34 (1.845m).
Amostra 35 (1.854m).
Amostra 36 (1.863m).
Amostra 37 (1.872m).
Amostra 38 (1.881m).
Amostra 39 (1.890m).
Amostra 40 (1.899m).
Amostra 41 (1.908m).
Amostra 42 (1.917m).
Amostra 43 (1.926m).
Amostra 44 (1.935m).
Amostra 45 (1.944m).
Amostra 46 (1.953m).
Amostra 47 (1.962m).
Amostra 48 (1.971m).
Amostra 49 (1.980m).
Amostra 50 (1.989m).
Amostra 51 (1.998m).
Amostra 52 (2.007m).
Amostra 53 (2.016m).
Amostra 54 (2.025m).
Amostra 55 (2.034m).
Amostra 56 (2.043m).
Amostra 57 (2.052m).
Amostra 58 (2.061m).
Amostra 59 (2.070m).
Amostra 61 (2.088m).
Amostra 62 (2.097m).
Amostra 63 (2.106m).
Amostra 64 (2.115m).
Amostra 65 (2.124m).
Amostra 66 (2.127m).
Amostra 67 (2.130m).
Nome Prof.(m) P.F. CaO SiO2 Al2O3 Fe2O3 K2O SO3 MgO P2O5 TiO2 Na2O MnO Sr Cl Ba
amostra (%) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (ppm) (ppm)
P4.B 1553,20 43,60 55,00 0,30 0,00 0,10 0,00 0,00 0,90 0,10 0,000 0,00 0,000 0,00 0,00 0,00
P4.C 1554,20 43,27 55,52 0,34 0,04 0,07 0,02 201 0,49 0,017 0,008 0,17 0,014 170 135 0,00
P2.F 1639,50 43,03 55,46 0,50 0,07 0,11 0,05 288 0,46 0,066 0,066 0,17 0,021 256 69 0,00
P2.I1 1641,50 42,49 56,07 0,44 0,04 0,29 0,04 798 0,29 0,026 0,026 0,17 0,032 178 91 0,00
P2.N 1646,60 42,07 54,66 1,51 0,44 0,18 0,17 400 0,57 0,059 0,059 0,22 0,020 265 82 0,00
P3.K 1648,00 43,25 55,51 0,43 0,04 0,07 0,04 250 0,38 0,021 0,009 0,18 0,017 236 89 0,00
P3.H 1882,20 45,92 34,36 0,24 0,00 0,40 0,02 574 18,78 0,02 0,005 0,05 0,110 118 140 0,00
P3.E 1885,00 45,65 35,64 0,39 0,05 0,38 0,04 1016 17,54 0,013 0,008 0,07 0,095 118 205 4,00
P3.F 1885,50 45,43 38,75 0,48 0,08 0,26 0,05 632 14,66 0,017 0,011 0,08 0,104 136 115 0,00
P3.B 2037,90 20,60 21,90 31,50 12,30 5,50 3,40 0,80 2,20 0,200 0,700 0,70 0,000 0 0 0,10
P3.C 2039,00 32,31 28,60 19,85 6,26 4,23 1,82 4805 5,25 0,109 0,337 0,60 0,082 353 161 119
APÊNDICE III – Tabela com resultados das análises químicas por FRX das amostras dos poços P2, P3 e P4.
187
Nome Prof.(m) P.F. CaO SiO2 Al2O3 Fe2O3 K2O SO3 MgO P2O5 TiO2 Na2O MnO Sr Cl Ba
amostra (%) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (ppm) (ppm)
12 1.647,00 *
13 1.656,00 *
14 1.665,00 38,86 50,23 5,61 0,89 1,83 0,14 2635 1,37 0,053 0,042 0,34 0,05 349 1094 1578
15 1.674,00 35,67 49,20 9,00 1,43 1,02 0,72 2154 2,06 0,052 0,056 0,44 0,048 347 120 263
16 1.683,00 43,43 43,39 1,74 0,38 0,83 0,14 918 9,72 0,023 0,023 0,13 0,067 238 87 21
17 1.692,00 39,93 51,01 3,83 0,73 0,72 0,34 1539 2,84 0,05 0,035 0,25 0,042 332 68 54
18 1.701,00 34,01 47,41 10,69 1,97 1,61 0,95 5089 2,09 0,043 0,069 0,54 0,048 253 78 204
19 1.710,00 41,23 54,42 1,83 0,30 0,57 0,17 1390 0,98 0,046 0,019 0,22 0,025 353 56 4
20 1.719,00 42,07 54,18 1,19 0,26 0,51 0,13 1278 1,25 0,035 0,017 0,18 0,017 331 49 0
21 1.728,00 42,56 49,72 1,78 0,42 0,44 0,19 957 4,49 0,037 0,024 0,18 0,032 307 70 2
22 1.737,00 41,76 52,97 1,89 0,52 0,70 0,19 1265 1,51 0,046 0,033 0,19 0,020 335 66 23
23 1.746,00 42,83 48,47 1,84 0,51 0,51 0,18 874 5,27 0,032 0,023 0,16 0,038 224 61 271
24 1.755,00 43,97 37,80 2,32 0,73 0,48 0,25 1223 13,94 0,036 0,014 0,10 0,095 190 119 1105
25 1.764,00 43,72 37,05 1,95 0,57 0,47 0,20 1490 15,5 0,058 0,004 0,09 0,070 195 95 1423
26 1.773,00 43,93 38,64 1,50 0,45 0,60 0,17 1555 14,3 0,061 0,024 0,08 0,049 184 93 154
27 1.782,00 39,82 37,61 6,19 1,21 0,83 0,56 2451 13,1 0,051 0,043 0,21 0,087 193 90 190
28 1.791,00 42,53 33,54 4,14 1,15 0,78 0,42 3636 16,78 0,035 0,057 0,11 0,069 149 118 24
29 1.800,00 43,41 37,54 1,85 0,58 0,69 0,20 2822 14,96 0,079 0,000 0,11 0,049 191 218 2041
30 1.809,00 42,88 36,85 2,51 0,79 0,94 0,28 3631 14,87 0,055 0,000 0,10 0,059 231 153 2760
31 1.818,00 43,16 34,74 1,75 0,49 0,93 0,21 2469 17,99 0,22 0,025 0,08 0,088 140 219 222
32 1.827,00 43,34 33,14 2,76 0,89 0,82 0,31 1896 18,14 0,123 0,041 0,09 0,087 133 265 209
33 1.836,00 46,18 31,70 1,56 0,44 0,27 0,17 598 19,43 0,036 0,024 0,06 0,039 99 149 39
34 1.845,00 45,77 31,91 2,08 0,62 0,30 0,21 769 18,84 0,045 0,028 0,07 0,035 104 149 0
35 1.854,00 42,82 32,48 5,45 1,74 1,02 0,55 3097 15,31 0,05 0,072 0,11 0,045 133 142 92
36 1.863,00 44,67 33,35 1,66 0,52 0,39 0,19 1253 18,63 0,27 0,026 0,07 0,057 114 195 52
37 1.872,00 39,45 30,24 9,64 3,10 2,92 0,99 11140 12,04 0,095 0,134 0,16 0,063 143 132 278
38 1.881,00 43,64 30,31 4,20 1,48 1,18 0,52 2571 18,06 0,081 0,071 0,07 0,104 116 182 33
39 1.890,00 46,15 31,57 0,62 0,17 1,31 0,07 3176 19,32 0,167 0,012 0,06 0,185 90 365 0
40 1.899,00 45,65 31,52 0,71 0,20 0,96 0,08 1638 20,33 0,048 0,012 0,07 0,199 89 453 0
41 1.908,00 45,03 32,22 0,52 0,14 1,16 0,06 2270 20,26 0,039 0,010 0,06 0,215 87 384 0
APÊNDICE IV – Resultado das análises químicas por FRX das amostras do poço P1. continua
188
Nome Prof.(m) P.F. CaO SiO2 Al2O3 Fe2O3 K2O SO3 MgO P2O5 TiO2 Na2O MnO Sr Cl Ba
amostra (%) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (%) (%) (%) (%) (%) (ppm) (ppm) (ppm)
42 1.917,00 46,21 31,39 0,93 0,30 0,61 0,11 1017 20,07 0,027 0,016 0,06 0,136 78 354 0
43 1.926,00 46,15 31,4 0,89 0,28 0,66 0,11 1097 20,13 0,026 0,017 0,06 0,128 78 360 0
44 *
45 *
46 *
47 1.962,00 36,54 24,54 16,30 5,22 2,14 1,52 4636 12,55 0,061 0,210 0,24 0,150 105 233 214
48 1.971,00 40,27 33,45 7,29 2,45 1,66 0,74 4210 13,21 0,062 0,104 0,16 0,114 156 187 300
49 1.980,00 39,65 40,39 6,97 2,55 1,49 0,70 2654 7,48 0,08 0,091 0,21 0,067 205 145 280
50 1.989,00 41,42 42,83 5,06 1,53 0,96 0,51 1618 7,07 0,059 0,076 0,21 0,054 231 142 170
51 1.998,00 41,13 43,47 5,45 1,57 0,97 0,52 1446 6,27 0,056 0,084 0,21 0,051 277 196 108
52 2.007,00 18,12 20,16 38,22 9,19 3,59 2,84 12680 3,98 0,158 0,423 1,70 0,146 293 409 1216
53 2.016,00 29,31 35,48 20,06 5,35 3,97 1,81 5383 2,05 0,285 0,295 0,67 0,091 357 114 334
54 2.025,00 34,66 43,49 11,89 3,26 2,51 1,06 3818 1,84 0,181 0,185 0,43 0,054 439 101 75
55 2.034,00 31,39 36,15 18,50 5,24 3,24 1,68 3802 2,35 0,173 0,296 0,49 0,054 401 91 151
56 2.043,00 27,50 34,78 20,01 5,89 4,34 1,81 12533 2,26 1,255 0,324 0,45 0,078 291 97 153
57 2.052,00 38,43 47,53 6,62 1,81 1,93 0,62 3603 1,81 0,364 0,098 0,30 0,056 535 115 16
58 2.061,00 16,32 12,86 41,11 12,68 6,81 3,78 17760 2,94 0,242 0,651 0,71 0,063 193 140 357
59 2.070,00 39,36 49,40 5,11 1,45 1,51 0,56 3204 1,55 0,249 0,090 0,29 0,040 557 141 0
60 2.079,00 26,61 29,33 25,90 7,72 3,53 2,40 5620 2,48 0,162 0,420 0,73 0,061 292 456 316
61 2.088,00 33,87 40,31 14,41 4,26 2,23 1,44 4278 2,27 0,084 0,233 0,39 0,036 344 78 64
62 2.097,00 28,54 30,26 23,29 6,92 3,66 2,27 10977 2,86 0,211 0,349 0,45 0,044 266 76 136
63 2.106,00 41,27 50,30 3,56 1,00 0,74 0,38 1398 2,16 0,081 0,060 0,25 0,018 327 44 0
64 2.115,00 29,68 32,37 20,15 6,32 3,33 2,08 13656 3,68 0,145 0,319 0,47 0,046 267 70 113
65 2.124,00 32,79 24,06 21,88 2,46 1,83 1,17 5963 14,72 0,110 0,089 0,17 0,074 118 203 149
66 2.127,00 21,19 14,15 43,62 5,70 1,34 3,14 9307 8,52 0,104 0,102 1,04 0,070 172 168 556
67 2.130,00 *
* - amostras não analisadas
APÊNDICE IV – Tabela com resultados das análises químicas por FRX das amostras do poço P1.
189
APÊNDICE V – Resultados das análises dos isótopos de carbono e oxigênio das amostras do P1.