Estruturacao Do Arco de Rio Grande e Da

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ESTRUTURAÇÃO DO ARCO DE RIO GRANDE E DA SINCLINAL DE TORRES, BACIA

DO PARANÁ, RS: EVIDÊNCIAS POR LEVANTAMENTOS MAGNETOTELÚRICOS

1 1 2 1 4 3 2 3
Philipp, R.P. ; Rolim, S.B.A. ; Malta, L. ; Jelinek, A.R. ; Viana , A.; Lavina, E. ; Cagliari, J. ; Faccini, U.F.

INTRODUÇÃO O Perfil PSII estende-se da cidade de Vacaria até


O presente trabalho apresenta os primeiros resultados Frederico Westphalen, sendo constituído por 54
da modelagem de dados magntotelúricos e análise estações (PSII-1 a PSII-55) espaçadas de 5 km. O
integrada com informações geológicas, estruturais e Perfil PSIII foi traçado da cidade de Nonoai até Manoel
geofísicas (sensoriamento remoto, gravimetria e Viana, incluindo 50 estações (PSIII-1 a PSIII-51)
magnetometria) na caracterização de estruturas de espaçadas de 7 km. Ambos perfis são sobre as rochas
rifteamento, estratigrafia e intrusões, presentes na vulcânicas da Formação. Serra Geral.
porção sul-sudeste da Bacia do Paraná, RS.
O método Magnetotelúrico (MT) utiliza como fonte o
campo magnético natural da Terra, o qual induz um
campo elétrico de acordo com as leis de Maxwell. O
MT é muito utilizado em áreas com cobertura de
basalto, carbonatos e sal, estruturas resistivas,
geralmente de alta velocidade, que causam problemas
para o imageamento com dados sísmicos. Além disso,
possui excelente relação custo x benefício, tornando-se
uma ferramenta de alto desempenho e rápida
execução com grande potencial de investigação de
crosta e manto, inclusive no meio oceânico, sendo
empregado na indústria petrolífera e na exploração de
Figura 1 – Mapa geológico simplificado do RS com a
minerais metálicos sulfetados.
localização das seções de levantamento e respectivas
Mais especificamente, este trabalho teve como objetivo
estações geofísicas.
a identificação de estruturas do Escudo Sul-rio-
grandense, principalmente, o comportamento destas
O método magnetotelúrico (MT) mede os campos
abaixo dos derrames basálticos da Formação Serra
elétricos e magnéticos na superfície terrestre para
Geral através das seções geofísicas do método MT e
obtenção do tensor de impedância e dos valores de
de sua consequente modelagem geomorfológica.
resistividade aparente e fase. O método utiliza a
variação temporal natural do campo magnético da
ÁREA DE ESTUDO
Terra. Essas variações englobam a faixa de frequência
A área de estudo envolve todo o estado do Rio Grande
desde 0.001Hz até cerca de 100 KHz. Os canais
do Sul (Figura 1), onde foram realizados três perfis
telúricos (campo elétrico Ex e Ey) são medidos com
regionais envolvendo um total de cerca de 1150 km de
dipolos de 100 m em configuração cruzada utilizando
extensão. Os levantamentos foram realizados segundo
eletrodos de cloreto de chumbo (PbCl2). Os campos
a direção NE-SW e NW-SE.
magnéticos (Hx, Hy) são registrados com o uso de
bobinas de indução de alta sensibilidade. Os campos
METODOLOGIA
elétricos (E) e magnéticos (H) ortogonais registrados
A aquisição de dados pelo método magnetotelúrico
são alinhados para norte magnético (Ex, Hy) e leste
envolveu a obtenção de dados de três seções regionais
(Ey, Hx) magnéticos.
com extensões de 520 km (PSI), 270 km (PSII) e 355
Para a aquisição dos dados de MT foram utilizados
km (PSIII). O espaçamento entre as estações foram
dois equipamentos de medidas magnetotelúrica de
definidos em função da profundidade estimada do
banda larga, modelo MTU-5A, da marca Phoenix
embasamento e do grau de detalhamento a ser
Geophysics do Canadá (Phoenix, 1990). As estações
investigado em cada área do trabalho.
foram programadas para 21 horas de coleta, o que
O Perfil PSI foi traçado da cidade de Aceguá (RS) até a
permite uma boa aquisição de dados em alta
cidade de Barracão (SC), ao longo da calha do Rifte
profundidade, podendo alcançar até 10 km. Foram
Guaritas, sendo constituído por 68 estações (PSI-1 a
utilizados dois equipamentos simultaneamente, o que
PSI-69). As estações PSI-1 a PS-16 e PSI-23 a PSI-46
permitiu a remoção de feições espúrias geradas por
foram levantadas com um espaçamento de 5 km entre
ruídos eletromagnéticos produzidos pelo meio (cercas
si. Entre as estações PSI-16 e PSI-23 o espaçamento
elétricas, redes de alta tensão, veículos e pessoas). O
foi definido em 15 km e por fim, as estações PSI-46 a
processamento dos dados obtidos foi efetuado pela
PSI-69 foram levantadas com espaçamento de 10 km.
empresa geofísica StrataImage utilizando programas
próprios do fabricante (Phoenix) resultando em curvas cada estação. A interpretação é resultado da
de resistividade aparente e fase, tipper, e inversão 2D. divergência das curvas. Onde as curvas dos modos se
A interpretação dos resultados nas seções baseou-se afastavam umas das outras é indicativo de que naquela
na diferenciação de valores de resistividade profundidade tem-se uma descontinuidade de
apresentados com sua assinatura obtida da camadas. As descontinuidades mais visíveis estão
identificação litológica encontrada nos testemunhos de relacionadas a zonas de falhas que delimitam
sondagens (principalmente os 4 testemunhos de estruturas maiores, relacionadas à grabens e horsts. A
sondagem da Petrobrás: 2RD01RS, 2LV01RS, morfologia do embasamento evidencia bem essas
1MC01RS E 2IT01RS). Valores de baixa resistividade feições.
(abaixo de 35 Ohms/m) são atribuídos a rochas As seções PS-I e PS-III possuem direção NE-SW e
sedimentares. Moderados a altos (intervalo de 35 a 600 ressaltam as falhas de direção NW-SE, enquanto a
Ohms/m) constituem uma faixa ampla de litologias seção PS-II possui direção NW-SE e destaca as falhas
diferenciadas. Nesta porção englobam-se tanto rochas de direção NE-SW. As falhas observadas em geral
sedimentares secas (com seus interstícios não mostram superfícies de falhas com disposição
preenchidos por fluidos) até rochas ígneas e plutônicas subvertical e apresentam rejeitos de algumas centenas
intemperizadas ou fraturadas. Por fim, as faixas de alta de metros.
resistividade (valores acima de 600 Ohms/m) são Após a interpretação das seções foi gerado no
representadas pelas rochas plutônicas ou metamórficas programa computacional RECON o mapa de superfície
sem alterações (rocha sã). total do embasamento (Figura 5).
Para o reconhecimento da assinatura do sinal geofísico
(atribuição do sinal físico à rocha) utilizou-se parte das Falhas NW-SE
1748 testemunhos de sondagens presentes na área de A observação das seções PS-I e PS-III destaca a
estudo. Desta maneira pode-se relacionar o sinal de presença de importantes falhas de direção NW-SE e
resistividade com a litologia associada na região. É ressaltam a presença de duas grandes estruturas
necessário reconhecer que estes valores não são regionais: (i) o Arco de Rio Grande na porção sul e (ii) o
absolutos e não podem ser interpretados de forma Sinclinal de Torres na sua extremidade norte (Holz et
abrupta no método MT. Além dos valores pontuais de al. 2010). Os rejeitos das falhas não são proeminentes
resistividade de cada estação estarem dentro de uma e possuem em geral, entre 300 e 1000 metros.
margem de erro pós-processado na inversão 2D (erro O Arco de Rio Grande é um horst de dimensão regional
de 250 metros), o método MT apresenta uma linha de onde se destaca o soerguimento do embasamento e o
tendência. Em outras palavras, onde se identifica uma aumento da espessura das camadas de rochas
mudança de valores de resistividade é considerado sedimentares da Bacia do Paraná nos extremos sul e
indício da presença de contato litológico. As seções norte desta estrutura. A estrutura do arco esta
bidimensionais foram produzidas pela empresa delimitada ao norte pelo Sistema de Falhas Jaguari-
StrataImage com os programas computacionais Mata e ao sul pelo Sistema de Falhas Alegrete e Ibaré.
específicos de inversão 2D da Empresa Phoenix. Já a Estas evidências sugerem que o arqueamento ocorreu
modelagem tridimensional, foi realizada através do simultaneamente à deposição de parte das sequências
programa computacional RECON (RECON, 2011). sedimentares da Bacia do Paraná. Dados
Para efetuar a composição da modelagem estratigráficos, associados à arquitetura de fácies
tridimensional, além do sinal geofísico, foram utilizados Faccini, 2000; Faccini et al 2003) e dados
dados de 4 testemunhos de sondagem cedidos pela geocronológicos e termocronológicos corroboram esta
Petrobrás e de 1744 testemunhos cedidos pela CPRM. hipótese e têm demonstrado que a estruturação deste
arco é contemporânea com a deposição dos
RESULTADOS sedimentos triássicos do Grupo Rosário do Sul
Dos perfis geofísicos elaborados (PS-I: Figura 2, PSII- (Faccini, 2000, 2007; Philipp et al. 2013a,b; Jelinek et
2: Figura 3 e PS-III: Figura 4), os contatos existentes al. 2013). Do mesmo modo, as ocorrências da
nas estações foram interpretados em função do grau Formação Guará, restrita a porção sul do arco, com
de resistividade aparente da rocha com a geologia do paleocorrentes para sul (Faccini, 2000, Scherer &
local. Como o MT é um método suavizado e não Lavina, 2005) e da Formação Caturrita, restrita ao norte
abrupto, a delimitação ficou restrita às zonas iniciais de do arco e com paleocorrentes para norte (Faccini,
variação dos sinais de mínimo para máximo e vice- 2000), indicam que o soerguimento do arco se
versa. Os falhamentos e fraturas superficiais tiveram estendeu até o início do Jurássico. A integração das
sua projeção coletada a partir do mapa geológico do informações das seções PS-I e PS-III mostra que a
estado do Rio Grande do Sul. Já os profundos foram estrutura do arco diminui sua largura e dimensão em
marcados com apoio individual dos sinais do modo TE direção ao oeste do Rio Grande do Sul.
(transverse electric) e TM (transverse magnetic) de
Figura 2 – Seção MT PSI, ao longo da calha do Rifte Guaritas, evidenciando a ação dos sistemas de falhas NW
estruturando o embasamento e o espessamento para N dos depósitos preservados da Bacia do Paraná nas depressões
geradas. O espessamento maior no extremo NE da figura corresponde à borda sul da Sinclinal de Torres.

Figura 3 – Seção MT PSII, no sentido NW-SE, sobre os vulcanitos da Formação Serra Geral no Norte do Estado do RS,
mostrando a morfologia do embasamento e preservação dos depósitos da Bacia do Paraná, produzidas pela ação dos
sistemas de falhas NE. A interpretação foi balizada pelos poços da Petrobras, indicados na Figura.
Fig.4 – Seção MT PSIII, de direção NE-SE no oeste do Estado do RS, cortando os sistemas de falhas NW. A
interpretação é balizada nesta seção por apenas um poço da Petrobras. Notar, entretanto, no extremo SW da seção, a
profunda depressão delimitada pelos sistemas de falhas São Francisco de Assis (SFSA) e Jaguari-Mata (SFJM). Na
modelagem 3D, apresentada mais adiante, esta depressão mostra uma conexão da Bacia do Paraná na fronteira oeste
do RS com a bacia do Chaco Paraná, na Argentina

Figura 5 – Modelo 3D (esquerda) do embasamento no sul do Brasil, gerado com base em informações de poços e
integração das seções de MT realizadas. A direita, vista em planta, ressaltado o contorno do Estado do RS.
A Sinclinal de Torres é uma estrutura caracterizada Para norte do Estado, em direção a Santa Catarina,
pelo aumento de espessura das camadas mostra um conjunto de depressões alinhadas com o
sedimentares da Bacia do Paraná em direção ao norte eixo do Rifte Guaritas, sugerindo repercussões a serem
da seção. Do mesmo modo observa-se que a futuramente estudadas.
continuidade das camadas é interrompida por grandes
sistemas de falhas regionais, destacando-se as Falhas REFERÊNCIAS
Torres-Posadas, Não-me-Toque/Capão da Canoa e CLOSS, D. 1967. Orthocone Cephalopods from the
Santo Angelo-Barra do Ribeiro. As falhas que afetam a Upper Carboniferous of Argentina and Uruguay.
Sinclinal de Torres afetam também as rochas Ameghiniana, 5, 123-129.
vulcânicas da Formação Serra Geral, indicando que os
falhamentos estiveram ativos pós-Cretáceo. de SANTA ANA, H., GOSO, C. & DANERS, G. 2006.
Cuenca Norte: Estratigrafía del Cabonífero- Pérmico.
Falhas NE-SW In: VEROSLAVSKY, G., UBILLA, M., MARTÍNEZ, S.
A observação da seção PS-II destaca a presença de (Eds.): Cuencas Sedimentarias de Uruguay –
uma grande quantidade de falhas de direção NE-SW, Paleozoico. DIRAC Facultad de Ciencias, Montevideo,
que em sua grande parte representam a reativação das 325p.
estruturas dúcteis impressas nas rochas do Escudo
Sul-rio-grandense, que constituem o embasamento da FACCINI, U.F., 2000. Estratigrafia do permo-triássico
Bacia do Paraná. O aumento localizado da espessura do Rio Grande do Sul: estilos deposicionais versus
das camadas sedimentares da Bacia do Paraná sugere espaço de acomodação. Porto Alegre. Tese de
que parte destas falhas estiveram ativas durante a Doutorado, Programa de Pós-graduação em
deposição da bacia. Geociências, Instituto de Geociências, UFRGS, 332p.

CONCLUSÕES FACCINI, U.F.; GIARDIN, A.; MACHADO, J.L.F.2003.


Os modelos obtidos até o momento pelos dados MT Heterogeneidades litofaciológicas e hidroestratigrafia
apoiam os modelos da geologia conhecida na área e do Sistema Aquífero Guarani na região central do
trazem novas informações sobre as partes mais estado do Rio Grande do Sul, Brasil. in: PAIM, P.S.G;
profundas da Bacia do Paraná no Estado do Rio FACCINI, U.F.; NETTO, R.G. (Ed.). Geometria,
Grande do Sul. arquitetura e heterogeneidades de corpos
Em geral os dados apresentaram excelente qualidade e sedimentares. São Leopoldo, UNISINOS, p. 147-173.
comportamento típico do ambiente de aquisição desde
a porção sul Bacia do Paraná, passando pelo Rifte FACCINI.U.F. 2007. Tectonic and climatic induced
Guaritas e retomando a bacia já na sua porção mais changes in depositional styles of the Mesozoic
profunda e atingindo a parte mais espessa do derrame sedimentary record of Southern Paraná Basin, Brazil.
da Formação Serra Geral, ao norte do RS. A PSII Problems in Western Gondwana Geology I, Gramado,
esteve inteiramente dentro do ambiente geológico da Extended Abstracts.
Bacia do Paraná apresentando os sedimentos http://www.ufrgs.br/alpp/Problems_Gondwana.pdf
condutivos mais espessos e as rochas básicas
intrusivas mais próximas a superfície. A PSIII teve seu HOLZ, Michael ; KALKREUTH, W. ; ROLIM, S. B. A. .
início no mesmo domínio da PSII e ao final, ao sul, é Coal resources off-shore Brazil a speculative play for
possível notar o afinamento sedimentar e a coal bed. Marine and Petroleum Geology, v. 27, p.
aproximação da borda SW da bacia. A presença de 1119-1132, 2010.
uma possível “calha” pode ser observada na parte
central do perfil, bem como uma zona de cisalhamento JELINEK, A.R.; PHILIPP, R.P.; CHEMALE Jr., F. 2013.
no final do mesmo. Evolução termo-tectônica do Cinturão Dom Feliciano no
A modelagem geológica integrada (MT, análise RS e SC a partir da integração da análise por traços de
estrutural e estratigráfica) mostra, em escala regional, fissão em apatita e da geologia estrutural. Simpósio
uma nova paleogeografia. Para a região oeste do Rio Nacional de Estudos Tectônicos, XIV, SBG, Chapada
Grande do Sul, região de Alegrete-São Francisco de dos Guimarães, Boletim de Resumos Expandidos.
Assis, indica a existência de um vale profundo (mais de
3 km) orientado para W-NW, aberto para a Argentina. PHILIPP, R.P.; KLOSS, H.P.; SCHULTZ, C.L.; BASEI,
Na área Sul, região de Bagé-Hulha Negra, alinhado M.A.S.; HORN, B.L.; SOARES, M. 2013a. Proveniência
com a direção geral do Rifte Guaritas, foi detectado um por U-Pb LA-ICP-MS em zircão detrítico e idade de
paleovale com abertura para sul (Uruguai) onde o deposição da Formação Santa Maria, Triássico da
equivalente do Grupo Itararé (Formação San Gregorio) Bacia do Paraná, RS: evidências da estruturação do
apresenta fácies marinhas, com presença de Arco do Rio Grande. Simpósio Nacional de Estudos
amonóides (Closs, 1967; de Santa Ana et al., 2006), Tectônicos, XIV, SBG, Chapada dos Guimarães,
indicando conexão com o oceano nesta região. Boletim de Resumos Expandidos.
PHILIPP, R.P.; ZVIRTES, G.; BRUCKMANN, M.P.;
FACCINI, U.F.; VIANA, A.R.; LAVINA, E.; SCHERER,
C.. 2013b. Estruturas tectônicas na seção geológica
Santana do Livramento-Rosário do Sul-Jaguari:
evidências do Arco de Rio Grande, Bacia do Paraná,
RS. Simpósio Nacional de Estudos Tectônicos, XIV,
SBG, Chapada dos Guimarães, Boletim de Resumos
Expandidos.

PHOENIX, 1990. Phoenix Geophysics, 3781 Victoria


Park Avenue, Unit 3 Toronto, Ontario, Canada M1W
3K5.

RECON, 2011. Austin GeoModeling, Inc. 1996-2014.


6500 River Place Blvd Building 4, Suite 107 Austin,
Texas 78730 USA.

SCHERER, C. M. & LAVINA, E.L.C. 2005.


Sedimentary cycles and facies architecture of aeolian–
fluvial strata of the Upper Jurassic Guara´ Formation,
southern Brazil. Sedimentology, 52: 1323–1341.

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