Menina da manta de retalhos...
O frio parece querer trazer de volta as mãos em ponto de rebuçado... entro em parafuso, e peço (eu que não costumo falar com entidades superiores a 1m90) aos céus que tragam um bocadinho de calor, que o meu corpo já se vai retesando das meias demasiado quentes, do abafar dos sapatos e das luvas de pele.
É verdade que uma festinha tua suaviza tudo... um beijinho na ponta dos dedos parece adormecer-lhes a dor. Porque há qualquer coisa que a minha pele não suporta, no dia-a-dia. Que as pontas dos meus dedos sentem como agressiva... Mas tu ainda me vais amaciando os sentidos.
E eu bem que vou colocando músicas calminhas no leitor de música; bem que revejo fotografias de dias soalheiros, protejo-me de noites sem descanso e ponho as mãos "de papo para o ar" assim que espreitam uns raios de sol. Mas sinto-me a querer quebrar...
Um dia destes, uma amiga dizia-me que alguém com a mesma sina que eu se diz grato com este problema. Perguntava-lhe como pode isso ser possível, e ela ensinou-me através dessa pessoa uma valiosa lição: que esta é uma forma que o seu corpo tem de o avisar que é tempo de parar, acalmar e olhar para dentro, porque algo não está bem. Procuro ver isto assim, porque acho maravilhoso conseguir olhar para a pele em chagas e sentir-se abençoado...
E agora, Madrid. Acho que vai ser um novo creme para as mãos, passar quatro dias a passear de mão dada contigo na terra que me está no sangue. A visitar cantinhos onde se pode "picar", a calcorrear museus de arte moderna e a comer churros com chocolate; a ver artistas de rua, a conhecer praças e torres e esplanadas que descansam o coração. Vamos a ver se este pedacinho de alma vai ser bom retalho para a manta de retalhos que vai sendo a minha vida... Com muito orgulho, claro, que todos sabem que sou a menina das mantas de retalhos!
É verdade que uma festinha tua suaviza tudo... um beijinho na ponta dos dedos parece adormecer-lhes a dor. Porque há qualquer coisa que a minha pele não suporta, no dia-a-dia. Que as pontas dos meus dedos sentem como agressiva... Mas tu ainda me vais amaciando os sentidos.
E eu bem que vou colocando músicas calminhas no leitor de música; bem que revejo fotografias de dias soalheiros, protejo-me de noites sem descanso e ponho as mãos "de papo para o ar" assim que espreitam uns raios de sol. Mas sinto-me a querer quebrar...
Um dia destes, uma amiga dizia-me que alguém com a mesma sina que eu se diz grato com este problema. Perguntava-lhe como pode isso ser possível, e ela ensinou-me através dessa pessoa uma valiosa lição: que esta é uma forma que o seu corpo tem de o avisar que é tempo de parar, acalmar e olhar para dentro, porque algo não está bem. Procuro ver isto assim, porque acho maravilhoso conseguir olhar para a pele em chagas e sentir-se abençoado...
E agora, Madrid. Acho que vai ser um novo creme para as mãos, passar quatro dias a passear de mão dada contigo na terra que me está no sangue. A visitar cantinhos onde se pode "picar", a calcorrear museus de arte moderna e a comer churros com chocolate; a ver artistas de rua, a conhecer praças e torres e esplanadas que descansam o coração. Vamos a ver se este pedacinho de alma vai ser bom retalho para a manta de retalhos que vai sendo a minha vida... Com muito orgulho, claro, que todos sabem que sou a menina das mantas de retalhos!
Comentários
[Quanto a este...lindo, como sempre:)]
Volta para nós!
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