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A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Menina da manta de retalhos...

O frio parece querer trazer de volta as mãos em ponto de rebuçado... entro em parafuso, e peço (eu que não costumo falar com entidades superiores a 1m90) aos céus que tragam um bocadinho de calor, que o meu corpo já se vai retesando das meias demasiado quentes, do abafar dos sapatos e das luvas de pele. É verdade que uma festinha tua suaviza tudo... um beijinho na ponta dos dedos parece adormecer-lhes a dor. Porque há qualquer coisa que a minha pele não suporta, no dia-a-dia. Que as pontas dos meus dedos sentem como agressiva... Mas tu ainda me vais amaciando os sentidos. E eu bem que vou colocando músicas calminhas no leitor de música; bem que revejo fotografias de dias soalheiros, protejo-me de noites sem descanso e ponho as mãos "de papo para o ar" assim que espreitam uns raios de sol. Mas sinto-me a querer quebrar... Um dia destes, uma amiga dizia-me que alguém com a mesma sina que eu se diz grato com este problema. Perguntava-lhe como pode isso ser possível, e ela ensino...

Há coisas que são como janelas...

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Há coisas que nos colam a alma. Um lobinho companheiro e guardião, que nos sorri e saltita à chegada, como se fôssemos a pessoa mais importante do mundo. Que nos dorme aos pés e nos guarda a cabeceira enquanto fazemos uma sesta no sofá. Séries repetidas do Frasier e do Friends , tão velhinhas mas tão aconchegantes como a mantinha nos joelhos. Acompanhadas da pasta favorita, massonga (receita de família que nunca nos deixa mal), ou mais tarde de um leite quente com açúcar. Há coisas que nos preenchem. Que nos fazem sentir completos . Como um dia cheio de pessoas que precisam da nossa ajuda, e que conseguimos ajudar! Sair do trabalho depois da hora, com a sensação de que cumprimos o nosso dever, que ajudámos alguém... Uma manhã que nunca mais acaba e que se debruça sobre o almoço. Mas que almoço é esse, nem me lembrei que havia fome! E de repente já é de tarde mas não faz mal, porque estamos a fazer "o bem". O cansaço esfuma-se quando vamos no autocarro desligados do mundo, e...