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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Edir Macedo e o desrespeito aos judeus



por João Marinho

Gente, sou somente eu que considero um tremendo desrespeito aos judeus religiosos a inauguração do templo de Salomão pela Igreja Universal?


Sim, o cristianismo é tributário do judaísmo e compartilha com ele uma parte da Bíblia... Uma religião influenciar outra e reinterpretar símbolos de outras em seu desenvolvimento é também algo corriqueiro na história. 

Daí a se apropriar de todo um arcabouço simbólico e sagrado de outra religião para despi-lo integralmente de seu sentido ainda existente e substituir esse sentido cirurgicamente por signos de sua própria, macaqueando a outra religião e falsificando os signos dela, eu considero demais.

O Templo é o lugar mais sagrado para os judeus hoje. Salomão era judeu. Seguia o judaísmo. A arca da aliança, pelas histórias bíblicas, teria sido dada por Iavé ao povo judeu, e nela foram guardados os 10 mandamentos, ícones da Lei – que, na interpretação dos cristãos, já passou, uma vez que vivemos na "era da Graça".

Aí, você pega tudo isso, replica um templo judeu que, na verdade, é uma igreja... Traz uma arca judaica, que, na verdade, é agora um símbolo cristão. Veste o Edir Macedo com cara de rabino, quando ele é bispo e pastor... E enche a decoração com símbolos típicos do judaísmo, como o candelabro, destituindo-os de todo o sentido que possuem no próprio judaísmo. Isso parece correto?

A iconoclastia é interessante enquanto estratégia de crítica às religiões, críticas que todas merecem. No entanto, quando uma religião faz isso com outra – e aí, não estamos, portanto, falando mais de iconoclastia –, considero um assunto particularmente sensível.

Fosse eu judeu religioso, de nascimento ou converso (e uso "religioso" porque existem judeus étnicos que não seguem o judaísmo), estaria imbuído de profunda ojeriza e consideraria isso aviltante – e, se eu fosse a presidenta, o ilustre governador, um deputado, um político, teria levado isso em conta antes de decidir ir à inauguração.

Qual o próximo passo? Construir uma Caaba cristã?

sábado, 28 de abril de 2012

Jerusalém: o desafio de ser gay na cidade "sagrada"

REPORTAGEM DO OPERA MUNDI




Apesar de reunir uma pluralidade de crenças e estilos de vida, a intolerância contra homossexuais ainda é grande






Uma terra de contrastes. Ao mesmo tempo em que Jerusalém é considerada sagrada por três religiões monoteístas – o cristianismo, o judaísmo e o islamismo – e reúne símbolos e pessoas tão diferentes entre si, é também terreno sinuoso para a manifestação de direitos civis. A cidade abriga uma comunidade homossexual vibrante, mas que frequentemente é alvo das camadas mais conservadoras.

Em Jerusalém, há apenas um bar gay e a realização da Parada do Orgulho Gay foi um direito conquistado após muito esforço. Ela reuniu quatro mil pessoas em 2011, que exigiram a aprovação de uma legislação que proteja os homossexuais em Israel. Indignados com o desfile, grupos de judeus ortodoxos protestaram em diversos pontos da cidade, controlados por cerca de mil policiais espalhados por Jerusalém -- alguns chegaram a agredir os participantes do evento. Em junho daquele ano, a marcha em Tel Aviv conseguiu reunir 70 mil pessoas.

“Embora não existam tantos homossexuais quanto em Tel Aviv, todos os anos Jerusalém atrai milhares de ativistas gays para participar da marcha, para mostrar que, mesmo que os religiosos nos considerem ‘sujos’, esta é nossa cidade também”, comenta A.S. um membro da comunidade homossexual da cidade.


Apesar das diversas ameaças de morte que recebem ano após ano durante a parada, a marcha anual se supera cada vez mais em termos de assistência e organização. “A diferença entre a nossa marcha anual e a de Tel Aviv e outras partes do mundo é que, em Jerusalém, adquire também um significado de luta pelos nossos direitos e contra o ódio que uma ampla maioria da população de Jerusalém sente por nós”, acrescenta Natalie V., uma belga que desembarcou em Jerusalém há cinco anos.

Natalie, que há cinco anos namora uma mulher israelense, é prova da dualidade do estado de Israel em relação à homossexualidade. Embora Israel seja um país democrático, o judaísmo ortodoxo interfere em muitos assuntos civis, incluindo os casamentos. Em Israel, é impossível realizar um casamento civil, mesmo entre heterossexuais. No entanto, em uma distorção, estão permitidas as uniões homossexuais, inclusive se uma delas for estrangeira, como é o caso de Natalie.

“É curioso que isto seja possível em um país onde predomina tanto a religião. Eu quero deixar claro que em Jerusalém e Israel, até o momento, não tive nenhum problema por andar de mãos dadas com a minha namorada, nem por darmos um beijo”, diz. “No entanto, trabalho com uma família ortodoxa judia e não comentei nada sobre a minha orientação sexual em quase quatro anos", conta Natalie.

Ultraortodoxos caminhando ao lado de uma mulher muçulmana usando o véu e uma menina de minissaia logo atrás são cenas comuns nas ruas de Jerusalém. E é nessa heterogeneidade que, no final, reside uma espécie de acordo tácito de não agressão. Embora, às vezes, essa bolha possa estourar, como aconteceu durante a Parada do Orgulho Gay de 2005, quando um judeu ultraortodoxo esfaqueou vários participantes. Atentado pior aconteceu à comunidade gay de Tel Aviv, quando uma bomba matou duas pessoas e feriu uma. O culpado, um colono da Cisjordânia, afirmou que os homossexuais são “animais”.

Portanto, apesar da mescla aparentemente suave entre religiosos e seculares em Jerusalém, assim como no resto do país, uma tensão soterrada pulsa abaixo da superfície. “Aqui, em geral, como os gays não carregam um cartaz dizendo ‘sou gay’, não há tantos problemas, mas também você não vai dar um beijo em outro homem em Mea Shearim (o bairro ultraortodoxo), não queremos provocá-los em seu bairro”, diz Adam.


Segundo ele, porém, o resto da cidade é de todos. O bar Mikve, antes conhecido como Shushan, na rua Shushan, foi o primeiro voltado para o público gay a ser aberto na cidade. O lugar está vivendo uma nova era dourada depois de permanecer fechado durante muitos anos devido às pressões dos ortodoxos. Durante toda a semana há festas para clientes homossexuais e as segundas-feiras são exclusivas das drag queens.

“Em Jerusalém, não há muitas festas nem lugares para dançar, por isso sempre aparecem heterossexuais. Na cidade, todos nos conhecemos e amigos de todas as orientações sexuais se juntam a nós. Estamos misturados”, conta com um sorriso Daniel R., empresário.

A empresa encarregada de organizar as festas, Unibra, garante que é um sucesso, que atrai dezenas de pessoas a semana toda, embora as festas drag sejam as preferidas. “As pessoas querem se divertir, já estão cansadas de se esconder, mas infelizmente nesta cidade não há lugares para onde sair à noite”, lamenta a Unibra.

Palestinos

Para os membros da comunidade homossexual palestina os desafios são ainda maiores. “Para eles é mais difícil, pois vem de uma sociedade mais conservadora, em que a homossexualidade é punida ou humilhada em público. Por isso, a última coisa que querem é fazer uma declaração pública de que são gays, sejam homens ou mulheres”, explica Adam.

A organização para palestinos homossexuais em Israel Al Qaws organiza eventos para os palestinos e ajuda a criar uma rede de apoio e conscientização entre a comunidade árabe. Uma vez por mês organiza uma festa para que os gays e lésbicas palestinos que vivem em Israel possam se conhecer.

“Mesmo que os palestinos que vivem em Israel contem com os mesmos direitos que os cidadãos judeus, muitas vezes há racismo e incompreensão em relação aos gays palestinos”, comenta a Al Qaws. “Há também muita incompreensão por parte da comunidade internacional, que se foca na ocupação israelense. Além disso, a opinião da comunidade palestina pesa demais. Dessa forma, não podemos esperar que eles saiam do armário como no Ocidente.”

Às vezes, Israel chega a acolher como refugiados os palestinos homossexuais que correm risco de morte ou que tenham recebido ameaças, embora não seja algo tão frequente. Enquanto isso, em Jerusalém, continua a luta para que a comunidade religiosa aceite aos homossexuais, se não como iguais, como cidadãos com os mesmos direitos de todos.

“Este é o nosso objetivo. Não queremos nem mais nem menos do que têm os demais e poder passear tranquilamente de mãos dadas, sem ter medo que nos façam sentir inferiores, nem ter a nossa Parada do Orgulho Gay cercada por centenas de policiais”, diz Adam.

Para mostrar que, embora nem sempre venha à tona, o ódio contra os gays corre solto em Jerusalém, em 2006 foi a homofobia que uniu representantes das três religiões monoteístas para protestar contra a marcha gay daquele ano. “É uma pena. Poderiam ter se unido para protestar contra outras coisas mais importantes”, lamenta Adam.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Inglaterra realiza primeiro casamento gay de judeus



Manchester
, na Inglaterra, realizou o primeiro casamento judeu entre pessoas do mesmo sexo no último final de semana. A cerimônia foi realizada pela Liberal Judaism, uma parte mais moderna do judaísmo.


O primeiro casal gay e judeu a se unir foi os ingleses Jeffrey Levine e Roman Hunter-Fox.

A cerimônia aconteceu no Lowry Hotel e contou com toda a tradição judias de casamentos, incluindo o tradicional ketubah, que é um contrato de casamento judeu todo cheio de ornamentos e deveres.

Eles disseram o "sim" para sempre e trocaram as alianças embaixo de uma chuppah, aquela pequena tenda tradicional nos casamentos judeus.

Ao final, ainda seguindo a tradição, eles quebraram copos enquanto acontecia o shevah brachot, que são as sete bênçãos para os noivos, consideradas o coração da cerimônia de casamento judeu.

Fonte: Cena G

domingo, 21 de novembro de 2010

O Talibã no Brasil são os cristãos

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O discurso da hipocrisia, disfarçando o ódio como direito de liberdade de se expressar...

Imaginem vocês, caros leitores, se eu fosse um evangelinazista contumaz, talvez eu pudesse, em nome da liberdade de me expressar, congregar, na órbita desse conceito nobre, uma série de acusações contra um grupo qualquer, afinal, em nome do DIREITO DA EXPRESSÃO TODOS OS OUTROS SUCUMBEM, INCLUSIVE, O DA VIDA E O DA DIGNIDADE!

Assim, para exemplificar, deixe-me pegar como exemplo algumas coisas próprias de minha formação. Sou descendente de alemão nato, com italiana nata. Minha pele é branca, meu cabelo é liso, venho da classe média e tenho boa formação. Como direito posso expressar minha fé, e esta vem dos evangélicos, que acreditam, por exemplo, que a marca que Deus colocou em Caím, por ter matado Abel, foi a cor negra. Necessariamente, tal idéia de expressão religiosa foi justificada na escravidão norte-americana, nas colônias do sul. Dessa forma, todo um grupo de pessoas, de pele negra, estão marcados pelo poder da religião e sua interpretação bíblica.

As origens do racismo e do preconceito contra o negro, a religião dos negros e a comida dos negros são bíblicas! E eu posso não concordar com a cultura dos negros e me manifestar contra ela, porque minha fé me dá o direito de assim proceder, e se alguém tentar me contradizer, eu ainda tenho, na Constituição da República, o direito inconfundível, princípio que está acima de todos os princípios, da liberdade de expressão e crença.

Isso pode parecer nojento, hipócrita, abominável, mas é exatamente isso que a Igreja Evangélica fez aos negros nos EUA, e é exatamente isso que a Igreja Cristã faz contra os homossexuais na atualidade.

Semana passada, o pastor presbiteriano e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Augustus Nicodemus Lopes, trouxe novamente a polêmica sobre a homossexualidade e a homofobia e o direito de se expressar... Para o pastor o PL 122/06 maximiza o direito de um determinado grupo, ao mesmo tempo em que, minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados pela Carta Magna e pela Declaração Universal dos Diretos Humanos.

Engraçado, o Nicodemus deve desconhecer o Código de Defesa do Consumidor, que trata os consumidores de forma a maximizar seus direitos frente os distribuidores e fornecedores numa relação de consumo, com o fim de tratar com igualdade a parte fraca na relação consumerista. Da mesma forma, não deve conhecer o Direito dos Trabalhadores, que maximiza o empregado e seus direitos frente ao poderio do empregador, restabelecendo a igualdade diante da lei dos interesses pretendidos. Deveria perguntar ao Nicodemus de quais direitos os homossexuais gozam para que, em havendo uma lei que proíba o preconceito, ferirá a relação de igualdade entre homossexuais e heterossexuais? E quando o dito pastor se refere a Carta Magna, a que Carta ele está se referindo, a Constituição ou a Bíblia? (isso é válido, pois quando na boca de um fundamentalista está dito a máxima carta ela nunca será a Constituição de qualquer país, antes de ser seu próprio livro sagrado).

Assim, a criminalização do racismo foi exatamente proibir a expressão livre do ódio contra um grupo, por este ter a cor da pele diferente da branca! A criminalização do homicídio é proibir a livre expressão do ódio contra alguém em que pese na eliminação deste da face da terra! A criminalização do roubo e do furto consistem em proibir a livre expressão e manifestação de alguém em saquear qualquer objeto de outrem por meios ardilosos ou pela força! A grave ameaça é a proibição da livre expressão da palavra, gestos e qualquer outro meio que intimide alguém de forma violenta. A criminalização da homofobia será a proibição da livre expressão de alguém difundir seu ódio contra o outro pelo simples fato desse se comportar diferente do que a heteronormatividade impõe.

Desta forma, a liberdade de expressão não é um direito absoluto no ordenamento jurídico, e em vários momentos a liberdade de expressão é e deve ser restringida, caso contrário uma pessoa que no momento da iria expressasse todo seu ódio contra o outro, no mais alto grau, matando-o, não poderia responder por homicídio (art. 121 do CP), pois ela simplesmente estaria usando seu direito absoluto de se expressar e manifestar. A própria constituição entende assim quando diz:

“Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.

Ou seja, a própria Constituição limitou a liberdade de expressão frente à lei, não sendo tal princípio do Direito encarado de forma plena ou indiscutível. Ainda, dois princípios estão dispostos sobre todos os outros: a VIDA e a DIGNIDADE, e eles sempre se sobressairão em qualquer hermenêutica aplicada na lei para seus efeitos.

Não demorou, e logo um velho conhecido veio se manifestar: JÚLIO SEVERO. Júlio não sustenta nem 1/3 da inteligência que ele adoraria ter, aliás, basta ver seu argumento para que se tenha pena da falta de senso do mesmo. É um asno falante (e que me desculpem os asnos pela ofensa, afinal comparar Júlio Severo a qualquer criatura é demeritório às criaturas a que a ele forem comparadas)! Escarra Júlio:

“os homofascistas nunca trocariam o Mackenzie por uma mesquita como alvo de suas reais manifestações de ódio. Eles tremeriam de medo só de pensar em fazer um protesto na frente da Embaixada do Irã, país que tradicionalmente mata homossexuais!”

Assim, Julio afirma que os homossexuais se aproveitam da, suposta, passividade dos cristãos.

Bem, que passividade cristã é essa? A passividade da inquisição católica, a passividade de João Calvino com Serveto em Genebra, a passividade dos luteranos e de Lutero com camponeses e judeus na Alemanha, ou a passividade de Hitler, cristão católico, e leitor de Lutero, contra os judeus, gays, ciganos etc?

Agora, interessantíssimo, é saber que da passividade evangélica até um exército foi criado: A LIGA DE ESMALCADA, que pretendia lutar contra outro exercito cristão pacífico: a coalizão católica, e que os dois exércitos se uniram para derrotar os turcos seljúcidas: 1531-1538. Ou seja, católicos e protestantes guerreando contra os muçulmanos. E o que dizer da passividade dos irmãos irlandeses católicos e protestantes, armados até os dentes, com milícias terroristas de ambos os lados?

A passividade cristã é assombrosa, e é implícita a apologia à guerra e ao massacre que Júlio Severo faz em seu texto, uma vez em que os cristãos começarem a agredir fisicamente os gays, em semelhança do que acontece com os muçulmanos, os gays não terão coragem de reagir! Essa é a verdadeira imagem de Júlio Severo, um hipócrita talibã de bíblia em punho! ESSA É A FACE DA IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL, UMA IGREJA TALIBÃ, que ameaça tudo e todos que não se submetem aos seus desígnios.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

JESUS, O MACHO E A FÊMEA

 

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Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: “é licito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo?” Então respondeu ele: “Não tendes lido que o criador, desde o princípio, os fez homem e mulher, e que disse: ‘por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?’ De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. (Mateus 19, 3-6).

"Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do Universo que não me fizeste mulher" .

Ou ainda No Talmud de Babilônia - Tratado "Menachot" 43 B está escrito:

“O Rabi Meir disse: O homem deve recitar três bênçãos cada dia, e elas são: Que me fizeste (do povo de) Israel; que não me fizeste mulher; que não me fizeste ignorante.”

Essas bênçãos fazem parte da liturgia tradicional judaica dentro do conjunto de "agradecimentos a Deus" conhecido como "Bênçãos matinais" e que são recitadas toda manhã ao despertar.

Os Sábios do Talmud interpretaram o versículo "Toda a glória da filha do rei na sua casa" (Salmo 45:14), ensinando que a honra de uma mulher exige que ela fique na sua casa, cumprindo sua função essencial de ter filhos e de facilitar ao seu marido o cumprimento dos preceitos.

 Seguindo essa lógica, as mulheres eram definidas pelo aspecto biológico, como mães procriadoras; do ponto de vista sociológico, eram dependentes, primeiro do pai e depois do marido; e, sob o prisma psicológico, eram incapazes de dedicar-se a temas tidos sérios ou importantes, exclusivos dos homens. Portanto, a presença de uma mulher num lugar público - na rua, no mercado, nos Tribunais, nas casas de estudo, nos eventos públicos ou nos cultos religiosos - era considerada uma ofensa à sua dignidade de mulher.

A priorização das tarefas femininas voltadas para o lar - tomar conta da casa, das crianças e do marido - terá como conseqüência direta a limitação da função religiosa; portanto, a mulher fica liberada da obrigação do cumprimento de determinados preceitos judaicos que têm um momento especifico para serem cumpridos. Em uma tradição onde a obrigação de cumprir os preceitos divinos é considerada uma grande honra, prova da escolha e do amor divinos, a isenção da mulher de certas obrigações se cobre de outros significados.

Determinar o que fazer com o tempo é símbolo de liberdade que o homem pode usar conforme seu entendimento. O homem é livre para escolher dedicar seu tempo a Deus, a mulher não é livre de fazê-lo (na prática, mulheres e escravos têm as mesmas obrigações e cumprem os mesmos preceitos).

Dentro desse conceito, a decisão de liberar as mulheres do cumprimento dos preceitos de hora marcada é uma demonstração da grandiosidade do mesmo Deus que cede aos homens o seu privilégio de ser o dono do tempo das mulheres. Elas ficam liberadas de cumprir os preceitos divinos, mas permanecem subordinadas – em tempo e ações - ao marido, o lar, as crianças.

Elas são donas da casa, eles são donos delas. De fato, até em hebraico a palavra "marido" é baal, que significa "dono, patrão, proprietário e donos do mundo."

Assim nem a leitura da torá por uma mulher era bem-vinda. Antigamente, a pessoa que ia ser convidada para ler a Torá em público durante o serviço religioso do Shabat, era avisada com antecedência para ter a possibilidade de preparar a leitura. Como em geral quem tinha acesso ao estudo, facilidade e tempo para se preparar eram os homens, o convite a uma mulher seria interpretado como se naquela congregação não houvesse sete homens aptos a ler a Tora, o que seria uma vergonha para a mesma (isto é, para os homens).

Destarte, se a mulher já estava "liberada" de alguns preceitos, essa segunda razão - evitar a desonra da congregação - a impedia de cumprir aqueles preceitos que, mesmo sem ser obrigada, ela poderia - se assim o desejasse - escolher cumprir.

Foi dentro deste contexto desfavorável que a questão do divórcio e do repúdio da mulher foi levantada pelos fariseus a Jesus. Eles não queriam uma explicação, mas eles queriam saber como o mesmo se manifestaria dentro da questão polêmica. E Jesus surpreende a todos, inclusive ao seus discípulos, quando ele dignifica a condição da mulher diante do homem, e a eleva em status de igualdade.

Jesus lembra aos fariseus um texto que remonta ao princípio de tudo, quando Deus criou ao homem, ele criou a humanidade, homem e mulher os criou, em condição de imagem e semelhança, sem diferenciar a mulher ou submetê-la ao homem. Contudo, Jesus sabia que uma tradição assim procedia, mas Jesus então dá a chave interpretativa... Se na tradição do “crescei e multiplicai” a mulher é posse, e é a mesma tradição que diz que o homem deve deixar pai e mãe e unir a sua mulher tornando-se uma só carne, Jesus volta à condição de igualdade, de dignidade à mulher, a mesma dignidade outrora conferida pelo documento “P” ao concluir que se são uma só carne não há distinções entre o papel do homem e o papel da mulher, que a mulher não pode ser repudiada por qualquer defeito, e nem o homem é dono dela, pois são os dois a mesma imagem e a mesma semelhança de Deus em igualdade: UMA SÓ CARNE.

Assim Jesus estabelece que aquela regra onde na lei de Moisés era permitido ao marido dar carta de divórcio e despedir a sua mulher por qualquer motivo – (Ex.: Andar com o cabelo solto, girar na rua, conversar com outros homens com demasiada familiaridade, maltratar os pais do marido, gritar – falar com o marido em voz tão alta que fosse ouvida pelos vizinhos, não ser uma boa dona de casa, etc.). Josefo, o historiador Judeu, escreveu – “O repúdio à mercê dos caprichos dos maridos e a seu bel-prazer dominava a regulamentação do divórcio entre os judeus”- não era a regra desde o início, pois a dureza dos corações havia transformado a mulher em posse, mas desde o princípio ela era tão imagem e semelhança de Deus quanto o homem, e não deveria ser tratada como submissa, mas em igualdade de condições.

Assim, quando Jesus usa o termo macho e fêmea, ele o faz para dignificar a mulher diante do homem, e não para dizer ou estabelecer que essa seja a única relação sexual possível e aceita e querida por Deus. Pelo contrário, ele aqui não está falando de sexo ou sexualidade, mas quebrando um estigma de gênero, perverso e opressor contra as mulheres e suas posições dentro do judaísmo. Não tem nada a ver com sexo, com gays ou com eleição de relacionamento sexual possível. Mas fala de dignidade, grandeza, e elevação de condições de todos em igualdade diante do criador:

Façamos o homem a nossa imagem e conforme a nossa semelhança... E Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, macho e fêmea os criou (Gênesis 1, 26-27).

Tal atitude surpreende inclusive aos discípulos que chegam a concluir que se for para tratar com igualdade e não como posse, a mulher, é preferível não se casar:

“Se essa é a condição do homem relativamente a sua mulher, não convém casar (Mt 19,10).”

Você pode acreditar no que quiser, mas não seja baixo ao ponto de aproveitar da ignorância para disseminar a intolerância. Macho e fêmea não deveria ser colocado na boca de qualquer pastor ou cristão, pois macho e fêmea não é condição de trepada nas escrituras, mas condição de ser diante daquele que cria todas as coisa para sua glória.

Silas Malafaia continuará sendo a raposa que é, pois sempre haverá algum cristão babaca para repetir sem escrúpulos aquilo que ele vocifera sem caráter e dignidade alguma. Às vezes penso que os evangélicos merecem a sua própria sorte...

terça-feira, 30 de março de 2010

Filme: Pecado da Carne

Amor gay entre judeus ortodoxos, estreia sexta

 

 

A Festival Filmes vai lançar no Brasil em 03 de abril, em São Paulo, o polêmico e bem produzido “O Pecado da Carne”, filme dirigido por Haim Tabakman e que conta a história de amor entre dois judeus ortodoxos. Na histórica Jerusalém, Aarão Fleshman (Zohar Straus) é um açougueiro casado e pai de cinco filhos que vê tudo mudar com a chegada do jovem Ezri (Ran Danker). “Pecado da Carne” foi um dos 104 filmes exibidos durante a 17º edição do Festival Mixbrasil de Cinema da Diversidade Sexual, em 2009.

Depois de ir a Jerusalém em busca de um caso seu, outro judeu ortodoxo, e levar o fora dele, o rapaz é levado pelo destino à porta do açougue de Aarão, que coincidentemente precisa de um ajudante em seu negócio. Tudo é muito sutil entre os dois durante o clima de tensão sexual não concretizada. Haim coloca toda a mensagem nos olhares e expressões faciais.

O açougueiro vê então sua vida invadida pela presença de seu agora aprendiz e seu cotidiano totalmente bagunçado, mexido pela energia jovem e cheia de vida de Ezri - que se joga para cima do patrão em uma primeira vez fracassada. Mas no dia seguinte, quem vai pra cima é Aarão, não conseguindo mais segurar seu desejo de ter em seus braços o corpo todo daquele lindo rapaz.

Os dois finalmente conseguem ficar juntos, mas isso desperta o falatório geral dentro da conservadora comunidade judaica, ciente de que Ezri é homossexual. Começa então uma verdadeira guerra da opinião do povo judeu ortodoxo contra o aprendiz de açougueiro, com direito a cartazes difamatórios espalhados pelas ruas, pedras atiradas contra o açougue e olhares o tempo todo cheios de censura e reprovação.

Em nome da esposa, dos cinco filhos e de sua religião, Aarão decide deixar de viver seu desejo plenamente - se sentir vivo, como diz -, demite Ezri e se encerra no colo da mulher dizendo: “me proteja do Mal”. Mal este que nada mais é do que o amor por seu ajudante. Com a partida do rapaz, o açougueiro vai até a nascente do Rio Jordão para um banho de purificação e volta a morrer em sua agora sem graça vida.

Fonte: Mix Brasil

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sou gay, sou de Cristo!

Ontem, dia 04 de março, um aluno meu, do 8º período de filosofia, procurou-me com uma indagação inquietante. Confessadamente ateu, questionador e bastante esforçado em seus deveres acadêmicos, seu questionamento trazia um desconforto enorme, um apelo sôfrego, honesto e, de certa forma, justificado.

Dizia o jovem: “Renato, os cristãos são INIMIGOS do movimento gay, e de todas as expressões homossexuais, das mais despretensiosas, às organizações que militam por algum direito, por que ainda se dizer evangélico?”

242264_4Bem, não lhe falta razão para a proposição e, de fato, concordo quando o rapaz diz que os cristãos são os nossos inimigos, aliás,os nossos maiores inimigos. Contudo, não vejo, ou não vislumbro a dissociação entre a perseguição cristã e minha fé, só pelo fato dos cristãos nos perseguirem.

Há um problema clássico desde a época da Reforma: A denominação proeminente acredita, piamente, ser a DONA DAS ESCRITURAS OU DA TRADIÇÃO. E não importa qual seja a denominação.

Na Reforma, se desconsiderarmos as circunstâncias, ainda restará essa premissa- que lá se fez por elementar. Católicos e protestantes se digladiavam para estabelecer quem é que poderia ter a VERDADEIRA (poder, dominação, senhorio) interpretação das Escrituras. Hoje, as denominações em evidência reivindicam as mesmas categorias lógicas para dizer que os gays não podem ser cristãos, e o combate à militância LGBT se dá em nome da suposta verdade escriturística como símbolo desse poder e senhorio.

Ora, já nos furtaram os direitos civis em igualdade, nos subjugaram, em nome de Deus, de Jesus e das Escrituras, nos colocando à margem, como minoria degradante dos bons costumes e da moral- conceito mais do que subjetivo, nos tomaram empregos, nos tomaram a liberdade das ações, de sermos tão somente aquilo que somos, nos torturaram psicologicamente, nos elegeram ao inferno, colocando na boca de Deus um hálito que a ele não pertence, mau cheiroso e torpe, nos espancaram e mataram nossa gente. E agora, como uma ultima tentativa querem nos saquear a fé.

governo-opressor Bem, felizmente, o rapaz que me questionou é matriculado na disciplina filosofia da linguagem, da qual sou titular da cadeira, quando então pude reavivar em sua memória, que o símbolo só tem validade, quando nele depositamos os significados que o farão ser o que é. Assim, a fé é simbólica e cheia de significantes e significados, validade que é dada pelo sujeito que neles depositam tal condição. Desta feita, por que nós, homossexuais, deveríamos nos sujeitar a um significado que nos toma a possibilidade da esperança? Por que não ressignificar a fé, uma vez que os símbolos escriturísticos não são de exclusiva propriedade dos cristãos, e sim das tradições humanas? Por que não reavaliar o contexto histórico , trazendo a mensagem de Cristo para nós sem os preconceitos judaicos, onde o próprio Cristo fez questão de desautorizá-los? Em último, por que eu deixaria um cristão tomar a minha fé, ou dizer o que eu devo fazer com ela, uma vez que a fé é pessoal, intransferível e personalíssima?

Não vou deixar o meu inimigo cristão tomar a minha fé, simplesmente vou continuar vivenciando o que acredito, a mensagem de Jesus, pelo fato dessa mensagem ter sido vida para mim, independente daquilo que Paulo, Pedro, Afonso, Maria, Aline, Bento ou qualquer outro diga. Se Jesus não disse, não serão eles que dirão, aliás, podem até dizer, mas eu não os significo, então é o dito pelo não dito. E a graça de nosso Senhor Jesus, o amor de Deus o Pai, e a consolação do Espírito Santo continuam penetrando meu ser e revelando a verdadeira essência de Deus: O AMOR.

Sou gay, sou de Cristo!

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terça-feira, 2 de março de 2010

ENTRE HOMENS

DEUS E O DIABO NA TERRA DOS GAYS

Para os evangélicos tradicionais, está bem claro: Deus não aprova a homossexualidade. Para os reacionários e fanáticos, como os da Igreja Batista de Westboro, Deus vai além e realmente nos odeia.

Para ambos os grupos, e para judeus, católicos e islâmicos conservadores, a verdade é uma só: a Bíblia, a Torá, ou o Alcorão condenam as relações sexuais e amorosas entre iguais. Mesmo adeptos de religiões que não seguem esses livros, como os hindus, acreditam na tese de que a homossexualidade é “antinatural” e, portanto, condenada por uma série de divindades.

SERÁ?
O Espaço Entre Homens discute, no próximo dia 08/03/2010 o tema:

RELIGIÕES GAY-FRIENDLY

> Igrejas cristãs inclusivas, umbanda, candomblé, budismo, paganismo, wicca, espiritismo...: as religiões, vertentes e divindades que aceitam a presença de membros gays e não condenam sua orientação sexual;

> O impacto das visões pró-gays nas religiões tradicionais e conservadoras: dos quarks aos anglicanos, no que as abordagens inclusivas mudam práticas, sentimentos e doutrinas;

> A homofobia religiosa: os religiosos conservadores e reacionários e seu impacto no atraso na consecução de direitos de LGBTs – e como combatê-los “de dentro” dos templos;

> Fé e sexualidade: como é a vivência do fiel homossexual nas religiões em que é aceito e a importância de uma sexualidade sem condenações;

> Sexo e polêmica: quais as interpretações, as regras e as proibições que afetam o sexo gay nas religiões friendly;

Isso e muito mais! Com a presença já confirmada de pastores inclusivos e adeptos da umbanda, do espiritismo, do budismo... E, claro, ateístas!

E mais: A lista de convidados confirmados está aumentando – tudo para mostrar que ser gay não significa necessariamente abrir mão de uma vida espiritual.

QUANDO
Segunda-feira, 08/03/10, 19h30
* Parabéns a todas as mulheres pelo seu dia
ONDE
UpGrade Club
Rua Santa Isabel, 198 - São Paulo, SP, perto do Metrô República.
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Sobre o Entre Homens
Gerenciado por Murilo Sarno, o Espaço Entre Homens visa a refletir, numa roda de conversa livre e espontânea, temas relacionados ao universo gay masculino.
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domingo, 6 de dezembro de 2009

O NAZISMO CRISTÃO

Nunca imaginei que chegaria um dia que teria que escrever sobre algo, que muito, torturou milhões de pessoas, e que, na contemporaneidade, tal sentimento do passado, que causou estranheza, medo, revolta e vergonha, não serviu de lição para aqueles que peregrinam, mas, que tão somente, divulgam seus ódios próprios, alienados da história, alienados de suas conseqüências e de suas próprias responsabilidades.

Esse é um quadro cruel, muitas vezes, basta conversar com um alemão, já idoso, para ver nele a dor que é exposta, a vergonha que se faz, por um legado, que nunca se apagará, por conta de 1939- 1945. Foi assim que coloquei fim a um debate contra os homossexuais numa comunidade luterana do Orkut, enquanto muitos ali acusavam os gays, lembrava dos efeitos da guerra, quando Hitler também os acusou, não somente os gays, mas os JUDEUS principalmente. Caro leitor, não sei o que te parece isso, mas, tenho certeza, que os descendentes germanos que leem estas palavras sabem, exatamente do que eu falo. É duro quando pego um diário de um jovem judeu- polonês, que meu avô me deu, para ler, e saber que, o mesmo, morreu aos 18 anos de idade, em plena Segunda Guerra, por ser JUDEU!

Meu avô, quando fiz 18 anos me presenteou com um livro: O diário de Dawid Sierakowiak: A visão do holocausto por um jovem do gueto de Lódz./ editado e traduzido por Alan Adelson, 1996, RJ: Editora Record. Na ocasião, ele queria me ensinar sobre tolerância. Depois de ler o livro ele conversou comigo, e me ensinou que na vida nenhuma idéia vale a dignidade do outro, e que as boas idéias são aquelas que contemplam o espaço de todos, livremente, com dignidade e honra, sempre. O que não é ter que concordar, mas se na discórdia o ódio vir, então, melhor é encerrar a discussão e seguir o seu caminho. Abro o livro de David, seu diário é real, suas páginas, todas elas reais, não é ficção, aquilo de fato aconteceu àquele menino, nos seus 15 aos 18 anos. Um menino que não viu o mundo que nós vemos; um menino que compreendeu o que é homem cristão na sua intolerância cristã, melhor do que todos nós podemos ver, sentir ou imaginar.

Uma de suas anotações sobre a fome que Hitler impôs em Lódz se encontra em Sábado, 7 de junho de 1941:

Vomitei terrivelmente à noite passada e fiquei na cama o dia inteiro, hoje, mais fraco do que antes. Não fiz nenhum dos deveres de casa que marquei para hoje, e mal pude fazer alguma leitura. Não há quase nada para encher esse estômago e, agora, vomitei toda a comida, sem ter feito uso dela. Que desperdício Que isso passe e não acabe sendo alguma coisa pior.


Numa outra passem a que encerra o livro:

À noite, tive que preparar a comida e cozer a ceia, o que me deixou totalmente exausto. Em política não há, em absoluto, nada de novo. Mais uma vez, por incompetência, sinto que estou começando a cair em melancolia. De fato, não há nenhuma saída para nós.


Esta é a anotação final do rapaz de 18 anos em 1943. Pouco tempo depois, o jovem autor morreu de tuberculose, exaustão e INANIÇÃO. A síndrome do holocausto, conhecida como a doença do gueto, onde mais de 60 mil judeus morreram em Lódz, um campo urbano de escravos na Europa cristã nazista.

Foi ouvindo o debate na REDE MELODIA que resolvi me dar essas páginas de reflexão, um pastor enraivecido, enfurecido, esbravejante, gritando, acusando, odiando, vociferando, quase cumprindo o legado de ser pastor (alemão) rosnando. Tão somente, por estar diante de um homossexual... Meu Deus, pensei, que pequenez! Um outro, dizia que se sentia, profundamente, incomodado, por uma minoria, querer dizer a maioria, como eles devem pensar e agir, e que isso era uma ditadura gay. Foi, então, que me lembrei de Hitler dizendo dos judeus: Uma minoria, que quer controlar a Alemanha!

Hitler era cristão... Muitos de seus escritos trazem às marcas de seu compromisso com a fé cristã... E foi usando escritos de Lutero, embora católico, que Hitler, na Segunda Guerra, disseminou o ódio nas praças da Alemanha. De alguns escritos do próprio Hitler podemos extrair:

“Por isso, acredito agora que ajo de acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a obra de Deus. O partido evitou combater contra quaisquer organizações representadas pela Igreja, assegurando-se, assim, o apoio dessa poderosa organização. O mundo não foi feito para os povos covardes.”


FONTE: MEIN KAMPF (Minha Luta - Adolf Hitler).

Parte 1, Capítulo 10

Sua vida [do judeu] só se limita a esta terra, e seu espírito conservou-se tão estranho ao verdadeiro Cristianismo quanto a sua mentalidade o foi, há dois mil anos, ao grande fundador da nova doutrina. Verdade é que este não ocultava seus sentimentos relativos ao povo judeu; em certa emergência pegou até no chicote para enxotar do templo de Deus este adversário de todo espírito de humanidade que, outrora, como sempre, na religião, só discernia um veículo para facilitar sua própria existência financeira. Por isso mesmo, aliás, é que Cristo foi crucificado, enquanto nosso atual cristianismo partidário se rebaixa a mendigar votos judeus nas eleições, procurando ajeitar combinações políticas com partidos de judeus ateístas e tudo isso em detrimento do próprio caráter nacional.


FONTE: MEIN KAMPF (Minha Luta - Adolf Hitler)

Parte 1, Capítulo 11

As confissões cristãs, todas duas, estão presenciando indiferentes a essa profanação e destruição de um nobre e incomparável ser presenteado à nossa terra pela graça de Deus. Para o futuro da humanidade, não importa saber se os protestantes vencem os católicos ou os católicos os protestantes, mas sim, se o homem ariano é conservado no mundo ou se desaparece. Apesar disso, essas duas confissões, longe de combaterem o destruidor da espécie, tratam apenas de se aniquilarem mutuamente. Justamente o homem de sentimentos nacionalistas devia ter a sagrada obrigação, cada um dentro do seu próprio credo, de cuidar, não só de falar sempre da vontade de Deus, mas também de cumpri-la, não permitindo que a obra de Deus seja desonrada. A vontade de Deus foi que deu aos homens sua forma exterior, sua natureza e suas faculdades. Aquele que destruir a obra de Deus está desta forma combatendo a obra divina, a vontade divina.


FONTE: MEIN KAMPF (Minha Luta - Adolf Hitler)

Ou quando me lembro do papa Bento XVI dizendo que a questão de se combater a homossexualidade é uma questão ecológica para a própria sobrevivência do homem, ou do pastor na Rede Melodia dizendo que a terra, e a humanidade só se mantiveram até hoje por conta da heterossexualidade, e sendo heterossexual é que o homem chegou aonde chegou...

Lutero reformador protestante uma vez disse, e deixou escrito:

Em primeiro lugar, suas sinagogas deveriam ser queimadas... Em segundo lugar, suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas... Em terceiro, seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados... Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte... Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam ser absolutamente vetados aos judeus... Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a agiotagem (cobrança de juros extorsivos sobre empréstimos)... Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão na debulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seu pão no suor do seu rosto... Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade... Portanto, fora com eles...


Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.


Ainda, A questão é muito simples. O anti-semitismo — que era praticado por Hitler e seus seguidores, e é por todo o mundo condenado — já foi uma prática comum na História mundial, aceita por (quase) todos, e estimulada pela própria Igreja Católica durante a maior parte da sua história (tendo as relações entre Igreja Católica e judeus sido melhoradas somente durante o papado de João Paulo II, iniciado em 1978).

O próprio Hitler considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, "o Grande", e Richard Wagner. Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero.

Hoje, os gays estão sendo considerados como a minoria que quer mandar no país, como os judeus eram a minoria que queriam mandar na Alemanha, os gays têm que ser purificados, ou então são dignos de morte, como leu em alto e bom tom Silas Malafaia: D I G N O S D E M O R T E! Os cristãos nazistas começam a sua guerra de purificação da raça no Brasil!