Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me;
quando eu grito, escutai minha voz!
Minha oração suba a vós como incenso,
e minhas mãos, como oferta da tarde!
(Sl 140, 1-2).
Já escutamos falar de pessoas tóxicas, vez ou outra nos deparamos com situações que nos fazem mal, que nos entristecem, que nos prejudicam ou nos abalam de alguma forma. Reagir às situações de injustiça é bom, faz bem e não deixa de ser um dever. Entretanto, nem sempre aquilo que pensamos ser justo, na verdade, é. Nem sempre a causa que resolvemos militar, ainda que pareça correta, é justa.
Essa lição, dia 27 de março, foi aprendida por uma pessoa muito especial e, lamentavelmente, de forma mesquinha, inclusive, de modo contrário ao aprendizado, na vulgaridade, na pobreza de espírito, no “intuito lacrativo”, disseminada com rancor e preconceito em nome da justiça ou de se fazer justiça, foi esquecida por alguns setores da esquerda brasileira.
Toda a inquisição é burra, porque nela não há o caminho do meio, ela não aceita o arrependimento, aliás, debocha dele como fraqueza e com desdém. A esquerda militadora conseguiu dar voz ao ridículo, sendo mais absurda na sua falsa pretensão de querer justiça mais do que querer aparecer.
Falo do episódio envolvendo Xuxa Meneguel e seu pedido de desculpas em que reconhece de forma peremptória que errou. O fato de reconhecer o erro, pedir desculpas e dizer que não há justificativa para sua fala, porque está errada mesmo, não foi suficiente para a esquerda lacradora querer palco em cima do negócio. O desejo de visibilidade torna-nos patéticos e insensíveis… aliás, tão patéticos que lá foram eles fazer uma “carta aberta” para alguém que horas depois de dizer o absurdo que disse voltou atrás e se retratou.
Gostaria de saber quem elegeu o dono da proposição: “Seu pedido de desculpas, eu vi. Mostra que você não entendeu nada. Não se convenceu de fato que falou uma bobagem descomunal. Você propagou uma ideia nazista. Acorde!” como senhor Deus e juiz dos sentimentos alheios quando, em público, as pessoas vêm se retratar de um erro, assumindo ter errado e não disfarçando o fato? Gente, o autor dessa nominada: “Carta aberta a Xuxa Meneguel” é mais cruel do que Tomás de Torquemada, qual o padrão para se dizer: “...Seu pedido de desculpas, eu vi… Não se convenceu de fato que falou uma bobagem descomunal”? Ah, já sei! É o padrão Sérgio Moro de qualidade, mais um infeliz que adere ao Instituto Dallagnol de acusação e propalação de boatos, afinal, essa forma arrogante de se portar em relação às pessoas é da Lava Jato.
Ora, Senhores, o que desejais: que a Meneguel fique nua perante o Cristo Redentor, em praça pública, receba 80 chibatadas enquanto repete o mantra: “… por minha culpa, minha tão grande culpa…” e assim saciar vossos desejos implacáveis por sangue e destruição da reputação alheia? Não sejam ridículos!
O texto da “carta aberta” propõe uma série de situações prisionais e sociais sugerindo que Xuxa só se preocupa com veganismo e animais abandonados e sequer lembrou, falou, suscitou, a Fundação Xuxa Meneguel para crianças em situação vulnerável que em 2015, durante uma entrevista no 12º Fórum Empresarial de Comandatuba na Bahia, Xuxa declarou que gasta anualmente R$ 1,5 milhão para manter a fundação, o valor é desembolsado por ela há cerca de 22 anos, fazendo a soma chegar a R$ 33 milhões.
Quando Xuxa tomou conhecimento das questões sociais de sua fala, quando um fã a ela escreveu e disse da situação prisional no Brasil, a loira voltou atrás em seus pensamentos e de forma contumaz disse: “… Mas também fiz a mesma coisa, também julguei, também maltratei, usei palavras que não deveriam ser usadas… Quem sou eu para dizer que essas pessoas devem ficar ali ou morrer ali. Se eu faço isso, estou sendo ruim como as outras pessoas que também maltratam outras vidas. Eu errei, me julgaram certo”.
Se essa fala não foi suficiente para aplacar a ira da fama sobre o erro alheio, o que faz dessas pessoas diferentes dos atores na Lava Jato, em Curitiba? Como podem falar de justiça, sendo que em seus corações impera a injustiça e a condenação? Porque são “Mouros” disfarçados de cristãos piedosos. Quem tem ouvido para ouvir, ouça!
Esse episódio envolvendo a Xuxa é emblemático. Ela pediu perdão e afirmou estar errada. Desculpou-se, caso você ache que tudo bem, mas… O problema não está com ela. A pessoa tóxica é você, que não compreende nada da vida e nem de suas realidades. Se para você existe um mas em um pedido sincero de desculpas, você precisa urgentemente de um psicólogo, pois você é tóxico.
Espanta-me que entre setores da esquerda a máxima: “quando não se tem algo para dizer se diz qualquer coisa…” tenha valor e voz. Não sejamos inquisidores quando há verdade na expressão alheia. Menos é mais!