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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Estudo mostra que professores têm preconceito contra alunos gays



Quem deveria ensinar o respeito à diversidade também demonstra preconceito contra os homossexuais ou, no mínimo, total desconhecimento do tema. É o que indica um estudo do Ministério da Educação onde foram entrevistados professores, diretores, funcionários e alunos de 44 escolas estaduais e municipais de 11 capitais do País.

Os depoimentos, colhidos entre 2009 e 2010, falam de Educação sexual,homossexualidade e preconceito. Na maioria das escolas, casos de bullying contra gays são encarados como brincadeiras naturais.

Um educador de São Paulo diz, por exemplo, que sente “pena” dos gays e afirma não saber se a homossexualidade “é uma doença” ou se o jovem “fica assim” por ser criado no meio de mulheres. Outro, também da capital, diz que a homossexualidade pode ser detectada pela anatomia, já que as lésbicas não teriam “cintura afinada.”


Fonte: Cena G

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Agora é a vez do Renê Terra Nova defender Ana Paula Valadão



E parece que a estratégia do Márcio Valadão contra o Edir Macedão é o falso silêncio. Márcio, sem muitas dificuldades, parece que está convocando seus amigos pastores para defender ($$$$$$) gratuitamente, e $olidariamente a Ana Paula. Primeiro foi o Malafaia, o homem da limusine de 5 mil diárias, avião bagatela de 12 milhões de dólares,  que, mui gênero$amente, movido pela confraternização, empatia e liberalidade, saiu em defe$a de$intere$$ada da cantora de Lagoinha. Agora, o Renê Terra Nova, aquele que em surto psicótico se autodenomina apostolo, também re$olveu se pronunciar, $abe-$e lá os mostivo$$$, mas ele se fez notar em uma mensagem para Ana (Nossa Senhora dos Evangélicos), em seu microblog (como retratarei o conteúdo na integra, escrito pelo próprio psicótico “apostolo”, peço a vocês que fiquem bem calmos, pois o homicídio ao português do “apostolo” é violento, tudo indica que ele é pastor e não conhece muito bem de regras gramaticais da língua portuguesa, e nem de ortografia, mas é neopentecostal, aí, fazer o quê?):

"Ana Paula Fico com o discernimento do Faustão que disse: Tem verdade nos seus olhos. É melhor um líder comum com discernimento, do que um líder "diferente" sem temor. Você pode cair na unção e ser tomada por Deus todas as vezes que o Eterno quiser lhe usar, e você ser veículo de bênção para essa nação. Você no pode é cair no descrédito, na moral e ética. Mas na unção tem todo meu respeito. Sua voz apascenta, cura e liberta mais do que muitas palavras persuasivas e sem testemunho de vida com Deus! Conheço sua casa, e sua família tem testemunho aprovado, e o que faz trás vidas para o Eterno. Lamento esse constrangimento, conte comigo". (SIC).

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Manual Básico de Etykettah no Cinemão

Tenho cer-te-za de que a senhora já viu acontecer: na boate da moda que oferece o darkroom (ou blackroom, para as falantes de English), fica aquele monte de bees carudas. Sabe como elas são, né? Aqueeelas que ficam com a sobrancelha arqueada, fazendo biquinho nos beiços e cara de que comeram azedo, avaliando as roupas e as curvas de tooodas que cruzam seu caminho.

Dá 3h da manhã e, cansadas de fazerem as egípcias e não descolarem nenhuma neca de carne (literalmente), elas se jogam no dark como se não houvesse amanhã – e lá, na negritude e no suor, tanto faz pegar o gordinho que rejeitaram, desde que tenha o bumbum guloso e/ou a neca odara.

Pois bem. O que a senhora não sabe, e a mama vai contar, é que essas meninas também costumam frequentar lugares, digamos, mais selvá-gens. Os cinemões, por exemplo.

Vamos parar de fazer as teresas: cinemões são deliciosas terras de ninguém. É um dos espaços em que homens héteros, homens que se dizem héteros, homens bis e gays assumidas convivem em excelente harmonia. Democráticos, eles são escuros, são sujos, são malconservados e são malcheirosos – e o que passa na tela é definitivamente desimportante –, mas oferecem aquilo de que mais gostamos: necas e rabinhos mal-iluminados.

O problema é que a mama fica beeege em ver como não tem bee que sabe se comportar ali? Então, gata, surgiu a ideia de ensinar etykettah básica de pootaria para as meninas esnobes evitarem os sete pecados da tela gozada. Afinal, poota a gente até pode ser – mas sempre phyna!

1. Goza na frente, mete atrás: tá boa que a senhora se esqueceu das aulas do culégio e nem se lembra mais do que é topografia? Estude para o vestibular no cinemón, bee... É assim: cinemão tem geografia própria. Quando o ocó senta lá na frente e no meio das fileiras, é batata: ele só quer bater uma com os “oh, yes” e ir pra casa. Quanto mais pro canto e mais pro fundo, melhor a chance de a senhora caçar ou ser caçada. Na última fileira e na entrada, então, nada de se perder, ou a senhora vira piranha e vai ser pescada por varas rsrs. Sim, eu sei que a senhora agora tá coçando por isso, mas preste atenção para não pagar mico. Claro que tem gente que senta na frente e nem sabe disso – mas seja phyna, saiba que pertinho das rachas do filme, suas chances são menores e não fique insistindo demais, se não leva doce – e não é pirulito...

2. Atleta, cantora, modelo e atriz: tem uma coisa que muita bee faz errada, e a mama mesma viu: elas vão com muita sede ao pote, gata, com a boca aberta e tudo. Vamos pensar assim. Tradicionalmente, as ativas sacam a arma pra fora. Não vou mentir: quanto maior a arma, mais longe o tiro vai e mais passivas aparecem caidinhas. Bom, essas fazem as vezes de atleta e modelo e ficam desfilando ao redor da fileiras ao mesmo tempo fazendo cooper pra perder peso. Aí algumas ficam sedentas e, mesmo quando o bofe faz cara de paisagem, chegam junto e já pegam no dito-cujo. É péssimo. Exercite seu lado atriz, porque no cinemón o que vale é comunicação não-verbal. Tá caçando o bofe? Espere alguma reação positiva do moço e se aproxime se autorizada – e tente ter certeza de que ele tá na sua. Às vezes, ele tá de olho na sua amiga, e a senhora tá roubando a cena. Tá na sua? Use seu lado cantora e engula o microfone rsrsrs

3. Amigas, amigas, necas à parte: gentem, quando é que as bees vão perceber que nós somos todas panteras, e não hienas? A gente não caça em grupo, não, meu bem. O lance é pegar a carne no escuro e so-zi-nha. Foi com a amiga? Cada uma trate de agarrar o seu. É claro que isso não impede um sorrisinho num encontro entre felinas ou um chá da tarde no living room – a entrada do cinemón –, mas, não pense que, na hora H, desfilar em duas ou três ajuda. Temos de ser justas. No cinemón, boa parte dos homens deixou a mulher em casa. Não será a senhora que vai trazer uma outra a tiracolo, né?

4. Miss Simpatia: beeeem, como a mama já disse, cinemão é democracia. A senhora vai ver de tudo: rapazes de terno de gravata, pedreiros, idosos, cachaceiros, alguns drogaditos, moradores de rua, senhores de respeito da classe média, office-boys atrás de um joystick diferente daquele do fliperama. É claaaaro que a senhora não precisa e nem deve gostar de todos, mas tome tento, gata: olhe onde você está. Caso seja abordada por algum de seu desgosto – algumas ativas em pé pegam nas mãos das passivas e levam para onde a senhora está pensando –, não precisa dar uma de lavadeira e dar escândalo. Faça fluir seu lado miss. Sorria, dê uma desculpa e um tchauzinho, e isso vale também para as ativas, a quem basta guardar o brinquedo ou retirar com delicadeza a mão boba. Outro dia, fui num cinemão e tinha uma bee nervosa que galopava pra lá e pra cá e, ao se deparar com um mais velho e cheirando a cerveja, já gritou “Sai pra lá, inferno!” e saiu balançando os bracinhos. Não preciso dizer que eu fui embora depois de um... Certo número... De caças bem-sucedidas... E a vi seca e com fome no trottoir até a hora de ir embora. Sejamos sinceras? Quer dar close e carão, paga uma sauna VIP, né? Se a senhora tá no cinemão, a mensagem é bem clara: a senhora não é muito melhor do que qualquer um ali.

5. Equipada e guerreira: não preciso dizer que a senhora deve levar seus insumos, né? Lembra do Kit Passivo (http://gospelgay.blogspot.com/2011/08/o-que-levar-no-seu-kit-passivo.html)? Faça a chuca previamente e adote uma versão mignon dele – pequenininho, mas tem tudo que você precisa: gelzinho (prefira os de sachê), camisinha, um enxaguante bucal miudinho e um pedaço de papel higiênico são suficientes e garantem o sexo seguro, mesmo que seja só o oral – e muito cinemón até já vende camisinhas a preços módicos. Quer ser ainda mais phyna: porte uma sacolinha. Cabe na sua nécessaire e fica mais phyno descartar as coisas lá e depois se livrar delas no banheiro que simplesmente jogar no chão como a maioria faz. É ativa? Não pense que o pau basta, meu bem. Leve seus insumos também, pelo menos gel, camisinha e papel, pra não ficar na mão, literalmente, hehehe – e nada de esfregar a mão gozada na cadeira que é uó...

6. Com os profissionais, seja profissional: tem cinemón que tem garoto e travesti de programa. Aja com eles profissionalmente também. As travestis costumam ser mais diretas e reconhecíveis. “Quer gozar?”. “Não, obrigada”. Ou, sim, se a senhora gostar. Trate as meninas sempre no feminino. Não é porque a senhora não pôs silicone que é pra dar uma de despeitada. Os garotos costumam usar o esquema armadilha: sacam a neca enooooorme e ficam lá horas se masturbando (aliás, fica a dica da mama: bofescândalo + necona + maratona de punheta + nenhuma bee grudada = garoto de programa). Normalmente, dão o preço na abordagem. Seja rápida e direta com elas e com eles. Quer? Acerte o preço, pague o combinado e faça o que tem de fazer. Não quer? Deixe-os trabalhar, e não preciso dizer que, se a senhora for uma habitué do cinemón, pegar informação também é sempre boa pedida. Acredite: sempre tem uma amiga que já provou do pão e pode dizer que gosto tem.

7. O show não deve parar: cê jura que em pleno cinemão, a senhora quer fazer a tímida e não quer exibir a carne dura que caçou? Larga a mão de ser chata, gata. A senhora é poderosa! Exiba o troféu. De novo, apelamos pra sinceridade. Se a senhora quer privacidade, paga um motel... Assim, nada de ficar estalando a língua para os gaviões e as gavioas que se acumulam em volta da sua pegação para assistir ao espetáculo. Acredite ou não, o povo voyeur geralmente sabe respeitar o limite e não passa dele se não for convidado. Aproveite a plateia e mande ver na sua melhor performance. No máximo, se desejar, leve o bofe ao banheiro (mas mama avisa: muitas vezes, malcheiroso...) – e, mesmo assim, não é garantido que o povo não banque as Três Espiãs Demais. Olha que já vi bee perdendo um tempo precioso com isso. Outro dia, uma sirigaita catou um bofe e mama e outras voyeurs foram assistir. Ela ficou olhando a gente com cara feia. Mama não saiu do lugar e, em vez de ela se aproveitar de todo aquele corpo enquanto tentava me espantar, o bofe acabou ficando molinho e ninguém gozou, olha que tristeza... Tsc... Tsc...
É isso. Na próxima vez, aja phynamente no cinemão, e a senhora será benquista e bem-comida!
Imagem: Reprodução/© A Capa

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Professora transexual aprova “kit anti-homofobia”

Li essa matéria no G1, da globo.com, e gostei muito, então, repasso aqui no blog. Como de costume repasso os artigos que leio e me chamam a atenção de alguma forma.
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Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade


Marina Reidel foi vítima de homofobia antes de passar por 'transformação'.
Ela aprova kit do MEC e diz que ganhou o respeito de pais e estudantes.


Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo
 
Marina Reidel é transexual e dá aulas em uma escola pública de Porto Alegre (Foto: Arquivo pessoal)
Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou  a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.

De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição. 

De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.

No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.

“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”

Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”

Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.

Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”

Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nota Oficial da ABGLT sobre a suspensão do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia

ESH

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, por meio de suas 237 ONGs afiliadas, assim como a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, a Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL, o Grupo E-Jovem, milhares de militantes LGBT e defensores dos direitos humanos, lamentam profundamente a decisão da Presidenta Dilma de suspender o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia. A notícia foi recebida com perplexidade, consternação e indignação.

Apesar de entender que houve suspensão, e não cancelamento, do kit, até porque o material ainda não está disponível para uso nas escolas e aguarda a análise do Comitê de Publicações do Ministério da Educação, a ABGLT considera que sua suspensão representa um retrocesso no combate a um problema – a discriminação e a violência homofóbica – que macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos.

Este episódio infeliz traz à tona uma tendência maléfica crescente e preocupante na sociedade brasileira. O Decreto nº 119-A, de 17 de janeiro de 1890, estabeleceu a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, tornando o Brasil um país laico e não confessional. Um princípio básico do estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional. O fundamentalismo de qualquer natureza, inclusive o religioso, é um fenômeno maligno atentatório aos princípios da democracia, um retrocesso inaceitável para os direitos humanos.

Os mesmos que queimaram os homossexuais, mulheres e crentes de outras religiões na fogueira da Inquisição na idade média estão nos ceifando no Brasil da atualidade. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil.

Uma forma essencial de fazer isso é através da educação. E por este motivo o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia foi construído exaustivamente por especialistas, com constante acompanhamento do Ministério da Educação, e com base em dados científicos. Entre estes são os resultados de diversos estudos realizados e publicados no Brasil na última década.

A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela UNESCO e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as) afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula. 

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual e identidade de gênero. 

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

Estas e outras pesquisas comprovam indubitavelmente que a discriminação homofóbica existe na sociedade é tem um forte reflexo nas escolas. Eis a razão e a justificativa da elaboração do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia.

Com a suspensão do kit, os jovens alunos e alunas das escolas públicas do Ensino Médio ficarão privados de acesso a informação privilegiada para a formação do caráter e da consciência de cidadania de uma nova geração.

Em resposta às críticas ao kit, informamos que o material foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). Todos os vídeos do kit tiveram classificação livre, revelando inquestionavelmente as mentiras, deturpações e distorções por parte de determinados parlamentares e líderes religiosos inescrupulosos, que além de substituírem as peças do kit por outras de teor diferente com o objetivo de mobilizar a opinião pública contrária, na semana passada afirmaram que haveria cenas de sexo explícito ou de beijos lascivos nas peças audiovisuais do kit.

O kit educativo foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, como base em informações científicas, que o material está perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destina.

Os direitos humanos são indivisíveis e universais. Isso significa que são iguais para todas as pessoas, indiscriminadamente. Os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas. Esperamos que a suspensão do kit não tenha acontecido por este motivo e relembramos o discurso da posse da Presidenta no qual afirmou a defesa intransigente dos direitos humanos.

Esperamos que a Presidenta Dilma mantenha o diálogo com todos os setores envolvidos neste debate e que respeite o movimento social LGBT. Da mesma forma que há parlamentares contrários à igualdade de direitos da população LGBT, há 175 nesta nova legislatura que já integraram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e que com certeza gostariam de ter a mesma oportunidade para se manifestarem em audiência com a Presidenta, o mais brevemente possível.

A Presidenta Dilma tem assinalado que seu governo está comprometido com a efetiva garantia da cidadania plena da população LGBT, por meio das ações afirmativas de seus ministérios. Na semana passada, na ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, a ABGLT foi recebida por 12 ministérios do Governo Dilma, onde um item comum em todas as pautas foi o cumprimento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Também na semana passada, por meio de Decreto, a Presidenta convocou a 2ª Conferência Nacional LGBT. Porem, com a atitude demonstrada no dia de hoje acreditamos estar na contramão dos direitos humanos, retrocedendo nos avanços dos últimos anos. Exigimos que este governo não recue da defesa dos direitos humanos, não vacile e não sucumba diante da chantagem e do obscurantismo de uma minoria perversa de parlamentares e líderes fundamentalistas mal intencionados.

Esperamos que a Presidenta da República reconsidere sua posição de suspender o kit do projeto Escola Sem Homofobia, para restabelecer a conclusão e subsequente disponibilização do mesmo junto às escolas públicas brasileiras do ensino médio. Esperamos também que estabeleça o diálogo com técnicos e especialistas no assunto. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que nossa disposição neste sentido seja retribuída o mais rapidamente possível, sendo recebidos em audiência pela Presidenta Dilma e pela Secretaria-Geral da Presidência da República e que a mesma reveja sua posição.

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

25 de maio de 2011

Links para os vídeos do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia:

ENCONTRANDO BIANCA

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A_0g9BEPVEA
PROBABILIDADE http://www.youtube.com/watch?v=tKFzCaD7L1U&feature=related
TORPEDO   http://www.youtube.com/watch?v=hKJjOJlEw_U&feature=related

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ex-jogador Edmundo: "ninguém quer ter um filho homossexual"




O ex-jogador de Futebol Edmundo deu uma entrevista para a coluna "Direto da Fonte" do jornal "O Estado de S. Paulo" desta segunda-feira (16) e falou sobre o relacionamento que teve com Cristina Mortágua, mãe de seu filho Alexandre.


"Sempre gostei pra caramba de mulher. Até mais do que deveria. Mas quando maria-chuteira se aproveitava de mim, eu me aproveitava dela também. Acho até que, de verdade, tive pouco filho fora do casamento. Eu era recém-casado com minha ex-mulher e, durante uma noitada, engravidei a mãe do Alexandre - hoje com 16 anos. Não tivemos um relacionamento", afirmou, referindo-se à ex-modelo Cristina Mortágua.

O ex-jogador, que atualmente é comentarista na Band, disse ainda que considera que ela foi uma excelente mãe para Alexandre.

"Fui ausente, não posso agora querer ser o salvador da pátria. Muito da coisa psicológica dele é fruto da ausência do pai."

Edmundo também falou sobre o fato de ter um filho homossexual. "Ele nunca me falou: ´Pai, sou gay´. Mas claro que não sou idiota, ele tem aparência total. E vi a mãe dele falando na TV. Mas não muda nada. Respeito e admiro igualmente. Tenho muitos amigos gays. Mas é claro que quando é com o outro é mais fácil, mais legal. Quando é na nossa família fica mais difícil. Por mais que não seja preconceituoso, ninguém quer ter um filho homossexual, até pelo preconceito que ele vai sofrer", disse.

Fonte: Cena G

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Só para constar: não discordo do Edmundo, não vejo nele preconceito algum. Ele apenas constatou o que, de fato, é e acontece! Ser gay é sempre mais fácil quando o gay está na casa do vizinho. As pessoas são amigas, compreensivas, divertem-se e, não admitem preconceito. Mas, quanto o gay está dentro da nossa casa, então, boommm! E o MUNDO TREME!

Edmundo, na minha modesta leitura, disse o que é a tendência, e como a sociedade heteronormativa age conosco, e com nossas questões existenciais. Por essas e mais outras é que sou pró- PLC 122/06. E, de fato, não vi preconceito nas declarações do Edmundo, ele apenas constatou!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Entre Homens nesta segunda, dia 02/08/2010

Relacionamentos virtuais: a fim de quê?!cid_201007281304360676

Cada vez mais, as pessoas passam uma parte de seu tempo em redes sociais de relacionamentos, em busca de contatos, carinho, sexo, amizade e até mesmo relações mais duradouras. Como isso funciona? Funciona mesmo? Que regras de convivência virtual existem (se existirem)?

Para iniciar o segundo semestre, o Entre Homens convida todos e todas para um roda de conversa aberta e animada sobre os  relacionamentos virtuais, independentemente dos objetivos ou dos resultados.

QUANDO
Segunda-feira, 02/08/10, 19h

ONDE

Rua Santa Isabel, 198 - São Paulo, SP, perto do Metrô República.
Travessa da Amaral Gurgel, uma depois da Marquês de Itu
Telefone: (11) 3337-2028. Mapa e mais sobre o clube: www.upgradeclub.com.br

* tocar a campainha para entrar | o bar estará aberto para os presentes

QUEM
Gays, bissexuais, travestis, transexuais, HSH, lésbicas, heterossexuais: presenças ao vivo ou virtuais :)
Sobre o Entre Homens
Gerenciado por Murilo Sarno, o Projeto Entre Homens visa a refletir, numa roda de conversa livre e espontânea, temas relacionados ao universo gay masculino.
Contato para a imprensa:
João Marinho - MTB 42048/SP
Tels.: +55 11 9775-8893, 3217-2640
[email protected]

Fique de olho nas próximas reuniões!
16/08: MÊS DO ORGULHO LÉSBICO: mulheres que curtem mulheres;
30/08: Queer rock;
13/09: BDSM gay.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Livros de ensino religioso em escolas públicas estimulam homofobia e intolerância, diz estudo

capa de caderno en. religioso-Adri

Uma pesquisa da UnB (Universidade de Brasília) concluiu que o preconceito e a intolerância religiosa fazem parte da lição de casa de milhares de crianças e jovens do ensino fundamental brasileiro. Produzido com base na análise dos 25 livros de ensino religioso mais usados pelas escolas públicas do país, o estudo foi apresentado no livro “Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil”, lançado na última terça-feira (22) em Brasília.
“O estímulo à homofobia e a imposição de uma espécie de ‘catecismo cristão’ em sala de aula são uma constante nas publicações”, afirma a antropóloga e professora do departamento de serviço social, Débora Diniz, uma das autoras do trabalho.

A pesquisa analisou os títulos de algumas das maiores editoras do país. A imagem de Jesus Cristo aparece 80 vezes mais do que a de uma liderança indígena no campo religioso -limitada a uma referência anônima e sem biografia-, 12 vezes mais que o líder budista Dalai Lama e ainda conta com um espaço 20 vezes maior que Lutero, referência intelectual para o Protestantismo. João Calvino nem mesmo é citado.

O estudo aponta que a discriminação também faz parte da tarefa. Principalmente contra homossexuais. “Desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “o homossexualismo não se revela natural” são algumas das expressões usadas para se referir aos homens e mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. Um exercício com a bandeira das cores do arco-íris acaba com a seguinte questão: “Se isso (o homossexualismo) se tornasse regra, como a humanidade iria se perpetuar?”.

Nazismo

A pesquisadora afirma que o estímulo ao preconceito chega ao ponto de associar uma pessoa sem religião ao nazismo – ideologia alemã que tinha como preceitos o racismo e o anti-semitismo, na primeira metade do século 20. “É sugerida uma associação de que um ateu tenderia a ter comportamentos violentos e ameaçadores”, observa Débora. “Os livros usam de generalizações para levar a desinformação e pregar o cristianismo”, completa a especialista, uma das três autoras da pesquisa.

Os números contrastam com a previsão da Lei de Diretrizes e Base da Educação de garantir a justiça religiosa e a liberdade de crença. A lei 9475, em vigor desde 1997, regulamenta o ensino de religião nas escolas brasileiras. “Há uma clara confusão entre o ensino religioso e a educação cristã”, afirma Débora. A antropóloga reforça a imposição do catecismo. “Cristãos tiveram 609 citações nos livros, enquanto religiões afro-brasileiras, tratadas como ‘tradições’, aparecem em apenas 30 momentos”, comenta a especialista.

*com informações da Agência UnB

sexta-feira, 11 de junho de 2010

PORQUE NÃO VOTAREI EM MARINA SILVA

Rev. Márcio Retamero

“Desculpe, Morena Marina, mas eu tô de mal” (Dorival Caymmi).

Charge-com-Marina-Silva Foi em 1994 que eu “conheci” pelos meios de comunicação Marina Silva, hoje, candidata à Presidência da República Federativa do Brasil pelo Partido Verde. Em 1994, ela tinha sido eleita Senadora da República, tendo recebido a maior votação do seu estado de origem, o grande Acre.

Acreana, pobre, filha de seringueiros, empregada doméstica na capital Rio Branco, alfabetizada pelo MOBRAL (o projeto de alfabetização da Ditadura Militar), professora, historiadora, evangélica da Assembléia de Deus, portanto, minha irmã em Cristo; jamais neguei a Marina mais que minha simpatia! Na verdade é imensa minha admiração por sua trajetória, por sua biografia limpa, com muita luta e garra, conquistando cada palmo de chão com muito suor e gana. Quem não amaria a “Morena Marina”?

Marina “Morena” – é impossível não reconhecer – é coerente com o que professa, seja na política, seja na gestão pública, seja na vida privada: marxista, escolheu e ainda hoje escolhe lutar pelos oprimidos, pelo menos alguns deles. Tendo conhecido a pobreza e a cara feia das privações, busca em sua trajetória pública minorar os sofrimentos do seu povo, não apenas na Amazônia, mas onde quer que estejam os que são vítimas do capital selvagem.

A “Voz da Amazônia” fez entrar para nosso vocabulário e para a agenda política e econômica do nosso país a palavra “biodiversidade”, tão importante para um desenvolvimento sustentável e para o bem estar social de todos os cidadãos e cidadãs do Brasil.

Em 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva recebeu seu primeiro diploma – o de Presidente do Brasil – a “Morena” Marina foi a perfeita escolha para o Ministério do Meio Ambiente. Dentro dos quadros do Partido dos Trabalhadores, Marina era o nome mais que ideal, o único, na verdade, para ocupar o cargo. Neste, enfrentou poderosos da agricultura e outros que vivem da especulação da terra, “semideuses”, donos de terras maiores que a Península Ibérica. Contudo, também foi – e muito – boicotada por seus pares ministros de outras áreas e seus projetos –justos – estavam à esta altura, sendo desmerecidos e sucateados, tudo em nome do capital.

Coerente mais uma vez com o que professa, a “Morena Marina” enfrentou no cargo de Ministro do Meio Ambiente em 2006, uma intensa disputa com a Casa Civil, representada pela candidata a Presidente do Brasil do PT, Dilma Rousseff. Foi acusada de atrasar licenças ambientais para as importantes e faraônicas obras do governo PT no rio Madeira, em Rondônia. Declarou aos “quatro ventos” que não estava disposta a ser flexível com o que acreditava ser melhor para o Brasil apenas para permanecer no cargo. Dois anos depois, após lançar o “Plano Amazônia Sustentável”, a “Morena Marina” renunciou ao Ministério do Meio Ambiente.

Hoje afiliada ao Partido Verde, Marina Silva é candidata ao cargo de Presidente da República. Ontem, 10 de junho de 2010, o Partido Verde apresentou aos cidadãos e cidadãs do Brasil o Plano de Governo que será observado caso Marina saia vencedora da disputa. Nele, a questão LGBT é tratada com generalidades, sem propostas efetivas e concretas. Já esperava isso, devo confessar, principalmente depois que a candidata concedeu entrevista ao portal da internet UOL.

Sabatinada pelos jornalistas do UOL, uma das questões era o “casamento gay”. A resposta da “Morena Marina”: “Em relação ao casamento, o casamento é uma instituição de sexos diferentes. Uma instituição pensada há milhares de anos. Não tenho uma posição favorável (ao casamento entre pessoas do mesmo sexo)”.

Sobre a adoção de crianças por pessoas LGBTs, Marina quando não se esquiva completamente de responder, diz que “não tem opinião formada” e recentemente, após a repercussão na militância LGBT do Brasil da referida entrevista ao UOL, Marina disse que o que defende é a “união civil de bens” para pessoas do mesmo sexo, ora, união civil de bens é apenas uma, das muitas reivindicações que o movimento LGBT pleiteia junto ao Legislativo. No Judiciário, pessoas homossexuais já ganharam ações que qualificam seus relacionamentos como “união estável”, portanto, a opinião da candidata do PV é retrógrada, no mínimo.

Em recente declaração, a “Morena Marina” alegou questões de consciência, para não ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Apelou para sua fé cristã, professada e militada na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, a maior denominação evangélica do Brasil.

Acima eu declarei que admiro Marina Silva e isso é verdade! Por tudo o que ela representa, por sua história, por sua militância pela Amazônia, por sua opção pelos marginalizados, ainda que não todos. Contudo, ao ouvir pela TV e ao ler pelos jornais a alegação de consciência da candidata, decidi tornar público minha razão para não dar a ela o meu voto, e, como formador de opinião e líder de uma comunidade cristã majoritariamente LGBT, usar do argumento que tenho para desencorajar outros a votarem nela.

Povo LGBT, cuidado! Familiares e amigos que apóiam a causa LGBT, cuidado! Nossa luta por direitos não concedidos pelo Estado brasileiro aos LGBTs e que nos torna cidadãos de segunda classe, passa, necessariamente, pelo combate ao fundamentalismo religioso e pela reivindicação por um Estado, de fato, laico!

Nossas casas de leis desde o nível municipal ao federal têm sido assaltadas por representantes do segmento evangélico fundamentalista. Uma vez instalados no poder, usam de seus mandatos e dos regimentos barrocos dessas casas para atravancarem pautas de votação que contemplem a população LGBT. Trabalham e trabalham com afinco contra toda e qualquer reivindicação do Movimento Homossexual do Brasil (MHB). Levam suas Bíblias para, com ela em punho, legislarem à favor da maioria heterossexual, deixando do lado de fora do portão da cidadania, milhões de cidadãos e cidadãs gays e lésbicas.

Marina, a “Morena Marina” ao alegar questão de consciência por conta da sua fé evangélica contra o casamento LGBT, desrespeita não apenas o povo LGBT, mas igualmente, a Constituição do Brasil que reza que todos os cidadãos deste país são iguais perante a Lei e que nenhuma forma de preconceito e discriminação será tolerada em nosso país. Ainda que isso sejam apenas palavras bonitas no papel – sabemos a realidade – lutamos para que tais palavras sejam concretizadas na realidade de cada LGBT do Brasil. Posturas de políticos fundamentalistas religiosos como Marina Silva, não apenas nos desrespeitam como maculam nossa Carta Magna e por isso ela não é digna de se assentar na cadeira de Presidente do Brasil.

Se eleita, Marina Silva não será presidente de heterossexuais brasileiros, mas de todos e todas as cidadãs e cidadãos deste país. Ao declarar o que declarou, alegando razões religiosas para seu posicionamento, Marina se esquece do princípio do Estado Laico – tão caro para a real democracia, presente em nossa Carta Magna desde 1891, quando promulgada nossa Segunda Constituição.

Se Marina Silva quer ser presidente do Brasil, deverá rever seu posicionamento em relação às minorias, notadamente à minoria LGBT, pois uma de nossas bandeiras é a união civil entre pessoas do mesmo sexo (evitamos a palavra casamento justamente para que as ideologias religiosas não se intrometam na questão, uma vez que casamento, para muitos religiosos é sacramento) sob pena de ser mais uma representante do que temos de mais atrasado no Ocidente hoje – o fundamentalismo religioso cristão – no maior cargo de um país.

Particularmente, estou cansado de ver fundamentalistas religiosos como os Senadores Magno Malta e Marcelo Crivella, além de um número enorme de deputados e deputadas da Frente Parlamentar Evangélica usando as Escrituras Sagradas e suas interpretações adoecidas do Livro para manterem na segunda classe da cidadania o meu povo LGBT. As Casas de Leis são Casas de Leis não templos religiosos! Nossa Constituição tem sido desrespeitada e não observada pelos tais políticos fundamentalistas e, por isso, deveriam todos ser processados judicialmente por descumprirem nossa Carta Magna. Já que não são, que sejam, então, punidos pelo voto!

Por tudo o que eles falam e fazem no exercício do mandato popular, agindo antidemocraticamente como agem, NÃO VOTAREI EM MARINA SILVA, NEM EM NENHUM OUTRO POLÍTICO EVANGÉLICO QUE USA DE SUA PROFISSÃO DE FÉ CRISTÃ PARA ANGARIAR VOTOS JUNTO À POPULAÇÃO BRASILEIRA.

Como cristão e ministro do Evangelho, ou seja, pastor de cristãos - sinto vergonha desses que dizem professar a fé em Jesus, usando de seus preconceitos mofados e retrógrados para impedir a plena cidadania ao povo LGBT! Sinto-me no dever de combater o bom combate, no caso, combater o fundamentalismo religioso que tem assaltado nosso poder legislativo e executivo para de seus cargos eletivos não concederem direitos à população LGBT do Brasil. Por isso, conclamo ao povo LGBT, principalmente a parcela cristã desse povo: neste ano eleitoral, não votem em Marina Silva, tampouco em políticos evangélicos!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Trote homofóbico ofende alunos de arquitetura

Fonte: UnB

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Na mesma semana que a UnB promove evento contra a homofobia, estudantes da Engenharia Civil gritam frases pejorativas nos corredores do ICC

Isabela Azevedo - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Um dia depois da I Marcha Nacional Contra a Homofobia, alunos do curso de Engenharia Civil usaram o momento do trote para gritar frases ofensivas aos estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), alusivas ao homossexualismo. Entre os ofendidos, uns dizem que a manifestação apenas revela uma velha rixa entre os cursos. Outros se mostram realmente irritados. Já na Faculdade de Tecnologia, o tom é de deboche. “É tudo brincadeira”, diz um estudante da Engenharia. Uma brincadeira que se perpetua há pelo menos cinco semestres desrespeita os alunos e ajuda a enraizar o preconceito contra a comunidade gay.

Os calouros de Engenharia Civil chegaram à FAU ao meio-dia desta quinta-feira, dia 20, na posição de “elefantinho” – uma forma de andar entrelaçados. Incentivamos pelos veteranos e com a ajuda de um megafone, gritavam frases com palavras pejorativas insinuando que os alunos da Arquitetura seriam gays. Segundo relato dos estudantes de Arquitetura, não havia muitos alunos na faculdade no momento do trote e as ofensas foram apenas verbais. “Imagine como seria legal se os calouros da Engenharia Civil se juntassem com os nossos para construir escolas? Dessa forma, eles só desperdiçam tempo”, comenta a aluna do 5° semestre do curso de Arquitetura Gabriela Curado.

O sentimento do estudante Luiz Eduardo Sarmento, do 6º semestre de Arquitetura, é de indignação. Membro do Centro Acadêmico do curso, o aluno participou da marcha contra a homofobia que levou duas mil pessoas à Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira, dia 19. “Os debates que fizemos contra a homofobia não conseguem atingir as pessoas preconceituosas aqui na UnB”, lamenta. Na segunda e terça-feira desta semana, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) promoveu junto a associações LGBT o seminário UnB Fora do Armário!, que reuniu representantes dos poderes executivo e legislativo para discutir políticas públicas para garantir os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

“Foi uma ofensa homofóbica, antiacadêmica e anticidadã”, enfatiza o professor do Departamento de Arquitetura Frederico Flósculo. O docente escreveu um artigo denunciando o trote para ser publicado no jornal da ADUnB, mas diz que o texto foi vetado. “Disseram que eu estava ofendendo os alunos e professores do Departamento de Engenharia Civil, enquanto eu estava apenas respondendo a uma ofensa”, protesta.

A Agência UnB não conseguiu localizar alunos da Engenharia Civil que tenham participado do trote no início da tarde. No Centro Acadêmico do curso, no entanto, a prática é bem conhecida. Estudantes que preferiram não se identificar comentavam em tom de deboche a calorada. “Não é um preconceito, é um pós-conceito”, disse um. “É só uma brincadeira, não tem a intenção de ofender”, corrigiu outro. “O calouro entra na universidade achando que não há problema sofrer abusos por parte dos veterano. A principal medida é trabalhar politicamente para o fim desses trotes violentos”, afirma Raul Cardoso, coordenador-geral do DCE.

sábado, 15 de maio de 2010

Faces da Igreja Católica

Escola católica recusa matrícula de filho de lésbicas


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Uma escola católica em Massachusetts, nos Estados Unidos, se recusou a aceitar a matrícula de um garoto de 8 anos de idade, filho de um casal de lésbicas.
O aluno não foi aceito na instituição porque o relacionamento das duas mulheres "não condiz com o ensinamento da igreja".

A mãe do garoto, que não teve o nome revelado desabafou: “Estou acostumada com a discriminação na minha idade e com o fato de ser lésbica, mas não esperava que meu filho fosse também.

A direção da escola alegou que os professores não estavam preparados para responder às questões que eventualmente o menino iria enfrentar porque os ensinamentos da instituição sobre casamento entrariam em “conflito” com a visão de sua família.

Fonte: Cena G

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mistério de Rimbaud

Tema de ensaio biográfico de Edmund White

O nome do poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891) é conhecido até por quem nunca leu uma estrofe sequer sua. Mais que um escritor, ele é um mito, e razões não faltam para isso. As principais delas, o fato de ter parado de escrever aos 21 anos e ter terminado seus dias como negociante de armas na África, e o escandaloso romance com o também poeta Paul Verlaine, casado e dez anos mais velho. Este adolescente tão brilhante quanto rebelde, que abandonou a literatura para viver nos confins de um continente selvagem, é tema de "Rimbaud: A Vida Dupla de um Rebelde", do americano Edmund White.

Divulgação

É um livro curto, com menos de 200 páginas, que o próprio autor classifica como "ensaio biográfico". Não há pretensões de criar um retrato abrangente ou detalhado de Rimbaud, até porque tudo que White escreve já foi contado em outras biografias mais completas que essa (algumas, inclusive, lançadas no Brasil, como "Rimbaud na África", de Charles Nicholl). Por que ler este livro, então? Porque White escreve pouco, mas escreve bem. O essencial da vida de Rimbaud está elegantemente narrado nessas duas centenas de páginas.

Boa parte do livro é dedicada à relação entre Rimbaud e Paul Verlaine. Quando os dois se conheceram, Verlaine era um poeta consagrado e Rimbaud, um desconhecido de 17 anos. Os dois logo iniciaram um romance, que levou Verlaine a abandonar a mulher e o filho. Foi uma

relação tumultuada, marcada por altas doses de álcool (ambos eram consumidores habituais de absinto) e brigas constantes. O romance terminou depois que Verlaine, ameaçando se matar, atirou em Rimbaud e atingiu-o na mão. Enquanto um foi condenado a dois anos de prisão por tentativa de homicídio, o outro abandonou a literatura.

Na época, o escândalo abafou a literatura de Rimbaud. Logo após a condenação de Verlaine, ele publicou seu primeiro livro, "Uma Temporada no Inferno". A obra, hoje considerada um dos alicerces da poesia moderna, na época foi ignorada. Rimbaud, então com apenas 21 anos, desistiu da literatura. Alternou épocas na Alemanha e na Itália, onde tentou sobreviver como tradutor, com longas temporadas na propriedade de sua família no norte da França. Aos 26 anos, mudou-se para a África e lá morou até morrer aos 37 anos, vítima de um tumor na perna. Nunca mais voltou a escrever.

( Foto: Arthur Rimbaud aos 17 anos, 
por:  Étienne Carjat)

White narra essa vida tumultuada de forma ao mesmo tempo próxima e distanciada. Ele é distante quando conta os fatos como quem comenta uma história que o leitor já conhece, comparando versões e desfazendo mitos (Rimbaud, explica, nunca foi traficante de escravos na África). Mas, quando o assunto é a obra do poeta, White muda de tom e fica mais pessoal. Especialmente no ótimo primeiro capítulo, em que ele conta como os poemas de Rimbaud o afetaram quando ele era um adolescente em conflito com sua homossexualidade, no meio-oeste americano dos anos 50.

O livro só não crava uma resposta para a pergunta: por que Rimbaud parou de escrever? A imagem do gênio que abandona sua arte por livre e espontânea vontade é forte e ajudou a alimentar o mito, mas talvez não seja verdadeira. White arrisca algumas explicações: em vida, Rimbaud nunca foi visto como um grande poeta, e essa falta de reconhecimento pode tê-lo levado a desistir; sua "vida de poeta" também estava ligada a um escândalo (o romance com Verlaine), incompatível com a "imagem respeitável" que ele desejava. Mas ele sempre deixa claro que são apenas hipóteses – a verdade continua um mistério.

"Rimbaud: A Vida Dupla de um Rebelde"
De Edmund White
Companhia das Letras
192 páginas
Preço sugerido: R$ 35

Fonte: IG

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nós nos Importamos (We Give a Dawn)

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— Campanha feita por celebridades a favor da Igualdade para a população LGBT.

Está rolando nos EUA e alguns outros locais do mundo.

WE GIVE A DAMN - Ou seja, nós nos importamos!!!

Site oficial http://www.blogger.com/www.wegiveadamn.org

Participação de Elton John, Anna Paquim, Whoopi Goldberg, Sharon Osbourne, Eric Roberts, Jason Mraz.

Legendas

traduzido por Pamina

Sincronizado por Del.

por www.ParadaLesbica.com.br

quinta-feira, 11 de março de 2010

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ensino religioso em escolas públicas pode gerar discriminação, avalia professor

Da Agência Brasil

O ensino religioso que aborda uma doutrina específica pode gerar discriminação dentro das salas de aula, segundo o sociólogo da Unesp (Universidade Estadual Paulista), José Vaidergorn. "O ensino religioso identificado com uma religião não é democrático, pode ser considerado discriminatório", disse em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Vaidegorn, o ensino voltado para uma determinada religião pode constranger os alunos que não compartilham dessas ideias. O professor ressalta ainda a possibilidade de que, dependendo da maneira que forem ministradas, as aulas de religião podem incentivar a intolerância entre os estudantes. "Em vez da educação fazer o seu papel formador, o seu papel de suprir, dentro das suas condições, as necessidades de formação da população ela passa a ser também um campo de disputa política e doutrinária."

As aulas de religião estão previstas na Constituição de 1988. No entanto, um acordo entre o governo brasileiro e o Vaticano, em tramitação no Congresso Nacional, estabelece o ensino católico e de outras doutrinas.

O presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, contesta a justificativa apresentada na lei de que o ensino religioso é necessário para a formação do cidadão. "Não podemos considerar que a questão ética, a questão moral, o valores sejam privilégios das religiões", ressaltou. A presença do elemento religioso não faz sentido na educação pública e voltada para todos os cidadãos brasileiros, segundo ele. " A escola é pública, e a questão da fé é uma coisa íntima de cada um de nós".

Ele indicou a impossibilidade de todos os tipos de crença estarem representados no sistema de ensino religioso. Segundo ele, religiões minoritárias, como os cultos de origem afro, não teriam estrutura para estarem presentes em todos os pontos do país.

Além disso, as pessoas que não têm religião estariam completamente excluídas desse tipo de ensino, como destacou o presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), Daniel Sottomaior. "Mesmo que você conseguisse dar um ensino religioso equilibradamente entre todos os credos você ia deixar em desvantagem os arreligiosos e os ateus."

Sottomaior vê com preocupação a possibilidade de a fé se confundir com os conhecimentos transmitidos pelo sistema educacional."Como o aluno pode distinguir entre a confiabilidade dos conteúdos das aulas de geografia e matemática e o conteúdo das aulas de religião?"

Para o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio Rocha, a religião é parte importante no processo educacional. "Uma educação integral envolve também o aspecto da dimensão religiosa ao lado das outras dimensões da vida humana", afirmou.

Daniel Mello
Fonte: UOL

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Igreja Universal e Seus Demônios: Um Estudo Etnográfico

1a. edição, 2009
Ronaldo de Almeida
Editora Terceiro Nome

Sinopse
Este livro nos traz informações e uma linha argumentativa para a discussão e o entendimento de um fenômeno novo no campo religioso brasileiro: a expansão pentecostal. Um de seus pontos altos é a dramática descrição etnográfica do ritual de exorcismo, acompanhado e vivido por todos os presentes no culto.

A obra, com prefácio de Alba Zaluar, faz parte da coleção "Antropologia Hoje", dirigida por José Guilherme Magnani e resultado de parceria da Terceiro Nome com o NAU - Núcleo de Antropologia Urbana da USP. Livro considerado bom pela avaliação do Guia da Folha de S.Paulo.

sábado, 28 de março de 2009

I Encontro Regional do Projeto Escola sem Homofobia – Curitiba, Março de 2009


Teve lugar em Curitiba, no período 18 e 19 de março de 2009, o primeiro de uma série de cinco encontros regionais do projeto Escola sem Homofobia. O evento reuniu representantes dos movimentos sociais do LGBT (lésbicas, gays, travestis e transexuais), acadêmicos, pesquisadores, representantes das Secretaria Estaduais e Municipais de Educação, Saúde e Direitos Humanos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.




O Projeto Escola sem Homofobia, financiado pelo Ministério da Educação através de recursos aprovados por Emenda Parlamentar da Comissão de Legislação Participativa, é uma ação colaborativa de organizações da sociedade civil (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais - ABGLT, Pathfinder do Brasil, Reprolatina , ECOS e GALE) e conta com a orientação técnica da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do Ministério da Educação.

Além das discussões regionais, que terão prosseguimento com encontros em São Paulo, Brasília, Salvador e Belém, o Projeto irá desenvolver uma pesquisa sobre a homofobia no ambiente escolar em dez capitais brasileiras, cujos resultados serão divulgados até o final deste ano. Vão fazer parte do estudo escolas de Manaus, Porto Velho, Recife, Natal, Goiânia, Cuiabá, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Outras ações também estão previstas pelo Projeto, como a produção de materiais educacionais abordando o tema da homofobia, sua distribuição para 6.000 escolas do sistema público de educação fundamental e médio e a capacitação de professores na sua correta utilização.

Segundo Danielly Queirós, técnica da SECAD e presente no encontro de Curitiba, o Projeto será um importante instrumento na busca de subsídios para a implementação de políticas públicas. “A discriminação e o preconceito estão dentro e fora das escolas. Não culpamos o professor, pois a homofobia está na sociedade. Temos de dar instrumentos para que ele saiba lidar com essa questão”. A responsável pelo Programa Saúde e Prevenção nas Escolas do Programa Nacional de DST/Aids também esteve presente no encontro de Curitiba e ressaltou a importância que as ações do Projeto Escola sem Homofobia podem ter na redução das vulnerabilidades de jovens lésbicas, gays, travestis e transexuais à infecção pelo HIV e outras DSTs.

O diretor da Pathfinder do Brasil, Carlos Laudari, instituição que gerencia o projeto, ressalta a importância de se dar o primeiro passo no debate da diversidade de gêneros no ambiente escolar. “A homofobia está em todas as áreas, parte do professor, do aluno, da família e é reflexo do estereótipo criado na sociedade. Não vai ser fácil. Mas estamos lançando a semente para que nenhum jovem deixe de ir à escola por conta de sua orientação sexual”.

Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (ABGLT), Toni Reis, acredita que iniciar o debate sobre a homofobia no ambiente escolar é extremamente necessário, visto que um grande número de adolescentes abandonam as escolas, principalmente os travestis e transexuais, sem dúvida alguma o grupo mais vulnerável às situações de estigma, discriminalção e violência. Professoras transexuais, presentes no encontro de Curitiba, ressaltaram o despreparo dos profissionais da educação para a convivência com a homossexualidade e a falta de discussões sobre o assunto com os estudantes.

O Projeto Escola sem Homofobia, que tem por finalidade implementar ações que promovam ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito escolar brasileiro, posiciona o Ministério da Educação como um dos líderes do Executivo na execução do Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB (Gays, Lésbicas, Transgêneros e Bissexuais) e de Promoção da Cidadania de Homossexuais “Brasil sem Homofobia”.