Rev. Márcio Retamero
“Desculpe, Morena Marina, mas eu tô de mal” (Dorival Caymmi).
Foi em 1994 que eu “conheci” pelos meios de comunicação Marina Silva, hoje, candidata à Presidência da República Federativa do Brasil pelo Partido Verde. Em 1994, ela tinha sido eleita Senadora da República, tendo recebido a maior votação do seu estado de origem, o grande Acre.
Acreana, pobre, filha de seringueiros, empregada doméstica na capital Rio Branco, alfabetizada pelo MOBRAL (o projeto de alfabetização da Ditadura Militar), professora, historiadora, evangélica da Assembléia de Deus, portanto, minha irmã em Cristo; jamais neguei a Marina mais que minha simpatia! Na verdade é imensa minha admiração por sua trajetória, por sua biografia limpa, com muita luta e garra, conquistando cada palmo de chão com muito suor e gana. Quem não amaria a “Morena Marina”?
Marina “Morena” – é impossível não reconhecer – é coerente com o que professa, seja na política, seja na gestão pública, seja na vida privada: marxista, escolheu e ainda hoje escolhe lutar pelos oprimidos, pelo menos alguns deles. Tendo conhecido a pobreza e a cara feia das privações, busca em sua trajetória pública minorar os sofrimentos do seu povo, não apenas na Amazônia, mas onde quer que estejam os que são vítimas do capital selvagem.
A “Voz da Amazônia” fez entrar para nosso vocabulário e para a agenda política e econômica do nosso país a palavra “biodiversidade”, tão importante para um desenvolvimento sustentável e para o bem estar social de todos os cidadãos e cidadãs do Brasil.
Em 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva recebeu seu primeiro diploma – o de Presidente do Brasil – a “Morena” Marina foi a perfeita escolha para o Ministério do Meio Ambiente. Dentro dos quadros do Partido dos Trabalhadores, Marina era o nome mais que ideal, o único, na verdade, para ocupar o cargo. Neste, enfrentou poderosos da agricultura e outros que vivem da especulação da terra, “semideuses”, donos de terras maiores que a Península Ibérica. Contudo, também foi – e muito – boicotada por seus pares ministros de outras áreas e seus projetos –justos – estavam à esta altura, sendo desmerecidos e sucateados, tudo em nome do capital.
Coerente mais uma vez com o que professa, a “Morena Marina” enfrentou no cargo de Ministro do Meio Ambiente em 2006, uma intensa disputa com a Casa Civil, representada pela candidata a Presidente do Brasil do PT, Dilma Rousseff. Foi acusada de atrasar licenças ambientais para as importantes e faraônicas obras do governo PT no rio Madeira, em Rondônia. Declarou aos “quatro ventos” que não estava disposta a ser flexível com o que acreditava ser melhor para o Brasil apenas para permanecer no cargo. Dois anos depois, após lançar o “Plano Amazônia Sustentável”, a “Morena Marina” renunciou ao Ministério do Meio Ambiente.
Hoje afiliada ao Partido Verde, Marina Silva é candidata ao cargo de Presidente da República. Ontem, 10 de junho de 2010, o Partido Verde apresentou aos cidadãos e cidadãs do Brasil o Plano de Governo que será observado caso Marina saia vencedora da disputa. Nele, a questão LGBT é tratada com generalidades, sem propostas efetivas e concretas. Já esperava isso, devo confessar, principalmente depois que a candidata concedeu entrevista ao portal da internet UOL.
Sabatinada pelos jornalistas do UOL, uma das questões era o “casamento gay”. A resposta da “Morena Marina”: “Em relação ao casamento, o casamento é uma instituição de sexos diferentes. Uma instituição pensada há milhares de anos. Não tenho uma posição favorável (ao casamento entre pessoas do mesmo sexo)”.
Sobre a adoção de crianças por pessoas LGBTs, Marina quando não se esquiva completamente de responder, diz que “não tem opinião formada” e recentemente, após a repercussão na militância LGBT do Brasil da referida entrevista ao UOL, Marina disse que o que defende é a “união civil de bens” para pessoas do mesmo sexo, ora, união civil de bens é apenas uma, das muitas reivindicações que o movimento LGBT pleiteia junto ao Legislativo. No Judiciário, pessoas homossexuais já ganharam ações que qualificam seus relacionamentos como “união estável”, portanto, a opinião da candidata do PV é retrógrada, no mínimo.
Em recente declaração, a “Morena Marina” alegou questões de consciência, para não ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Apelou para sua fé cristã, professada e militada na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, a maior denominação evangélica do Brasil.
Acima eu declarei que admiro Marina Silva e isso é verdade! Por tudo o que ela representa, por sua história, por sua militância pela Amazônia, por sua opção pelos marginalizados, ainda que não todos. Contudo, ao ouvir pela TV e ao ler pelos jornais a alegação de consciência da candidata, decidi tornar público minha razão para não dar a ela o meu voto, e, como formador de opinião e líder de uma comunidade cristã majoritariamente LGBT, usar do argumento que tenho para desencorajar outros a votarem nela.
Povo LGBT, cuidado! Familiares e amigos que apóiam a causa LGBT, cuidado! Nossa luta por direitos não concedidos pelo Estado brasileiro aos LGBTs e que nos torna cidadãos de segunda classe, passa, necessariamente, pelo combate ao fundamentalismo religioso e pela reivindicação por um Estado, de fato, laico!
Nossas casas de leis desde o nível municipal ao federal têm sido assaltadas por representantes do segmento evangélico fundamentalista. Uma vez instalados no poder, usam de seus mandatos e dos regimentos barrocos dessas casas para atravancarem pautas de votação que contemplem a população LGBT. Trabalham e trabalham com afinco contra toda e qualquer reivindicação do Movimento Homossexual do Brasil (MHB). Levam suas Bíblias para, com ela em punho, legislarem à favor da maioria heterossexual, deixando do lado de fora do portão da cidadania, milhões de cidadãos e cidadãs gays e lésbicas.
Marina, a “Morena Marina” ao alegar questão de consciência por conta da sua fé evangélica contra o casamento LGBT, desrespeita não apenas o povo LGBT, mas igualmente, a Constituição do Brasil que reza que todos os cidadãos deste país são iguais perante a Lei e que nenhuma forma de preconceito e discriminação será tolerada em nosso país. Ainda que isso sejam apenas palavras bonitas no papel – sabemos a realidade – lutamos para que tais palavras sejam concretizadas na realidade de cada LGBT do Brasil. Posturas de políticos fundamentalistas religiosos como Marina Silva, não apenas nos desrespeitam como maculam nossa Carta Magna e por isso ela não é digna de se assentar na cadeira de Presidente do Brasil.
Se eleita, Marina Silva não será presidente de heterossexuais brasileiros, mas de todos e todas as cidadãs e cidadãos deste país. Ao declarar o que declarou, alegando razões religiosas para seu posicionamento, Marina se esquece do princípio do Estado Laico – tão caro para a real democracia, presente em nossa Carta Magna desde 1891, quando promulgada nossa Segunda Constituição.
Se Marina Silva quer ser presidente do Brasil, deverá rever seu posicionamento em relação às minorias, notadamente à minoria LGBT, pois uma de nossas bandeiras é a união civil entre pessoas do mesmo sexo (evitamos a palavra casamento justamente para que as ideologias religiosas não se intrometam na questão, uma vez que casamento, para muitos religiosos é sacramento) sob pena de ser mais uma representante do que temos de mais atrasado no Ocidente hoje – o fundamentalismo religioso cristão – no maior cargo de um país.
Particularmente, estou cansado de ver fundamentalistas religiosos como os Senadores Magno Malta e Marcelo Crivella, além de um número enorme de deputados e deputadas da Frente Parlamentar Evangélica usando as Escrituras Sagradas e suas interpretações adoecidas do Livro para manterem na segunda classe da cidadania o meu povo LGBT. As Casas de Leis são Casas de Leis não templos religiosos! Nossa Constituição tem sido desrespeitada e não observada pelos tais políticos fundamentalistas e, por isso, deveriam todos ser processados judicialmente por descumprirem nossa Carta Magna. Já que não são, que sejam, então, punidos pelo voto!
Por tudo o que eles falam e fazem no exercício do mandato popular, agindo antidemocraticamente como agem, NÃO VOTAREI EM MARINA SILVA, NEM EM NENHUM OUTRO POLÍTICO EVANGÉLICO QUE USA DE SUA PROFISSÃO DE FÉ CRISTÃ PARA ANGARIAR VOTOS JUNTO À POPULAÇÃO BRASILEIRA.
Como cristão e ministro do Evangelho, ou seja, pastor de cristãos - sinto vergonha desses que dizem professar a fé em Jesus, usando de seus preconceitos mofados e retrógrados para impedir a plena cidadania ao povo LGBT! Sinto-me no dever de combater o bom combate, no caso, combater o fundamentalismo religioso que tem assaltado nosso poder legislativo e executivo para de seus cargos eletivos não concederem direitos à população LGBT do Brasil. Por isso, conclamo ao povo LGBT, principalmente a parcela cristã desse povo: neste ano eleitoral, não votem em Marina Silva, tampouco em políticos evangélicos!
2. Atleta, cantora, modelo e atriz: tem uma coisa que muita bee faz errada, e a mama mesma viu: elas vão com muita sede ao pote, gata, com a boca aberta e tudo. Vamos pensar assim. Tradicionalmente, as ativas sacam a arma pra fora. Não vou mentir: quanto maior a arma, mais longe o tiro vai e mais passivas aparecem caidinhas. Bom, essas fazem as vezes de atleta e modelo e ficam desfilando ao redor da fileiras ao mesmo tempo fazendo cooper pra perder peso. Aí algumas ficam sedentas e, mesmo quando o bofe faz cara de paisagem, chegam junto e já pegam no dito-cujo. É péssimo. Exercite seu lado atriz, porque no cinemón o que vale é comunicação não-verbal. Tá caçando o bofe? Espere alguma reação positiva do moço e se aproxime se autorizada – e tente ter certeza de que ele tá na sua. Às vezes, ele tá de olho na sua amiga, e a senhora tá roubando a cena. Tá na sua? Use seu lado cantora e engula o microfone rsrsrs
3. Amigas, amigas, necas à parte: gentem, quando é que as bees vão perceber que nós somos todas panteras, e não hienas? A gente não caça em grupo, não, meu bem. O lance é pegar a carne no escuro e so-zi-nha. Foi com a amiga? Cada uma trate de agarrar o seu. É claro que isso não impede um sorrisinho num encontro entre felinas ou um chá da tarde no living room – a entrada do cinemón –, mas, não pense que, na hora H, desfilar em duas ou três ajuda. Temos de ser justas. No cinemón, boa parte dos homens deixou a mulher em casa. Não será a senhora que vai trazer uma outra a tiracolo, né?
4. Miss Simpatia: beeeem, como a mama já disse, cinemão é democracia. A senhora vai ver de tudo: rapazes de terno de gravata, pedreiros, idosos, cachaceiros, alguns drogaditos, moradores de rua, senhores de respeito da classe média, office-boys atrás de um joystick diferente daquele do fliperama. É claaaaro que a senhora não precisa e nem deve gostar de todos, mas tome tento, gata: olhe onde você está. Caso seja abordada por algum de seu desgosto – algumas ativas em pé pegam nas mãos das passivas e levam para onde a senhora está pensando –, não precisa dar uma de lavadeira e dar escândalo. Faça fluir seu lado miss. Sorria, dê uma desculpa e um tchauzinho, e isso vale também para as ativas, a quem basta guardar o brinquedo ou retirar com delicadeza a mão boba. Outro dia, fui num cinemão e tinha uma bee nervosa que galopava pra lá e pra cá e, ao se deparar com um mais velho e cheirando a cerveja, já gritou “Sai pra lá, inferno!” e saiu balançando os bracinhos. Não preciso dizer que eu fui embora depois de um... Certo número... De caças bem-sucedidas... E a vi seca e com fome no trottoir até a hora de ir embora. Sejamos sinceras? Quer dar close e carão, paga uma sauna VIP, né? Se a senhora tá no cinemão, a mensagem é bem clara: a senhora não é muito melhor do que qualquer um ali.