A vida politica portuguesa vai dando sérios sinais de perturbação, em termos de liberdades. Agora é o PGR quem afirma ter duvidas se o seu telefone não esta em escuta e a Ordem dos Advogados já reagiu. Estas afirmações não passariam de curiosidade se em paralelo não estivessem acompanhadas com outras relidades que em meu parecer são extremecedoras e parecem ultrapassar a razoabilidade num Estado Democrático .
De um bom amigo recebi este mail que reproduzo com a sua devida autorização.
"Gostava de ter visto a cara do (ainda) ministro Santos Silva ao ter que ouvir esta dedicatória do jornalista precário João Pacheco, feita com grande coragem e dignidade, que (ainda) não foi alvo de qualquer queixa judicial ou alvo de processo disciplinar.
O “precariado” é a nova classe de trabalhadores criada pelos governos que se alternam e eternizam no poder PS-PSD/CDS, tal como o protagonizaram no estertor da monarquia e no advento da República, os então Partidos Democrático e Regenerador.
A prática política deste sistema alternante cavou “masmorras” aos mais pobres face aos mais ricos, diz o INE.
Neste indicador e em índices de pobreza somos infelizmente os primeiros na Europa.
Uma vergonha que nos envergonha e responsabiliza a todos, enquanto cidadãos.
O escândalo da distribuição da riqueza e o índice de pobreza no nosso País são uma vergonha nacional. E um ultraje à República".
O “precariado” é a nova classe de trabalhadores criada pelos governos que se alternam e eternizam no poder PS-PSD/CDS, tal como o protagonizaram no estertor da monarquia e no advento da República, os então Partidos Democrático e Regenerador.
A prática política deste sistema alternante cavou “masmorras” aos mais pobres face aos mais ricos, diz o INE.
Neste indicador e em índices de pobreza somos infelizmente os primeiros na Europa.
Uma vergonha que nos envergonha e responsabiliza a todos, enquanto cidadãos.
O escândalo da distribuição da riqueza e o índice de pobreza no nosso País são uma vergonha nacional. E um ultraje à República".
No passado dia 25 de Setembro, decorreu no Convento do Carmo, em Lisboa, a entrega dos Prémios Gazeta, do Clube de Jornalistas. Nesta cerimónia, presidida pelo Presidente da República, João Pacheco foi um dos premiados, tendo proferido um discurso que louvamos
e que é apresentado de seguida.
"Obrigado. Obrigado à minha família. Obrigado aos jornalistas Alexandra Lucas Coelho, David Lopes Ramos, Dulce Neto e Rosa Ruela. Obrigado a quem já conhece "O almoço ilegal está na mesa", "A caça à pedra maneirinha" e "Guardadores de sementes".
Parabéns aos repórteres fotográficos Nuno Ferreira Santos e Rui Gaudêncio, Co-autores das três reportagens, com quem vou partilhar o prémio monetário. Parabéns também ao Jacinto Godinho, ao Manuel António Pina e à «Mais Alentejo», que me deixam ainda mais orgulhoso por estar aqui hoje.
Como trabalhador precário que sou, deu-me um gozo especial receber o prémio Gazeta Revelação 2006, do Clube dos Jornalistas. A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre.
Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo: A todos os jornalistas precários.
Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato. Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos.
Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia. E no caso específico do jornalismo, está em risco a liberdade de imprensa.
Obrigado, João Pacheco"
Todo o comentário educado e bem disposto é muito bem vindo.