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quinta-feira, março 20, 2008

ELEIÇÕES


"As eleições autárquicas já começaram a agitar os partidos políticos, cujas principais figuras locais se estão a posicionar para o próximo combate eleitoral.
Arredado do poder há muitos anos em Alcobaça e Nazaré, O PS tem vindo a percorrer um estranho caminho na oposição.
Não foi capaz de aproveitar a erosão causada pelos anos de poder de Gonçalves Sapinho e Jorge Barroso na presidência das Câmaras dos dois concelhos e, pior, foi reduzindo a votação e perdendo lugares na vereação. Se os partidos fossem geridos como equipes de futebol, alguns dos responsáveis por tão maus resultados eleitorais já teriam sido, certamente, alvo da chamada “ chicotada psicológica”, abrindo caminho ao surgimento de novos protagonistas. O problema é que a lógica partidária não perfilha um caminho de responsabilização dos dirigentes. São vários os casos em que os derrotados acabam, depois, por ser recompensados, com nomeações para altos cargos de confiança politica, invertendo, em certa medida, a lógica do voto popular. A duas semanas das eleições para as concelhias socialistas, em Alcobaça e Nazaré as jogadas de bastidores são mais que muitas, com alguns “actores” repetidos, que teimam em transformar os partidos em extensões dos seus interesses. É por estas razões que, na hora de decidir, os munícipes escolhem quem lhes dá garantias e não embarcam em aventuras. Só não vê quem não quer". In região de Cister Editorial, pagina 2 20/3/2007

A constituição das listas de candidatos nos partidos é sempre uma momento tenso e de confrontação interna?
Mais do que politica, isto parece ser a extensão de conflitos entre vizinhança de aldeia, motivados por vaidades invejas locais e pessoais e interesses obscuros, tudo movido por “sindicatos” de votos; Aqueles que não integram estes conluios ficam debilitados para integrarem listas partidárias mesmo que sejam pessoas dotadas dos maiores méritos. Grosso modo é este o tipo de militância que se vive nas concelhias dos partidos. O sindicato do voto sobrepõe-se aos interesses locais e até partidários, estimulando ainda o caciquismo e o nepotismo evidentemente isto pode provocar o abandono dos melhores . Deste modo se pretende superar a falta de uma doutrina partidária ou de uma ideologia. Se a nível nacional, um partido pode ter ideologia, a nível local, maiormente, não a tem. Por isso as pessoas de bem, como os militantes mais doutrinados afastam-se da vida partidária.
Tirar ou pôr candidatos, na maioria das vezes desconhecidos do grande público e sem mérito, parece ser uma maneira de exercitar a luta interna nos partidos. E é aí que se podem ver em acção aqueles cujo objectivo principal não é tanto trazer votos a uma desejada vitória eleitoral com a melhor candidatura possível, mas, sim, debilitar o adversário interno e controlar o aparelho local do partido que é donde emana o seu poder, o seu estatuto e, inclusive, os seus favores económicos.