Mostrar mensagens com a etiqueta Marcelo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Marcelo. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Espectáculo

O espectáculo começou cinco minutos depois da hora prevista. Do meu lado direito, o telemóvel permanecia numa das mãos do dono, enquanto a outra (um dedo apenas) ia dedilhando uma mensagem longuíssima, talvez a contar o que se estava a passar em palco e a beleza das músicas de há meio século, com "vestes" actuais. A lentidão da escrita era confrangedora. Vieram-me à ideia as recentes definições de Marcelo e concluí que, afinal, a sua sapiência é infinita: uma personagem que tão mal dedilha no aparelho e tão pouco liga ao que se passa no palco, só pode ser alguém pouco habituado à cidade, talvez até rural, lá das berças, das entranhas do Portugal profundo. Tinha descido à civilização e só poderia estar a contar o seu deslumbramento.

Do lado esquerdo, dois lugares vazios. Alguém que tinha comprado bilhetes - a sala estava esgotada - e, à última da hora e por algum imponderável, não tinha podido comparecer. Conclusão apressada: cerca de uma hora depois, surgem dois personagens, com os papelinhos bem visíveis nas mãos, caminhando com dificuldade, prejudicando a visibilidade de quem chegou a horas, e ocupam os dois lugares até aí livres. Devagarinho, um deles "saca" do aparelho que também serve para telefonar, e inicia o registo, para a posteridade, para os amigos e para as redes, do que se passa no palco. A lentidão com que movimenta a "câmara" e o atraso na chegada levam-me a concluir, talvez de forma apressada, que o "filmador" só pode ser oriental ou com raízes desses lados, tal como o nosso Presidente descreveu.

Acabou! Enquanto aplaudo os artistas que me proporcionaram um grande espectáculo, dou por mim a pensar que cada vez sei menos e me acho mais deslocado.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Dois pesos ...

Tenho consciência plena de que a minha inteligência é ínfima se comparada com a do senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Seria como comparar a colina do Santo Antão aos Himalaias e ninguém, com "dez réis de caco" se atreve a uma alarvidade dessas. Por isso, procuro sempre reduzir-me à minha insignificância e tenho feito um esforço tremendo para procurar entender as decisões que, nos últimos tempos, têm sido tomadas. 

Cá de baixo e já meio pitosga, miro com dificuldade o que se passa no alto da montanha.

Confessada esta fraqueza, talvez se consiga compreender a minha dificuldade em entender a razão pela qual o senhor Presidente da República não anunciou, ainda que para data diferida, a dissolução do Parlamento da Madeira e a convocação de eleições regionais, após a demissão do Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

No futebol, para o adepto ferrenho, nunca há grandes penalidades contra o seu clube. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Ecos

Como se uma não bastasse, agora são duas as guerras que abrem telejornais, preenchem primeiras páginas e, vejam só, alimentam a verve do nosso Marcelo que, apesar do imenso trabalho, ainda consegue dar um saltinho à manifestação e opinar em grande.

O fim destas catástrofes não se vislumbra, ainda que muitos milhares já o tenham sentido e sofrido. O  diálogo é coisa que não existe, apesar de toda a gente falar inglês fluentemente. 

Procura-se, analisa-se, opina-se, acontecem cimeiras, e nada. 

Como sempre, quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão mais pequenino que o grande nada com facilidade para fora da zona perigosa.

Talvez a solução apareça quando os americanos decidirem se querem ser mandados pelo mais velho ou pelo mais tonto!

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Deslocações

Não fui à Polónia, mas podia ter ido. Uma viagem low-cost, baratinha, e aproveitando um quartinho que por lá se acharia disponível e à borla. Teria valido a pena mas optei por Viana, para ver a romaria ...

O Presidente Marcelo, sempre com a preocupação de manter os portugueses muito bem informados, havia anunciado, na passada sexta-feira, que hoje nos comunicaria a todos a sua decisão sobre o diploma das novas regras para a habitação, que lhe tinha sido submetido pelo Governo. E cumpriu ...

Na Polónia, Marcelo Rebelo de Sousa, num português bem escorreito para polaco não entender, informou toda a gente que, afinal, tinha optado pelo veto político ao diploma e que, agora, caberia à Assembleia da República a decisão de o manter ou alterar. Clarinho como água e só não entende quem não quer ...

Os polacos devem ter exultado ao constatarem a sua importância. Recebem um Chefe de Estado que aproveita a viagem para aclarar uma decisão que, imperativamente, teria de ser comunicada não ontem nem amanhã, mas hoje, sem qualquer dúvida. E foi ...

O Presidente, principalmente nos últimos tempos, não se cansa de mostrar que trabalho não lhe falta e que a capacidade para o executar ainda lhe sobra, apesar de os dias se manterem com "apenas" 24 horas. Das águas de Monte Gordo ao avião para a Polónia, aquela cabeça não pára ... 

sábado, 22 de julho de 2023

Fugas

Nesta semana, a Assembleia da República debateu o estado da nação - com casas de alterne a serem chamadas à colação - e o Presidente Marcelo convocou o Conselho de Estado, orgão que, julgava eu, servia para aconselhamento do Presidente da República, com a regra de nada transparecer do que por lá é discutido, afirmado ou concluído. As actas registarão os factos que, a seu tempo, a história analisará.

A Presidência emitiu um lacónico comunicado do acontecimento, sem quaisquer comentários sobre conteúdos ou posições como, de resto, é norma. No entanto, fontes próximas da reunião deixaram escapar alguns temas e opiniões vindas de gente importante, identificada, e crítica da actual situação. Soube-se, até, que o Conselho teria sido interrompido para que o Primeiro-Ministro pudesse apanhar o avião para a Nova Zelândia, a tempo de assistir à estreia da selecção feminina no mundial de futebol.

A esta hora, a Procuradora-geral da República e o Ministério Público deverão estar a ponderar a abertura de um rigoroso inquérito, mobilizando meios para confiscar os telemóveis e os computadores portáteis dos participantes, e descobrindo, com a eficiência de sempre, quem "bufou" o acontecido, violando a lei e o regimento do Conselho.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Viagens

Quase todos os dias me confronto com a frase, já por aqui citada várias vezes, do professor Dragomir Knapic, que me deu aulas nos idos de setenta do século passado: "Quanto mais sei, maior é a minha ignorância". E confirmo-a, sempre, cada vez mais desiludido ou, melhor, mais consciente.

As demissões, as comissões de inquérito, os comentários dos "tudólogos" e as opiniões, sempre claras e assertivas, do mais alto magistrado na Nação, alertam-me para a degradação da minha capacidade interpretativa e obrigam-me a constatar a diminuição, vertiginosa, dos neurónios que permitem o acesso ao entendimento.

As notícias de ontem informaram que a Top Atlântico, na sua qualidade de agência organizadora da viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique, assumiu o pedido de alteração da data do regresso do Presidente, sem que ninguém lho tivesse pedido e apenas com a preocupação, suprema, de facilitar a agenda do Presidente.

Parecendo-me desde logo estranho que a agência de viagens saiba os condicionalismos da agenda, fico apreensivo e a pensar que, se fosse comigo, correria o risco de não ter ninguém à minha espera no aeroporto, por o regresso acontecer antes da data programada, sem o meu conhecimento e consentimento.

Assim sendo, como confiar numa agência que se permite tentar alterar a data do regresso do Presidente da República sem lhe "passar cartão" ou "dar cavaco", transportando situação idêntica para um ser vulgar de Lineu que, ainda por cima, nunca passará de um "cliente da treta".

sábado, 10 de junho de 2023

10 de Junho

Comemora-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Depois do início na África do Sul, as cerimónias oficiais decorreram no Peso da Régua, confirmando-se que o interior, tantas vezes esquecido, também tem direito à festa e sobre ela manifestou grande carinho e orgulho.

Para além dos desfiles próprios da ocasião, num tempo de guerra em que, por cá, ainda se limpam armas, houve os discursos de circunstância, com Marcelo a apelar à "poda das árvores" numa terra de cepas. Também se assistiu à sofreguidão costumeira de quem dá notícias, na procura dos protestos dos professores, dos assobios ao (ainda) Ministro Galamba, dos comentários do líder da oposição sobre a carta escrita e a resposta recebida.

O dia, que já foi da raça de má memória, vai terminar sem que o Peso da Régua se faça sentir sobre quem se porta mal. Felizmente, o tempo dela já passou há muito. Nos entretantos, alguns professores em protesto portaram-se francamente mal, deixando a turma perplexa. Quem dirigia a "aula" não teve a capacidade de corrigir e manter o nível.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Esforço e dedicação

Marcelo Rebelo de Sousa preocupado, como sempre, com o bem-estar de todos os portugueses, resolveu usar toda a sua influência e, num encontro fortuito e perfeitamente ocasional com os jornalistas, fez um veemente apelo à banca, pedindo um "esforçozinho" para que as taxas de juros dos depósitos sejam aumentadas. Podia ter feito uma chamada telefónica para os responsáveis máximos de cada banco, mas assim só gastou o "latim" uma vez e deu nota a toda a gente da sua preocupação.

A banca tremeu, reuniu, estudou, ponderou e decidiu, de imediato, o que não foi surpresa para ninguém: ficou tudo na mesma, mas tomaram boa nota das preocupações do PR. Quando precisarem de dinheiro, irão comprá-lo.

Entretanto, é expectável que o Presidente da República nomeie um grupo de trabalho que lhe forneça os elementos necessários às centenas de apelos que vai ter de fazer para que as grandes superfícies paguem mais aos agricultores, as gasolineiras vendam o combustível mais barato, os senhorios cobrem as rendas ao "preço da chuva", as construtoras diminuam o preço por metro quadrado, os táxis baixem as bandeiradas. 

Com um "esforçozinho" de todos, isto vai lá ...

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Na escola ...

Os alunos têm andado deveras distraídos na sala de aula, coisa estranha e deveras preocupante, quando as condições eram mais do que suficientes para um excelente aproveitamento. Não prestam atenção à matéria, brincam quando deviam estar concentrados, adiam a concretização dos trabalhos, metem os "pés pelas mãos", têm a resposta na ponta da língua ou na mensagem do telemóvel, usam linguagem bué da fixe, mas inconsequente.

O director, atento, há já algum tempo que vinha avisando que lhe apetecia fechar a escola e tinha esse direito, tal como o de criar condições para que pudesse ser recrutado um novo professor, mais apto a dar as aulas como ele gosta. O seu mandato vai chegar ao fim e não há recondução possível. Por isso, é importante conseguir os objectivos, para que a história registe a sua passagem com letras garrafais. 

Como acontece quase sempre, a vontade, por si só, não resolve nenhum problema. A procura incessante de alguém disponível e capacitado tem sido muito difícil e os vários candidatos que já apareceram não parecem reunir as condições necessárias. Vai daí, o director resolveu manter a escola aberta e, duma cajadada, matou dois coelhos: o primeiro, dando umas palmadas bem fortes em alguns alunos brincalhões e distraídos, colocando o professor em sentido, advertindo-o que, ou entra na linha e executa o programa, ou marcha a toque de caixa da escola, só parando em Bruxelas; o segundo, dando tempo que os candidatos ao lugar cheguem a acordo entre si, por forma a que só um se sente na cadeira, ainda que apoiado por outros, sem grande barulho nem malcriadices.

O director falou grosso, o professor ouviu, no caminho para casa, através do rádio do automóvel. Os alunos tremeram de medo, foram espreitar Braga por um canudo e juraram portar-se melhor. Os comentadores da ocasião demoraram a perceber que, afinal, não tinham adivinhado nada e que o director não tirara as ilações que eram óbvias.

A dúvida, agora, é se as aulas chegam ao fim do período e há exame na data marcada ou se, pelo contrário, o director tem um acesso de mau humor, faz um teste inopinado e aproveita um qualquer candidato que se perfile e tenha boas sondagens.

O dilema persistirá ainda uns tempos, na expectativa de que os cursos de verão façam surgir, como por milagre, alguém com perfil para dar a matéria como convém.

Até lá, tento na língua, que hoje é o dia dela: Dia Mundial da Língua Portuguesa!

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Birrinhas

Ainda não é desta. Marcelo mantém as suas dúvidas sobre a eutanásia e torna a devolver o diploma ao Parlamento, sem o promulgar. Refere algumas indicações de pormenor, retiradas da sua sábia cartola.

- Os meninos não fazem o ditado sem erros, como querem que vos dê positiva. Vou enviar informação escrita aos encarregados de educação.

Parece que as dúvidas constitucionais estão todas sanadas. Subsistem as existenciais e a vontade de marcar terreno. Os dias vão passando, dando razão aos que dizem que, no país, só há dois tipos de problemas: aqueles que o tempo resolve e os outros, que nem o tempo consegue resolver.

O Governo, invejoso, não quer enviar o parecer jurídico à Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP. Esse douto parecer, se existe, suportou a porta de saída da senhora CEO e, de acordo com outras opiniões ilustres, é fundamental para a análise da Comissão.

Sururu armado, com uns a dizerem que o menino se portou mal, outros a afirmarem que o menino não tem de indicar a matéria e os sítios onde estuda, devendo apenas responder às questões do teste.

Por este caminho, ainda chega ao poder alguém, escolhido por uma qualquer divindade, que tem as certezas absolutas sobre tudo e não admitirá discussão.

sábado, 26 de novembro de 2022

Viagens

Marcelo Rebelo de Sousa foi ao Qatar, devidamente autorizado pela Assembleia da República onde, nos últimos tempos, imperam os gritos de histeria de um deputado que por lá se senta e faz lembrar aquele velho ditado segundo o qual vozes de burro não chegam ao céu, por mais que se clame pela intervenção divina. 

Pelo que se ouviu, a diferença horária causou alguns problemas no sono do nosso Presidente, coisa que não é muito vulgar na sua pessoa, conhecida que é a sua capacidade de dormir pouco e estar sempre bem desperto.

Foi dar uma aula sobre educação e direitos humanos, o que justificou, por si só, a deslocação e as mais de dezasseis horas consumidas nas viagens. A actividade lectiva que incide sobre a educação e sobre os direitos fundamentais é importantíssima e é cada vez mais difícil encontrar docentes que a ministrem. Aproveitou para estar presente no jogo da selecção, apoiando os seus jogadores e satisfazendo a sua necessidade de algum lazer, fazendo uma pausa e retemperando forças para chegar ao fim do seu mandato com a capacidade e a dignidade em alta, como até aqui.

No ínterim, a Judiciária desencadeou uma operação contra os proxenetas da mão de obra, dando indicação de que, finalmente, se irão tomar medidas para acabar com este "putedo". É mais do que tempo de parar com o aluguer de gente como máquinas que se armazenam em barracões por todo o país, alguns até nesta cidade oestina.

Infelizmente, Marcelo não pôde comentar esta operação, não por falta de vontade mas apenas por, como toda a gente sabe, ele não fazer comentários sobre a situação interna quando se encontra no estrangeiro ...

domingo, 6 de novembro de 2022

Escola imaginária

Tudo parecia indicar tratar-se de uma aula normal, igual a tantas outras daquelas em que se fazem resumos da lição anterior, se esclarecem algumas dúvidas e se transmitem aos atentos alunos alguns conselhos e afirmações tendentes a despertar interesses, catapultar desejos, fomentar estudo e trabalho, em suma, uma conversa cheia de palavras e vazia de conteúdos. Ou, como diria o outro, "para cúmulo da chatice, tanto falou e nada disse".

Parecia, mas não aconteceu. O senhor professor teria almoçado mal, passado uma noite em claro ou estar toldado com algumas das muitas preocupações que lhe devem consumir quase todos os recursos cerebrais e, do alto da sua cátedra, esteve desastrado e muito pouco feliz na forma como, perante uma assistência de alto gabarito, se dirigiu à aluna, advertindo-a sem aviso, sem dó e nem uma pontinha de piedade. 

- A menina fique sabendo que eu não lhe perdoo se não souber, de cor, a tabuada dos oito e os afluentes do Douro. Espero que a menina tenha tudo na ponta da língua e que, no dia do exame, ele apareça resolvido com cem por cento de aproveitamento. Não há desculpas para não executar o seu trabalho, tanto mais que só veio para a escola porque quis, não foi obrigada. E deixe-me também dizer-lhe que, se assim não acontecer, abro a gaveta da secretária, saco a régua que por lá está sempre à espera e as suas mãos não mais a esquecerão. Recomendo-lhe juizinho e, fique sabendo, na próxima quarta-feira, na reunião com o seu encarregado de educação, vou transmitir-lhe, tim-tim por tim-tim o aviso que agora lhe deixo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Mea culpa

"Os peixes ouvem mas não falam; os homens ouvem pouco e falam muito."
Padre António Vieira - Sermão de Santo António aos peixes

Marcelo Rebelo de Sousa, como bom leitor que sempre foi, deve ter lido este livro há muitos, muitos anos, ainda que, com a pressa que lhe é característica, passou pelo acima formulado como cão por vinha vindimada e não fixou a recomendação implícita.

Foi pena e agora já não é fácil mudar. Cumpriu-se o ditado de que "quem muito fala pouco acerta" e teve de fazer mea culpa na forma como comentou essa grande chatice que está na ordem do dia e que a Igreja não consegue digerir e muito menos explicar.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Inflação

"Deveria ter sido mais cedo. Receber agora implica receber menos em 2023. É pouco. Para fazerem isto, mais valia estarem quietos. As coisas estão todas a aumentar, até o pão. Sou contra. Acho que podiam pagar muito mais. Já não se aguenta."

"Aguenta, aguenta", afirmou há uns anos um reputado banqueiro, numa outra crise. Aguentou-se mesmo e não houve medidas excepcionais. Cada um fez pela vida e só houve "passos" próprios para ultrapassar os problemas. Memórias curtas ...

Marcelo, sempre atento, aproveitou para transmitir urbi et orbi que o PSD tinha sido fundamental, ao fazer propostas que obrigaram o governo a tomar decisões. O colinho dá sempre jeito e fica para memória futura. O PR sabe bem disso. É importante estar sempre presente e ter protagonismo, tanto mais quando se está de partida para o Brasil e não se sabe como a viagem irá correr.

Os comentadores, barões, marqueses ou duques, puxaram dos seus galões, analisaram, fizeram contas, estudaram ao pormenor, foram ao âmago das questões, ao cerne das coisas, aos interstícios da economia, aos meandros das finanças, aos números do orçamento, às projecções claras e convincentes do que vem aí e, com o brilhantismo do costume, concluíram, sem margem para quaisquer dúvidas:

- Era possível fazer muito mais, como o futuro demonstrará.

Se correr mal e tudo isto ficar mais complicado, os mesmos de agora virão dizer que, afinal, tudo era previsível e só não viu quem não esteve atento.

A guerra continua a todo o gás ... ou sem ele!

domingo, 10 de julho de 2022

Clima

Contado ninguém acredita ... após três dias de calor intenso e mar encapelado, a Foz apresentou-se hoje de "capacete", ventinho norte e mar chão. No seu melhor, só surpreendendo quem a não conhece.

Pelo resto do país continua o calor abrasador, com o fogo a destruir a floresta e a ameaçar habitações, como sempre. As reportagens surgem fortes, com números de viaturas e de operacionais a ilustrarem a gravidade da situação e a demonstrar quão insuficientes se mantêm os meios postos à disposição dos actores nos teatros de operações, sempre colocados em prontidão atempada e chegando aos locais de forma atrasada. Abrem-se telejornais, com conferências de imprensa constantes, culpando a negligência de todos e de cada um, ilustradas em meio écran por populações em pânico agarradas a manguerinhas de jardim. São constantes os lamentos da impossibilidade de combate por dificuldades de acesso e  ausência de meios aéreos. "Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes".

No final do Verão terão ardido mais uns milhares largos de hectares de floresta, nomeadamente de eucaliptal, far-se-á um balanço onde serão registadas algumas melhorias em relação ao ano transacto, ilustradas por percentagens elucidativas do progresso conseguido e pela necessidade, imperiosa, de reforçar os meios de combate disponíveis e a coordenação efectiva de todas as forças, para que a situação não se repita. Será equacionada, uma vez mais, a reflorestação com espécies autóctones e a criação de estradões que facilitem o acesso e o combate. Também se dará ênfase à vigilância, fundamental para que os meios em prontidão cheguem rapidamente aos locais onde são necessários.

A preocupação com o calor e as suas consequências é notória e, por isso, o Primeiro-Ministro cancelou a viagem prevista a Moçambique. Ficou claro que a sua presença no nosso país é não só fundamental com essencial para que não haja descoordenação na "guerra" e muito menos no Governo.

Atento, como sempre, o Presidente da República seguiu-lhe as pisadas e já não vai aos Estados Unidos. Não porque não tivesse lá almoço, mas apenas por ser imprescindível na "guerra" dos fogos que está em marcha, e que, infelizmente, parece, tal como a outra, não ter fim à vista. A presença do PR é essencial para dar as notícias, estabelecer a táctica e garantir resultados.

Não será por falta de atenção de quem governa que o país arderá.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Ver(ão)

Chegou o Verão à Foz e isso relega para segundo ou terceiro plano o que se passa no país e no mundo. O importante, daqui para a frente, é saber se o mar está a vazar ou a encher, se as ondas são perigosas e puxam muito, se as bandeiras da demarcação da zona de banhos estão no sítio ou deveriam ter sido colocadas um pouco mais a norte, se lá vamos a mais uma "cabeçada", se o sol aperta e pode queimar, se a bandeira surge amarela ou se, finalmente, aparece verde. Vermelha é a sua cor normal!

- Está bruto ... mas a água está óptima!

Entretanto, o Presidente da República já recuperou da falta do almoço brasileiro e, ainda mal tinha aterrado, começou a trabalhar em força, como é seu timbre há muito. Recebeu o novo líder do PSD, condecorou o ex-líder do mesmo partido, seu antecessor no cargo, a quem deve ter custado trocar o fresquinho das águas do Algarve pelo calor sufocante da capital, e falou, muito, com os jornalistas, peças essenciais para a divulgação da mensagem de Belém, sempre oportuna e necessária para que, todos, percebamos o mundo que nos rodeia e do qual fazemos parte. Uma aula universitária traz sempre algum ganho.

E, nos entretanto, aconteceu um incêndio num prédio na zona de Algés, o qual, segundo a repórter da SIC Notícias presente no local, foi combatido por vários operacionais, apoiados por cerca de quatro viaturas. O tempo, em televisão, é sempre muito curto e isso impediu que a repórter o tivesse para contar os carros com precisão.

Compreende-se. Não é fácil contar até quatro ...

sábado, 2 de julho de 2022

Contratempos

Depois de Pedro Nuno Santos ouvir um ralhete de António Costa por "voar" com excesso de velocidade, de o Rio ficar seco e o Monte ...negro, também ao Presidente da República, que ontem partiu para o Brasil numa viagem de três dias, lhe calhou uma "fava".

O programa brasileiro devia ser do tipo "tudo incluído" mas, à última da hora, o ocupante da cadeira presidencial do Brasil deu o dito por não dito e cancelou o almoço aprazado para segunda-feira, em Brasília. Esta decisão, inesperada, irá causar algum transtorno ao nosso Presidente, apesar de ele não ser um homem de grandes comezainas. Talvez por isso, atribuiu pouca importância à indelicadeza e lavou-a com um banho nas praias de Copacabana, durante 20 minutos, segundo o que o próprio deu conta aos jornalistas.

Pelo que se sabe, o "caramelo" que se senta na cadeira brasileira amuou e dispensou a boa companhia que Marcelo decerto lhe proporcionaria, mesmo considerando a dificuldade que iria ter em entendê-lo,  por ele se exprimir como se tivesse sempre a boca cheia de favas. 

A "agência de viagens" não pediu autorização ao "bicho" para as outras refeições e ele deveria pretender exclusividade nas mesmas, para mostrar como cozinha bem e fazer publicidade aos seus dotes culinários, de certeza tão bons ou melhores do que aqueles que exibe na função que exerce. 

Marcelo lá terá de se contentar com uma "sandocha" e esperar que a refeição da TAP seja melhorada no regresso.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Tropeção (?)

O Presidente da República, do alto da sua função e inegável sabedoria, verbalizou a sua opinião sobre a igualdade entre homens e mulheres assim: 

"(...) Só haverá igualdade entre homens e mulheres quando chegar aos mais altos postos uma mulher tão incompetente como chega, em vários casos, em inúmeros casos, aos mais altos postos, um homem.(...)"

Fiquei surpreendido com um achado tão eloquente. Pensava eu, pelos vistos mal, que chegar à igualdade entre as pessoas não teria a ver com o sexo das mesmas e sim com a competência e a abertura nos acessos. Pelos vistos, torna-se imperioso nomear mulheres incompetentes para, com isso, atingir a igualdade de oportunidades.

Quero acreditar que foi o cansaço ou a pressa que determinaram, salvo melhor opinião, a ousadia da afirmação presidencial. 

A preocupação, julgo eu, deve ser conseguir as nomeações pela competência e, se assim for, não se colocará o problema do sexo. Mas eu sou lírico ...

sábado, 23 de abril de 2022

Premonições

Estamos como o burro do espanhol: agora que já estávamos habituados a usar máscara, veio o decreto que elimina a obrigatoriedade de com ela andar.

Marcelo, com a rapidez do costume, promulgou o decreto que, em consequência, se encontra em vigor. Hoje, talvez por insistência dos jornalistas, o Presidente teve uma conversa "informal" com eles e deu a conhecer que, quase de certeza, as reuniões de Guterres com o "caramelo" que manda na Rússia e quer estender o seu mando como quem estende uma toalha sobre a mesa, e também com o Presidente da Ucrânia invadida, as quais devem acontecer no início da próxima semana, irão ser determinantes para o fim da guerra. Marcelo opinou, quem pode duvidar.

Significa isto que quer a pandemia quer a guerra poderão estar em vias de extinção, tal como o lince da Serra da Malcata? Talvez. Marcelo costuma ser assertivo e antecipar tudo e o seu contrário.

Vamos ver o que acontece nos próximos dias, com a esperança de que, desta vez, Belém acerte em cheio nas duas, promulgação e palpite.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Humor e arte

"Uma imagem vale mais que mil palavras."
O humor e arte de António comprova-o, uma vez mais, na página dois do Expresso desta semana.