NATALFiel das horas mortasdesta noite comprida,pergunto a cada sombra recolhidaque sol figura o lumeque da lareira negra me sorri:O do calor cristão?O do calor pagão?Ou a fogueira é só a combustãoda lenha que acendi?Presépios, solstícios, divindades ...A versátil natureza do homem, senhor de tudo!Cria mitos,Destrói mitos,Nega os milagres que fez,e depois, desesperado,procura o mundo sagradonas cinzas da lucidez.
Casa situada na cidade das Caldas da Rainha, "nascida" em 1976, numa rua sossegada, estreita e, desde Abril de 2009, com sentido único. Produção: dois frutos de alta qualidade que já vão garantindo o futuro da espécie com quatro novos, deliciosos. O blog é, tem sido ou pretendido ser uma catarse, o diário de adolescente que nunca escrevi, um repositório de estórias, uma visão do quotidiano, uma gaveta da memória.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Natal
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Música ... doce
O meu amigo ADS faz o favor de partilhar comigo as belezas que lhe chegam por via electrónica.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Penamacor - Vila Madeiro
domingo, 30 de novembro de 2014
Ranking das escolas
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Palavras bonitas
AVE DA ESPERANÇA
Passo a noite a sonhar o amanhecer.
Sou a ave da esperança.
Pássaro triste que na luz do sol
aquece as alegrias do futuro,
o tempo que há-de vir sem este muro
de silêncio e negrura
a cercá-lo de medo e de espessura
maciça e tumular;
o tempo que há-de vir - esse desejo
com asas, primavera e liberdade;
tempo que ninguém há-de
corromper
com palavras de amor, que são a morte
antes de morrer.
Torga publicou estes versos em 1954, desabafando o seu desejo de um tempo sem muros de silêncio e de negrura, com asas, luz e liberdade.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Quotidiano
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Quotidiano e ... Palavras bonitas
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Palavras bonitas
LUTA
O que eu sonho!
A fé que ponho
na imaginação!
Digo à razão
que sim, que desvario
nesta humana aventura,
e ergo mais a lança em desafio
e desço mais o elmo da loucura.
Nada conquisto, porque são moinhos
os gigantes que encontro nos caminhos
das minhas digressões.
Mas combato,
combato
e desbarato
as próprias ilusões.
domingo, 2 de novembro de 2014
Livros (lidos ou em vias disso)
sábado, 25 de outubro de 2014
Quotidiano
domingo, 19 de outubro de 2014
O presente e o futuro
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Escola Rafael Bordalo Pinheiro
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Palavras simples
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Quotidiano
Veremos!
Parafraseando o CEO do meu Banco:
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Pois é, nem mais, se fosse só isso
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Palavras bonitas
Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quando a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há ou não há o mesmo resta.
(...)
Fernando Pessoa
Novas Poesias Inéditas
Edições Ática - 1973
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Palavras ... sábias
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Férias (final)
Depois do fim de semana, prolongado, que já está em curso, eis-me de volta às madrugadas, às gravatas, à estrada e ... estamos quase no fim de mais um ano!
Um quer a mão para o levar aos carrinhos, que adora, outro já joga matraquilhos e quer experimentar o sabor da vitória sobre o avô e o do meio, observador, a constatar:
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Férias
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Memórias
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Sophia - Poesia e Sabedoria
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Palavras bonitas
Regresso inúmeras vezes a Torga, cuja escrita me fascina e transmite estados, ideias, vertigens, retratos, um sem número de sensações que não consigo explicar.
O Público tem vindo a facultar, semanalmente, reproduções de livros proibidos por quem nos quis (e conseguiu) manter inaptos, incultos, subjugados, atentos, veneradores e servis. Esta semana chegou o Diário VIII, publicado em Janeiro de 1960 e que os algozes decidiram proibir, apesar dos inúmeros protestos quer por cá quer no estrangeiro.
TATUAGEM
Um verso apenas, mas que fique impressoNa morena epidermeDo teu corpo maciço;Um verso agradecidoà universal belezaDo teu rosto redondo,Infatigavelmente variado;Um verso branco e puroDe rendido louvorÀ serena ironiaCom que deixas brincar no teu regaçoA inquietação,E devolves o ecoDe cada gritoÀ boca enfurecida,- Terra, pátria da vida!Eva que o sol fecunda do infinito!
- É doutor ... - informou o meu companheiro.
- Que doutor! Ele é como nós! ...
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Refugiados
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Quotidiano
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Salazar
domingo, 11 de maio de 2014
Memoráveis
Um dia, os rapazes serão louvados.
Hão-de passar entre multidões floridas.
Levarão riso na boca e os braços levantados.
Um dia, os rapazes hão-de ser punidos.
Pelos males que hão-de vir dos quatro pontos cardeais.
Terão latrinas derramadas nos portais.
Um dia esses heróis serão esquecidos.
Os seus nomes alinhados entre conchas e espinhas.
Hão-de constar de uns livros nunca lidos.
Mas um dia, este dia, será o dia do idílio.
Os rapazes ainda não desistiram de soltar os braços dos escravos.
E os escravos ainda não renegaram a cor dos cravos.
Ainda estamos no princípio desse dia.
Francisco Pontais - Poeta
Lídia Jorge
Os Memoráveis
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Palavras bonitas ... para a minha mãe
Há um lugar na mesa onde a luz
abdicou do seu ofício.
Já foi do sol
e do trigo esse lugar - agora
por mais que escutes, não voltarás
a ouvir a voz de quem,
há muitos anos, era a delicadeza
da terra a falar: "Não sujes
a toalha"; "Não comes a maçã?"
Também já não há quem se debruce
na janela para sentir
o corpo atravessado pela manhã.
Talvez só um ou outro verso
consiga juntar no seu ritmo
luz, voz, maçã.
Eugénio de Andrade
Ofício de Paciência
A minha mãe faria hoje 91 anos, mas "a luz abdicou do seu ofício".
quarta-feira, 30 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
25 de Abril
As minhas amigas Liberdade e Democracia festejam o seu aniversário no mesmo dia que eu, com vinte e dois anos de diferença, tempo que me desfavorece em termos matemáticos.
Hoje procurei-as para um balanço destes 40 anos que partilhamos, tentando, nessa visita, perceber se os três mantínhamos a mesma vitalidade para transformar, alterar, progredir, inovar, melhorar, consolidar e, supremo, tentar sempre que todos possam viver melhor amanhã do que viveram hoje. Não as senti animadas.
A Liberdade sente-se atropelada, vilipendiada, enxovalhada e faz um esforço grande para subsistir. Diz que não a deixam dar igualdade de oportunidades a todos e que, sem isso, a sua função não existe. A preocupação quanto ao futuro mina-lhe a saúde, cria-lhe ansiedade, tira-lhe o sono. Tem receio de ser de novo engavetada no quarto do obscurantismo que tão bem conhece e do qual não tem quaisquer saudades. Sente-se triste por ser só de alguns e que esses alguns procurem, a todo o custo, que ela ignore os muitos que lhe deram vida há quarenta anos.
A Democracia lastima-se também.
- Ainda só tenho 40 anos e já me querem colocar na redoma, controlar-me, deixar-me aparecer de quando em vez, apenas para legitimar quem fica a mandar e, depois, não se preocuparem mais comigo. Confesso que, há 40 anos, estava longe de imaginar que iria ser assim.
Não alimentei mais conversa. Seria contribuir para que as minhas amigas se deprimissem ainda mais porque, também eu, estou farto de ouvir falar de mercados, juros, dívida, défice, sacrifícios, imposições, troika, austeridade, cortes, reduções e outros palavrões.
"Eu sou parvo ou quê?", como dizia Zé Mário Branco.
Falam de cátedra, pregam sermões, dizem como foi, como é e como vai ser, e eu ... sou limitado, mentecapto, inútil, estúpido, ignorante, débil, incapaz de fazer o que quer que seja sem a sua (deles) sapiência, que determina, manda, ordena, sem apelo nem agravo.
Fiz 22 anos em 25/04/1974 e até chegar esse dia já tinha comido muito pão que "o diabo amassou".
EU SOU PORTUGUÊS AQUIEu sou portuguêsaquiem terra e fome talhadofeito de barro e carvãorasgado pelo vento norteamante certo da morteno silêncio da agressão.Eu sou portuguêsaquimas nascido deste ladodo lado de cá da vidado lado do sofrimentoda miséria repetidado pé descalçodo vento.Nascideste lado da cidadenesta margemno meio da tempestadedurante o reino do medo.Sempre a apostar na viagemquando os frutos amargavame o luar sabia a azedo.Eu sou portuguêsaquino teatro mentirosomas afinal verdadeirona finta fácilno gozono sorriso dolorosono gingar dum marinheiro.Nascideste lado da ternurado coração esfarrapadoeu sou filho da aventurada anedotado casocampeão do improviso,trago as mãos sujas do sangueque empapa a terra que piso.Eu sou portuguêsaquina brilhantina em que embrulho,do alto da minha esquinaa conversa e a borrascaeu sou filho do sarilhodo gesto desmesuradonos cordéis do desenrasca.Nasciaquino mês de Abrilquando esqueci toda a saudadee comecei a inventarem cada gestoa liberdade.Nasciaquiao pé do marduma garganta magoada no cantar.Eu sou a festainacabadaquase ausenteeu sou a brigaa luta antigarenovadaainda urgente.Eu sou portuguêsaquio português sem mestremas com jeito.Eu sou portuguêsaquie trago o mês de Abrila voardentro do peitoJosé Fanha