Quando o Manuel Resende regressou a Portugal, depois de longos anos emigrado em Bruxelas, instalou-se numa casa nos arredores de Santarém. Em volta da casa havia um terreno de lavoura e a ideia do Manuel era dedicar-se à agricultura. Ainda em Bruxelas, tinha estudado métodos de cultivo modernos, sustentáveis e amigos do ambiente, que dispensavam os químicos. Os progressos agrícolas do novel campino foram lentos, mas encorajadores. Nessa altura, as nossas conversas incluíam beringelas, tomates, pepinos e alfaces.
Tudo correu pelo melhor até ao dia em que apareceram os coelhos. Dezenas e dezenas de coelhos. Famílias inteiras de orelhudos arrasaram a delicada e biológica agricultura, e devoraram tudo até ao último pé de alface. O Manuel Resende nada fez para os impedir: roer beringelas sem químicos faz parte da natureza dos coelhos.
Hoje, é lançada em Lisboa a Poesia Reunida, do Manuel Resende. Hoje, é o dia em que os coelhos reaparecem para lhe devorar a horta. Nenhum poema, nenhum verso, deve ficar por comer. Ao ataque, camaradas orelhudos. Não façamos cerimónias. Comamos até estourar. Disto não há nos supermercados.
Tudo correu pelo melhor até ao dia em que apareceram os coelhos. Dezenas e dezenas de coelhos. Famílias inteiras de orelhudos arrasaram a delicada e biológica agricultura, e devoraram tudo até ao último pé de alface. O Manuel Resende nada fez para os impedir: roer beringelas sem químicos faz parte da natureza dos coelhos.
Hoje, é lançada em Lisboa a Poesia Reunida, do Manuel Resende. Hoje, é o dia em que os coelhos reaparecem para lhe devorar a horta. Nenhum poema, nenhum verso, deve ficar por comer. Ao ataque, camaradas orelhudos. Não façamos cerimónias. Comamos até estourar. Disto não há nos supermercados.
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