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Assalto

Um alarme tocou na rua durante toda a noite. Aquele som agudo, penetrante, como um beliscão contínuo na corda dos nervos. Dez minutos e o nosso único desejo é que aquilo pare. Que a vida retome a indolência habitual. Sono, letargia, torpor. Da mesma forma, podem soar todos os alarmes. Nos jornais, nas rádios, nas televisões. Podemos assistir ao assalto, sermos as primeiras vítimas, podem roubar-nos tudo: a verdade, a liberdade, a compaixão. A maioria de nós vai preferir sempre o silêncio. Deitar-se e dormir.