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sexta-feira, dezembro 06, 2024

Henrique Mota: uma vida dedicada ao Associativismo


Deixámos para o fim, propositadamente, Henrique Mota, um dos três fundadores da SCALA, que ainda estão entre nós.

Foi vice-presidente Cultural da nossa Associação nos dois primeiros mandatos da direcção, num período de grande crescimento, para o qual deu um importante contributo.

Depois verificaram-se algumas desinteligências e o Henrique foi um dos protagonistas da segunda cisão que se deu no seio da SCALA, partindo para outros desafios associativos (sem nunca deixar de ser nosso associado) , mais ligados ao património de Cacilhas, sendo o principal fundador e o presidente da Associação de Cidadania de Cacilhas o Farol (cargo que mantém).

Em alguns períodos, o Farol chegou a rivalizar com a SCALA, e até a querer mesmo sobrepor-se no panorama associativo local às nossa Colectividade. Houve um ou outro mal entendido, mas foram facilmente ultrapassados, por, em parte, haver uma história comum.

De uma forma geral tem sido possível manter um bom entendimento e organizar várias iniciativas em conjunto ao longo dos últimos vinte anos, em prole da Cultura e da História do nosso Concelho, graças ao bom senso e sentido colectivo de Henrique Mota e dos dirigentes da SCALA.

(Gente da História da SCALA - XXX)

Fotografia de Gena Souza)

domingo, novembro 24, 2024

Ofélia Cruz: um grande exemplo de amor à liberdade e à poesia


Ofélia Cruz não fez nada de especial para estar aqui, na lista dos "trinta" da história da SCALA.

E é por isso mesmo que está aqui. Por ser uma mulher simples, que amava sobretudo a liberdade e gostava muito de "poemas de combate", que recitava muito bem, renovando a força das palavras dos poetas (como ele gostava de Sidónio Muralha...), nos recitais colectivos da SCALA.

Também era presença assídua nas nossas "Tertúlias do Dragão", por gostar das coisas da cultura e de estar com os amigos.

Não podemos, nem devemos, esquecer o seu papel de lutadora antifascista e de Mãe, que educou os seus filhos com grande sacrifício, nos anos em que o seu companheiro de sempre, esteve encarcerado nos calabouços destinados aos nossos presos políticos.

Para nós, foi uma honra termos conhecido, e sermos amigos desta senhora extraordinária, que lutou por um mundo com espaço para todos, onde a igualdade e a justiça social não fossem apenas uma miragem.

(Gente da História da SCALA - XXIX)

Fotografia de Luís Eme)


sábado, novembro 16, 2024

Américo Morgado: a eloquência e o gosto da partilha do saber


O professor Américo Morgado foi uma das boas surpresas que surgiram no seio da SCALA.

Filósofo de formação, era um verdadeiro pedagogo e também um excelente comunicador. E claro, era um dos poetas Scalanos (além de ter uma vasta obra publicada, estava sempre disponível para colaborar num dos muitos cadernos que editámos ao longo do tempo).

Felizmente, a SCALA e os Scalanos beneficiaram do seu saber, tanto nas suas "Tertúlias do Dragão" como noutros encontros formais e informais, realizados em vários lugares de Almada, onde bebiam cada uma das suas palavras, com grande satisfação.

Calmo e extremamente bem formado, tinha sempre uma palavra amiga para todos, dando um grande contributo para o nosso bem-estar colectivo.

(Gente da História da SCALA - XXVIII)

(Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, novembro 08, 2024

Guiomar Malaquias e Joana Corte, uma cumplicidade feminina especial no seio da SCALA


Guiomar Malaquias e Joana Corte foram duas das presenças mais assíduas nas "Tertúlias da SCALA do Dragão", e por isso mesmo faziam parte da chamada "Família Scalana". 

Sem qualquer desprimor para outros associados, foi nesta Tertúlia, que se criou um ambiente quase familiar, com todos aqueles que só faltavam um dos nossos serões culturais mensais, por razões inadiáveis.

A Guiomar e a Joana, faziam parte deste grupo, eram duas das pessoas que tinham prazer em conviver com os outros amigos, num ambiente de grande amizade e companheirismo. Aproveitando ao mesmo, para adquirir mais algum conhecimento, sobre isto ou sobre aquilo.

Sem fazeram parte dos "activos culturais" da SCALA, foram duas peças fundamentais para o bom relacionamento humano que se vivia na nossa Associação, num tempo diferente deste que se vive na actualidade...

(Gente da História da SCALA - XXVI e XXVII)

(Fotografia de Luís Eme)


sábado, outubro 26, 2024

Rosette Coelho: a escolha da poesia como companheira, na luta com o dia-a-dia...


Há mulheres que depois de ficarem sozinhas, fecham-se em casa, como se o mundo estivesse para acabar. Vestem-se de negro e esperam a sua vez, presas à memória do tempo em que pensavam ser felizes.

Há outras, que depois do primeiro embate com a "solidão", resolvem resistir. Dão uma ou duas voltas à vida  e levantam-se, com vontade de ir atrás de qualquer sonho lindo, que lhes ficou de "uma outra vida qualquer"...

E é assim que regressam a experimentar uma ou outra coisa, que noutros períodos da vida, as faziam sentir-se bem, criativas, mais livres e também mais preenchidas.

A SCALA teve a alegria de receber algumas destas mulheres, como foi o caso de Rosette Coelho, que trouxe consigo o amor à poesia, e ainda um sorriso contagiante, fundamentais para o nosso convívio, que juntava o social ao cultural, abrindo portas a novas amizades e à troca de saberes.

A Rosette trouxe-nos as palavras dos poetas que amava. Poetas que declamava com talento e emoção, sozinha ou em grupo (sim, fez parte do primeiro grupo de "Poetas da Scala", juntamente com Idalina Alves Rebelo, Cristina Fernandes, Nogueira Pardal e Fernando Barão).

E claro, uma alegria contagiante, que recordamos com saudade...

(Gente da História da SCALA - XXV)

(Fotografia de Luís Eme - com a Rosette a sorrir, na companhia do Fernando e da Guiomar)


terça-feira, outubro 08, 2024

Mártio: o lado artístico de Mário Martins


Já o dissemos mais que uma vez, que a SCALA foi quase obrigada a olhar para as artes plásticas, como parte integrante da Associação, devido à aderência de vários pintores, cuja qualidade deu logo nas vistas, nos nossos primeiros anos de vida. 

Um deles foi o Mártio (Mário Martins), que já era um pintor reconhecido no Concelho e não só, quando a SCALA foi fundada, em 1994 (começou a expor, individualmente desde 1963...).

Mas Mártio é um artista multifacetado, cujo talento nunca se cingiu apenas à pintura figurativa, mesmo que esta fosse  a técnica que mais o inspirou e fez dar nas vistas, ao longo de uma vida artística, de mais de sessenta anos. O impressionismo, o surrealismo também fazem parte do seu percurso como pintor, tal como realismo, entre outras experiências pictóricas.

Desenhou a carvão, modelou barro - os seus frades fizeram história -, pintou aguarelas, acrílicos, óleos, etc. Também fez ilustração - é autor de algumas capas de livros de amigos - e até de caricaturas (também ficou famosa a sua série das "Tias"...).

Olhando de soslaio para o seu outro lado, é importante referir que o Mário, além de ser um inventor premiado, fez parte do rico movimento associativo almadense, nas colectividades da sua Cova da Piedade. Especialmente na SFUAP, onde teve um papel fundamental no  crescimento e desenvolvimento do campismo.

Voltando à história da SCALA, sem o Mártio, o Mário Nery ou o Aníbal Sequeira, que estiveram connosco praticamente desde a primeira hora, a nossa Festa das Artes (entre outros eventos artísticos) não teria sido a mesma, ao longo de praticamente três décadas.

(Gente da História da SCALA - XXIV)

(Fotografia de Luís Eme )


domingo, setembro 15, 2024

Clara Mestre: o amor pela poesia e pela imagem


Durante a minha passagem pela SCALA, de praticamente duas décadas e meia, houve três mulheres que foram especiais, por razões diferentes. Já falámos de duas delas (Idalina Alves Rebelo e Gena Souza), falta falar da terceira: Clara Mestre.

Embora a Clara aparecesse na SCALA numa fase mais recente, graças à poesia (ela adora escrever e declamar...), faz parte da sua história.  Foi parte integrante da animação dos "Doces da Mimi", espaço que acabou por ser um bom ensaio para as actividades da SCALA, quando nos foi atribuída, uma sede, pelo Município.

Além da poesia, a Clara também gosta da imagem e da fotografia. E por essa razão foi uma das poetisas que aderiram de imediato à "poesia ilustrada", participando de uma forma entusiasta, ilustrando com alguma originalidade os seus poemas, com imagens que descobria aqui e ali.

A par das suas qualidades poéticas, estão as suas qualidades humanas. Não temos dúvidas de que é uma das pessoas que mais tem contribuido para que exista um ambiente saudável no seio da SCALA.

Acabou também por fazer parte dos Corpos Gerentes da SCALA, em cargos não executivos, em vários mandatos, tal é o seu gosto em participar, em fazer parte do rico associativismo almadense.

(Gente da História da SCALA - XXIII)

(Fotografia de Luís Eme)


sábado, julho 20, 2024

Mário Nery: a arte, a generosidade e a discrição de mão dada


Mário Nery tem sido um artista plástico fundamental para o reconhecimento da SCALA, enquanto associação artística no Concelho de Almada, graças à sua qualidade como desenhador e pintor.  

Fez-se associado logo nos primeiros anos, tendo feito parte também dos nossos Corpos Gerentes. Além da sua participação como artista, deu ainda uma ajuda preciosa na organização e montagem de algumas exposições, sempre que foi necessário.

O Mário e a sua esposa, Emídia, foram presenças habituais nas "Tertúlias do Dragão", fazendo parte integrante da "família tertuliana scalana" (só deixaram de aparecer devido a problemas de saúde da Emídia), ao ponto de Nery se ter tornado o nosso "desenhador oficial das tertúlias" oferecendo-nos desenhos cheios de humor, que retrataram muito bem algumas das temáticas discutidas nesses saudosos encontros de cultura e de amizade de Almada.

Provavelmente devido à sua discrição (e à nossa desatenção...), não se deu destaque merecido ao presente que o Mário Nery ofereceu à SCALA, na inauguração da Sede/ Galeria, onde ainda nos encontramos, um bonito retrato de Fernando Pessoa.

Felizmente ainda vamos a tempo de enaltecer a sua qualidade como artista e como ser humano.

(Gente da História da SCALA - XX)

(Fotografia de Américo D' Souza da inauguração da Sede Social da SCALA, com Mário Nery acompanhado de Joaquim Judas, Presidente do Município de Almada, Gena Souza e o Luís Milheiro, dirigentes da casa)


sexta-feira, julho 12, 2024

A "Viagem" sobre Fernando Barão continua na SCALA


A exposição "Uma Pequena Viagem pelo Mundo de Fernando Barão" vai continuar patente na sede da SCALA até ao começo de Setembro, porque com o período de férias não estão programadas outras exposições.


Ou seja, ainda é possível ver a exposição, basta falar com a direcção da SCALA, para saber da sua disponibilidade para estarem na sede.

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, julho 01, 2024

A Homenagem da SCALA a Manuel Cargaleiro


A SCALA presta homenagem a Manuel Cargaleiro, que nos deixou ontem e foi o primeiro vencedor do "Prémio Scalano".

Foi - e continuará a ser -  uma grandes grandes figuras do nosso País nas Artes Plásticas, cujo reconhecimento artistico atravessa os cinco continentes, devido à sua qualidade e ao traço artístico tão singular.


sábado, junho 01, 2024

Manuel Alves Pereira: uma marca singular de alegria e um exemplo de espírito inventivo


Manuel Alves Pereira foi outra das boas surpresas reveladas nas nossas "Tertúlias do Dragão", de um almadense octagenário, natural de Lanheses (Viana do Castelo), que continuava a amar a vida e as coisas da cultura e da ciência, sempre com vontade de nos surpreender com a sua "juventude" e bonomia.

Com um passado associativo  na Academia Almadense, depois de ter passado uma boa parte da sua vida na Holanda, como emigrante, Manuel descobriu a SCALA, que passou a ser o seu espaço colectivo primordial  de amizade, cultura, história, convívio e também de algum revivalismo.

Como gostava de participar activamente no nosso dia a dia, de vez  enquanto Manuel surpreendia-nos com uma ou outra graça, fruto do seu espírito inventivo. Também escolhia poemas ou apontamentos históricos, sobre as personalidades que eram enaltecidas nas Tertúlias (que raramente perdia), para nos oferecer.

Já no final de vida conseguiu escrever e publicar um livro antológico, com as suas poesias e os seus textos de prosa, que intitulou "Algumas Memórias de Almada e de Outros Lugares", para deixar alguma coisa de seu aos outros.

Foi a concretização de um sonho...

(Gente da História da SCALA - XIX)

(Fotografia de Luís Eme - Manuel num dos seus momentos, surpreendentes e alegres, na SCALA)


segunda-feira, maio 27, 2024

Mário Rodrigues: o Amor ao Teatro, ao Associativismo e a Cacilhas


Embora Mário Rodrigues fosse um dos sócios mais antigos da SCALA, só começou a ter uma participação maia activa na nossa Associação depois de começar a frequentar a "Tertúlia do Dragão".

Ficou encantado com o ambiente familiar que encontrou e com a promoção da cultura que a SCALA fazia nestes encontros mensais. E passou a ser presença certa (nem os seus problemas de saúde faziam com que faltasse...). As tertúlias sobre a história de Cacilhas, localidade onde nasceu e deu os primeiros passos como associativista (no Ginásio Clube do Sul), fizeram com que se tornasse um dos seus animadores. Depois trouxe o teatro, uma das suas grandes paixões, para aquele espaço de convívio e de partilhas culturais. Aproveitou algumas datas festivas, como o Natal, para embelezar a sala com motivos alusivos, dando largas à sua criatividade.

Como gostava muito de escrever, passou também a ser um dos colaboradores permanentes do boletim "O Scala", abordando preferencialmente o mundo das Artes e também a história de Cacilhas.

O seu entusiasmo pela SCALA foi tal que até se disponibilizou para fazer parte da sua direcção. Quando nos deixou, em 2013, era o nosso secretário.

Foi uma bela e grata surpresa termos conhecido este grande Associativista Almadense. Mesmo já octagenário, continuava cheio de vontade de fazer coisas.

(Gente da História da SCALA - XVIII)

(Fotografia de Luís Eme)


quinta-feira, abril 25, 2024

Luís Milheiro: juiz em causa própria


Eu sei que é uma situação estranha estar aqui a falar de mim, mas a vida é o que é…

Mas como sempre fui um dos elementos mais activos no panorama cultural da SCALA, seria um acto de falsa modéstia “esconder” o meu nome da sua história, apenas por ser o autor…

O facto de ser o seu primeiro sócio não fundador, faz com que tenha acompanhado a sua história desde início. Fiz parte Corpos Gerentes durante 20 anos (fui vice-presidente e depois presidente da Direcção; fui também secretário e depois Presidente da Mesa da Assembleia Geral…). Fui director do boletim da Colectividade (“O Scala”), em duas fases diferentes.

Fui também o principal responsável pela edição de várias antologias de poesia e também o ideólogo da edição de uma obra importante, “Gente de Letras com Vínculo a Almada”, um dicionário bio-bibliográfico, de co-autoria com Diamantino Lourenço, Victor Aparício e Abrantes Raposo (editada na comemoração do 10.º aniversário da SCALA).

Com a desistência dos organizadores do Concurso de Fotografia “Almada a Terra e as Gentes”, a meio do projecto, fui escolhido como o principal dinamizador das suas edições sobre a Cova da Piedade, Feijó e Laranjeiro, Pragal, Sobreda e Trafaria, visitando todas as Freguesias de Almada, como estava previsto no início.

Durante mais de quinze anos, fui o responsável pela nossa exposição anual, baptizando-a como “Festa das Artes da SCALA” (fazia mais sentido, pois era e é uma festa).

Quando o Fernando Barão passou para a rectaguarda da realização das “Tertúlias do Dragão”, passei a ser o seu grande dinamizador, por saber da sua importância.

E acabei por ter também um papel importante na cedência da actual sede/galeria pela CMA, graças ao presidente do Município, Joaquim Judas (os outros vereadores, Maria do Carmo e António Matos, disseram-nos que o espaço já estava destinada para alguém…) e na sua transformação num "território cultural".

Muito mais haveria a dizer, mas fico-me por aqui, satisfeito pelo meu percurso associativo, artístico e literário como associado e dirigente Scalano…

(Gente da História da SCALA - XV)

Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, abril 19, 2024

Américo d'Souza: a arte e o engenho ao serviço do colectivo


Poderia ter dado mais algum espaço, não fazer com que o Américo surgisse logo depois da sua companheira, Gena, mas eles completavam-se, eram quase "almas gémeas", não me lembro de os ver um sem o outro, onde quer que fosse...

Foi também por isso que acabaram por coincidir na Direcção da SCALA, ele como vice-presidente Cultural, ela como Tesoureira. Foram dois elementos preciosos para a aposta da SCALA na diversidade e não apenas em duas ou três actividades culturais, como até aí se fazia, graças à parceria da nossa Associação com os "Doces da Mimi" (que tinham aberto há pouco tempo...).

A transformação deste espaço também em galeria de arte, para acolher exposições dos nossos associados, teve muito mais que o seu dedo. Foi graças ao seu espírito inventivo que foi possível adquirir (e montar...) calhas e correntes, que não só facilitavam a realização, como tornavam estas mostras agradáveis para quem as visitava nos "Doces da Mimi". Material  que depois transitaria para a nossa actual Sede/ Galeria, na rua Conde Ferreira, onde continuam a ser bastantes uteis para todos os artistas scalanos que ali expõem.

Na transformação do espaço que antes era utilizado pela USALMA e passou a ser a nossa Sede, o Américo voltou a ser importante, com as suas ideias, ajudando-nos a fazer muito com pouco dinheiro.

Além de tudo isto, é um excelente artista plástico. 

Claro que o Américo está longe de ser uma pessoa fácil. Quase que podemos dizer, que, pessoas de quem ele gosta têm tudo, pessoas de quem ele não gosta, não têm nada... 

(Gente da História da SCALA XIII)

(Fotografia de João Miguel)


terça-feira, abril 16, 2024

Gena Souza: a arte de estar, de criar e de sorrir


A Gena (Eugénia) de Souza entrou na SCALA, de uma forma tímida, quase escondida atrás das costas do Américo, seu companheiro, que também era (e é) o pintor D' Souza. 

Claro que o seu sorriso aberto e bonito não se conseguia esconder, muito menos a sua energia positiva, tão contagiante. Só por isso era uma mais valia para a nossa Associação Cultural. Mas a Gena foi sempre muito mais que um sorriso...

Quando se tornou tesoureira da SCALA, não se ficou pelos números, as suas preocupações e interesses chegavam a quase todo o lado. E como a presidente gostava de ter um papel quase "decorativo" (era muito boa a passar tarefas para os outros...) e estávamos longe de ter um secretário a sério, a organização administrativa da SCALA passou a ter mais que o seu dedo, a sua mão...

Além destas qualidades, a Gena tinha o verdadeiro espírito associativo (tão em desuso...), gostava de trabalhar em prol da comunidade, sentia prazer em trabalhar para os outros. E outra coisa, não menos importante, sabia ouvir.

Gostava muito de fotografia e tinha qualidade artística (foi muito bom quando saiu da sombra e começou a expor as suas imagens...).

O desaparecimento precoce da Gena, foi uma das maiores perdas da SCALA a que assistimos, devido à sua disponibilidade, alegria, companheirismo e qualidade de trabalho.

(Gente da História da SCALA - XII)

(Fotografia de Luís Eme) 


sexta-feira, abril 12, 2024

Aníbal Sequeira: um fotógrafo e artista de excepção


Apesar da SCALA ser uma Associação Cultural, aberta e inclusiva, que nunca teve como principal raio de acção a preocupação em privilegiar a qualidade artística dos seus associados, em relação a outros - menos bafejados com o talento... -, mas nunca escondeu o orgulho de ter  também no seu seio, excelentes representantes do mundo das Artes e Letras (que felizmente continuamos a ter...).

Aníbal Sequeira é um desses artistas. Scalano desde os nossos primeiros tempos, é um excelente fotógrafo, capaz de nos oferecer imagens de rara beleza, na vertente do "preto e branco" (premiado pelo mundo inteiro). Já escrevemos e continuamos a pensar que Aníbal é um fotógrafo fascinado pelo realismo poético-social.

Além da sua singularidade artística, Aníbal, economista de formação, também fez parte dos Corpos Gerentes da SCALA, mais que uma vez, ocupando cargos importantes, como  foram as presidências da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal.

Esta homenagem, pretende ser maior do que realmente é. Pretende chegar a todos aqueles que quase que "obrigaram" a SCALA a ser uma verdadeira Associação de Artes e Letras e não apenas um "clube de escritores" como alguns pensavam (e queriam que fosse).

(Gente da História da SCALA - XI)

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, abril 06, 2024

Virgolino Coutinho: o amigo dos escritores almadenses

Virgolino Coutinho foi sempre um homem ligado à Cultura e ao Associativismo de Almada. Foi esta sua ligação que o levou a unir-se aos 14 companheiros que decidiram fundar a SCALA, em Março de 1994.

Por saber que era necessário consolidar a nossa Associação no panorama associativo local, especialmente nos seus primeiros anos de vida, foi “à luta” e fez parte dos corpos gerentes da SCALA durante vários mandatos (Presidente do Conselho Fiscal em 1994/95; vice-presidente Administrativo 1996/97 e 2000/01; vogal da Direcção 1998/99). 

Esteve toda a vida ligado às artes gráficas, sendo reconhecido como um excelente técnico e um grande amigo dos escritores almadenses. Sim, amigo. Ajudou a editar dezenas e dezenas de livros de autores do nosso Concelho, além de também impulsionar a edição de boletins de inúmeras colectividades de Almada como foi o caso da SCALA (foi o “mecenas” dos primeiros números de “O Scala”, ao qual manteve sempre uma ligação próxima). 

Virgolino também esteve ligado ao “Rua Nova”, à Sociedade Columbófila os Águias, ao Ginásio Clube do Sul e sobretudo à Incrível Almadense, onde foi seu dirigente durante vários mandatos e fez parte da Comissão das Comemorações do seu 150 º aniversário, prestando também aqui um grande apoio na edição de jornais e também de folhetos comemorativos. 

Era um homem simples e de bom trato, que deixou a sua marca em todos aqueles que lidaram de perto com ele e sentiram o quanto privilegiava a amizade e o companheirismo.

(Gente da História da SCALA - X)

(Fotografia de Luís Eme - Virgolino está ao centro, com João da Cunha Dias e Diamantino Lourenço)


sábado, março 30, 2024

Abrantes Raposo: o amor à SCALA e à poesia


Abrantes Raposo além de fundador foi um dos dirigentes mais generosos da SCALA, oferecendo a sua oficina de encadernador como a primeira sede da nossa Associação (até abrirmos um apartado postal nos CTT, a nossa morada ficava na mítica Rua Emília Pomar) onde recebíamos toda a correspondência.

Por as sua oficina ficar a caminho da nossa casa, parávamos muitas vezes na sua oficina, para dar dois dedos de conversa e cimentar a nossa amizade. Estes encontros também nos faziam ver que Abrantes Raposo estava longe de ser uma pessoa fácil, que vivia tudo com muita intensidade, afastando-se algumas vezes da razão.

Foi presidente de Direcção da SCALA no biénio 1996/97 e exerceu ainda vários cargos nos Corpos Gerentes, durante mais de uma década. 

Fez parte de um trio que ficou conhecido como os "velhos do restelo da SCALA" (Raposo, Aparício e Vaz), por  além de serem conservadores, terem dúvidas se o crescimento surpreendente da Associação nos primeiros anos, nos meios culturais almadenses, que nem todos conseguiam acompanhar, não poderia trazer problemas num futuro próximo...

Foi também poeta e ensaísta, embora a sua grande paixão e forma de exprimir o seu sentir fosse através da poesia, deixando várias obras da sua autoria para a posterioridade.

Teve também uma importante participação político-social local, como Deputado Municipal e como Presidente da Assembleia de Freguesia de Cacilhas, em representação do Partido Socialista.

(Gente da História da SCALA - VIII)

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, março 27, 2024

O Poeta Luís Alves deixou-nos no Dia Mundial da Poesia


O poeta Scalano, Luís Alves, deixou-nos no dia 21 de Março.

O Luís amava a poesia como poucos. Poesia que foi um dos seus grandes apoios nos últimos anos (a par da família, claro), ajudando-o a "minimizar" os problemas de saúde que o afectavam, pois se havia coisa que lhe dava prazer, era escrever e declamar Poesia.

É por essa razão, que acaba por ser significativo, o facto do Poeta nos ter deixado no Dia Mundial da Poesia... 

Luís Alves deixa uma enorme saudade entre todos aqueles que tiveram o prazer de o conhecer e sabem o quanto ele gostava das palavras bonitas. da "Magia do Sentir"...


segunda-feira, março 25, 2024

Carlos Durão: um autêntico "farol" do associativismo e da cultura local



Carlos Durão foi um grande dirigente associativo de Cacilhas, tendo sido presidente da Direcção do Ginásio Clube do Sul mais que uma vez. Muitas vezes ligam-no à fundação da SCALA, pelo seu prestígio local. Não, não é fundador, mas foi um grande Scalano. Como tesoureiro da nossa Colectividade em vários mandatos, foi decisivo  no equilíbrio e na ultrapassagem de alguns problemas, normais neste mundo do voluntariado.

Possuidor de uma "memória de elefante" teve  um papel bastante importante na pesquisa histórica que tenho feito sobre Cacilhas. Por estar desde sempre ligado a Cacilhas e ser descendente de duas famílias importantes da Localidade Ribeirinha - a família Pinto Gonçalves ligada ao comércio (possuíram um dos mais importantes armazéns do distrito de Setúbal) e a família Durão (donos de uma das empresas que faziam a ligação entre Cacilhas e a Capital. com embarcações de carga e de passageiros) -, o Carlos era uma das pessoas que possuía um conhecimento mais profundo e credível sobre os lugares  e as pessoas do nosso Concelho. 

Felizmente o Movimento Associativo Almadense, além de nos enriquecer culturalmente também tem a virtude de estreitar as relações humanas e fomentar a amizade. E o Carlos foi um bom amigo, além de nos ter dado belas lições de vida, graças à sua longa experiência de vida, revelou-se um autêntico "farol", guiando-nos sempre para bom porto.

(Gente da História da SCALA - VII)

(Fotografia de Luís Eme - Almada)