Escrevi há pouco tempo um texto sobre os três associativistas que possuíam o espírito mais jovem, entre os 15 fundadores da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, que no próximo ano faz 30 anos de vida. O título que lhe dei diz quase tudo: "Os três jovens que ajudaram a fundar a SCALA".
Claro que não medi a sua juventude pelos números que constavam nos seus Bilhetes de identidade (em 1994 ainda não existia a CC...). Se o fizesse ultrapassava os 200 anos e acabava por estragar a "loiça toda".
Falo de Henrique Mota, Fernando Barão e Diamantino Lourenço, que felizmente ainda está entre nós e festeja hoje os seus 92 anos de vida e vai continuando em boa forma (tendo em atenção o seu escalão etário, claro...). física e intelectual.
Mesmo tratando-se de uma opinião, que apenas vincula o seu autor, ela é feita com conhecimento de causa. Estas três grandes figuras locais, além de oferecerem o seu historial cultural e associativo a uma Colectividade que dava os seus primeiros passos, também arregaçaram as mangas e deram um contributo decisivo para o crescimento da SCALA nos primeiros anos.
Diamantino tinha ainda uma outra característica pessoal, que fazia dele um verdadeiro "operário da cultura", não se escusava a nenhuma tarefa, tanto podia pregar um prego na parede para uma exposição como escrever um texto escorreito, sobre qualquer grande figura de Almada ou do País, para o boletim.
Sei que na parte final do texto que escrevi, sobre o grande contributo que estes três amigos deram à SCALA e à Cultura Almadense, levanto uma questão pertinente: como teria sido esta Associação, se tem sido fundada dez anos antes (o Henrique em vez de ter 73, tinha 63 anos, o Fernando em vez de ter 70 tinha 60 anos e o Diamantino em vez de 62 tinha 52 anos). Com toda a certeza, teriam dado ainda mais de si ao Associativismo Cultural de Almada, tornando a SCALA ainda mais relevante.
E já me estava a esquecer: "Parabéns Diamantino!"
Nota: texto publicado inicialmente no "Casario do Ginjal".
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas, a "Tertúlia do Repuxo")