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sábado, novembro 16, 2024

Américo Morgado: a eloquência e o gosto da partilha do saber


O professor Américo Morgado foi uma das boas surpresas que surgiram no seio da SCALA.

Filósofo de formação, era um verdadeiro pedagogo e também um excelente comunicador. E claro, era um dos poetas Scalanos (além de ter uma vasta obra publicada, estava sempre disponível para colaborar num dos muitos cadernos que editámos ao longo do tempo).

Felizmente, a SCALA e os Scalanos beneficiaram do seu saber, tanto nas suas "Tertúlias do Dragão" como noutros encontros formais e informais, realizados em vários lugares de Almada, onde bebiam cada uma das suas palavras, com grande satisfação.

Calmo e extremamente bem formado, tinha sempre uma palavra amiga para todos, dando um grande contributo para o nosso bem-estar colectivo.

(Gente da História da SCALA - XXVIII)

(Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, novembro 08, 2024

Guiomar Malaquias e Joana Corte, uma cumplicidade feminina especial no seio da SCALA


Guiomar Malaquias e Joana Corte foram duas das presenças mais assíduas nas "Tertúlias da SCALA do Dragão", e por isso mesmo faziam parte da chamada "Família Scalana". 

Sem qualquer desprimor para outros associados, foi nesta Tertúlia, que se criou um ambiente quase familiar, com todos aqueles que só faltavam um dos nossos serões culturais mensais, por razões inadiáveis.

A Guiomar e a Joana, faziam parte deste grupo, eram duas das pessoas que tinham prazer em conviver com os outros amigos, num ambiente de grande amizade e companheirismo. Aproveitando ao mesmo, para adquirir mais algum conhecimento, sobre isto ou sobre aquilo.

Sem fazeram parte dos "activos culturais" da SCALA, foram duas peças fundamentais para o bom relacionamento humano que se vivia na nossa Associação, num tempo diferente deste que se vive na actualidade...

(Gente da História da SCALA - XXVI e XXVII)

(Fotografia de Luís Eme)


sexta-feira, agosto 16, 2024

Luís Bayó Veiga e Modesto Viegas: a paixão comum pela Imagem e pela Cultura


Desta vez homenageamos uma dupla, pois foi assim que surgiram no panorama cultural da SCALA, quando fizeram a apresentação de um dos seus belos trabalhos de multimédia sobre Lisboa, na nossa memorável "Tertúlia do Dragão".

Falamos de Luís Bayó Veiga e de Modesto Viegas, que se tornaram posteriormente associados da SCALA e têm tido uma passagem associativa e artística bastante meritória, contribuindo para a valorização da Cultura, no seio da SCALA e no Concelho de Almada.

Luís Bayó Veiga, por residir em Almada (Modesto vive em Carcavelos...), acabou por se aproximar de uma forma mais efectiva. Tornou-se frequentador assíduo da "Tertúlia do Repuxo" (foi um dos últimos resistentes, a par de Luís Milheiro, Diamantino Lourenço e Abrantes Raposo...), partilhando o seu conhecimento e paixão pela história dos bairros antigos de Lisboa, assim como as suas memórias da Cacilhas da sua infância e adolescência. Memórias que passaram a livros (felizmente), Foi também dirigente da SCALA, em cargos não executivos, em mais que um mandato.

Modesto Viegas tem tido uma participação activa sobretudo como fotógrafo de grande qualidade, apaixonado pela fotografia de natureza (embora também adore fixar alguns pormenores urbanos...), valorizando a nossa Festa das Artes da SCALA, além de outras exposições, colectivas e individuais.

Embora não tenha presente o número de apresentações multimédia que já nos ofereceram, a maioria sobre a Lisboa Antiga, penso que já ultrapassam a dúzia. São sempre momentos exaltantes, pela beleza das imagens que nos oferecem, e também pela boa escolha das musicas de fundo.

Não menos importante, é o facto de serem ambos gente boa, que gosta, e sabe estar, no meio Associativo e Cultural de Almada.

(Gente da História da SCALA - XXI e XXII)

(Fotografia de Luís Eme)


sexta-feira, julho 12, 2024

A "Viagem" sobre Fernando Barão continua na SCALA


A exposição "Uma Pequena Viagem pelo Mundo de Fernando Barão" vai continuar patente na sede da SCALA até ao começo de Setembro, porque com o período de férias não estão programadas outras exposições.


Ou seja, ainda é possível ver a exposição, basta falar com a direcção da SCALA, para saber da sua disponibilidade para estarem na sede.

(Fotografias de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, maio 27, 2024

Mário Rodrigues: o Amor ao Teatro, ao Associativismo e a Cacilhas


Embora Mário Rodrigues fosse um dos sócios mais antigos da SCALA, só começou a ter uma participação maia activa na nossa Associação depois de começar a frequentar a "Tertúlia do Dragão".

Ficou encantado com o ambiente familiar que encontrou e com a promoção da cultura que a SCALA fazia nestes encontros mensais. E passou a ser presença certa (nem os seus problemas de saúde faziam com que faltasse...). As tertúlias sobre a história de Cacilhas, localidade onde nasceu e deu os primeiros passos como associativista (no Ginásio Clube do Sul), fizeram com que se tornasse um dos seus animadores. Depois trouxe o teatro, uma das suas grandes paixões, para aquele espaço de convívio e de partilhas culturais. Aproveitou algumas datas festivas, como o Natal, para embelezar a sala com motivos alusivos, dando largas à sua criatividade.

Como gostava muito de escrever, passou também a ser um dos colaboradores permanentes do boletim "O Scala", abordando preferencialmente o mundo das Artes e também a história de Cacilhas.

O seu entusiasmo pela SCALA foi tal que até se disponibilizou para fazer parte da sua direcção. Quando nos deixou, em 2013, era o nosso secretário.

Foi uma bela e grata surpresa termos conhecido este grande Associativista Almadense. Mesmo já octagenário, continuava cheio de vontade de fazer coisas.

(Gente da História da SCALA - XVIII)

(Fotografia de Luís Eme)


quinta-feira, maio 16, 2024

Ermelinda Toscano: a surpresa, a qualidade e a diferença na Cultura em Cacilhas


Ermelinda Toscano apareceu em Cacilhas, no começo do milénio, quase como um "meteorito", mas que em vez de destruir, veio construir, e abanar de uma forma positiva, a Cultura na localidade ribeirinha.

Falar dela e do "Café com Letras" é quase como falar da "galinha e do ovo". A sensação que temos é que apareceram ao mesmo tempo, e foram "uma bela de uma surpresa" no panorama local. A Ermelinda foi a grande dinamizadora desta "Casa da Cultura", que deu abrigo a tanta gente sedenta de coisas diferentes (especialmente aos poetas sem poiso...). Aconteceram coisas extraordinárias neste lugar, num curto espaço de tempo, desde palestras, exposições, sessões de poesia, lançamentos de livros ou simples convívios, sempre com a cultura presente.

Como normalmente acontece com todas as coisas boas, a falta de apoio, humano e logístico, faz com que tenham vidas curtas... nem mesmo a mudança de gerência e de nome (de "Café com Letras" passou a "Sabor e Arte"...) mudou o seu destino... Mas este espaço ficou na história da rua Cândido dos Reis e da Cultura Cacilhense. Voltando à Ermelinda, ainda hoje permanece inesquecível a sua colecção de pequenos cadernos "Index Poesis", que divulgou a obra de mais de uma centena de poetas locais (e não só...) e pela criação da associação formal de "Poetas Almadenses".

No meio de toda esta actividade, a SCALA conseguiu conquistá-la como associada, e mais tarde como dirigente. Apesar de pensarmos que ela nunca sentiu a SCALA como a sua verdadeira casa associativa (nessa altura já era dirigente de "O Farol"...), a sua passagem na nossa Associação foi extremamente importante, quer no apoio cultural quer no apoio logístico. 

A sua capacidade de trabalho e gosto pelas coisas da cultura, fez com que aceitasse fazer parte de uma direcção da SCALA composta apenas por mulheres (2012). Claro que foi uma ideia bonita mas com resultados pouco práticos, se excluirmos as boas prestações associativas da Ermelinda e da Gena de Sousa (os outros três elementos femininos da direcção estavam uns bons furos abaixo delas, em termos de capacidade e vontade...).

Desiludida com a falta de apoios autárquicos, com o funcionamento da SCALA (e também por problemas pessoais...), acabou por de ir desligando da nossa Associação, permanecendo hoje apenas como associada.

Apesar da sua passagem pela SCALA ter sido demasiado curta, foi bastante marcante e positiva, graças à sua qualidade enquanto activista cultural.

(Gente da História da SCALA - XVII)

(Fotografia de Gena Souza)


terça-feira, maio 14, 2024

Nogueira Pardal: o amor à poesia, ao alentejo e às coisas bonitas da vida


Nogueira Pardal é um dos sócios mais antigos da SCALA, mas não entrou logo na nossa "rota cultural". Isso aconteceu porque se tornou associado mais pela amizade que tinha a Fernando Barão (eram vizinhos na Verdizela), que por qualquer outra afinidade que sentisse pela nossa Associação.

Foi com as nossas "Tertúlias do Dragão" , que ele teve a possibilidade de nos mostrar o seu talento e valor como poeta e amante da literatura. Ou seja, teve uma presença activa e passiva, quer como palestrante quer como espectador (foi sua a primeira palestra das tertúlias, sobre a "A Tradição Coimbrã"...). Ofereceu-nos vários serões bem passados na companhia de excelentes autores, apresentados de uma forma simples mas muito completa, como foram os casos de Florbela Espanca, José Régio, António Gedeão ou Brito Camacho).

Apesar de se deslocar da Verdizela para Almada, Pardal raramente falhava uma tertúlia, sempre com a companhia da sua simpática esposa, a Antónia. Foram dois dos grandes resistentes desta meritória iniciativa da SCALA, que durou mais de doze anos...

Fez também várias vezes parte dos Corpos Gerentes, em cargos não executivos.  E graças à sua verve poética, passou a fazer parte do grupo de "Poetas da SCALA", que espalharam a poesia por vários lugares do Concelho. Foi também júri (em várias edições) do Concurso de Quadras Populares dedicadas a S. João, organizado em parceria com a SCALA e o Município de Almada.

Ou seja, tudo motivos para fazer parte da história da SCALA.

(Gente da História da SCALA - XVI)

(Fotografia de Luís Eme) 


quinta-feira, abril 25, 2024

Luís Milheiro: juiz em causa própria


Eu sei que é uma situação estranha estar aqui a falar de mim, mas a vida é o que é…

Mas como sempre fui um dos elementos mais activos no panorama cultural da SCALA, seria um acto de falsa modéstia “esconder” o meu nome da sua história, apenas por ser o autor…

O facto de ser o seu primeiro sócio não fundador, faz com que tenha acompanhado a sua história desde início. Fiz parte Corpos Gerentes durante 20 anos (fui vice-presidente e depois presidente da Direcção; fui também secretário e depois Presidente da Mesa da Assembleia Geral…). Fui director do boletim da Colectividade (“O Scala”), em duas fases diferentes.

Fui também o principal responsável pela edição de várias antologias de poesia e também o ideólogo da edição de uma obra importante, “Gente de Letras com Vínculo a Almada”, um dicionário bio-bibliográfico, de co-autoria com Diamantino Lourenço, Victor Aparício e Abrantes Raposo (editada na comemoração do 10.º aniversário da SCALA).

Com a desistência dos organizadores do Concurso de Fotografia “Almada a Terra e as Gentes”, a meio do projecto, fui escolhido como o principal dinamizador das suas edições sobre a Cova da Piedade, Feijó e Laranjeiro, Pragal, Sobreda e Trafaria, visitando todas as Freguesias de Almada, como estava previsto no início.

Durante mais de quinze anos, fui o responsável pela nossa exposição anual, baptizando-a como “Festa das Artes da SCALA” (fazia mais sentido, pois era e é uma festa).

Quando o Fernando Barão passou para a rectaguarda da realização das “Tertúlias do Dragão”, passei a ser o seu grande dinamizador, por saber da sua importância.

E acabei por ter também um papel importante na cedência da actual sede/galeria pela CMA, graças ao presidente do Município, Joaquim Judas (os outros vereadores, Maria do Carmo e António Matos, disseram-nos que o espaço já estava destinada para alguém…) e na sua transformação num "território cultural".

Muito mais haveria a dizer, mas fico-me por aqui, satisfeito pelo meu percurso associativo, artístico e literário como associado e dirigente Scalano…

(Gente da História da SCALA - XV)

Fotografia de Gena Souza)


sexta-feira, abril 19, 2024

Américo d'Souza: a arte e o engenho ao serviço do colectivo


Poderia ter dado mais algum espaço, não fazer com que o Américo surgisse logo depois da sua companheira, Gena, mas eles completavam-se, eram quase "almas gémeas", não me lembro de os ver um sem o outro, onde quer que fosse...

Foi também por isso que acabaram por coincidir na Direcção da SCALA, ele como vice-presidente Cultural, ela como Tesoureira. Foram dois elementos preciosos para a aposta da SCALA na diversidade e não apenas em duas ou três actividades culturais, como até aí se fazia, graças à parceria da nossa Associação com os "Doces da Mimi" (que tinham aberto há pouco tempo...).

A transformação deste espaço também em galeria de arte, para acolher exposições dos nossos associados, teve muito mais que o seu dedo. Foi graças ao seu espírito inventivo que foi possível adquirir (e montar...) calhas e correntes, que não só facilitavam a realização, como tornavam estas mostras agradáveis para quem as visitava nos "Doces da Mimi". Material  que depois transitaria para a nossa actual Sede/ Galeria, na rua Conde Ferreira, onde continuam a ser bastantes uteis para todos os artistas scalanos que ali expõem.

Na transformação do espaço que antes era utilizado pela USALMA e passou a ser a nossa Sede, o Américo voltou a ser importante, com as suas ideias, ajudando-nos a fazer muito com pouco dinheiro.

Além de tudo isto, é um excelente artista plástico. 

Claro que o Américo está longe de ser uma pessoa fácil. Quase que podemos dizer, que, pessoas de quem ele gosta têm tudo, pessoas de quem ele não gosta, não têm nada... 

(Gente da História da SCALA XIII)

(Fotografia de João Miguel)


quinta-feira, março 07, 2024

Diamantino Lourenço: a tolerância e o amor à cultura


Não é por acaso que Diamantino Lourenço é o único sócio honorário, distinguido em vida, da SCALA.

Além do seu amor pelas artes e letras (é muito multifacetado, não deverá haver uma área da cultura de que não goste...), é um ser humano de excepção.

Podemos dizer que este sócio fundador já foi praticamente tudo na SCALA. Até "bombeiro de serviço", algumas vezes, para apagar "fogos postos" por companheiros com egos demasiado exacerbados. Foi dirigente durante mais de vinte anos, ocupando os mais diversos cargos. Mas mais importante que os cargos foi ter sido sempre um "operário da cultura", estando sempre pronto para ajudar, no que fosse necessário. Montou mais de uma centena de exposições - de todo o género e em vários lugares - escreveu centenas de artigos no boletim "O Scala", informativos e memoralistas.

Podemos e devemos dizer, que é um associativista, de excelência!

Já falámos da sua tolerância, de ter sempre uma palavra positiva, mesmo nos maus momentos, de ser o equilíbrio, que muitas vez faltava, nas discussões mais acaloradas, mas não devemos esquecer o seu conhecimento e amor a todas as artes, desde a música, passando pelo teatro e pelo cinema.

E claro, é um dos escritores da nossa Terra, que muito honra os pergaminhos da SCALA e de Almada.

(Gente da História da SCALA - III)

(Fotografia de Luis Eme - Diamantino na companhia de Carlos Durão, Almada)


quarta-feira, março 06, 2024

A Festa que é mesmo uma "Festa"...


É já a 29.ª exposição (não é a trigésima devido à pandemia, para estar a par com os anos da Associação...). Passaram por ela centenas de artistas e foram expostas um número próximo dos três milhares de obras.

O que acho mais curioso, é o seu simbolismo artístico. Funciona muito como uma porta aberta, para todos aqueles que querem expor os seus trabalhos (não haver qualquer tipo de selecção facilita muito as coisas, e ainda bem, até porque faz parte dos princípios dos seus fundadores, que queriam tornar as artes e letras mais acessíveis a todas as pessoas...). São muitas, muitas dezenas de pessoas - provavelmente já passam a centena -, que se estrearam na "Festa", para depois seguiram a sua caminhada no mundo das artes, com mais ou menos sucesso.

E claro, temos alguma vaidade em termos sido nós a baptizar a exposição anual como "Festa das Artes da SCALA", porque é o nome certo para esta mostra de arte, ela é mesmo uma "Festa"...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, março 05, 2024

SCALA: Trinta anos de Cultura em Almada


A SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada comemora hoje 30 anos de vida.

Nem tudo foi fácil neste caminhada, até por termos "assustado" algumas pessoas nos nossos primeiros anos de vida, graças à nossa dinâmica, uma quase originalidade no panorama associativo local.

Ao contrário de muitas outras, do pouco fazíamos muito. Nunca ficámos condicionados pela falta de apoio (que aconteceu mais vezes do as que queríamos, por parte da Município e até de algumas Juntas de Freguesia...), o nosso caminho era seguir em frente e fazer cultura, em qualquer lugar onde nos abrissem as portas e recebessem de braços abertos.

Quem nunca nos faltou em apoio, nos primeiros anos, foram o Ginásio Clube do Sul  e a Sociedade Filarmónica Incrível Almadense. Em algumas ocasiões quase que fizeram o papel de "pai" e de mãe" (felizmente).

Deixo aqui o meu aplauso para todos aqueles que ajudaram a construir este sonho, e que têm contribuído ao longo destas três décadas, para que a SCALA prossiga a sua caminhada no seio da Cultura Almadense. 

Felizmente, são (e foram...) muitos e bons!


sábado, março 02, 2024

Fernando Barão: o elemento com mais importância e peso cultural da SCALA


Nunca tivemos medo das palavras, e sempre estivemos atentos ao que nos rodeava. É por isso que dizemos, sem qualquer dúvida, que Fernando Barão foi o elemento com mais importância e peso  cultural da SCALA.

O crescimento  e a abrangência que se deu nos primeiros dez anos (impensável para muitos...)  de vida da SCALA, devem-se muito a ele. À paixão pelas coisas da cultura ele somava uma série de atributos humanos, que conseguiam conquistar gente de quase todas as áreas das artes e letras.

O que poderia ser uma simples Sociedade Literária (a maior parte dos fundadores estava ligada ao mundo das letras), estendeu-se para as artes plásticas, para a fotografia, e para todos os géneros de cultura, ao ponto de se darem passos para a organização de uma exposição artística anual, que hoje é a nossa "Festa das Artes da SCALA" (e já vai na sua 29.ª edição...).

O seu carisma, aliado à vontade de fazer, de criar, conquistaram alguns bons seguidores (como foi o nosso caso), porque finalmente tinha uma Associação apenas Cultural (sem o desporto e o recreio a confundir as coisas), para aproximar a cultura das pessoas, para que se tornasse mais fácil pensarem pelas suas cabecinhas. E depois tinha outra coisa muito importante, além de "influenciador", era um "facilitador", no que existe de melhor nesta palavra. Sempre que podia, tornava o difícil fácil, desarmando os "velhos do restelo" (que andam sempre à nossa volta), que preferiam o comodismo à activismo.

O Fernando, além de todas estas coisas, tinha ainda uma grande generosidade. Gostava de surpreender, ensinar e divertir os outros. Mesmo as anedotas que tanto gostava de nos oferecer, muitas vezes tinham uma importante componente social.

Provavelmente as "Tertúlias do Dragão" são aquilo que mais lhe conseguimos colar à pele, por tudo o que elas tiveram de positivo junto de muitos de nós: a oferta de cultura com a possibilidade de convivermos, sempre num ambiente de grande amizade e companheirismo, e até de cumplicidade. 

("Gente da História da SCALA" - I)

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, março 01, 2024

A SCALA festeja 30 anos em Março

 


A SCALA festeja 30 anos no dia 5 de Março.

Por essa razão, durante os meses de Março e Abril, iremos recordar 30 scalanos e scalanas, que deixaram a sua marca nesta caminhada de três décadas pelos trilhos da Cultura Almadense, e também referir algumas curiosidades.

E para começar, nada melhor que recordar e louvar os 15 fundadores da Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada: Fernando Barão, Diamantino Lourenço, Henrique Mota, Arménio Reis, Abrantes Raposo, Victor Aparício, Jorge Gomes Fernandes, Virgolino Coutinho, Henrique Costa Mota, João da Cunha Dias, José Luís Tavares, Álvaro Costa, Artur Vaz, Manuel Lourenço Soares e Gil Antunes.

(Fotografia de Álvaro Costa)


sexta-feira, agosto 11, 2023

"Os três jovens que ajudaram a fundar a SCALA"...


Escrevi há pouco tempo um texto sobre os três associativistas que possuíam o espírito mais jovem, entre os 15 fundadores da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, que no próximo ano faz 30 anos de vida. O título que lhe dei diz quase tudo: "Os três jovens que ajudaram a fundar a SCALA".

Claro que não medi a sua juventude pelos números que constavam nos seus Bilhetes de identidade (em 1994 ainda não existia a CC...). Se o fizesse ultrapassava os 200 anos e acabava por estragar a "loiça toda".

Falo de Henrique Mota, Fernando Barão e Diamantino Lourenço, que felizmente ainda está entre nós e festeja hoje os seus 92 anos de vida e vai continuando em boa forma (tendo em atenção o seu escalão etário, claro...). física e intelectual.

Mesmo tratando-se de uma opinião, que apenas vincula o seu autor, ela é feita com conhecimento de causa. Estas três grandes figuras locais, além de oferecerem o seu historial cultural e associativo a uma Colectividade que dava os seus primeiros passos, também arregaçaram as mangas e deram um contributo decisivo para o crescimento da SCALA nos primeiros anos. 

Diamantino tinha ainda uma outra característica pessoal, que fazia dele um verdadeiro "operário da cultura", não se escusava a nenhuma tarefa, tanto podia pregar um prego na parede para uma exposição como escrever um texto escorreito, sobre qualquer grande figura de Almada ou do País, para o boletim. 

Sei que na parte final do texto que escrevi, sobre o grande contributo que estes três amigos deram à SCALA e à Cultura Almadense, levanto uma questão pertinente: como teria sido esta Associação, se tem sido fundada dez anos antes (o Henrique em vez de ter 73, tinha 63 anos, o Fernando em vez de ter 70 tinha 60 anos e o Diamantino em vez de 62 tinha 52 anos). Com toda a certeza, teriam  dado ainda mais de si ao Associativismo Cultural de Almada, tornando a SCALA ainda mais relevante.

E já me estava a esquecer: "Parabéns Diamantino!"

Nota: texto publicado inicialmente no "Casario do Ginjal".

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas, a "Tertúlia do Repuxo")


sábado, maio 20, 2023

Grande Luís Alves!


Foi uma bela surpresa revermos durante a tarde de hoje um dos bons poetas da SCALA, Luís Alves, na sessão de "Poesia Vadia" organizada pela Incrível Almadense, na rua Capitão Leitão.

Apesar de se ter deparado nos últimos tempos com problemas de saúde (a sua perda de peso é bastante significativa...), foi muito bom vermos o poeta a declamar vários poemas da sua lavra, assim como o inconfundível "Canto Negro" de José Régio.

Felizmente o seu amor à poesia permanece bem vivo (ele confessou-nos que foi uma ajuda importante no combate a este percalço...)  assim como a sua qualidade enquanto declamador.  

Grande Luís Alves!

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, abril 24, 2023

Abril Sempre!!! (na Cultura e nas nossas Vidas)


A SCALA quando foi fundada, queria ser uma associação completamente independente de qualquer poder ou de qualquer partido. Ou seja, queria trilhar o seu caminho na Cultura almadense, em liberdade, sem de deixar influenciar por qualquer tipo de pressão, externa ou interna.

Uma das suas primeiras premissas, foi a sua não participação, enquanto associação, no desfile anual das Colectividades do Concelho, promovido pelo Município. Dava liberdade absoluta aos seus associados, mas por entender que esta Festa tinha uma componente político-partidária bastante forte, primava pela ausência.

Nos primeiros anos esta não participação nem sempre foi bem recebida, até por a SCALA ser uma das poucas colectividades que fazia questão em não estar presente. Em vez de entenderem a nossa posição, chegaram mesmo a dizer que não eramos uma "Colectividade de Abril".

Mas se há algo que a Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada sempre foi, foi uma "Colectividade de Abril". Nunca sentimos qualquer pressão interna, para fazer isto ou aquilo, que fosse contra ou a favor dos poderes instituídos. Se existiram pressões, foram externas, por gente que tinha dificuldade em "separar as águas".

Foi sempre um grande orgulho da SCALA, poder dizer, sem qualquer reserva, que a nossa política era a Cultura.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, fevereiro 10, 2023

quarta-feira, novembro 16, 2022

Homenagear José Saramago no dia do seu Centenário



Uma boa ideia para festejarmos o Centenário do nascimento de José Saramago, é republicar um texto feliz que escrevemos (é mais longo que o costume...), quando o escritor foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, para o boletim "O Scala" (n.º 8, Verão de 1998):

«Foi com com grande alegria que vimos José Saramago deixar o hall de entrada da sala, destinada aos eternos perdedores do Prémio Nobel da Literatura, com a serenidade que o caracteriza, depois de ser “Levantado do Chão” pela Real Academia Sueca da Língua.

O país voltou a sorrir de satisfação – e com a Expo 98 ainda tão perto na nossa memória... -, ao ponto de transformar a vitória de Saramago, num êxito de todos os portugueses. Foram erguidas bandeiras de Norte a Sul, levando bem alto “Todos os Nomes” deste escritor, digno herdeiro de Camões, Eça, Camilo, Pessoa, Aquilino e Torga.

A Escandinávia dobrara pela primeira vez a coluna à língua portuguesa. Depois de um longo “Ensaio Sobre a Cegueira”, acabou por reparar uma  injustiça quase do tamanho deste século.

Embora Saramago seja um caso à parte, se fizermos uma “Viagem a Portugal”, encontramos uma mão cheia de poetas e ficcionistas que também poderiam ter sido inscritos nos “Apontamentos” da Academia Sueca.

Quando dizemos que ele é um caso à parte, estamos a basear-nos  num estranho casamento das Letras com Números que nos prova que Saramago é o escritor português vivo, mais conhecido e lido no mundo inteiro.

A sua obra literária é um manancial de estórias sobre a nossa História, “Deste Mundo e do Outro”, não sendo por isso de estranhar que alimente algumas polémicas. E quando se fala de coerência – uma palavra usada para dignificar Saramago e todos os seus camaradas que se mantém fiéis ao comunismo --, devemos fazer uma vénia ao Município de Mafra que continua a defender que “O Memorial do Convento” ofende o bom nome dos seus habitantes; e ao Papa, que  ao folhear “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, continua a perguntar a Deus com um olhar triste e angélico, “Que farei Com este Livro?”, por manterem vivas as suas opiniões divergentes em relação ao escritor.

Mesmo sabendo que este não é o melhor momento para  falarmos da nossa taxa de analfabetismo, não devemos esconder a nossa triste realidade usando o Nobel da Literatura como peneira.

Saramago sentiria, “Provavelmente Alegria”, se usássemos o seu Prémio para sensibilizar os portugueses a visitarem o campo aberto das letras, mostrando-lhes o poder da luz “Poética dos Cinco Sentidos” que nos ilumina nas nossas viagens deliciosas pelo interior dos livros.

E se nos fosse permitido sonhar, gostaríamos que o Nobel produzisse o mesmo êxito na Literatura que as medalhas milagrosas de Carlos Lopes e Rosa Mota obtiveram no Atletismo, fomentando de uma forma avassaladora a leitura nas escolas e nos lares portugueses, arrebatando toda “A Bagagem do Viajante” de Lanzarote e de outros grandes escritores.» 

(Texto de Luís Milheiro)


domingo, outubro 31, 2021

A SCALA volta a Festejar a Cultura


Ontem à tarde a SCALA organizou na sua Sede Social um conjunto de iniciativas culturais, com estórias, poesia e música, festejando a oficialização da cedência deste espaço, que agora foi reforçada com mais uma sala anexa.

Estiveram presentes a Presidente do Município, Maria de Medeiros, a nova Presidente da União de Juntas de Freguesia de Almada, Maria de Assis, tal como diversos convidados de várias instituições, assim como todos os associados que acharam por bem marcar presença nesta iniciativa.

Foi também inaugurada uma bonita exposição de desenhos a carvão, da autoria de Sa Cortes.

(Fotografia de autor desconhecido)