Conheci um dia um rapaz aí com uns vinte anos,
vigoroso, tenaz, que me disse ter por missão maior mudar o mundo. Fiquei
curioso. Apeteceu-me perguntar como o faria, conformado que sou com as
constâncias do mundo, mas ao invés disso, e uma vez que era domingo, fiz-lhe o seguinte
pedido: “antes de começar a mudar tudo, por obséquio, faça com que, de um pulo,
o mundo todo salte essa próxima segunda”.
O rapaz engasgou e, em seguida, fez mil e uma elucubrações.
Nenhuma distinta. Peguei o boné sobre o balcão, coloquei-o na cabeça e, antes
de despedir-me, atirei: “É uma pena, mas sua mãe não pariu senão um político”.