Deficincia Auditiva
Deficincia Auditiva
Deficincia Auditiva
Aula
7
Apresentação
N
esta aula, você aprenderá sobre os diferentes espectros da audição e a
identificar as causas da surdez. Saberá a estimativa de deficientes auditi-
vos no mundo e quantos, no Brasil, estão incluídos nas escolas. Faremos,
em seguida, um passeio pela história da educação do surdo, transitando pelas
instituições segregadas e chegando às escolas inclusivas. Nessa trajetória, você
conhecerá as distintas filosofias que inspiraram os métodos de ensino adotados
na educação do surdo no decorrer dos tempos. Reconhecerá os vestígios dessas
abordagens nas práticas pedagógicas e políticas educacionais vigentes. Por fim,
finalizaremos a nossa narrativa falando do aluno surdo inserido em uma escola
regular, procurando saber quais os desafios enfrentados por ele e, além disso,
como viabilizar sua aprendizagem.
Boa aula!
Objetivos
1 Conceituar deficiência auditiva.
P
odemos definir deficiência auditiva como a diminuição da percepção nor- Deficiência auditiva
mal dos sons. Assim como estudamos na cegueira, a capacidade de ouvir Neste texto, utilizaremos a pa-
lavra surdez como sinônimo de
deve ser compreendida dentro de um continuum no qual em um extremo
deficiência auditiva.
estaria a audição normal e em outro a incapacidade de perceber os sons. Dessa
forma, deficiência auditiva é classificada em cinco tipos, desde a surdez leve até
a surdez profunda, conforme indicado na Figura 1.
Decibéis Exemplos
20 Cochico
40 Fala suave
60 Conversa normal
80 Trânsito ruidoso
100 Escavadeira
Moderada 41- 55 dB
Severa 71-90 db
Profunda + 90 db
Atividade 1
Da Modernidade à Contemporaneidade
Na Idade Moderna, os avanços da Medicina desmantelaram o postulado de
Aristóteles sobre a incapacidade intelectual do surdo e sobre sua impossibili-
dade de adquirir a fala. Pela primeira vez, a surdez foi desvinculada da mudez.
Nesse momento histórico, deixam de ser chamados de surdos-mudos e ganham
o direito à educação.
Registros indicam que o primeiro professor de surdos foi Ponce de León
(1520-1584), que você conheceu em nossa segunda aula. Está lembrado? Pois
bem, Ponce desenvolveu, na Espanha, um método educacional próprio. Os escas-
sos relatos disponíveis sugerem que esse educador, inicialmente, ensinava seus
alunos a escrever; depois a apontar para os objetos correspondentes à escrita
e, finalmente, verbalizar as palavras (WINZER, 2002). Depois de Ponce, outros
mentores entraram em cena, como Ivan Pablo Bonet (1579-1633), na Espanha;
John Wallis (1618 – 1687), na Inglaterra; Charles Michel de L’Épée (1712 – 1789),
na França; e Samuel Heinicke (1723 –1790), na Alemanha.
Curiosidade
A maior parte dos surdos profundos, por exemplo, não desenvolveu uma
fala socialmente inteligível, e, em geral, o desenvolvimento alcançado foi
parcial e tardio em relação à aquisição de fala apresentada pelos ouvintes,
implicando um atraso de desenvolvimento global significativo. Somadas a
isso, estavam as dificuldades ligadas à aprendizagem da leitura e da escrita.
Sempre tardia, cheia de problemas, mostrando sujeitos, muitas vezes, ape-
nas parcialmente alfabetizados após anos de escolarização (FERNANDES,
1989 apud LACERDA, 2000, p. 72).
Método Características
(fala com pistas) – método de comunicação utilizado como auxílio à leitura labial.
Cued speech Sinais manuais são empregados para auxiliar a pessoa surda a distinguir palavras que se
assemelham quando verbalmente articuladas (exemplo: pato e bato).
Fonte: http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com.br/
Português Língua artificial criada a partir da fusão entre o português e a LIBRAS. Nesse método, os
sinalizado sinais da Libras são adaptados à estrutura gramatical da língua portuguesa.
Atividade 1
Estratégias de ensino
De acordo com a política educacional vigente no Brasil, os alunos surdos
devem frequentar classes regulares de ensino (BRASIL, 2008). Um expressivo
número desses educandos, no entanto, chega à escola com uma defasagem
linguística significativa, tanto em Língua Portuguesa como em Libras. Esse fe-
nômeno acaba prejudicando, dentre outros fatores, o desempenho acadêmico
do aluno em relação à leitura, à interpretação e à estrutura linguística de textos
(OLIVEIRA, 2012). Assim, a mera inserção desses educandos em classes comuns
não garante sua aprendizagem. Estratégias específicas de ensino e adaptações
curriculares são imprescindíveis.
Dias, Silva e Braun (2007) e Brasil (2006; 2008) enumeram estratégias de
ensino e adaptações curriculares que podem favorecer a aprendizagem do aluno
surdo inserido na sala regular. Dentre elas estão:
Leituras complementares
Para saber mais sobre estratégias de ensino para alunos com deficiência
auditiva, consulte os materiais didáticos disponíveis online pelo MEC.
Autoavaliação
A partir do que vimos durante a aula, assinale verdadeiro (V) ou falso (F).
( ) De acordo com a legislação brasileira vigente, o aluno surdo deve ser edu-
cado em uma escola especial.
( ) Pelo português ser sua segunda língua, é comum o surdo apresentar pro-
blemas na produção de textos escritos.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Na-
cional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP, 2008.
DIAS, V. L.; SILVA, V. A.; BRAUN, P. A inclusão do aluno com deficiência auditiva
na classe regular: reflexões sobre a prática pedagógica. In: GLAT, R. Educação
Inclusiva: cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007. p.97-115.
SOUZA, Regina Maria de. Intuições “lingüísticas” sobre a língua de sinais, nos
séculos XVIII e XIX, a partir da compreensão de dois escritores surdos da época.
DELTA, São Paulo, v. 19, n. 2, 2003 .
Anotações