Unidade 1

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Audiologia I

unidade 1

Profa Karla Crispim


Acustica aplicada a Audiologia
O ouvido humano é sensível somente aos sons cuja faixa de
frequências se situa entre 20 e 20.000 Hz, denominada
faixa audível.
Ondas sonoras situadas abaixo de 20Hz são denominadas
infra-som e acima de 20.000Hz, ultra-som.
Gatos = 10Hz a 60KHz
Cães = 15Hz a 50KHz
Morcegos = 10KHz a 120KHz
Golfinhos = 10KHz a 240KHz
SOM

Características

1.Frequência: é o número de ciclos que as partículas materiais


realizam em 1 segundo (ciclos/segundos).
Esta unidade recebe o nome de Hertz (Hz).
2. Intensidade: pode ser definida como sendo a energia que
atravessa uma área em intervalo de tempo.
Pode ser definida em função de pressão sonora, ou seja, a força
exercida pelas partículas materiais sobre uma superfície na qual
incidem.
A altura é a qualidade relacionada à frequência da onda
sonora que, por sua vez, nos permite classificá-la em uma
escala que varia de grave a agudo.

Quanto mais alta for a frequência, mais agudo é o som.


Quanto mais baixa for a frequência, mais grave ele o será.
A intensidade é uma qualidade relacionada tanto à amplitude da
onda sonora quanto à sua pressão efetiva e sua energia
transportada, permitindo-nos classificá-la dentro de uma escala
que varia de fraco a forte.

Quanto maior for a amplitude, a pressão efetiva e a energia


transportada pela onda sonora mais forte é o som. Quanto menor
for, mais fraco ele o será.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Audiologia
✓Campo da Fonoaudiologia voltado para
promoção, prevenção, diagnóstico e reabilitação da
função auditiva e vestibular, incluindo estudo e
pesquisa.
✓O objetivo principal da Audiologia - garantir a
comunicação e a qualidade de vida do indivíduo por
meio da otimização de suas habilidades auditivas.
✓Areas Clinica e Ocupacional
Resolução do CFFa 317/2005 - Art. 4º
AUDIOLOGIA CLÍNICA
• Realizar avaliação audiológica em crianças,
adultos e idosos:
-Audiometria Tonal e Vocal
-Imitanciometria
-Avaliação Comportamental
-Emissões Otoacústicas
-PEATE
• Selecionar e adaptar AASI;
AUDIOLOGIA CLÍNICA

• Participar de programas de triagem auditiva em


escolas;

• Realizar Triagem Auditiva Neonatal;

• Realizar Exame Vestibular e Reabilitação


Vestibular;

• Participar de equipes de Implante Coclear,


atuando na reabilitação de pacientes implantados.
AUDIOLOGIA OCUPACIONAL
O trabalho do fonoaudiólogo na área de Saúde do Trabalhador ocorre tanto no
Setor Público quanto no Privado (Indústrias,

- Anamnese Específica relacionada ao trabalho: Tempo na atividade laborativa,


tempo de exposição diária ao ruído, antecedentes patológicos, e outros;

- Exames Audiométricos Admissionais, periódicos e demissionais, mudança de


função, e retorno ao trabalho garantindo a avaliação audiológica completa aos
trabalhadores;

- Encaminhamento dos que apresentarem perdas auditivas, de qualquer grau e


configuração, para uma avaliação otorrinolaringológica, com o objetivo de afastar
problemas outros que não estejam relacionados à exposição ao ruído;
- Implantar programas de monitoramento audiométrico;

- Devolução obrigatória dos exames ao trabalhador, independente do


contratante, fornecendo a orientação os esclarecimentos necessários
acerca das causas e riscos relacionados à perda auditiva e sua progressão.

- Avaliação da necessidade do uso de Equipamentos de Proteção Individual


(EPI).

- Participação efetiva nos Programas de Conservação Auditiva (PCA) e


Programas de Vigilância nos Ambientes e Postos de Trabalho.
Definições da Organização Mundial da
Saúde (OMS)sobre os domínios auditivos

Distúrbio Auditivo (impairment):

Perda ou anormalidade de estrutura ou função, podendo ser


anatômica fisiológica ou psicológica. Implica em dano,
prejuízo, piora ou debilitação da função auditiva, tanto no
sentido orgânico como funcional.
• Incapacidade Auditiva (hearing Disability)

• Refere-se à restrição ou impedimento (resultante da perda


auditiva) na habilidade ou performance considerada normal
para aquele indivíduo, relacionados à percepção de fala em
ambiente ruidoso, rádio, tv, sons ambientais, sinais de
alerta e localização.
Handicap:
Resultante de uma perda ou incapacidade, as quais limitam
ou impedem o desempenho das funções normais do
indivíduo, de acordo com o sexo, idade, fatores sociais e
culturais. O "handicap" também pode estar envolvido com a
interação e adaptação do indivíduo e seu meio-ambiente. O
"handicap" surge conforme as expectativas ou normas do
universo individual.
AUDIÇÃO
Processo pelo qual um som físico se torna
uma percepção em nossa mente. É um
fenômeno acústico, eletromecânico,
nervoso e psicológico.

O Sistema auditivo anatomicamente pode


ser dividido:
✓sistema auditivo periférico;
✓Sistema auditivo central;
FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO
Orelha externa

Componente condutivo
Orelha média
Sistema
Periférico
Componente sensorial Orelha interna

Córtex Auditivo

Tronco encefálico
Sistema S.N.A.C
Central Lobo temporal

Corpo caloso
Orelha externa
DETECÇÃO
Atividade Periférica Orelha média Função
Orelha interna TRANSMISSÃO
DOS SONS

discriminação
localização
Atividade Central S.N.A.C Função reconhecimento
compreensão
atenção seletiva

memória auditiva
Tipos de perda auditiva
• 1. Perda auditiva de condução Qualquer problema no ouvido externo ou
médio que impeça que o som seja conduzido de forma adequada é
conhecido como uma perda auditiva condutiva. Perdas auditivas
condutivas
2. Perda auditiva neurossensorial - resulta da falta ou dano de células
sensoriais (células ciliadas) na cóclea e geralmente é permanente.
3. Perda auditiva mista - uma combinação de uma perda auditiva
sensorioneural e condutiva. É o resultado de problemas em ambos os
ouvidos: interno e externo ou médio.
Classificação das causas das
deficiencias auditivas
O momento A origem O local
O grau de perda
em que do onde
(Lloyd e Kaplan,1978
ocorre problema ocorre

Normal
a) Condutiva Leve
• Pré-natal • Hereditária
• Per-natal b) Sistema neuro- Moderada
• Não sensorial Moderadamente/
• Pós-natal hereditária c) SNC Severa
Produnda
Tipos de perda auditivas
PERDA AUDITIVA CONDUTIVA
Limiares de via óssea menores ou iguais a 15 dB NA
e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com
gap aéreo-ósseo maior ou igual a 15 dB
são geralmente de grau leve ou moderado, variando
de 25 a 65 decibel.
• Perda Auditiva Sensorioneural
• Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e
limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap
aéreo-ósseo de até 10 dB

• Também conhecido como "surdez neural", pode ser de


grau leve, moderada, severa ou profunda.
• Perda Auditiva Mista

Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares


de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo
maior ou igual a 15 dB
• Perda Auditiva Neural
• Um problema que resulta da ausência ou dano ao nervo auditivo pode
causar uma perda auditiva neural. A perda auditiva neural é
geralmente profunda e permanente.

• Aparelhos auditivos e implantes cocleares não podem ajudar, porque


o nervo não é capaz de transmitir informações sonoras para o cérebro.
O audiograma é uma representação visual da audição.
Os limiares audiométricos obtidos devem ser dispostos e representados
graficamente no audiograma, usando sistema de símbolos padronizados.
O audiograma deve ser construído como uma grade, na qual as frequências,
em Hertz (Hz), estão representadas em escala logarítmica na abscissa, e o nível
de audição (NA), em decibel (dB), na ordenada.
O eixo da abscissa deve incluir as frequências de 125 Hz a 8.000 Hz, com a
legenda de “Frequência em Hertz (Hz)”. O eixo da ordenada deve incluir níveis
de audição de -10 dB a 120 dB NA (de acordo com a saída máxima de cada
equipamento) com a legenda de “Nível de Audição em Decibel (dB NA)”.
O audiograma e o sistema de símbolos são recomendados pela ASHA
Grau de perda auditiva
• A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal
dos sons.
• Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de
acordo com os diferentes graus de perda da audição.

• Sob o aspecto da interferência na aquisição da linguagem e da


fala, o déficit auditivo pode ser definido como perda média em
decibéis, na zona conversacional (frequência de 500 – 1000 –
2000 hertz) para o melhor ouvido.
Classificação das perdas auditivas
• Grau de perda auditiva
• Entre ‘ouvir bem’ e ‘não
ouvir nada’ há uma ampla
variedade de diferentes
graus de perda auditiva.
Especialistas distinguem
entre perda auditiva leve,
moderada, severa e
profunda. A maioria dos
casos de perda auditiva é
classificada como leve ou
moderada.
Classificação das perdas auditivas
*Classificação conforme Davis e Silverman, 1970.
• NORMAL (0 A 20 dB NA) – Ouve todos os sons normalmente
• LEVE (21 A 40 dB NA) – Dificuldade para entender alguns sons de fala,
passarinho cantando etc;
• MODERADA (41 A 70 dB NA) – Dificuldade para ouvir o latir do
cachorro, bebê chorando, aspirador de pó, fala etc;
• SEVERA (71 A 90 dB NA) – Dificuldade para ouvir o som de um latido do
cachorro, o toque do telefone, a fala etc;
• PROFUNDA ( > 91 dB NA) – Dificuldade para ouvir máquina de cortar
grama, caminhão, avião, etc.
Deficiência auditiva – DA

• Pessoa com surdez leve – indivíduo que apresenta perda


auditiva de até quarenta decibéis. Essa perda impede que o
indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das
palavras. Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida.
• Em geral, esse indivíduo é considerado desatento,
solicitando, freqüentemente, a repetição daquilo que lhe
falam. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal
da língua oral, mas poderá ser a causa de algum problema
articulatório na leitura e/ou na escrita.
DA moderada – indivíduo que apresenta perda auditiva entre
quarenta e setenta decibéis. Esses limites se encontram no nível da
percepção da palavra, sendo necessária uma voz de certa intensidade
para que seja convenientemente percebida.

• É frequente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias,


havendo, em alguns casos, maiores problemas lingüísticos. Esse
indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em
ambientes ruidosos.

• Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo


dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou formas
gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente
ligada a sua aptidão para a percepção visual.
• DA severa – indivíduo que apresenta perda auditiva entre setenta e
noventa decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique
alguns ruídos familiares e poderá perceber apenas a voz forte,
podendo chegar até aos quatro ou cinco anos sem aprender a falar.

• Se a família estiver bem orientada pela área da saúde e da


educação, a criança poderá chegar a adquirir linguagem oral.

• A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de sua


aptidão para utilizar a percepção visual e para observar o contexto
das situações.
• surdez profunda – indivíduo que apresenta perda auditiva
superior a noventa decibéis.

• A gravidade dessa perda é tal que o priva das informações


auditivas necessárias para perceber e identificar a voz
humana, impedindo-o de adquirir a língua oral.

• As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto


estrutura acústica quanto à identificação simbólica da
linguagem.
Avaliação audiológica
• tem como objetivo principal determinar a integridade do
sistema auditivo, além de identificar tipo, grau e configuração
da perda auditiva em cada orelha (Lopes, Munhoz, & Bozza,
2015).
Técnica de realização da Audiometria
• Anamnese
• Inspeção do MAE
• Ordem do exame
• Colocação do fone
• Pesquisa do limiar tonal VA: ordem 1,2,3,4,6,8,500,250
• Intensidade 40dB (desce de 10 em 10dB, sobe de 5 em 5dB)
• Logoaudiometria SRT e IPRF
• Pesquisa do limiar de VO (500,1,2,3,4)
• Marcação no grafico
• Mascaramento *
Anamnese

• A anamnese permite que se tenha acesso à


história audiológica do paciente. Deve ser
realizada, independentemente da idade do
indivíduo (FROTA, 2003)
• Na anamnese constam perguntas sobre:
• dados de identificação (nome, sexo, idade, data de nascimento,
profissão, escolaridade, endereço, número de carteira de identidade)
• queixa principal
• histórico audiológico (otalgia, cirurgias otológicas, zumbido, tontura)
• exames anteriores e resultado
• uso de aparelhos de amplificação sonora individual (marca, modelo,
uso uni ou bilateral, tempo de uso em anos e diário)
• doenças
• uso de medicação
• hospitalizações (motivo, tempo de internação)
Inspeção do Meato Acústico Externo (Meatoscopia)

• A avaliação do meato acústico externo é imprescindível para a


realização da audiometria tonal liminar. O fonoaudiólogo deve observar
se existe possibilidade de realização do exame. Se houver presença de
corpos estranhos ou cera obstruindo o meato e impedindo a
visualização da membrana timpânica, a avaliação não pode ser feita
(FROTA, 2011). O paciente deve ser encaminhado para médico
otorrinolaringologista para a realização de limpeza otológica.
TIPOS DE AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA
 Avaliação audiológica básica

 A audiometria tonal é um exame que


vai avaliar a audição do indivíduo
medindo a menor intensidade que ele
percebe o som. É realizado com o
paciente dentro de uma cabine
acústica utilizando fones de ouvido
ou vibrador ósseo para transmissão
do estímulo sonoro.
AUDIOMETRIA TONAL
Audiometria Tonal:
primeiro teste da bateria
básica da avaliação
audiológica.

Objetivo: determinar os
limiares de audibilidade
(mínimo de intensidade
sonora necessária para
provocar a sensação
auditiva)
Exame audiometrico analise quantitativa e subjetiva da audição :

Analise dos estímulos acústicos em diversas intensidades, nas


frequências de 250 a 8.000 Hz (por via área) e de 500 a 4.000 Hz
(por via óssea).
Audiomentria Tonal por Via Óssea

• Essencial para o diagnóstico do tipo de perda auditiva

• O vibrador junto ao crânio permite estimular a cóclea com pouca


interveniência da cadeia ossicular.

• Dessa forma, se houver uma lesão mecânica na orelha média


(perfuração da membrana timpânica, destruição ou fixação total ou
parcial da cadeia ossicular, etc.) os limiares por via óssea serão
melhores que os obtidos por via aérea.
Audiometria Vocal

A audiometria vocal é um teste que tem como


objetivo avaliar a habilidade do paciente perceber e
reconhecer os sons da fala.
Imitanciometria
 objetivo a investigação da função da orelha média.

 Neste exame não se avalia o limiar auditivo e sim as

condições da orelha média, como presença de secreção,

disfunção da tuba auditiva, desarticulação da cadeia ossicular

e redução da mobilidade da cadeia ossicular que podem

influenciar no limiar auditivo do indivíduo.


Emissões Otoacústicas Evocadas

 A EOA é um exame não invasivo, rápido e de baixo custo


sendo a maioria dos equipamentos portáteis.

 A realização do exame de EOA se torna uma forma prática de

ser realizado em qualquer lugar, desde que o ambiente seja

silencioso, por isso é o instrumento de triagem auditiva

neonatal utilizado internacionalmente


Outros exames
Avaliação Processamento Auditivo Central
 A disfunção auditiva central ou desordem do processamento auditivo central
é um distúrbio da audição em que há um impedimento na habilidade de
analisar e/ou interpretar padrões sonoros.
Vectoeletronistagmografia
 Exame que avalia a integridade do sistema vestibular responsável pelo
equilíbrio.

 Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico PEATE

 Potencial Evocado é o sinal elétrico gerado pelo SN (Sistema Nervoso) em


resposta a diferentes tipos de estimulação sensorial.
EXERCICIO

EXEMPLO DE PATOLOGIAS
RELACIONADAS A CADA TIPO DE PERDA
AUDITIVA
PREENCHIMENTO DE AUDIOGRAMA

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