Pronatec - Operador Industrial de Alimentos
Pronatec - Operador Industrial de Alimentos
Pronatec - Operador Industrial de Alimentos
Verso 1
Ano 2012
Os textos que compem estes cursos, no podem ser reproduzidos sem autorizao dos editores
Copyright by 2012 - Editora IFPR
Leonardo Bettinelli
Sumrio
Unidade 1
NOES DE MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS .............................................................5
Unidade 2
TCNICAS DE CONSERVAO DE ALIMENTOS ..........................................................17
Unidade 3
CONTROLE DE QUALIDADE E HIGIENE NA PREPARAO DE ALIMENTOS ............29
Unidade 4
PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAO DE ALIMENTOS ..............................................37
Unidade 5
EMBALAGENS..................................................................................................................69
Unidade 1
NOES DE MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS
O que so microrganismos?
Os microrganismos so organismos muito pequenos, e alguns deles s podem ser
vistos atravs de microscpios. Exemplos de microganismos so os vrus, as bactrias e os
fungos. Para voc ter uma idia de como eles so pequenos, o tamanho mdio das bactrias
de 3 micrmetros.
Um (1) micrmetro equivale a 1 milmetro dividido por 1000. Pegue uma rgua e veja
quanto um milmetro. Agora imagine dividir 1 milmetro em mil partes.
Como ns no conseguimos ver as bactrias, os fungos e alguns fungos, devemos
tomar todo o cuidado na hora de produzir alimentos, pois muitos destes microrganismos podem
causar doenas, podendo at mesmo matar quem tenha ingerido um alimento contaminado.
O ramo cincia que estuda os microrganismos e sua atuao nos alimentos a
microbiologia de alimentos, que divide os microrganismos em 3 classes distintas:
Microrganismos patognicos: so aqueles que causam doenas, infeces e intoxicaes
alimentares.
Microrganismos deteriorantes: so os que estragam os alimentos, mudando sua cor,
aparncia, textura, odor e sabor.
Microrganismos teis: so microrganismos utilizados na produo de alimentos e que so
capazes de originar produtos de interesse para a indstria (como as leveduras fermentadoras
que produzem lcool a partir de acares) ou que so benficos ao nosso organismo (como as
bactrias probiticas que existem nos iogurtes e ajudam a melhorar problemas intestinais).
A microbiologia de alimentos estuda, principalmente, os seguintes microrganismos.
Bactrias
As bactrias so organismos compostos de uma nica clula. Em condies ideais de
temperatura, pH, nutrientes, oxignio e gua, as bactrias se multiplicam a cada 15 ou 20
Unidade 1
minutos. Isso significa que uma nica clula de bactria pode se multiplicar em 2.097.152
bactrias em 7 horas.
Existem muitas bactrias diferentes, e cada uma exige determinadas condies de
temperatura, pH, oxignio e quantidade de gua disponvel para sobreviver. Quando esto em
sua forma atuante, ou seja, se alimentando e se reproduzindo normalmente, elas esto na
forma vegetativa. Quando uma bactria colocada em uma situao ruim para ela (que pode
ser um meio com temperatura mais alta ou mais baixa do que a ideal, ou um meio com pouca
gua disponvel) ela passa para a forma esporulada, ou forma de esporos. Esses esporos so
mais resistentes do que a forma vegetativa e, uma vez que o meio se torne favorvel novamente, a bactria voltar forma vegetativa.
Algumas bactrias podem ainda produzir toxinas, que so substncia com efeito txico
para o homem, podendo causar nuseas, vmito, diarria e mal estar. Existem toxinas que
podem at mesmo matar, como a toxina botulnica de uma bactria chamada Clostridium
botulinum.
Fungos
Os fungos se apresentam na natureza de diversas formas. Eles podem ser unicelulares
ou pluricelulares. Podem ser invisveis a olho nu (como algumas leveduras) ou ser grandes
como os cogumelos. Em microbiologia de alimentos, so estudados os bolores e as leveduras.
As leveduras so fungos unicelulares. Existem leveduras muito teis ao ser humano,
utilizadas na produo de vrios alimentos. Um exemplo a Saccharomyces cerevisiae, que
uma levedura utlizada na fermentao que origina vinho, cerveja, lcool e at mesmo po.
O fermento biolgico, utilizado para fazer pes e biscoitos, a levedura
Saccharomyces cerevisiae. Esta levedura utiliza o acar da receita para produzir
lcool e gs carbnico. O lcool evapora da massa quando o po ou biscoito
assado e o gs carbnico o que faz a massa crescer.
Os bolores so pluricelulares, e podem ser vistos a olho nu. So conhecidos tambm
como mofo. Eles tm uma aparncia aveludada, como os bolores negros que crescem em pes
e os brancos vistos em gelias, por exemplo. Os bolores so, na maioria das vezes, deteriorantes. Entretanto, muito bolores produzem toxinas. Algumas toxinas de bolores podem causar
danos aos rins e ao fgado, por exemplo, e podem em alguns casos causar cncer.
Um dos bolores mais combatidos na indstria de alimentos o Aspergillus flavus. Ele
muito comum em amendoins e produz uma aflatoxina cancergena que pode causar danos ao
fgado. Hoje em dia muitas indstrias de produtos do amendoim utilizam um selo de qualidade
que garante um produto seguro, o selo PRO-AMENDOIM.
Vrus
Os vrus so parasitas intracelulares. Isso quer dizer que eles precisam estar dentro de
uma clula para crescerem. A pessoa ou animal contaminado com um vrus chamado
hospedeiro. Se uma pessoa contaminada com um vrus passa esse vrus a um alimento e outra
pessoa o ingere, ela ser tambm contaminada, e o vrus passar a se reproduzir nas suas
clulas.
Os vrus so microrganismos patognicos, e as viroses alimentares geralmente
causam nuseas, vmitos e dores abdominais.
Como os microrganismos contaminam os alimentos
A contaminao ou transmisso de microrganismos aos alimentos pode acontecer de 3 formas:
Transmisso direta: quando o homem faz a transmisso diretamente atravs de si, de seu
corpo ou do que expelido por ele. Dessa forma, a transmisso pode se dar pelas fezes,
secrees do nariz, saliva, urina e ferimentos. E como essas secrees vo parar no alimento?
Pelas mos sujas, por falar ou espirrar sobre o alimento, por exemplo.
Transmisso indireta: tambm se d por meio do material humano citado acima, mas a
contaminao feita por vetores (moscas, baratas, ratos, formigas, etc.) que passam pelos
locais sujos e depois sobre o alimento.
Transmisso ambiental: ocorre quando o alimento entra em contato com uma superfcie ou
equipamento sujo, ou quando os microrganismos j esto presentes no alimento desde antes
da sua colheita ou abate. Nesse caso, os microrganismos so passados ao alimento pelo solo,
gua contaminada e at mesmo pelo ar.
Como evitar que os microrganismos contaminem os alimentos
A manipulao adequada de alimentos a principal arma na luta pela segurana
alimentar. O controle higinico-sanitrio de alimentos deve ser observado em todas as etapas
da cadeia de produo de alimentos e responsabilidade de todos aqueles que os manipulam.
No s pelo ponto de vista sanitrio, mas tambm pelo ponto de vista econmico, a
produo racional e bem conduzida em nvel de manipulao e processamento deve ser
observada por todos os integrantes da cadeia produtiva. Isso implica em melhores condies de
conservao dos alimentos nas reas de produo, industrializao, transporte, comercializao, preparo e consumo.
Muitas vezes a contaminao acarreta em deteriorao do alimento, no sendo
possvel remediar suas conseqncias. Dessa forma, o melhor a se fazer prevenir a
contaminao.
A limpeza e desinfeco dos utenslios, equipamentos e superfcies de cozinha que
entram em contato com os alimentos constituem pontos importantes para evitar a veiculao de
microrganismos patognicos. A falta de limpeza de utenslios e recipientes propicia a disseminao de agentes das toxinfeces, bem como a contaminao dos prprios manipuladores.
Por outro lado, os manipuladores podem contaminar os alimentos ao servi-los ou embal-los.
O estado de sade das pessoas que trabalham em estabelecimentos de produtos
alimentcios, assim como suas prticas higinicas, influenciam diretamente a qualidade final
dos alimentos.
No que diz respeito preparao higinica dos alimentos a Organizao Mundial de
Sade enumera diferentes itens, considerados fundamentais para a proteo e preservao
dos produtos alimentcios, denominando-os de regras de ouro.
1) Escolher alimentos tratados de forma higinica.
2) Cozinhar bem os alimentos.
3) Consumir imediatamente os alimentos cozidos.
4) Armazenar cuidadosamente os alimentos cozidos.
5) Reaquecer bem os alimentos cozidos.
6) Evitar o contato entre os alimentos crus e os cozidos.
7) Lavar as mos constantemente.
8) Manter escrupulosamente limpas todas as superfcies da cozinha.
9) Manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais.
10) Utilizar gua pura.
O que os microrganismos precisam para viver e se multiplicar nos alimentos
Para viver e se multiplicar nos alimentos, os microrganismos precisam de um meio
favorvel ao seu crescimento, com nutrientes e gua disponveis, acidez, temperatura e
quantidade de oxignio boas. Existem muitos fatores que afetam o crescimento dos microrganismos em alimentos. Existem fatores intrnsecos ao alimento (ou seja, propriedades do prprio
alimento, como a acidez) e fatores extrnsecos ao alimento (que no dependem do alimento,
como a temperatura do ambiente).
cido
Neutro
14
Alcalino
A maioria dos microrganismos cresce melhor com valores de pH em torno de 6,6 a 7,5,
apesar de alguns poucos crescerem em pH abaixo de 4,0 (Tabela 2).
Bactrias
Mnimo
4,5
pH
timo
6,5 a 7,5
Mximo
9,0
Leveduras
1,5 a 3,5
4,0 a 6,5
8,0 a 8,5
Bolores
1,5 a 3,5
4,5 a 6,8
8,0 a 11
Organismo
10
representada por bactrias lticas e algumas formas esporuladas. Nesta faixa de pH, os bolores
e leveduras encontram-se em condies timas para seu desenvolvimento.
Nos alimentos muito cidos (pH<4,0), a microbiota capaz de se desenvolver restrita,
praticamente aos bolores e leveduras alm de bactrias lticas e acticas.
Umidade do alimento
Os microrganismos necessitam de gua para sua sobrevivncia. Para seu metabolismo e multiplicao, os microrganismos exigem a presena de gua na forma disponvel. gua
ligada a outras molculas, como sais e acares, no est livre para agir como solvente ou para
participar de reaes qumicas e, portanto, no pode ser aproveitada pelos microrganismos.
A atividade de gua (Aa) de um alimento reflete a gua livre, disponvel no alimento. A
gua livre no alimento a nica forma passvel de utilizao dos microrganismos
A atividade de gua varia de 0 a 1, sendo que a atividade de gua da gua pura 1. A
adio de soluto reduz a atividade de gua do alimento, ou seja, consiste em um meio de
conservao.
Tabela 3 Valores de atividade de gua mnima para multiplicao de microrganismos em alimentos
MICRORGANISMO
Maioria das bactrias
Maioria das leveduras
Maioria dos bolores
Bactrias halfitas
Bolores xerfitos
Bolores xerfitos e leveduras
osmfitas
Aa mnima
0,91-0,88
0,88
0,80
0,75
0,71
0,62-0,60
Valores de Aa
=0,98
0,93-0,98
0,93-0,85
0,85-0,60
<0,60
Tipos de alimentos
carnes e pescados frescos, leite, frutas, hortalias
po, embutidos, sucos de frutas, queijos
leite condensado, carne seca
farinha, cereais, frutas secas
doces, chocolate, ovos e leite em p
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Quantidade de oxignio
Nem todas as bactrias precisam de oxignio para viver. Algumas delas precisam de
oxignio (as chamadas bactrias aerbias), outras podem viver com ou sem oxignio (bactrias
aerbias facultativas e microaerfilas) e existem tambm as bactrias que s sobrevivem onde
no h oxignio (bactrias anaerbias).
Quantidade de nutrientes
Para que a multiplicao microbiana seja possvel, os seguintes nutrientes devem estar
disponveis: gua, fonte de carbono, fonte de nitrognio, vitaminas e sais minerais.
Como fonte de carbono, os microrganismos podem utilizar acares, lcoois e
aminocidos. Alguns microrganismos so capazes de utilizar amido e celulose, e alguns poucos
podem utilizar gorduras como fonte de carbono.
As principais fontes de nitrognio so os aminocidos, mas alguns organismos so
capazes de metabolizar protenas complexas.
As vitaminas so importantes fatores de crescimento para os microrganismos, uma vez
que esto envolvidas em vrias reaes metablicas.
Embora necessrios em quantidades muito reduzidas, os minerais so indispensveis
para a multiplicao microbiana por estarem envolvidos em diversas reaes enzimticas.
Interaes entre microrganismos
Um determinado microrganismo, ao se multiplicar em um alimento, produz metablitos
que podem afetar a capacidade de sobrevivncia e multiplicao de outros microrganismos
presentes nesse alimento. Assim, por exemplo, bactrias produtoras de cido ltico podem
alterar o pH do alimento de forma que fique desfavorvel para outros microrganismos.
Muitos microrganismos so capazes de produzir determinadas substncias com
atividade bactericida, denominadas genericamente de bacteriocinas.
Fatores Extrnsecos ao Alimento
Temperatura de armazenamento
O fator ambiental mais importante que afeta a multiplicao de microrganismos a
temperatura.
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Os microrganismos podem multiplicar-se em uma faixa bastante ampla de temperatura, havendo registros de multiplicao a um mnimo de -35C e um mximo de 90C.
Cada microrganismo tem uma temperatura mnima, tima e mxima de crescimento, e
podem ser classificados de acordo com a tabela abaixo.
Tabela 5 Grupos de microrganismos em relao temperatura
Grupo
Psicrfilos
Psicrotrficos
Mesfilos
Termfilos
T mnima
0-10C
--5-25C
35-45C
T tima
10-15C
0-7C
25-40C
45-65C
T mxima
----40-50C
60-90C
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Um exemplo de remoo de gua livre o leite em p. Nesse produto a gua do leite foi
removida at ele se tornar um p, e a validade desse produto bem maior do que a do leite
pasteurizado ou do leite de caixinha. Isso porque os microrganismos no conseguem atuar
num alimento com umidade to baixa.
Um exemplo de diminuio do pH so as conservas vegetais feitas com vinagre. Esses
produtos tem um pH baixo e muitos microrganismos no conseguem sobreviver nesse meio.
Os alimentos congelados tm um prazo de validade bem grande, pois, nesses casos, a
gua do alimento foi congelada, e os microrganismos no conseguem utilizar gua na forma
slida (gelo) no seu metabolismo.
Vale lembrar que o congelamento, ou o resfriamento, no eliminam microrganismos. O
resfriamento apenas torna o metabolismo microbiano mais lento, mas os microrganismos
continuam atuando no alimento. Por isso os alimentos estragam na geladeira, apesar de
demorarem mais para estragar. J no caso do congelamento, os microrganismos passam da
forma vegetativa para a esporulada e ficam inativos durante todo o tempo de congelamento.
Uma vez que o alimento descongelado, eles voltam a atuar no alimento.
O aumento da temperatura a forma mais usada para eliminar microrganismos dos
alimentos. o caso de alimentos pasteurizados, enlatados e leite de caixinha, por exemplo.
Nesses alimentos so usadas temperaturas altas o bastante para eliminar os microrganismos.
Muitos alimentos industrializados possuem conservantes. Essas substncias inibem o
crescimento de microrganismos. Alguns exemplos so o nitrito e o nitrato de sdio utilizados em
lingias, os propionatos usados em pes e sorbatos e benzoatos utilizados em refrigerantes e
conservas.
Atividades propostas
Responda s perguntas seguintes com base no que foi visto na primeira unidade.
1) Qual a diferena entre microrganismos deterioradores e patognicos?
2) Porque alguns microrganismos recebem o nome de benficos?
3) Porque alimentos com alta atividade de gua esto mais sujeitos deteriorao?
4) Qual o fator extrnseco mais importante na destruio microbiana?
Estudo de caso
Uma pea de carne foi comprada em um aougue de boa procedncia e mantida
refrigerada por 4 dias. Aps esse perodo a carne foi congelada, e permaneceu no freezer por 30
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dias. Ao final dos 30 dias, ela foi descongelada e mantida sob refrigerao por mais 3 dias. Foi
ento que a carne passou a apresentar um odor desagradvel. Explique por que a carne est se
deteriorando, mesmo tendo ficado tanto tempo congelada.
O que eu aprendi nesta unidade
Descreva em uma folha o que voc aprendeu nesta unidade. Voc pode descrever o
que aprendeu ao final de cada dia de aula, para que fique mais fcil para voc se lembrar dos
contedos vistos.
Anotaes
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Anotaes
Unidade 2
TCNICAS DE CONSERVAO DE ALIMENTOS
Nos alimentos de forma geral, tanto in natura como processado industrialmente, a
multiplicao microbiana ocorre em funo do tipo de alimento e das condies ambientais.
Desta forma, os processos de conservao baseiam-se na destruio total ou parcial dos
microrganismos capazes de alterar o alimento, ou na modificao ou eliminao de um ou mais
fatores que so essenciais para a sua multiplicao, de modo que o alimento no se torne
propcio ao desenvolvimento microbiano.
Os alimentos podem ser classificados de acordo com a facilidade com que se alteram
em:
Alimentos estveis: no se alteram com facilidade (cereais, farinceos, acares).
Alimentos semi-alterveis: podem permanecer sem alterao por algum tempo (frutas,
legumes e hortalias).
Alimentos alterveis: alteram-se rapidamente devido ao grande teor de nutrientes e gua
(leite, carnes, pescados, ovos).
As alteraes que ocorrem nos alimentos podem ser de natureza biolgica, qumica ou
fsica:
Alteraes de natureza biolgica podem ser ocasionadas por microrganismos como nas
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embalagem.
Amolece a pele dos vegetais para serem descascados.
Produz a inativao das enzimas que afetam a qualidade dos produtos durante e depois do
processamento.
Impede a despigmentao, favorecendo a fixao da colorao de certos pigmentos vege-
tais.
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Favorece a perda das caractersticas organolpticas normais do alimento, bem como perdas
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mento. Este tratamento pode ser realizado por diversos processos, e tm ainda como objetivo
principal a destruio dos microrganismos patognicos e deterioradores, mantendo-o livre de
microrganismos nocivos sade do consumidor. Em alimentos emprega-se o termo esterilizao comercial para indicar que o nmero de sobreviventes baixo (0,01%), este termo indica
que o alimento microbiologicamente estvel, visto que os microrganismos que sobrevivem
esterilizao so espcies termfilas, que s conseguem se desenvolver em temperaturas
superiores a 45 C e, portanto, no so capazes de se desenvolver nas condies normais de
armazenamento dos alimentos.
Quando aplicada ao leite, a esterilizao realizada a 130 a 150C por 2 a 4 segundos
(leite tipo longa vida). Esse processo denomina-se UAT (ultra alta temperatura), sendo possvel
armazenar o produto por longo tempo, temperatura ambiente.
Normalmente, o processo de esterilizao UAT ocorre pela utilizao de vapor em
equipamentos chamados trocadores de calor. Nestes equipamentos o produto a ser esterilizado passa por um tubo ou placa envolvidos pelo vapor aquecido.
A apertizao a esterilizao do alimento j embalado, ou seja, a aplicao do
processo trmico a um alimento convenientemente acondicionado em uma embalagem
hermtica, resistente ao calor, a uma temperatura e um perodo de tempo determinados, para
atingir a esterilizao comercial. Este processo corresponde ao aquecimento do produto j
elaborado, envasado em latas, vidros, plsticos ou outros materiais autoclavveis e relativamente isentos de ar.
Antes de esterilizar o alimento embalado, ele submetido aos processos de:
Enchimento do recipiente com solues ou concentrados de sal (salmoura) e acar
(xaropes).
Retirada do ar por vcuo.
Fechamento dos recipientes (recravao).
Dentre os tipos de esterilizadores, o mais comum
a autoclave.
A autoclave um equipamento que se utiliza
do mesmo princpio da panela de presso para
cozinhar e esterilizar os alimentos.
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Refrigerao
Na refrigerao, utilizam-se temperaturas superiores s do ponto de congelamento, por
perodos curtos de 0 a 10C em cmara fria ou geladeira. Pode ser usada como meio de
conservao bsica (como no caso das carnes e pescado fresco); como conservao
temporria at que se aplique outro mtodo (como no leite cru), ou pode ser usada como
mtodo de conservao complementar (como no caso do leite pasteurizado). Na refrigerao,
no ocorre eliminao dos microrganismos. Eles apenas ficaro com a sua multiplicao inibida
(caso dos mesfilos e dos termfilos).
O objetivo da refrigerao manter a qualidade original do alimento at o ato da sua
ingesto, transporte, processamento industrial ou outro processo de conservao. Os produtos
reagem de diferentes formas ao armazenamento refrigerado, havendo alguns que sofrem efeito
negativo, como no caso de banana e tomates verdes, os quais no completam o amadurecimento.
A refrigerao pode ser feita por gelo, gua refrigerada e por refrigerao mecnica
(geladeira, cmara frigorfica, balco frio). A temperatura utilizada na refrigerao de mxima
importncia para a conservao, e deve ser escolhida de acordo com o tipo de produto, do
tempo e condies de armazenamento.
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de congelamento).
Congelamento por contato indireto, feito atravs de placas super resfriadas.
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Congelamento por imerso, que pode ser por imerso direta do produto em lquido refrige-
rante, ou a pulverizao do lquido sobre o produto. Emprega-se geralmente o nitrognio (195C) e o gs carbnico (-80C).
Tcnicas de conservao utilizando secagem
Baseia-se na reduo da atividade de gua do alimento pelo emprego de calor, natural
ou artificialmente.
Secagem natural
A tcnica mais antiga de secagem ou desidratao consiste na simples exposio do
alimento fresco luz solar at conseguir uma desidratao adequada (secagem ao sol).
Exemplos de produtos que podem ser submetidos a este mtodo: cereais, frutas, carnes,
peixes, caf, cacau e condimentos. Do ponto de vista econmico, este o processo menos
oneroso, no que diz respeito aos gastos com energia, como tambm devido a sua simplicidade.
recomendvel em regies de clima seco, com boa irradiao solar, porm, dependendo da quantidade de alimentos, h necessidade de grandes reas, sem contar o cuidado com o
controle de insetos e roedores, alm disso, deve-se considerar que se trata de um processo
lento.
Secagem artificial
Consiste na retirada da gua do alimento, com a utilizao de calor produzido
artificialmente (ar aquecido), que ir passar atravs dos alimentos, provocando a evaporao
da gua, em condies de temperatura, umidade e corrente de ar cuidadosamente controlado.
Apresentam como vantagens, a rapidez, o controle das condies de desidratao e a reduo
da rea de secagem necessria. Em contrapartida so exigidos um capital maior e mo de obra
especializada.
Dentre os tipos de secadores, destacam-se:
Secadores de cabina e secadores de tnel (trabalham entre 45-85C): muito usados para
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Processo que se caracteriza pela retirada da gua do alimento sem submet-lo a altas
temperaturas, comuns nos processos de desidratao.O fundamento fsico para a liofilizao
a coexistncia dos trs estados da gua (slido, lquido e gasoso) em determinadas condies
de presso e temperatura. Assim, em temperaturas de aproximadamente 0C e presso de 4,7
mm Hg, obtm-se o chamado ponto triplo da gua, possibilitando sua passagem direta do
estado slido para o gasoso, sem passar pelo lquido, ou seja, por sublimao. Neste processo,
o alimento, aps as etapas de preparao, congelado a temperaturas de -40C e colocado em
cmaras de alto vcuo. Com o aumento progressivo da temperatura (40-50C) e a manuteno
da condio de baixssima presso (vcuo), obtm-se a sada da gua do alimento por
sublimao. Dessa forma, o alimento no exposto a altas temperaturas e o produto final
apresenta caractersticas nutritivas e sensoriais semelhantes ao alimento original, alm de
conserv-los de deteriorao microbiolgica. O liofilizador tem na sua estrutura, ainda, um
condensador, que retm o vapor dgua liberado do alimento. Os equipamentos utilizados so
os chamados liofilizadores. Esses equipamentos so muito utilizados para a produo de leite
em p.
Concentrao
A concentrao um processo que remove somente parte da gua (30 a 60%) dos
alimentos, diminuindo, portanto, a atividade de gua do mesmo. usada para produo de
sucos concentrados, doces em pasta, produtos base de tomate (molhos, catchup), gelias e
outros.
A evaporao o processo mais utilizado para a concentrao. Para isso, so
utilizados evaporadores, que podem ou no trabalhar sob vcuo. Como a quantidade de gua
disponvel nesses tipos de alimentos ainda permite o desenvolvimento de microrganismos
(especialmente leveduras osmoflicas), so necessrios mtodos complementares para sua
conservao. Assim, os sucos concentrados so congelados ou adicionados de conservadores; os doces em pasta so envasados a quente, etc.
Um dos equipamentos mais utilizados o Evaporador Triplo Efeito de Tubos Curtos.
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Anotaes
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Anotaes
Unidade 3
CONTROLE DE QUALIDADE E HIGIENE NA PREPARAO DE ALIMENTOS
As tecnologias de produo de alimentos e as ferramentas de segurana alimentar
esto aliceradas na preveno da contaminao ou do aumento da contaminao em
alimentos, seja ela biolgica, qumica ou fsica. Vale lembrar que muitas vezes a contaminao
acarreta em deteriorao do alimento, no sendo possvel remediar suas conseqncias.
A preveno visa evitar que:
a) Os microrganismos contaminem os alimentos.
b) Evitar que os microrganismos sobrevivam nos alimentos.
c) Evitar que ocorra recontaminao dos alimentos.
d) Evitar que os microrganismos se multipliquem nos alimentos.
Higiene dos manipuladores de alimentos
Os funcionrios de estabelecimentos que trabalham com alimentao coletiva
precisam ser preparados para o trabalho que desempenham. A manipulao uma importante
forma de contaminao ou transferncia de microrganismos de um alimento a outro. O
manipulador com sinais de diarria, febre, ictercia, faringite, resfriado ou sinusite deve ser
afastado do ambiente de trabalho at a sua recuperao. Leses cutneas, principalmente nas
mos, devem tambm determinar o afastamento do funcionrio. A educao do manipulador
deve abordar, fundamentalmente, os princpios de higiene pessoal. A cozinha deve possuir um
lavatrio exclusivo paras as mos contendo sabonete inodoro e toalhas descartveis para
facilitar a higienizao das mos. O treinamento dos manipuladores deve incluir tambm as
tcnicas de preparo dos alimentos e os riscos que a no observao destas oferecem sade
pblica.
Os manipuladores devem se apresentar com uniformes limpos, usando rede ou gorro
cobrindo todo o cabelo. Devem tomar banho dirio, cortar a barba, usar desodorante e fazer
exames peridicos de sade. As unhas devem estar cortadas, sem esmalte. No devem utilizar
adornos como brincos, anis, aliana, piercing, etc.
Os manipuladores devem lavar as mos com gua e sabo toda vez que:
entrarem em servio;
forem ao banheiro ou vestirio;
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prefervel evitar que as pragas ganhem acesso s reas dos alimentos, mas, se elas
conseguirem entrar, ser necessrio o uso de produtos qumicos ou medidas de carter fsico
para sua erradicao.
Caso haja uma infestao, a melhor soluo a contratao de uma empresa de
controle de pragas. Existem muitas substncias qumicas utilizadas como agentes controladores de insetos e roedores e que, aplicados sob orientao de um tcnico habilitado e especializado, so suficientes.
A higienizao do ponto de vista conceitual divide-se em duas etapas distintas: limpeza
e sanitizao (ou sanificao). Na limpeza, objetiva-se a remoo de resduos orgnicos e
minerais protenas, gorduras e sais minerais. Na sanitizao, procura-se eliminar microrganismos patognicos e reduzir o nmero de saprfitas ou alteradores a quantidades insignificantes nvel de segurana.
Em princpio, quanto maior o tempo de contato ou durao do procedimento, mais
eficiente ser a higienizao, entretanto, quando se considera a utilizao de agentes qumicos,
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as reaes ocorrem com maior eficincia nos minutos iniciais da aplicao destes produtos,
pois medida que o tempo passa, as solues tornam-se saturadas com o material originado
das reaes. Por outro lado, a alterao de um dos fatores, implica na alterao do outro, para
manter o mesmo nvel de eficincia. De modo geral, a limpeza e a sanitizao esto baseadas
em quatro operaes:
Pr-lavagem.
Limpeza com detergente.
Enxgue.
Sanitizao.
Radiao ultravioleta
Compostos clorados
Compostos iodados
Clorexidina
MEIOS QUMICOS
cido peractico
Compostos quaternrios de amnio
Perxido de hidrognio
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empresa.
Comprometimento da direo da empresa.
Definio do coordenador da equipe.
Formao da equipe multidisciplinar.
Programa de capacitao tcnica.
Conscientizao e mobilizao dos colaboradores.
APPCC
O APPCC um sistema preventivo que busca a produo de alimentos livres de
contaminao. Ele est embasado na aplicao de princpios tcnicos e cientficos na produo
e manejo dos alimentos desde o campo at a mesa do consumidor. Os princpios do APPCC so
aplicveis a todas as fases da produo de alimentos, incluindo a agricultura bsica, a pecuria,
a industrializao e manipulao dos alimentos, os servios de alimentao coletiva, os
sistemas de distribuio e manejo e a utilizao do alimento pelo consumidor.
O conceito bsico destacado pelo APPCC a preveno e no a inspeo do produto
terminado. Os agricultores e pecuaristas, as pessoas encarregadas do manejo e distribuio e
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o consumidor, devem possuir toda a informao necessria sobre o alimento e os procedimentos relacionados com o mesmo, pois somente podero identificar o lugar onde a contaminao
pode ocorrer, e a maneira pela qual seria possvel evit-la.
Uma definio prtica de APPCC deve destacar que este conceito cobre todo tipo de
fatores de risco ou perigos potenciais sanidade dos alimentos - biolgicos, qumicos e fsicos seja os que ocorrem deforma natural no alimento, no ambiente, ou sejam decorrentes de erros
no processo de fabricao.
Os 7 princpios do APPCC so os seguintes:
1) Efetuar uma anlise de perigos e identificar as medidas preventivas respectivas.
2) Identificar os pontos crticos de controle (PCCs).
3) Estabelecer limites crticos, para as medidas preventivas associadas com cada PCC.
4) Estabelecer os requisitos de controle (monitoramento) dos PCCs. Estabelecer procedimentos para utilizao dos resultados do monitoramento para ajustar o processo e manter o
controle.
5) Estabelecer aes corretivas para o caso de desvio dos limites crticos.
6) Estabelecer um sistema para registro de todos os controles.
7) Estabelecer procedimentos de verificao para se o sistema est funcionamento adequadamente.
Atividades propostas
Responda s perguntas seguintes com base no que foi visto na terceira unidade.
1) Na produo de alimentos, o que melhor: prevenir ou remediar a contaminao? Por qu?
2) Quais cuidados os manipuladores de alimentos devem tomar para assegurar a produo de
alimentos seguros?
3) Quais as etapas de um processo de limpeza e sanitizao?
4) Explique o que BPF e APPCC.
Estudo de caso
Uma empresa familiar produz pes. Nela trabalham vrias pessoas da famlia, que no
tem noes de higiene na manipulao de alimentos. No h uniforme, as pessoas trabalham
com os cabelos soltos, barba por fazer e brincos. Muitos consumidores reclamaram de ter
encontrado cabelos, pelos e at mesmo uma tarraxinha de brinco nos produtos desta empresa.
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Se voc fosse contratado pela empresa para solucionar o problema, quais medidas tomaria?
O que eu aprendi nesta unidade
Descreva em uma folha o que voc aprendeu nesta unidade. Voc pode descrever o
que aprendeu ao final de cada dia de aula, para que fique mais fcil para voc se lembrar dos
contedos vistos.
Anotaes
36
Unidade 4
PROCESSOS DE INDUSTRIALIZAO DE ALIMENTOS
Ns j vimos anteriormente tudo o que pode danificar um alimento, ou torn-lo perigoso
sade, bem como as tcnicas para manter os alimentos livres de contaminao, ou para
mant-los bons para o consumo pelo maior tempo possvel.
Agora, veremos casos particulares de processamento de determinados grupos de
alimentos e bebidas, utilizando para isso os conceitos que vimos anteriormente.
O conceito mais importante que devemos lembrar que uma matria-prima de m
qualidade nunca poder originar um produto de boa qualidade, por isso necessrio que a
indstria tenha bons fornecedores e que se preocupe em armazenar a matria-prima de forma
que ela no seja deteriorada e contaminada por agentes qumicos, fsicos ou biolgicos. E por
essa razo que as indstrias devem se utilizar dos programas de qualidade, como o BPF e o
APPCC.
Processamento de frutas e hortalias
Os frutos e as hortalias so seres vivos que continuam a respirar aps a sua colheita e
que vo perdendo qualidade ao longo da cadeia de comercializao. Fatores como a transpirao, doenas e danos mecnicos so igualmente responsveis pela perda de qualidade.
Dessa forma, o processamento de frutas e hortalias muito interessante para
prolongar a vida til deles.
Hortalias em conserva
"Hortalia em conserva" o produto preparado com as partes comestveis de hortalias, envasadas praticamente cruas, reidratadas ou pr-cozidas, imersas em salmoura,
submetidas esterilizao antes ou depois de fechadas hermeticamente nos recipientes
utilizados, a fim de evitar sua alterao.
As hortalias em conserva podem ser acidificadas, como os picles, ou no. Quando
no, comum que se utilizem conservantes na salmoura. Exemplos de conservas no
acidificadas so milho verde, ervilha e selecta de legumes. Nesses produtos utiliza-se em torno
de 1 a 2% de sal na salmoura.
Quando so acidificadas, a salmoura contm vinagre (cido actico), ou ento as
hortalias sofrem fermentao ltica para aumentar a acidez do produto. No caso da adio de
37
38
Gelias
Produto obtido pela coco de frutas inteiras ou em pedaos, polpa ou suco de frutas,
com acar, sendo concentrado at consistncia gelatinosa. Alm das frutas e acar, a gelia
tambm deve ser adicionada de pectina, uma substncia naturalmente presente em algumas
frutas e que serve para deixar a gelia mais consistente. A adio de algum cido, como o cido
ctrico, potencializa o poder espessante da pectina.
Figura 4 Fluxograma do processamento de gelia
Frutas cristalizadas
Fruta cristalizada o
produto preparado com frutas,
nas quais se substitui parte da
gua de sua constituio por
acares. O "segredo" do
cristalizado est no seu ponto de
saturao, ou seja, na impregnao do acar na fruta, na etapa
final do processo de cristalizao. A saturao acontece por meio da troca do suco da fruta pelo acar contido no xarope,
durante as etapas de concentrao. No ponto de saturao, o xarope apresenta-se denso,
escorrendo com dificuldade e as frutas tm aspecto brilhante e transparente e textura macia.
Nesse momento preparado um xarope novo, passando-se ento etapa final de cristalizao.
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O tratamento pr-secagem serve para inativao enzimtica, e pode ser feito por
branqueamento, utilizao de cido ctrico 0,5% por 3 minutos temperatura ambiente, ou
imerso em soluo aquosa de bissulfito de sdio.
Processamento de leite e derivados
O leite pode ser definido sob 3 pontos de vista:
Fisiolgico: leite o produto de secreo das glndulas mamrias das fmeas mamferas,
logo aps o parto, com a finalidade de alimentar o recm-nascido na primeira fase da sua vida.
Fsico-Qumico: leite uma emulso natural perfeita, na qual os glbulos de gordura esto
mantidos em suspenso, em um lquido salino aucarado, graas presena de substncias
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COMPONENTES
gua
Gordura
Protena
Carboidrato
Minerais
%
87,5
3,6
3,6
4,6
0,7
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Esta operao deve ser feita imediatamente aps a ordenha, e alguns autores sugerem
a troca do material filtrante a cada 50/60 litros de leite.
A clarificao por centrifugao visa retirar bactrias e clulas somticas do leite, alm
de eliminar clulas bacterianas mortas.
Resfriamento
O desenvolvimento de microrganismos responsveis pela acidificao da matriaprima fica muito reduzido temperatura de 10C.
Esta operao deve ser efetuada o quanto antes possvel, logo aps a clarificao, um
processo moderno o tanque provido de sistema de refrigerao por expanso direta (tanques
de expanso), com capacidade variando de 100 a 12.000 litros em ao inoxidvel.
Padronizao
a retirada parcial da gordura do leite com o objetivo de manter constante o teor no
produto final. Somente os leites tipo C e UHT so padronizados com 3% de gordura, esse
processo feito por desnatadeiras centrfugas. O laticnio usa para si o creme retirado para a
fabricao de manteiga, requeijo, creme de leite, etc. Os leites tipo A e B no sofrem
padronizao, devem ser integrais.
Homogeneizao
Consiste em dividir os glbulos de gordura em fraes menores. Neste processo a
temperatura utilizada de 54C ou superior, para que toda a gordura do interior do glbulo
esteja lquida. O glbulo rompido por ao mecnica (presso ou ultra-som). Neste processo
h a formao de uma nova membrana cicatrizando o glbulo.
Suas principais vantagens so:
Evita a separao da gordura durante o transporte e armazenamento, indispensvel no leite
UHT.
No forma nata ao ferver.
Melhora a palatabilidade e viscosidade.
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Desvantagens:
Dificulta o desnatamento posterior.
Aumenta a sensibilidade luz.
Aumenta a sensibilidade lipase.
Diminui a estabilidade das protenas ao calor.
Pasteurizao
o emprego conveniente de calor, com o fim de inativar enzimas e destruir total ou
parcialmente a flora microbiana patognica, sem alterao da constituio fsica e do equilbrio
qumico do leite, sem prejuzo dos seus elementos bioqumicos, assim como de suas propriedades sensoriais normais, seguida de resfriamento rpido.
A ao da pasteurizao sobre a microbiota do leite a seguinte:
Elimina parcialmente os microrganismos.
Microrganismos termodricos no so destrudos.
Toxina estafiloccica no destruda.
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no leite, o que conseguido pela esterilizao comercial, este termo indica que o alimento
microbiologicamente estvel.
Entende-se por leite UHT o leite homogeneizado submetido temperatura de 130 a
150C por 2 a 4 segundos, mediante processo de fluxo contnuo, imediatamente resfriado a
temperatura inferior a 32C, e envasado sob condies asspticas em embalagens estreis e
hermeticamente fechadas.
A maior desvantagem da esterilizao a perda nutricional provocada pelo processo
trmico, como vitaminas e protenas, que maior comparado ao leite pasteurizado, no entanto,
muitas indstrias adicionam esses nutrientes intencionalmente, produzindo o leite enriquecido.
Tipos de Leite Processado
Todo o leite consumido no Brasil deve ser pasteurizado, no sendo permitido o
consumo de leite cru. A legislao brasileira prev uma srie de tipos diferentes de leite no
mercado:
Leite tipo A: deve ser produzido em granja leiteira, com rebanho acompanhado por
veterinrio do Servio de Inspeo Federal (SIF). A ordenha deve ser mecnica com pasteurizao imediatamente aps a ordenha. Deve ser integral, podendo ser homogeneizado.
Rotulagem em azul. Padro microbiolgico: limite bacteriano na contagem padro de 2,0 x 103
UFC (unidades formadoras de colnia) por mililitro (mL) e ausncia de coliformes fecais;
Leite tipo B: produzido em estbulo leiteiro, com ordenha mecnica, e aps a ordenha pode
ser resfriado e transportado para ser pasteurizado. Deve ser integral, podendo ser homogeneizado. Rotulagem verde. Padro microbiolgico: limite bacteriano na contagem padro de 8,0 x
104 UFC por mL, coliformes totais 4,0 por mL e de coliformes fecais 1,0 por mL.
Leite tipo C: produzido em qualquer tipo de propriedade, sem acompanhamento do Servio
de Inspeo Federal. Gordura padronizada em 3%. Rotulagem marrom. Padro microbiolgico:
limite bacteriano na contagem padro de 3,0 x 105 UFC por mL, coliformes totais 4,0 por mL e
de coliformes fecais 2,0 por mL.
Leite UAT: produzido nas mesmas condies acima. Deve ser homogeneizado e sofrer
tratamento trmico entre 130 e 150C por 2 a 4 segundos. Pode ser denominado de leite longa
vida ou UHT.
Leite integral: 3% de gordura ou mais.
Leite semi-desnatado: 0,6-2% de gordura.
Leite desnatado: mximo de 0,5% de gordura.
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Leite em p
Leite em p o produto obtido por desidratao do leite de vaca integral, desnatado ou
parcialmente desnatado e apto para alimentao humana, mediante processos adequados. O
leite em p que consumimos desidratado em um equipamento chamado spray dryer. Este
equipamento transforma o leite concentrado em um spray (como um aerosol de desodorante).
Esse spray entra em contato com ar aquecido entre 150 e 160C, a gua presente no leite
evapora rapidamente e ento o leite em p recolhido do equipamento.
Figura 8 Fluxograma geral do processamento de leite em p
Creme de leite
O creme de leite nada mais do que a nata que foi separada do leite no processo de
desnate e que foi padronizada quanto ao teor de gordura. De acordo com a legislao, os
cremes de leite devem ter um mnimo de 10% de gordura para cremes de leite light, 20% par
creme e 50% para creme com alto teor de gordura.
A nata separada em uma desnatadeira centrfuga, onde entra leite e sai leite
desnatado e nata, como pode ser visto na figura abaixo.
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Manteiga
A manteiga provm do batimento do creme de leite, fresco ou fermentado pela ao de
culturas lcticas selecionadas, podendo ou no ser adicionada de sal (cloreto de sdio). Seu
teor de gordura deve variar entre 80 e 85%.
Figura 10 Fluxograma geral do processamento de manteiga com sal
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Doce de leite
O doce de leite o produto da coco da mistura de leite e acar, podendo ser
encontrado na forma de tabletes ou em pasta, adicionado ou no de outras substncias que
conferem sabor diferenciado ao produto, como cco, amendoim, ameixa entre outros.
Para a fabricao do doce de leite, importante que o leite no esteja muito cido, pois
o leite cido pode ocasionar grumos no doce. Para diminuir essa acidez, adiciona-se ao leite
bicarbonato de sdio. O acar utilizado para a fabricao do doce de leite a sacarose, mas
um pouco de glicose adicionada ao doce faz com que ele tenha um aspecto brilhante e evita a
cristalizao do doce.
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Iogurte
O iogurte um produto lcteo obtido pela fermentao lctica do leite integral ou
desnatado e produtos lcteos (leite pasteurizado ou concentrado) pelas bactrias lticas
Lactobacillus debrueckii subsp bulgaricus e Streptococcus salivarius subsp thermophilus, com
ou sem adio de opcionais (leite em p integral ou desnatado, soro em p, etc).
O leite pode ser integral ou parcialmente desnatado e deve ser de boa qualidade
bacteriolgica, isento de antibiticos ou outros agentes microbianos. Os microrganismos
inoculados ao produto devem ser viveis e abundantes.
Existem muitos tipos de iogurtes de fabricao industrial: iogurte de consistncia firme,
iogurte batido, iogurte lquido, aromatizados, com polpas de frutas, etc. No entanto, a mistura
bsica de ingredientes essencialmente a mesma.
Figura 13 Fluxograma geral do processamento de iogurte
50
Queijos
O queijo o produto fresco ou maturado obtido por separao do soro do leite, aps
coagulao. No entanto podem ser utilizados diversas operaes e ingredientes para obteno
de uma grande diversidade de queijos. A definio mais atual que o queijo a coalhada que se
forma com a coagulao do leite de alguns mamferos pela adio de coalho e/ou cido ltico
produzido por alguns microrganismos presentes na matria-prima ou adicionados intencionalmente. Dessora-se a coalhada por corte, prensagem e/ou aquecimento, dando-lhe forma em
moldes, em seguida, submetendo-o a maturao, durante tempo a temperaturas e umidade
relativa definidas.
Atualmente os processos de
fabricao de queijos so bastante
difundidos e conhecidos, e a diversidade
de queijos chega a mais de 1000 (mil)
tipos diferentes, porm as etapas de
processamento e os ingredientes
utilizados so basicamente os mesmos,
com algumas peculiaridades entre eles.
Massa crua
Massa semicozida
Massa cozida
Massa filiada
Massa coagulao
cida
Fundido
Protena de soro
Caracterstica da cura, ou
consistncia (grupos)
Sem cura
Cura por bactria
Cura por mofo
Cura rpida (1-2 meses)
Cura prolongada (3 meses ou
mais)
Sem olhadura
Com olhadura
Sem cura
Curado
Cremoso
Frescal
Curado
Cremoso
Consistente
Frescal
Consistente
Nome comercial
(exemplos)
Minas frescal
Minas meia-cura
Gorgonzola, Camembert
Prato, Colby, Gouda
Cheddar
Parmeso, Romano
Suo, Gruyere
Mussarela
Provolone
Requeijo, Cream cheese
Cottage
Queso blanco
Requeijo
Requeijo do Norte, Queijo
Pasteurizado
Ricota
Ricota curada, Mysost
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Embarque, transporte e desembarque: devem ser realizados de forma a evitar qualquer tipo
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Insensibilizao: pode ser mecnica que consiste na passagem do animal por um tnel de
CO2 com concentrao de 80 a 85% por 40 a 45 segundos; ou eltrica passagem de corrente
eltrica pelo crebro do animal;
Sangria: inciso dos grandes vasos do pescoo.
Escaldagem: destina-se ao amolecimento dos pelos, realizada em tanques com gua
temperatura de 60 a 65C, por 2 a 5 minutos.
Depilao: mecnica as carcaas passam por chuveiros com gua clorada sob presso; ou
manual. Alguns estabelecimentos retiram a pele inteira do animal.
Eviscerao: retirada das vsceras e inspeo federal.
Resfriamento: em cmara fria a temperatura de 7C.
Desossa: realizada 12 a 24 h aps a morte, quando as massas musculares apresentarem
temperatura de 7C.
Carnes curadas
O termo cura de carnes se refere conservao de um produto por adio de sal,
compostos fixadores de cor (nitratos e/ou nitritos), acar e condimentos, onde tambm
obtida a melhora das propriedades sensoriais.
A cura de carnes um procedimento que tem por finalidade conservar a carne por um
perodo de tempo mais longo, alm de conferir-lhe determinadas qualidades sensoriais, como
sabor e aroma mais agradveis e colorao vermelha ou rsea atraente.
Para incorporar a mistura de cura nos produtos crneos so utilizadas diversas
tcnicas. Qualquer que seja o mtodo empregado, a exigncia bsica constitui na boa
distribuio dos ingredientes de cura por todo produto. Uma distribuio inadequada ou
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Embutidos
Entende-se por embutidos, os produtos constitudos a base de carne picada e
condimentada com forma geralmente simtrica. So embutidos sob presso em um recipiente
ou envoltrio de origem orgnica ou inorgnica, aprovado para este fim.
Os embutidos podem ser frescos, secos ou cozidos. Os frescos so aqueles onde o
perodo de consumo varia de 1 a 6 dias. Os secos so embutidos crus submetidos a um
processo de desidratao parcial para favorecer a conservao por um tempo mais prolongado.
J os cozidos, so os que sofrem um processo de cozimento, seja em estufa como em gua.
Salsicharia so os produtos preparados base de carne ou sangue, vsceras e outros
produtos ou subprodutos animais, que foram autorizados para o consumo humano, sofrendo a
adio de diversas substncias, tambm devidamente aprovadas para tal fim.
O diagrama geral de fabricao dos embutidos compreende as seguintes fases:
seleo e tratamento da matria prima ou ingredientes, moagem ou triturao, mistura,
embutimento e acabamento.
Tabela 6 Produtos crneos, seus ingredientes e tipo de processamento empregado
Processamentos
Produto
Ingredientes bsicos
Presunto
Cura, cozimento
Apresuntado
Cura, cozimento
Cura, cozimento,
Mortadela
Salsicha
Salame
Lingia
frescal
empregados
defumao (opcional)
Cura, cozimento.
Cura, fermentao
ltica, defumao.
Cura.
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Produtos Fermentados
O uso dos microrganismos para produo de alimentos fermentados feito h milnios,
s no se sabia que agentes vivos eram os responsveis pelas transformaes ocorridas
durante os processos de elaborao de vinhos, pes e outros. A palavra fermentao (fermentare= ferver) originou-se pela liberao de gs durante a fermentao de uvas no preparo de
vinhos, que se assemelhava a uma fervura. Posteriormente, Gay-Lussac estudou o problema,
dando-se ento a conotao de transformao de acar em etanol e gs carbnico. Mais
tarde, Pasteur associou a presena de microrganismos aos processos fermentativos.
O uso da fermentao para a conservao dos alimentos baseia-se na modificao das
caractersticas da matria-prima, por ao de microrganismos, dando origem a um produto
mais estvel em decorrncia de compostos produzidos durante a fermentao (cido ltico,
cido actico ou etanol). Os cidos abaixam o pH provocando a morte de microrganismos. Com
isto, a maioria dos microrganismos no pode se desenvolver, inclusive os patognicos.
Na fermentao de produtos pouco cidos como leite e carne, realizada com objetivo
de aumentar a concentrao de microrganismos fermentadores, para reduzir o tempo de
fermentao e inibir o crescimento de patognicos e deterioradores, adiciona-se uma determinada quantidade de microrganismos selecionados, com o objetivo de iniciar a fermentao;
essa cultura de microrganismos conhecida como "cultura starter".
Fermentao alcolica
A fermentao alcolica usada na elaborao de bebidas alcolicas entre as quais
temos as fermentadas (vinhos e cervejas) e as fermento-destiladas (aguardente, run, usque,
conhaque, tequila, gin). Neste processo, os acares so transformados em etanol como
produto principal. A transformao de glicose ou outro monossacardeo em duas molculas de
lcool e gs carbnico feito graas presena de certas enzimas elaboradas por leveduras.
Entre as leveduras mais utilizadas na fermentao alcolica encontra-se Saccharomycies
cerevisiae, usada na elaborao de vinhos, cerveja e cachaa.
Fermentao actica
Na indstria de alimentos largamente utilizada na produo de vinagre, pela oxidao
do lcool por bactrias acticas, como Acinobacter e Gluconobacter. Porm, vrias espcies
acticas podem oxidar o lcool a cido actico, mas muitas delas tambm podem oxidar o cido
actico a gs carbnico e gua, o que indesejvel, quando se tem como objetivo a produo
do vinagre.
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Fermentao lctica
Trata-se de fermentao anaerbica usada na elaborao de derivados do leite como:
iogurtes, leites fermentados, queijos. Neste tipo de fermentao os microrganismos (Lactobacillus), fermentam a lactose (dissacardeo) do leite, transformando-a em cido ltico. A
fermentao ltica tambm origina produtos como salame, picles, chucrute e polvilho azedo,
que o polvilho doce fermentado.
Processamento de Bebidas
Refrigerante
Refrigerante a bebida gaseificada, obtida pela dissoluo em gua potvel, de suco
ou extrato vegetal de sua origem, adicionada de acares. O refrigerante dever ser obrigatoriamente saturado de gs de carbono industrialmente puro.
Os ingredientes bsicos utilizados na fabricao de refrigerante so gua, acar ou
adoante, conservantes, acidulantes, antioxidantes, suco ou extrato vegetal, aromatizantes
(flavorizantes), corantes e dixido de carbono (Co2).
Figura 21 Fluxograma da fabricao de refrigerante
61
O xarope simples a dissoluo do acar em gua quente tratada livre de microrganismos patognicos e dentro dos padres de qualidade, seguido de um aquecimento e filtrao
em carvo ativo para eliminar odores e sabores estranhos, e finalmente filtrado em terra
diatomcea para eliminar impurezas. O xarope simples dever ser submetido para resfriamento
em trocadores de calor at atingir 20o C.
Xarope composto o xarope simples adicionado de conservantes, acidulantes,
antioxidantes e a essncia (flavor, suco natural ou extrato vegetal), que ir variar de acordo com
o tipo de refrigerante a ser fabricado, caracterizando o mesmo. Em refrigerantes dietticos ou
light o processo comea aqui, o acar substitudo por edulcorantes, os demais ingredientes
so mantidos.
Tabela 7 Composio e especificaes de alguns tipos de refrigerante
62
Cerveja
Entende-se exclusivamente por cerveja a bebida resultante da fermentao, mediante
levedura cervejeira, do mosto de cevada malteada ou do extrato de malte, submetido previamente a um processo de coco, adicionado de lpulo. Uma parte da cevada malteada ou do
extrato de malte poder ser substituda por adjuntos cervejeiros.
Um gro malteado um gro que iniciou o processo de germinao, liberando assim
enzimas capazes de transformar o amido do gro em acares. Na produo de cerveja, o
malte de cevada pode ser denominado de malte simplesmente. Quando se utiliza malte de outro
tipo de gro, deve-se indicar o tipo (malte de arroz, malte de milho, malte de trigo).
O lpulo uma trepadeira perene, cujas flores fmeas apresentam grande quantidade
de resinas amargas (lupulina) e leos essenciais, os quais conferem cerveja o sabor amargo e
o aroma que caracterizam a bebida.
Os adjuntos so ingredientes fontes de acar para as leveduras, e podem milho, trigo,
arroz, aucares ou xaropes.
Para a fermentao da cerveja, a levedura mais utilizada a Saccharomyces cerevisiae.
Existem diversos tipos de cerveja em todo o mundo, com diversas graduaes
alcolicas, claras ou escuras. O tipo de cerveja mais consumido no Brasil Pilsen, que tem
origem alem e mdio teor alcolico (em torno de 4,5% de lcool).
Quando a cerveja dita sem lcool, ela deve possuir um teor alcolico mximo de 0,5%.
Figura 22 Fluxograma do processamento de cerveja
63
64
Sucos e nctares
Suco o liquido lmpido ou turvo extrado da fruta por meio de processo tecnolgico
adequado, no fermentado, de cor e sabor caractersticos.
Quando o suco passa pelo processo de concentrao, denominado suco concentrado.
Quando diludo em gua e adicionado de acar (ou adoante), denominado nctar,
podendo ser adicionado de conservantes e acidulantes.
Geralmente os sucos so extrados por processos de prensagem, passam por
inativao enzimtica, filtrao, tratamento trmico e envase.
Quando as frutas so ricas em pectina, os sucos se tornam turvos. As indstrias ento
podem fazer a clarificao, utilizando enzimas que quebram a estrutura da pectina, que depois
separada pela utilizao de substncias que fazem com que a pectina decante. O suco ento
se torna translucido.
Tabela 8 Sucos e processos utilizados para sua extrao
65
Atividades propostas
Responda s perguntas seguintes com base no que foi visto na quarta unidade.
1) Qual o princpio de conservao dos seguintes produtos: picles, frutas desidratadas, leite
UAT, presunto e cachaa?
2) Quais cuidados devem ser tomados antes do abate de aves, bovinos e sunos? Por que os
animais no podem ser abatidos estressados?
3) Quais as etapas do processamento geral de queijos?
4) Qual a diferena entre suco e nctar?
Estudo de caso
Seu Jos produtor de pepinos, carne suna e banana. Ele conseguiu uma banca em
uma feira da regio onde mora, e gostaria de comercializar produtos processados, pois eles tm
maior valor de mercado. Ele no pode gastar muito com equipamentos, e gostaria de sugestes
de um produto processado feito com pepino, um feito com carne suna e um feito com banana
para comercializar na feira.
O que voc sugeriria a ele?
O que eu aprendi nesta unidade?
Descreva em uma folha o que voc aprendeu nesta unidade. Voc pode descrever o
que aprendeu ao final de cada dia de aula, para que fique mais fcil para voc se lembrar dos
contedos vistos.
66
Unidade 5
EMBALAGENS
Importncia das Embalagens
Imagine todo o trabalho que a indstria de alimentos teve para que o alimento ficasse
livre de contaminao qumica, fsica e biolgica. Se no houvesse embalagens, nada disso
teria adiantado.
A principal funo das embalagens assegurar os resultados dos mtodos de
conservao aplicados. Alm disso, deve melhorar a apresentao do produto, favorecer o
transporte do produto e trazer informaes sobre o produto.
O que uma embalagem deve conter
Para que as embalagens desempenhem bem suas funes, elas devem:
Manter o alimento livre de contaminao qumica, fsica e biolgica, protegido do ar e da luz
tem Descrio
Informa os ingredientes que compem o produto. A leitura dessa
informao importante porque o consumidor pode identi?car a
presena de termos, como acar, sacarose, glicose, ou outros
tipos de acar, como a dextrose. Alimentos de ingredientes nicos
Lista de
como acar, caf, farinha de mandioca, leite, vinagre no
ingredientes
precisam apresentar lista de ingredientes. A lista de ingredientes
deve estar em ordem decrescente, isto , o primeiro ingrediente
aquele que est em maior quantidade no produto e o ltimo, em
menor quantidade.
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tem Descrio
Informao que permite que o consumidor saiba quem o
fabricante do produto e onde ele foi fabricado. So informaes
Origem
importantes para o consumidor saber qual a procedncia do
produto e entrar em contato com o fabricante se for necessrio.
Os produtos devem apresentar pelo menos o dia e o ms quando o
prazo de validade for inferior a trs meses; o ms e o ano para
Prazo de
produtos que tenham prazo de validade superior a trs meses. Se o
validade
ms de vencimento for dezembro, basta indicar o ano, com a
expresso ? m de...... (ano).
Contedo Indica a quantidade total de produto contido na embalagem. O valor
lquido deve ser expresso em unidade de massa (quilo) ou volume (litro).
um nmero que faz parte do controle na produo. Caso haja
Lote algum problema, o pro duto pode ser recolhido ou analisado pelo
lote ao qual pertence.
Deve conter valor energtico, teor de carboidratos, protenas,
gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar
e sdio. As informaes devem ser referentes a uma poro, que
quantidade mdia do alimento que deve ser usualmente consumida
Informao
por pessoas sadias a cada vez que o alimento consumido,
nutricional
promovendo a alimentao saudvel. Tambm deve conter a
obrigatria
medida caseira a que uma poro equivale e o percentual de
valores dirios (%VD), que um nmero em percentual que indica
o quanto o produto em questo apresenta de energia e nutrientes
em relao a uma dieta 2000 calorias.
Tipos de embalagens
As matrias-primas com as quais as embalagens so feitas podem ter origem animal
(tripa, bexiga), vegetal (madeira, bambu, papel), mineral (vidro, ao, alumnio) ou sinttica
(plsticos).
Segundo a consistncia, as embalagens podem ser divididas em rgidas (metal, vidro,
70
Tipo de embalagem
Espessura
Gramatura
Papel
At 150 m
At 130 g/m2
De 151 a 300 m
Papelo
Embalagens de vidro
A utilizao de recipientes de vidro data da antigidade. Uma grande variedade de
alimentos acondicionada em vidros hermeticamente fechados; conquanto o tratamento
destes difere, de certo modo, daquele dotado nos alimentos enlatados, os princpios de
conservao so os mesmos.
As desvantagens de recipiente de vidro so o seu maior peso, sua fragilidade, seu
menor rendimento para a mesma quantidade de equipamento e mo de obra, assim como
despesas extras no acondicionamento. O que limita seu uso aos produtos de primeira
qualidade. Suas vantagens, por outro lado, so as seguintes: menor possibilidade de serem
atacados pelos produtos nele contidos e podem ser facilmente inspecionados pelo comprador.
Alimentos acondicionados em vidro so submetidos a processamento trmico por um
perodo maior do que os alimentos enlatados, porm, a uma temperatura mais baixa, dado que
h o risco de quebra dos vidros, devendo-se proceder mais lentamente tanto o aquecimento
como o resfriamento.
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Embalagens de metal
As embalagens de metal so excelente barreiras contra contaminantes de qualquer
tipo, alm de protegerem o alimento do ar e da luz. Alm disso possuem condutividade trmica
muito boa, sendo adequados a processamento trmico dentro da embalagem. Os principais
tipos utilizados em alimentos so a folha de Flandres e o alumnio.
Folha de flandres: A lata de folha de flandres consta de uma folha de ao de aproximadamente
um quarto de milmetro, revestida de ambos lados com uma camada de estanho (0,0025 mm)
formado por banho fundido ou por galvanoplastia. As latas so freqentemente envernizadas
na superfcie interna, na funo de proteo e diminuir os efeitos da interao metal/alimento.
Os vernizes internos ou esmaltes, podem ser oleoresinosos, fenlicos, vinlicos e epoxlicos.
Alumnio: As ligas de alumnio so muito utilizadas para a fabricao de latas. O alumnio no
to forte quanto a folha de flandres e cuidados especiais so necessrios para evitar distoro
do fundo durante o processamento pelo calor e para proteger de amassaduras durante a
distribuio. Pela propriedade fsica do alumnio, tem sido possvel o desenvolvimento do
sistema de abertura de latas sem abridor. O alumnio no corrosivo a muitos alimentos e no
produz sabores e odores anormais.
Embalagens plsticas: O plstico a matria-prima mais verstil para a elaborao de
embalagens de alimentos e bebidas. Existem diversos tipos de plsticos, que se adquam a
diversos usos. As embalagens plsticas podem ser opacas ou translcidas, resistentes ou
flexveis e geralmente possuem sistemas de abertura e fechamento fceis. Entretanto, os
plsticos possuem permeabilidade a gases variveis, de acordo com seu tipo, e geram grande
volume de lixo quando dispostos de maneira inadequada no meio ambiente.
Tabela 10 Principais tipos de plsticos e suas propriedades
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Poliestireno (PS)
Embalagens mistas
Estas embalagens combinam diversos tipos de materiais, a fim de que atuem de forma
a compensar os defeitos umas das outras. Um exemplo bastante comum a embalagem tetra
pak, que combina papel carto, polietileno e alumnio em sua composio.
Armazenamento de alimentos: como armazenar os alimentos de maneira adequada
O armazenamento de alimentos tem papel fundamental na qualidade final do produto,
ou seja, na hora em que ser consumido.
Existem produtos que podem ser armazenados em temperatura ambiente, os que
devem ser refrigerados e os que devem ser mantidos congelados. De um modo geral, assumese temperatura ambiente como 25C, temperatura de refrigerao 7C e temperatura de
congelamento -18C. Entretanto existem produtos que necessitam de temperaturas de
armazenamento especficas para aumentar sua vida til e manter suas caractersticas
nutricionais e sensoriais pelo maior tempo possvel.
A melhor maneira de se armazenar os alimentos de acordo com sua temperatura segue
descrita a seguir.
No armazenamento de produtos temperatura ambiente, os alimentos devem ser
separados por grupos, sobre estrados fixos com altura mnima de 25 cm, separados da parede
e entre pilhas no mnimo 10 cm e distante do forro 60 cm. Prateleiras com atura de 25 cm do
piso.
No deve existir entulho ou material txico no estoque, sendo o material de limpeza
armazenado separadamente dos alimentos. Ventilao adequada. O local deve ter um sistema
de controle de pragas eficiente.
As embalagens devem ser ntegras e com identificao visvel (nome do produto, nome
do fabricante, endereo, nmero de registro, prazo de validade, etc). Em caso de transferncia
de produtos de embalagens originais para outras embalagens de armazenamento, transferir
tambm o rtulo do produto original ou desenvolver um sistema de etiquetagem para permitir
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uma perfeita rastreabilidade dos produtos desde a recepo das matrias-primas at o produto
final. No estoque no devem existir equipamentos que propiciem condies que interfiram na
qualidade e nas condies sensoriais dos alimentos.
Os equipamentos de refrigerao e congelamento, devem ser de acordo com a
necessidade e tipos de alimentos a serem produzidos/armazenados.
No caso de possuir apenas cmara fria, o equipamento deve estar regulado para o
alimento que necessitar de menor temperatura. Se forem instaladas cmaras, estas devem
apresentar as seguintes caractersticas:
Antecmara para proteo trmica.
Revestimento com material lavvel e resistente.
Nvel do piso igual ao da rea externa.
Termmetro permitindo a leitura pelo lado externo.
Interruptor de segurana localizado na parte externa da cmara, com lmpada piloto
Atividades propostas
Responda s perguntas seguintes com base no que foi visto na quinta unidade.
1) Quais as funes da embalagens de alimentos?
2) Que itens so obrigatrios em um rtulo de alimentos?
3) Qual o melhor tipo de material para envasar produtos que vo sofrer tratamento trmico
dentro da embalagem?
4) Por que voc no deve colocar um saco de farinha de trigo, feito de papel, na mesma sacola
de mercado contendo sabonetes, por exemplo?
Estudo de caso
Uma indstria de cachaa engarrafa seu produto em garrafas de vidro. Ultimamente,
esta indstria tem tido muito prejuzos devido quebra de garrafas no transporte. Alm disso, as
garrafas so muito pesadas para transportar. Sugira um novo material para a confeco das
garrafas de cachaa para solucionar os problemas da indstria.
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75
Anotaes
EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDORISMO
rica Dias de Paula Santana e Ximena Novais de Morais
Os textos que compem estes cursos, no podem ser reproduzidos sem autorizao dos editores
Copyright by 2012 - Editora IFPR
Leonardo Bettinelli
Introduo
Certamente voc j ouviu falar sobre empreendedorismo, mas ser que voc sabe
exatamente o que significa essa palavra, ser que voc possui as caractersticas necessrias
para tornar-se um empreendedor? Esse material busca responder essas e outras perguntas a
respeito desse tema que pode fazer a diferena na sua vida!
No dia 29 de dezembro de 2008 foi promulgada a Lei n 11.892 que cria a Rede Federal de
Cincia e Tecnologia. Uma das instituies que compe essa rede o Instituto Federal do
Paran, criado a partir da escola tcnica da Universidade Federal do Paran. Voc deve estar
se perguntando O que isso tem a ver com o empreendedorismo?, no mesmo? Pois tem
uma relao intrnseca: uma das finalidades desses instituies federais de ensino estimular o
empreendedorismo e o cooperativismo.
E como o IFPR vai estimular o empreendedorismo e o cooperativismo? Entendemos que a
promoo e o incentivo ao empreendedorismo deve ser tratado com dinamismo e versatilidade,
ou seja, esse um trabalho que no pode estagnar nunca. Uma das nossas aes, por
exemplo, a insero da disciplina de empreendedorismo no currculo dos cursos tcnicos
integrados e subsequentes, onde os alunos tem a oportunidade de aprender conceitos bsicos
sobre empreendedorismo e os primeiros passos necessrios para dar incio a um
empreendimento na rea pessoal, social ou no mercado privado.
Neste material, que servir como apoio para a disciplina de empreendedorismo e para
cursos ministrados pelo IFPR por programas federais foi desenvolvida de forma didtica e
divertida. Aqui vamos acompanhar a vida da famlia Bonfim, uma famlia como qualquer outra
que j conhecemos! Apesar de ser composta por pessoas com caractersticas muito diversas
entre si, os membros dessa famlia possuem algo em comum: todos esto prestes a iniciar um
empreendimento diferente em suas vidas. Vamos acompanhar suas dvidas, dificuldades e
anseios na estruturao de seus projetos e atravs deles buscaremos salientar questes
bastante comuns relacionadas ao tema de empreendedorismo.
As dvidas desta famlia podem ser suas dvidas tambm, temos certeza que voc vai se
identificar com algum integrante! Embarque nessa conosco, vamos conhecer um pouco mais
sobre a famlia Bonfim e sobre empreendedorismo, tema esse cada vez mais presente na vida
dos brasileiros!
Anotaes
Sumrio
HISTRIA DO EMPREENDEDORISMO..........................................................................................................7
TRAANDO O PERFIL EMPREENDEDOR.....................................................................................................8
PLANEJANDO E IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES ...............................................................................12
ANLISE DE MERCADO ...............................................................................................................................14
PLANO DE MARKETING ...............................................................................................................................15
PLANO OPERACIONAL ................................................................................................................................17
PLANO FINANCEIRO ....................................................................................................................................18
EMPREENDEDORISMO SOCIAL OU COMUNITRIO .................................................................................21
INTRAEMPREENDEDORISMO ....................................................................................................................23
REFERNCIAS .............................................................................................................................................25
Anotaes
HISTRIA DO EMPREENDEDORISMO
Antes de apresent-los a famlia Bonfim, vamos conhecer um pouco da histria do
empreendedorismo?
Voc deve conhecer uma pessoa extremamente determinada, que depois de enfrentar
muitas dificuldades conseguiu alcanar um objetivo. Quando estudamos a histria do Brasil e
do mundo frequentemente nos deparamos com histrias de superao humana e tecnolgica.
Pessoas empreendedoras sempre existiram, mas no eram definidas com esse termo.
Os primeiros registros da utilizao da palavra empreendedor datam dos sculos XVII e
XVIII. O termo era utilizado para definir pessoas que tinham como caracterstica a ousadia e a
capacidade de realizar movimentos financeiros com o propsito de estimular o crescimento
econmico por intermdio de atitudes criativas.
Joseph Schumpeter, um dos economistas mais importantes do sculo XX, define o
empreendedor como uma pessoas verstil, que possui as habilidades tcnicas para produzir e
a capacidade de capitalizar ao reunir recursos financeiros, organizar operaes internas e
realizar vendas.
notvel que o desenvolvimento econmico e social de uma pas se d atravs de
empreendedores. So os empreendedores os indivduos capazes de identificar e criar oportunidades e transformar ideias criativas em negcios lucrativos e solues e projetos inovadores
para questes sociais e comunitrias.
O movimento empreendedor comeou a ganhar fora no Brasil durante a abertura de
mercado que transcorreu na dcada de 90. A importao de uma variedade cada vez maior de
produtos provocou uma significativa mudana na economia e as empresas brasileiras precisaram se reestruturar para manterem-se competitivas. Com uma srie de reformas do Estado, a
expanso das empresas brasileiras se acelerou, acarretando o surgimento de novos empreendimentos e trazendo luz questo da formao do empreendedor.ngua e linguagem e sua
importncia na leitura e produo de textos do nosso cotidiano.
Perfil dos integrantes da famlia Bonfim
Felisberto Bonfim: O pai da famlia, tem 40 anos de idade. Trabalha h 20 anos na mesma
empresa, mas sempre teve vontade de investir em algo prprio.
Pedro Bonfim: O filho mais novo tem 15 anos e faz o curso de tcnico em informtica no IFPR.
Altamente integrado s novas tecnologias, no consegue imaginar uma vida desconectada.
Clara Bonfim: A primognita da famlia tem 18 anos e desde os 14 trabalha em uma ONG de
Unidade 1
seu bairro que trabalha com crianas em risco social. Determinada, no acredita em projetos
impossveis.
Serena Bonfim: Casada desde os 19 anos, dedicou seus ltimos anos aos cuidados da casa e
da famlia. Hoje com 38 anos e com os filhos j crescidos, ela quer resgatar antigos sonhos que
ficaram adormecidos, como fazer uma faculdade.
Benvinda Bonfim: A vov da famlia tem 60 anos de idade e famosa por cozinhar muito bem e
por sua hospitalidade.
Todos moram juntos em uma cidade na regio metropolitana de Curitiba.
TRAANDO O PERFIL EMPREENDEDOR
Muitas pessoas acreditam que
preciso nascer com caractersticas
especficas para ser um empreendedor, mas isso no verdade,
essas caractersticas podem ser
estimuladas e desenvolvidas.
O sr. Felisberto Bonfim uma
pessoa dedicada ao trabalho e a
famlia e que embora esteja satisfeito com a vida que leva nunca
deixou para trs o sonho de abrir o prprio negcio. H 20 anos atuando em uma nica empresa, h quem considere no haver mais tempo para dar um novo rumo vida. Ele no pensa
assim, ele acredita que possvel sim comear algo novo, ainda que tenha receio de no possuir as caractersticas necessrias para empreender. Voc concorda com ele, voc acha que
ainda h tempo para ele comear?
Responda as questes abaixo. Elas serviro como um instrumento de autoanlise e a
partir das questes procure notar se voc tem refletido sobre seus projetos de vida. Se sim, eles
esto bem delineados? O que voc considera que est faltando para alcanar seus objetivos?
Preste ateno nas suas respostas e procure tambm identificar quais caractersticas pessoais
voc possui que podem ser utilizadas para seu projeto empreendedor e quais delas podem ser
aprimoradas:
a) Como voc se imagina daqui h 10 anos?
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b) Em que condies voc gostaria de estar daqui h 10 anos?
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c) Quais pontos fortes voc acredita que tem?
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d) Quais pontos fortes seus amigos e familiares afirmam que voc tem? Voc concorda com
eles?
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e) Para voc, quais seus pontos precisam ser melhor trabalhados
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f) Na sua opinio, voc poderia fazer algo para melhorar ainda mais seus pontos fortes? Como?
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g) Voc acha que est tomando as atitudes necessrias para atingir seus objetivos?
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h) O que voc acha imprescindvel para ter sucesso nos seus objetivos?
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A ousadia uma caracterstica extremamente importante para quem pretende iniciar
um projeto empreendedor - necessrio estar disposto a correr riscos e buscar novas alternativas, mesmo se outras pessoas disserem que no vai dar certo (o que provavelmente sempre
ocorrer em algum momento da trajetria). Isso nos leva a uma outra caracterstica muito
importante para um empreendedor, ele precisa ser positivo e confiante, ou seja, precisa acreditar em si e no se deixar abalar pelos comentrios negativos. Um empreendedor precisa ser
criativo e inovador, precisa estar antenado ao que est acontecendo no mundo e estar atento s
necessidades do mercado e da comunidade, precisa ser organizado e manter o foco dos seus
objetivos.
Voc j ouviu falar do pipoqueiro Valdir? Valdir Novaki tem 41 e nasceu em So Mateus
do Sul-PR, casado e tem 1 filho. Durante a adolescncia trabalhou como boia fria. Mora em
Curitiba desde 98 e durante muito tempo trabalhou com atendimento ao pblico em lanchonete
e bancas de jornal. Parece uma histria corriqueira, mas o que Valdir tem de to especial? Valdir
conquistou a oportunidade de vender pipoca em carrinho no centro da cidade de Curitiba, mas
decidiu que no seria um pipoqueiro qualquer, queria ser o melhor. Em seu carrinho ele mantem
uma srie de atitudes que o diferenciam dos demais. Alm de ser extremamente cuidadoso
com a higiene do carrinho, Valdir preocupa-se com a higiene do cliente tambm, oferecendo
lcool gel 70% para que o cliente higienize suas mo antes de comer a pipoca e junto com a
pipoca entrega um kit higiene contendo um palito de dentes, uma bala e um guardanapo. Ele
tambm possui um carto fidelidade, onde o cliente depois de comprar cinco pipocas no carrinho ganha outro de graa. Pequenas atitudes destacaram esse pipoqueiro e hoje, alm de
possuir uma clientela fiel, faz uma srie de palestras por todo o pas, sendo reconhecido como
um empreendedor de sucesso. A simpatia com que atende a seus clientes faz toda a diferena,
as pessoas gostam de receber um tratamento especial.
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viabilidade do negcio.
Dados do empreendedor e do empreendimento
Aqui voc deve colocar seus dados pessoais e de sua empresa tal como nome, endereo, contatos. Tambm dever constar sua experincia profissional e suas caractersticas
pessoais, permitindo que quem leia seu Plano de Negcios, como um gerente de banco para o
qual voc pediu emprstimo, por exemplo, possa avaliar se voc ter condies de encaminhar
seu negcio de maneira eficiente.
Misso da empresa
A misso deve ser definida em uma ou no mximo duas frases e deve definir o papel
desempenhado pela sua empresa.
Setor em que a empresa atuar
Voc dever definir em qual setor de produo sua empresa atuar: indstria, comrcio, prestao de servios, agroindstria etc..
Forma Jurdica
Voc deve explicitar a forma como sua empresa ir se constituir formalmente. Uma
microempresa, por exemplo, uma forma jurdica diversa de uma empresa de pequeno porte.
Enquadramento tributrio
necessrio realizar um estudo para descobrir qual a melhor opo para o recolhimento dos impostos nos mbitos Municipal, Estadual e Federal.
Capital Social
O capital social constitudo pelos recursos (financeiros, materiais e imateriais) disponibilizados pelos scios para constituio da empresa. importante tambm descrever qual a
fonte de recursos
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DICA: Tenha muito cuidado na hora de escolher seus scios, essencial que eles tenham os
mesmos objetivos e a mesma disponibilidade que voc para se dedicar ao negcio, se vocs
no estiverem bastante afinados h um risco muito grande de enfrentarem srios problemas
na consecuo do empreendimento.
Diferencial: saliente o diferencial do seu produto ou servio, ou seja, por qual razo os
consumidores iro escolher voc ao invs de outro produto ou servio.
ANLISE DE MERCADO
Clientes
Esse aspecto do seu Plano de Negcio extremamente importantes, afinal nele que
ser definindo quais so os seus clientes e como eles sero atrados. Comece identificando-os:
Quem so?
Idade?
Homens, mulheres, famlias, crianas?
Nvel de instruo?
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Concorrentes
Conhecer seus concorrentes, isto , as empresas que atuam no mesmo ramo que a
sua, muito importante porque vai te oferecer uma perspectiva mais ampla e realista de como
encaminhar seu negcio. Analisar o atendimento, a qualidade dos materiais utilizados, as
facilidades de pagamento e garantias oferecidas, iro ajud-lo a responder algumas perguntas
importantes: Voc tem condies de competir com tudo o que oferecido pelos seus concorrentes? Qual vai ser o seu diferencial? As pessoas deixariam de ir comprar em outros lugares para
comprar no seu estabelecimento? Por qu? Em caso negativo, por que no?
Mas no esquea de um aspecto muito importante: seus concorrentes devem ser visto
como fator favorvel, afinal eles serviro como parmetro para sua atividade e podem at
mesmo tornar-se parceiros na busca da melhoria da qualidade dos servios e produtos ofertados.
Fornecedores
Liste todos os insumos que voc utilizar em seu negcio e busque fornecedores. Para
cada tipo de produto, pesquise pelo menos trs empresas diferentes. Faa pesquisas na internet, telefonemas e, se possvel, visite pessoalmente seus fornecedores. Certifique-se de que
cada fornecedor ser capaz de fornecer o material na quantidade e no prazo que voc precisa,
analise as formas de pagamento e veja se elas sero interessantes para voc. Mesmo aps a
escolha um fornecedor importante ter uma segunda opo, um fornecedor com o qual voc
manter contato e comprar ocasionalmente, pois no caso de acontecer algum problema com
seu principal fornecedor, voc poder contar com uma segunda alternativa. Lembre-se, seus
fornecedores tambm so seus parceiros, manter uma relao de confiana e respeito com
eles muito importante. Evite intermedirios sempre que possvel, o ideal comprar direto do
produtor ou da indstria, isso facilita, acelera e barateia o processo.
PLANO DE MARKETING
Descrio
Aqui voc deve descrever seus produto/servio. Especifique tamanhos, cores, sabores, embalagens, marcas entre outros pontos relevantes. Faa uma apresentao de seu
produto/servio de maneira que possa se tornar atraente ao seu cliente. Verifique se h exigncias oficiais a serem atendidas para fornecimento do seu produto/servio e certifique-se que
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PLANO FINANCEIRO
Investimento total
Aqui voc determinar o valor total de recurso a ser investido. O investimento total ser
formado pelos investimentos fixos, Capital de giro e Investimentos pr-operacionais.
Agora que voc tem uma noo bsica de como compor um plano de negcios acesse
a pgina <http://www.planodenegocios.com.br/www/index.php/plano-de-negocios/outrosexemplos> e encontre mais informaes sobre como elaborar o planejamento financeiro de seu
Plano de Negcio, alm de outras informaes importantes. L voc encontrar exemplos de
todas as etapas de um Plano de Negcio.
Faa pesquisas em outros endereos eletrnicos e se preciso, busque o apoio de
consultorias especializadas. O sucesso do seu projeto ir depender do seu empenho em buscar
novos conhecimentos e das parcerias conquistadas para desenvolv-lo.
Pesquise tambm por fontes de financiamento em instituies financeiras, buscando
sempre a alternativa que melhor se adequar as suas necessidades. No tenha pressa, estude
bastante antes de concluir seu plano de negcio. importante conhecer todos os aspectos do
ramo de atividade que voc escolher, valorize sua experincia e suas caractersticas pessoais
positivas. Lembre-se que o retorno pode demorar algum tempo, certifique-se que voc ter
condies de manter o negcio at que ele d o retorno planejado. Separe despesas pessoais
de despesas da empresa. Busque sempre estar atualizado, participe de grupos e feiras correlatas sua rea de atuao.
Planejar para clarear!
Aps buscar auxlio especializada e estudar sobre o assunto, o pai concluiu seu plano
de negcios. A partir dele pde visualizar com clareza que tem em mos um projeto vivel e at
conseguiu uma fonte de financiamento adequada a sua realidade. Com o valor do financiamento investir na estrutura de seu empreendimento que ser lanado em breve.
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
Que bolo maravilhoso! Voc uma tima
anfitri. Eu quero a receita desse quindim! A
senhora j pensou em vender seus quitutes?
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19
voc apontaria para convencer essa pessoa a realizar seu cadastro como
Microempreendedor Individual?
Pesquise sobre linhas de crdito e incentivo especficas para microempreendedores
Em
pr
een
d
er
individuais no Brasil.
20
fins lucrativos, pode ser um um objetivo pessoal, um sonho em qualquer rea da sua vida.
A pedagogia empreendedora de Fernando Dolabela afirma que a educao tradicional
a qual somos submetidos nos reprime e faz com que percamos caractersticas importantes no
decorrer de nossa trajetria, levando muitas pessoas a crer que no so capazes de empreender. Sua proposta de educao busca romper com esse pensamento e inserir no sistema
educacional aspectos que priorizem a criatividade e a autoconfiana para que quando estas
crianas atingirem a idade adulta possam enxergar a possibilidade de abrir um negcio como
uma alternativa vivel.
No podemos esquecer que empreendedor, em qualquer rea, algum que tenha
sonhos e busque de alguma forma transformar seu sonho em realidade. O sonho pode ser abrir
um negcio, fazer um curso, aprender uma lngua ou mudar a realidade social em que vive.
inegvel que para realizar qualquer um desse itens essencial estar comprometido com o
trabalho, ser ousado e estar disposto a enfrentar desafios.
O empreendedorismo pode ser aprendido e est relacionado mais a fatores culturais do
que pessoais e consiste em ser capaz de cultivar e manter uma postura e atitudes empreendedoras.
O Pedro est tendo seu primeiro contato com o empreendedorismo na sala de aula e
eles e seus amigos j esto cheio de ideias. Eles planejam usar os conhecimentos adquiridos
na disciplina e escrever um projeto para dar incio a uma empresa jnior na rea de informtica.
Inspire-se
Certamente voc j deve ter ouvido falar da Cacau Show, mas voc conhece a histria
dessa marca? Voc sabia que ela nasceu do sonho de um rapaz que vendia chocolates de porta
em porta em um fusca? No? Ento leia mais em:
<http://www.endeavor.org.br/endeavor_tv/start-up/day1/aprendendo-a-serempreendedor/empreendedorismo-em-todos-os-sentidos> e inspire-se!
EMPREENDEDORISMO SOCIAL OU COMUNITRIO
Que belo trabalho! Moro em outra cidade e gostaria de levar um projeto parecido para l!
Educao empreendedora
O empreendedor
aquele que tem como objetivo
maior o lucro financeiro a partir
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receber financiamentos para expandir sua produo, por exemplo. Ao se aliar com outros
pequenos produtores, o negcio adquire uma nova dimenso, onde so favorecidos no apenas os produtores, que agora tem condies de levar seu produto ao mercado com segurana e
em nvel de igualdade com o outro produtor, mas tambm todo o arranjo produtivo daquela
regio.
Em 2003 foi criada pelo Governo Federal a Secretaria Nacional de Economia Solidria,
que tem a finalidade de fortalecer e divulgar as aes de economia solidria no pas, favorecendo a gerao de trabalho, renda e incluso social.
Atividade Formativa
D um exemplo de uma organizao no-governamental. Que trabalho essa organizao
realiza? Voc acredita que os gestores dessa ONG so empreendedores? Por qu?
Identifique em seu bairro ou cidade uma carncia que no foi suprida pelo setor pblico ou
um trabalho exercido informalmente por algumas pessoas que possa ser fortalecido atravs
da formao de uma estrutura de cooperativismo. Proponha uma ao que voc acredita que
possa transformar a realidade desse grupo.
Voc j ouviu falar em sustentabilidade? D um exemplo de uma ao sustentvel que voc
j adota ou que possa ser adotada no seu dia a dia e como essa ao pode afetar positivamente o meio em que voc vive.
INTRAEMPREENDEDORISMO
A sr Serena Bonfim h muito tempo mantm o sonho de fazer uma faculdade. Depois
de tantos anos dedicados famlia, ela est certa que est na hora de investir mais em si mesma. Alm disso, com seu marido prestes a abrir uma empresa, ela est disposta a usar os
conhecimentos adquiridos na graduao para trabalhar diretamente no novo empreendimento
e contribuir com seu desenvolvimento.
Voc pode estar pensando: E se eu no quiser abrir um negcio, e se eu no quiser ser
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um empresrio?. Abrir uma empresa apenas uma alternativa, caso voc no tenha inteno
de ter seu prprio negcio voc ainda pode ser um empreendedor.
O intraempreendedorismo quando o empreendedorismo acontece no interior de uma
organizao, quando algum mesmo no sendo dono ou scio do negcio mantm uma
postura empreendedora dando sugestes e tendo atitudes que ajudam a empresa a encontrar
solues inteligentes. Intra empreendedores so profissionais que possuem uma capacidade
diferenciada de analisar cenrios, criar ideias, inovar e buscar novas oportunidades para as
empresas e assim ajudam a movimentar a criao de ideias dentro das organizaes, mesmo
que de maneira indireta. So profissionais dispostos a se desenvolver em prol da qualidade do
seu trabalho.
A cada dia as empresa preocupam-se mais em contratar colaboradores dispostos a
oferecer um diferencial, pessoas dedicadas que realmente estejam comprometidas com o bom
andamento da empresa. Esse comportamento no traz vantagens somente para a empresa,
mas os funcionrios tambm se beneficiam, na participao dos lucros, por exemplo, vantagens adicionais que as empresas oferecem a fim de manter o funcionrio e, principalmente, na
perspectiva de construo de uma carreira slida e produtiva.
A capacitao contnua, o desenvolvimento da criatividade e da ousadia so caractersticas presentes na vida de um intraempreendedor.
Vamos analisar se voc tem caractersticas de um intraempreendedor?
Voc gosta do seu trabalho e do ambiente em que trabalha?
Voc est sempre atento s novas ideias?
Voc gosta de correr riscos e ousar novas ideias?
Voc procura solues em locais incomuns?
Voc persistente e dedicado?
Voc mantm aes proativas?
Voc busca fazer novas capacitaes regularmente?
Caso voc no tenha ficado suficientemente satisfeito com as respostas a estas perguntas, utilize o espao abaixo para listar atitudes que podem ajud-lo a ser um funcionrio
intraempreendedor.
O que fazer?
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Como fazer?
Quando fazer?
Concluso
Muitos acreditam que para ser empreendedor necessrio possuir um tipo de vocao
que se manifesta somente para alguns predestinados, mas ao acompanhar a trajetria da
famlia Bonfim, podemos notar que o sonho de empreender est ao alcance de todos ns. Como
qualquer sonho, esse tambm exige planejamento e dedicao para que seja concretizado com
sucesso.
Agora que voc aprendeu os princpios bsicos do empreendedorismo, que tal fazer
como os membros da famlia Bonfim e investir nos seus sonhos?
REFERNCIAS
<http://www.portaldoempreendedor.gov.br>.
<http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/sies.asp>.
<http://www.pastoraldacrianca.org.br>.
<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/cog/v14n1/v14n1a05.pdf>.
<http://www.sobreadministracao.com/intraempreendedorismo-guia-completo>.
<http://www.hsm.com.br/editorias/inovacao/intraempreendedorismo-voce-ja-fez-algo-diferente-hoje>.
<http://www.captaprojetos.com.br/artigos/ResenhaFDsite.pdf>.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo. Transformando ideias em negcios. Rio de Janeiro:
Elselvier, 2008. 3 edio revista e atualizada.
ROSA, C. A. Como elaborar um plano de negcio. Rio de Janeiro: Sebrae, 2007.
DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
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Anotaes
Anotaes
PLANO DE AO PROFISSIONAL
Os textos que compem estes cursos, no podem ser reproduzidos sem autorizao dos editores
Copyright by 2012 - Editora IFPR
Rodrigo Sobrinho
Projeto Grfico e Diagramao
Leonardo Bettinelli
experincias de trabalho e escolhas pessoais, com o objetivo de orientar e organizar sua trajetria acadmica.
No decorrer do curso voc desenvolver atividades coletivas e individuais com a orientao do professor em sala de aula, e far o
registro destas informaes, resultados de pesquisas e reflexes do seu cotidiano de forma sistematizada nas fichas que compem o Plano.
Toda a equipe pedaggica e administrativa contribuir com voc, orientando-o e ajudando-o a sistematizar estes dados. O preenchimento
deste instrumento por voc, ser um referencial na sua formao e na construo do seu conhecimento, no processo de ensinoaprendizagem.
Bom estudo!
Anotaes
Anotaes
Sumrio
Ficha 1: Iniciando minha viagem pelo Curso de Formao Inicial e continuada FIC (IFPR/PRONATEC) .........................................10
Ficha 2: Quem sou? ..............................................................................................................................................................................11
Ficha 3: O que eu j sei? .......................................................................................................................................................................12
Ficha 4: Minha trajetria profissional......................................................................................................................................................13
Ficha 5: O que ficou desta etapa do curso?...........................................................................................................................................14
Ficha 6: Resgate histrico da vida profissional da minha famlia...........................................................................................................15
Ficha 7: Comparando as geraes. .......................................................................................................................................................16
Ficha 8: Refletindo sobre minhas escolhas profissionais.......................................................................................................................17
Ficha 9: Pesquisando sobre outras ocupaes do Eixo Tecnolgico do curso que estou matriculado no IFPR/PRONATEC. .............18
Ficha 10: Pesquisando as oportunidades de trabalho no cenrio profissional. .....................................................................................19
Ficha 11: O que ficou desta etapa do curso?.........................................................................................................................................20
Ficha 12: Vamos aprender mais sobre associao de classe. ..............................................................................................................21
Ficha 13: O que ficou desta etapa do curso?.........................................................................................................................................22
Ficha 14: O que eu quero? ( hoje eu penso que...)................................................................................................................................23
Ficha 15: O que ficou desta etapa do curso?.........................................................................................................................................24
Ficha 16: Planejando minha qualificao profissional............................................................................................................................25
Ficha 17: O que ficou desta etapa do curso?.........................................................................................................................................26
Ficha 18: Momento de avaliar como foi o curso ofertado pelo IFPR/PRONATEC.................................................................................27
Referncias bibliogrficas ...................................................................................................................................................................28
Anotaes
Ficha 1: Iniciando minha viagem pelo Curso de Formao Inicial e Continuada FIC (IFPR/PRONATEC).
No quadro abaixo liste o curso de Formao Inicial e Continuada FIC, em que voc est matriculado no IFPR e as possveis reas de
atuao. Solicite ajuda ao seu (ua) professor (a) para o preenchimento:
Curso
Eixo tecnolgico
Demandante
reas de atuao
O que voc espera deste curso FIC? Utilize o espao abaixo para descrever suas expectativas atravs de um texto breve.
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
2 Documentao (Preencha as informaes abaixo e, com a ajuda do (a) Professor (a), descubra a importncia destes documentos para
sua vida, enquanto cidado)
Identidade/Registro Geral ________________________________________________________________________________________
CPF _________________________________________________________________________________________________________
Carteira de trabalho _____________________________________________________________________________________________
PIS/PASEPI/NIT________________________________________________________________________________________________
Titulo de Eleitor ________________________________________________________________________________________________
Outros _______________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
11
3 Endereo
Rua/nmero: __________________________________________________________________________________________________
Bairro/complemento: ____________________________________________________________________________________________
Cidade / UF:___________________________________________________________________________________________________
Ficha 3: O que eu j sei?
1 Escolaridade
Ensino Fundamental sries iniciais :________________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
Ensino Fundamental sries finais _________________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
Ensino Mdio: _________________________________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
Graduao: ___________________________________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
Especializao ________________________________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
Cursos que j fiz (cite no mximo cinco) ____________________________________________________( ) incompleto ( ) completo
2 Cursos que j fiz (cite no mximo cinco)
Curso
Instituio
Carga horria
Nome da
ocupao
Perodo em que
trabalhou
Vnculo de
trabalho
Carga horria
diria
Remunerao
Exemplo:
Massagista
01/01/2012 a
31/12/2012
Sem carteira
8 horas
864,50
1.
2.
3.
13
Onde nasceu
Ocupao
Onde reside
Ocupao atual
Funo exercida
Exemplo: Pai
Campo largo - PR
Servente de obras
Campo Largo
Pedreiro
Mestre de obra
Neste fichamento importante voc fazer um resgate histrico da sua famlia identificando em que trabalharam ou trabalham, as pessoas da sua famlia, comparando a situao inicial e a atual de cada indivduo, outro ponto, que pode vir a ser analisado so as pessoas
com a mesma faixa de idade.
15
Me
1. Ocupao inicial:
Pai
1. Ocupao inicial:
Minhas experincias
1. Ocupao inicial:
Voc preferir poder identificar outras pessoas com a mesma faixa etria, conforme o preenchimento da ficha 6.
Por qu?
1.
2.
3.
Ocupao profissional que voc gostaria de exercer
Por qu?
1.
2.
3.
Ocupao profissional que voc no gostaria de exercer
Por qu?
1.
2.
3.
Independente do Eixo Tecnolgico e do curso FIC que est cursando, liste 3 ocupaes profissionais que voc gostaria de exercer e
outras 3 ocupaes que no gostaria de exercer.
17
Ficha 9: Pesquisando sobre outras ocupaes do Eixo Tecnolgico do curso que estou matriculado no IFPR / PRONATEC.
Eixo Tecnolgico: _______________________________________________________________________________________________
Curso: ______________________________________________________________________________________Ano letivo:_________
Cursos:
Perfil do profissional
(caractersticas pessoais, oque faz, onde trabalha, materiais que utiliza)
1
2
3
4
5
6
Solicite ao professor que ele consulte o Guia de cursos PRONATEC no site: <http://www.ifpr.edu.br/pronatec/consultas>. Voc encontrar as caractersticas gerais dos cursos, os setores onde ser possvel exercer seu conhecimentos, bem como, recursos, materiais
necessrios, requisitos e outros....E com a ajuda do professor e orientao, voc poder realizar entrevistas com profissionais da rea, e
at visitas tcnicas conforme planejamento do professor do curso.
Onde procurar:
empresas, agencias
de emprego, sindicato
e outros
Endereo
(Comercial/Eletrnico/Telefone)
Possibilidades De
Empregabilidade
(Quantas vagas
disponveis)
Remunerao
Tipo de contrato
(Registro em carteira
, contrato
temporrio)
Exemplo:
Massagista
1) Empresa:
Clinica de
Massoterapia J&J
540,00
Carteira assinada
2) Posto do Sine
3) Agencias de RH
Empregos RH
860,00
Sem registro em
carteria
4) Classificados
Jornais
<http://www.gazetadopovo.com.br>.
Com a orientao do professor e ajuda dos colegas visite empresas, estabelecimentos comerciais, agncias de emprego pblicas e
privadas, bem como, outros locais onde voc possa procurar trabalho e deixar seu currculo.
19
QUAIS CONHECIMENTOS IMPORTANTES QUE VOC ACHA RELEVANTE DESTACAR AQUI NESTA ETAPA DO CURSO O QUE
VOC REALMENTE APRENDEU AT AGORA?
Ocupao / Curso
Nome do Sindicato
Endereo
1.
2.
3.
4.
Com a orientao do professor em sala de aula, pesquise qual (is) o (s) sindicato (s) que representa (m) a (s) ocupao (es) que voc est
cursando pelo IFPR / PRONATEC.
21
QUAIS CONHECIMENTOS IMPORTANTES QUE VOC ACHA RELEVANTE DESTACAR AQUI NESTA ETAPA DO CURSO O
QUE VOC REALMENTE APRENDEU AT AGORA?
Ficha 14: O que eu quero? Hoje eu penso que...(voc poder escrever, desenhar ou colar gravuras).
Eu quero continuar meus estudos?
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
Eu quero trabalhar?
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
Eu quero ser?
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
23
Instituio
Durao do
curso
Horrios
ofertados
Custo do curso
( gratuito? Se no , quanto vai
custar?)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Com orientao do professor pesquise sobre instituies pblicas ou privadas na sua regio que oferecem cursos de qualificao em sua
ocupao (es) ou na (s) rea (s) de seu interesse.
25
Ficha 18: Momento de avaliar como foi o curso ofertado pelo IFPR / PRONATEC.
O que voc trouxe de bom? O que ficou de bom pra voc? E o que podemos melhorar?
27
Referncias bibliogrficas
Guia de Estudo: Unidades Formativas I e II Braslia: Programa Nacional de Incluso de Jovens Projovem Urbano, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessrios prtica educativa. SoPaulo: Paz e Terra, 1996.
_____. Pedagogia da tolerncia. So Paulo: Editora UNESP, 2004.
PAIN, S. Diagnstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1986.
WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clnica: uma viso diagnstica dos problemas de aprendizagem escolar. 8 ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2001.