A Árvore de Natal por Elena Khmeleva
Sabe-se que a origem da Árvore de Natal remonta a cultos pré-Cristãos e foi transposta para o Cristianismo pelos Povos do Norte da Europa, enquanto que os do Sul se exprimiam melhor, a partir de S. Francisco, através da armação do presépio.
Todavia, se aprofundarmos a pesquisa, vemos que raras formas de culto se apresentam tão felizmente como a capacidade de a Igreja absorver os instintos da religiosidade humana de antes da Revelação, conferindo-lhes simbologia conforme à Mensagem Evangélica, numa concórdia sempre execrada a partir de dentro pelos puristas, como também o foi pelos Protestantes do tempo das cisões. É que a luminosidade dos enfeites, para esses, não participa da Luz que ilumina, mas da que cega.
Assim, a própria árvore surgiu como representação da
Árvore da Vida, A Qual, após a ter estado no centro das atenções aquando do episódio da expulsão do casal adâmico do
Eden, teria atingido a imortalidade, numa lenda medieval:
Sentindo-se Adão morrer, teria dito a Seth, seu filho, para ir buscar o óleo da Misericórdia prometido por Deus, no decurso do que um anjo o mandou colher três grãos destinados à boca do Pai Primevo antes de expirar. Obedecido, nasceram três varinhas, uma das quais fora a usada por Moisés para fazer jorrar a água das rochas do deserto, após o que a plantou, originando um tronco que teria resistido miraculosamente aos lenhadores e carpinteiros de Salomão, sido lançado ao Cedro, onde matava quem lhe tocasse, e finalmente desaguado numa Lagoa de Betsaida, em que passara a curar os enfermos, antes de, ter sido usado na confecção da Cruz onde Cristo foi pregado.
Mas não se esgota no próprio vegetal a simbólica ligada à Morte e Ressurreição. A Estrela que encima, de cinco pontas, ao contrário da Judaica de David, foi assimilada ao Homem, com a cabeça e membros respectivos. E os enfeites luminosos que hoje colocamos não passam das actualizações electrificadas dos primeiros ornamentos permitidos: velas brancas e vermelhas que simbolizavam as rosas cor de sangue que teriam, como mensagem de Esperança, brotado dos pinheiros no momento do nascimento do Menino Jesus, substituindo a neve que derretera.
Aliás, a
Rosa permaneceu na Iconografia da Salvação, com o triplo Significado de Alma/Coração, Amor e Taça em que o Sangue do Crucificado fora recolhido. Dos Esotéricos da Rosa Cruz, a Dante, ou aos Autores do «
Roman de la Rose», na Vertente de
Rosa Cândida acabou prefigurar o Próprio Salvador, enquanto que sob a Designação de
Rosa Mística aludia à Virgem, a patenteação de regeneração amorosa perceptível individualmente em qualquer maternidade e, universalmente, Na que importa a 25 de Drzembro, próxima da presença transcendental pressentida noutras civilizações na força do Lotus.
Cantemos com Bécaud,
L´Important, l´important c´est la Rose, l´important c´est la Rose, l´important c´est la Rose, crois-moi.